Bioeconomia e desenvolvimento econômico na Amazônia

“Reforçamos a importância de aprendermos com os erros do passado e buscarmos alternativas que promovam um desenvolvimento econômico verdadeiramente sustentável e compatível com a conservação ambiental da Amazônia”.

A Amazônia, com sua exuberante biodiversidade e imensa riqueza natural, sempre despertou o interesse não só do Brasil, mas do mundo inteiro. Entretanto, essa região vital para o equilíbrio ambiental global tem enfrentado desafios significativos, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento econômico. É urgente repensar os modelos de ocupação e desenvolvimento econômico da Amazônia. Deve-se levar em conta que nos últimos 20 anos foram devastados nada menos do que 54,2 milhões de hectares de floresta, e todos os estudos apontam para um cenário desfavorável para os próximos cinco anos, se continuarmos no ritmo atual.

Todos os estudos vem mostrando a necessidade de adotarmos modelos sustentáveis sob pena de perdermos até 23,7 milhões de hectares de floresta, algo como a área do Reino Unido, segundo estudo publicado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (RAISG) ao apontar os cenários para o período 2021 e 2025.

Essa informação reforça a necessidade premente de se adotar uma abordagem mais responsável e sustentável para o desenvolvimento da região que leve em consideração não apenas os interesses econômicos de curto prazo, mas também a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade amazônica para as gerações futuras.

Ao incorporar esses dados à análise, reforçamos a importância de aprendermos com os erros do passado e buscarmos alternativas que promovam um desenvolvimento econômico verdadeiramente sustentável e compatível com a conservação ambiental da Amazônia.

Foto: Olímpio Guarany/Acervo pessoal

É possível – e necessário – buscar um equilíbrio entre esses dois aspectos, visando não apenas o progresso econômico, mas também a conservação dos ecossistemas e o bem-estar das comunidades locais.

Nesse contexto, a bioeconomia surge como uma alternativa promissora, oferecendo caminhos sustentáveis para a utilização dos recursos naturais da região, baseada na utilização inteligente e sustentável dos recursos biológicos, visando a produção de bens, serviços e energias de forma ambientalmente responsável e economicamente viável.

Na Amazônia, onde a biodiversidade é incomparável, a bioeconomia oferece uma vasta gama de oportunidades, desde a exploração de produtos florestais não madeireiros até a promoção da agricultura sustentável.

Portanto, é indispensável que os governos implementem políticas públicas voltadas para incentivar, por exemplo, a agricultura sustentável entre outros segmentos.

Sem citar o nome, essa semana conhecemos um produto inovador, um fertilizante organomineral, que promete não apenas aumentar a produtividade agrícola na região, mas também contribuir para a preservação do solo e a redução do uso de agrotóxicos. Segundo um dos pesquisadores, ao combinar matéria orgânica com minerais, o fertilizante não apenas nutre as plantas, mas também ajuda na recuperação do solo, tornando-o mais saudável e fértil a longo prazo.

Ficamos entusiasmados porque sabemos que a utilização de produtos agrícolas sustentáveis, como o fertilizante organomineral, pode desempenhar um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas. Ao adotar práticas agrícolas que promovam a saúde do solo e a captura de carbono, os agricultores contribuem para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a construção de um futuro mais sustentável para a Amazônia e para o planeta como um todo.

Sobre o autor

Olimpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário. Navegou o rio Amazonas desde a sua foz, alguns afluentes, subiu o rio Napo (Peru e Euqador) e chegou ao sopé da cordilheira dos Andes depois a Quito/Equador (2020-2022), refazendo os caminhos de Pedro Teixeira, o conquistador da Amazônia (1637-1638), numa jornada histórica. 

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