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Sábado, 27 Abril 2024

Pesquisa pretende usar planta amazônica para substituir mercúrio no processo do amálgama do ouro

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Uma pesquisa em Rondônia tem chamado a atenção da comunidade científica e também ambiental. Trata-se da utilização de uma planta típica da região amazônica, capaz de substituir o mercúrio no processo da formação do amálgama do ouro (liga de ouro com mercúrio utilizado na extração de ouro).  

A pesquisa é realizada no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da Universidade Federal de Rondônia (Unir) e está sob a liderança do professor Wanderlei Rodrigues Bastos e da botânica Marta Pereira, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). As análises de briófitas dos barrancos do rio, feitas pela pesquisadora, revelam alta taxa de contaminação por mercúrio nos vegetais, que absorvem o metal do solo, do ar e da água. 

Em andamento, o estudo pretende buscar uma solução capaz de isolar a propriedade da planta e assim substituir na utilização do mercúrio, no processo de formação do amálgama do ouro. 
Foto: Andres Hernandez
O projeto que pretende substituir o uso do mercúrio pela planta Ochroma pyramidale, conhecida popularmente como 'pau de balsa', encontra-se em fase de estudos. Quando estiver concluído, poderá colaborar com a diminuição do uso do mercúrio em rios como o Madeira, e reduzir os impactos ambientais com a utilização da planta. 

De acordo com a pesquisa, a folha da planta pode ser utilizada como uma substância similar a de um detergente, para identificar e separar o ouro em meio a outras substâncias.

Dos testes e resultados 

De acordo com a pesquisadora Marta Regina, após a fase de testes, espera-se que os resultados com a planta possa eficazmente diminuir a utilização de mercúrio em rios da bacia do Amazonas, em especial no rio Madeira. "Buscamos informações precisas e mais técnicas, para usar a planta em substituição ao mercúrio, que é um dos problemas da mineração artesanal", concluiu.

A pesquisa já comprovou que o material extraído tem o mesmo efeito do mercúrio para separar o ouro dos sedimentos do rio. A pesquisadora Taise Vargas, uma das integrantes do grupo explicou: 

"Conseguimos observar uma interação do extrato da planta com o ouro, formando aglomerados das partículas de ouro. Agora estamos na fase de identificação das substâncias presentes e precisamos ajustar as concentrações adequadas, o tempo de contato e outras variações".

Algumas minas colombianas já vêm utilizando com sucesso esse método, que consiste na mistura de água com seiva de plantas para a extração de ouro. A técnica usa apenas os métodos tradicionais dos antepassados, sem qualquer produto químico.

A pesquisa realizada nos laboratórios da Unir e UEA tem amparo financeiro da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

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