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Sexta, 26 Abril 2024

Navegação no Madeira volta ao normal

Navegação no Madeira volta ao normal
O nivelamento das águas do rio Madeira trouxe normalidade ao transporte de cargas fluvial no Amazonas. Segundo a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), atualmente, 70% das atividades estão normalizadas e as embarcações operam com total capacidade de carga.

Um dos trechos que ainda apresenta dificuldades para o trajeto no horário noturno é a região do baixo Madeira a partir de Manicoré (distante 330 quilômetros), e próximo a Novo Aripuanã (229 quilômetros), onde há formação de bancos de areia e acúmulo de sedimentos criados pela extração em garimpos. A hidrovia do Rio Madeira é um dos principais corredores logísticos do país por fazer parte do Arco Norte, por onde são transportados grãos e outros alimentos, além de combustíveis.

De acordo com o representante de hidrovias da Fenavega e vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), Claudomiro Carvalho, o transporte de cargas, no Estado, retoma o ritmo normal após um período de forte estiagem. Ele afirma que o carregamento de combustíveis, cargas em geral e grãos ocorre plenamente.

Carvalho relata que ainda há problemas para a navegação noturna nos trechos entre Manicoré e Novo Aripuanã. Nessas áreas, as embarcações só conseguem transitar durante o dia devido a formação de bancos de areia e acúmulo de sedimentos gerados por balsas que sustentam bombas para a extração de minérios em garimpos. Outra área inviável, neste período para a passagem noturna é nas proximidades do município de Borba, onde ocorre a vazante do rio Amazonas.

“A navegação retoma o ritmo normal. Teoricamente temos navegação plena. Porém, com problemas em algumas áreas do baixo Madeira. Vemos que os problemas passaram e retornamos às atividades com 100% da capacidade de carga”, disse o representante. Conforme o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), nesta quarta-feira (23), a cota do rio Madeira na estação de Humaitá atingiu 12 metros.

Dragagem é a solução para a navegação

Conforme Carvalho, há esperanças de que no próximo ano o setor tenha um novo direcionamento sem oneração no transporte e paralisação na condução de produtos. A esperança está na execução da dragagem (procedimento para remoção dos sedimentos que se encontram no fundo do rio para permitir a passagem das embarcações em áreas mais assoreadas).

Neste mês, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), assinou o contrato de dragagem do rio Madeira, em Porto Velho (RO). O contrato prevê que os serviços aconteçam no período cinco anos a partir de 2017.

“Esperamos que em 2017 vivamos uma realidade diferente devido a dragagem. Que tenhamos uma navegação plena com no mínimo 2,5 metros a 3 metros de calado. Conforme a Ordem de Serviço assinada pelo Dnit, os trabalhos devem começar a partir de julho de 2017”, comentou.

O contrato, no valor de R$ 80 milhões assegurará que durante os próximos cinco anos seja feita a desobstrução do leito do rio, o balizamento e sinalização, entre outros serviços que possibilitarão melhores condições de navegabilidade na região também nos períodos de estiagem.

O Dnit anunciou que um trecho 1.086 quilômetros de extensão do rio Madeira, que vai da capital de Rondônia até o município de Itacoatiara (AM), receberão dragagem. O trecho é considerado crítico pelo próprio Dnit. Há dois anos o serviço não era realizado e a dragagem é uma das principais reivindicações das empresas de transporte aquaviário do Amazonas e de Rondônia.

Prejuízos da seca

Segundo Carvalho, devido às dificuldades de navegação, houve  umento no tempo de viagem que de Manaus a Porto Velho normalmente ocorre entre sete e oito dias, na vazante chegou a até 12 dias. Enquanto de Porto Velho a Manaus, o trajeto que durava entre três e quatro dias chegou a sete dias de viagem.

“Onera o custo da viagem porque proporcionalmente se transporta menos carga em maior tempo de viagem. Reduz as cargas devido aos bancos de areia”, explica.

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