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Domingo, 28 Abril 2024

Produção industrial do Amazonas tem pior desempenho do Brasil

MANAUS - Em novembro de 2015, a produção industrial do Amazonas registrou o pior desempenho do Brasil em três dos quatro indicadores analisados mensalmente pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). De cordo com os números do instituto divulgados na terça-feira (12), a indústria amazonense recuou 19,9% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o pior entre os 15 locais pesquisados no penúltimo mês de 2015 e representa vigésima taxa negativa consecutiva neste tipo de confronto.
Ainda segundo o IBGE, em novembro passado oito das dez atividades pesquisadas do Polo Industrial de Manaus assinalaram queda na produção. Os setores que exerceram as influências negativas mais relevantes sobre o total da indústria foram: de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-33,0%), pressionados, em grande parte, pela menor produção de televisores, computadores pessoais portáteis (laptops, notebooks, handhelds, tablets e semelhantes), gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo (DVD, home theater integrado e semelhantes), telefones celulares, receptor-decodificador de sinais de vídeo codificados e rádios para veículos automotores; de outros equipamentos de transporte (-38,5%), pela queda na produção de motocicletas e suas peças; e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-27,4%), pela redução na fabricação de óleo diesel, naftas para petroquímica, gasolina automotiva e óleos combustíveis.
Também registraram recuos relevantes os setores de de máquinas e equipamentos (-36,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-35,8%), de produtos de borracha e de material plástico (-20,9%) e de produtos de metal (-10,1%). Por outro lado, o principal impacto positivo veio do ramo de bebidas (17,4%), impulsionado, especialmente, pela maior produção de preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais.
Piores anos do PIM
Para Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado doAmazonas), a falta de confiança dos consumidores, o desemprego, a queda no consumo, inflação, alta no dólar entre outros problemas agravados pela crise política impactaram negativamente a economia ao longo de todo o ano passado. “Muitas famílias que haviam ascendido às classes superiores, voltaram ao padrão de vida que tinham anteriormente, o que é algo preocupante. O principal problema da crise é a falta de credibilidade. Só temos elementos que impactam negativamente o crescimento e o nosso desenvolvimento”, avalia.
Com o cenário nada favorável ao consumo, o vice-presidente da Fieam avalia que hoje todos os setores do PIM sofrem com quedas nas vendas e na produção, incluindo os segmentos de cosméticos, alimentos e bebidas – os últimos setores a sentir os impactos negativos da crise – e faz uma previsão nada otimista em relação ao desempenho da indústria local. “Estamos vivendo uma crise generalizada. Antes tínhamos alguns setores, ou algum setor, com crescimento. Mas hoje não há ninguém que possa dizer que o seu setor está bem. Quando tivermos os resultados de dezembro, fechando o ano, creio que teremos um dos piores anos para o Polo Industrial de Manaus”, prevê Nelson Azevedo.
Outras comparações
No indicador acumulado para os onze meses de 2015, o Polo Industrial de Manaus recuou 15,8% frente a igual período de 2014, com as dez atividades pesquisadas em queda na produção. Novamente, o resultado representa o pior desempenho industrial entre os 15 locais pesquisados. O setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-31,3%), novamente, exerceu a influência negativa mais relevante sobre o total da indústria. Outros recuos importantes ocorreram nas atividades de outros equipamentos de transporte (-16,0%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,8%), de máquinas e equipamentos (-20,6%), de produtos de borracha e de material plástico (-18,4%) e de bebidas (-2,7%).
A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos doze meses, também teve o pior resultado do país, ao passar de -14,7% em outubro para -14,9% em novembro de 2015. Já na comparação em relação ao mês imediatamente anterior (outubro), a queda de 2,1% na produção industrial do Amazonas representou a sexta taxa negativa consecutiva na comparação.

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