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Sexta, 26 Abril 2024

Conheça a história da Irmã Helena Augusta Walcott, criadora de mais de 10 bairros de Manaus

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Ao passar pela Avenida Itaúba no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus (AM), é possível, devido a pressa do dia a dia, as pessoas não repararem na Escola Municipal Helena Augusta Walcott. Muitos sequer devem lembrar desse nome que a escola carrega na fachada. No entanto, a Freira Helena Augusta Walcott teve um papel importante na ocupação de terras da capital amazonense nas décadas de 70 e 80.
Foto: Divulgação

Helena era filha de Lorenzo Walcott e Clarissa Knights, que migraram de Barbados para a Amazônia no início do século XX. Na época, Lorenzo havia sido contratado para trabalhar na obra da estrada de ferro Madeira - Mamoré,  em Rondônia. Ela era caçula de sete filhos, nasceu na cidade de Guajará-Mirim, também em Rondônia. 

Sua vida religiosa iniciou cedo e, logo, ingressou na igreja católica para se tornar freira. Nos seus primeiros anos de serviços, a jovem participou de diversos projetos sociais. Ao se mudar para a capital do Amazonas, Helena fixou moradia no bairro da Compensa. As primeiras ocupações de terra na capital tiveram início com ela, que organizou e liderou um movimento social por moradia popular a partir da década de 70.

Foto: Reprodução/Acervo Jornal do Commercio

Por causa de sua militância, a freira chamou a atenção de latifundiários, grileiros e do poder público local. Sempre participando de manifestações pedindo direito à moradia para a população mais carente de Manaus.

Helena comandou a ocupação de bairros como Compensa, Redenção, Terra Nova, São José, João Paulo II, Zumbi dos Palmares I e II, Nossa Senhora de Fátima, Novo Israel, entre outros.

Foto: Patrick Marques/g1 Amazonas

Mãe dos sem-teto

Com Helena não havia meio termo e seu trabalho lhe rendeu o apelido de 'mãe dos sem-teto'. Mesmo admirada por muitos, outros viam o trabalho da freira de outra maneira. Em 1987, durante a ocupação que daria origem ao bairro Armando Mendes, a irmã sofreu um atentado comandado pelo grileiro Paulo Farias, que resultou na morte de Alenor Cavalcante.

E esse foi apenas um dos episódios difíceis na vida de Helena. Por causa de seu ativismo, Helena foi ameaçada de morte, espancada e, até mesmo, presa sob pena de liderar conflitos entre o povo e o poder público. 

Helena faleceu no dia 13 de junho de 2022, dois dias antes de completar 88 anos. O seu velório aconteceu na quadra do Colégio Preciosíssimo Sangue, lugar onde congregava. Ela foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério São João Batista, e a causa da morte não foi divulgada.

Foto: Reprodução

Com informações do artigo 'As primeiras lutas por moradia popular em Manaus: vida e militância da Irmã Helena Augusta Walcott', de Mariza Souza Cavalcante e Mara Tereza Oliveira de Assis.

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