Um quarto dos eleitores de Cuiabá se absteve de votar no segundo turno


Porto Velho, em Rondônia, teve o segundo maior percentual de abstenções na região, com 23,35% (74.689 eleitores). A terceira foi Belém, no Pará, com 221.641 abstenções, o que representa 21,25% do total de eleitores.Na opinião de Helso, isso acontece, principalmente, porque o voto é obrigatório no Brasil. "Apenas Brasil, Grécia, Bélgica e Turquia, se não me engano, têm o voto obrigatório. Nestes casos, a pessoa é obrigada a votar e acaba utilizando a abstenção, os votos nulos e brancos, como forma de demonstrar o seu desencanto ou falta de interesse pela política”, avalia.
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, expressou opinião semelhante em coletiva de imprensa na noite deste domingo (30) após a apuração das urnas no Rio de Janeiro. Na cidade, os índices de abstenção e de votos nulos também superaram a média nacional. A abstenção na capital fluminense chegou a 26,85% (1,3 milhão de faltantes) e foram registrados 569,4 mil votos nulos (15,9% do total).
O ministro avalia que os índices não devem ser desprezados, mas também devem levar em conta imprecisões do cadastro eleitoral, como pessoas que mudam de endereço e não fazem a atualização de seus dados. "Percebe-se que alguma coisa ocorre no que diz respeito a esse estranhamento ou a esse distanciamento entre o eleitor e os políticos que eventualmente o representam. Alguma coisa traduz a ausência ou também na opção pelo voto nulo, especialmente no segundo turno", disse.O cientista político Helso Ribeiro acrescenta que a taxa de abstenção é muito maior em países onde o voto não é obrigatório. “Em Manaus, a taxa de abstenção foi relativamente pequena. Se você comparar com países como Hungria e Suécia, onde as taxas de abstenção chegam a 60%, e onde o voto não é obrigatório, é possível perceber que as pessoas votam porque realmente se sentem representadas por algum candidato. Nestes casos, dificilmente alguém faz voto de protesto ou algo do gênero”, diz.
Em todo o país, 25,8 milhões de eleitores (78,45%) compareceram às urnas, de um total de 32,9 milhões que estavam aptos a votar. Ou seja, cerca de 7 milhões não votaram, levando a uma abstenção de 21,55% neste segundo turno.
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