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Sábado, 27 Abril 2024

Vice-presidente da Venezuela acusa EUA de 'agressão infame'

Vice-presidente da Venezuela acusa EUA de 'agressão infame'
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O vice-presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, rejeitou nesta terça-feira (14) as acusações e sanções dos Estados Unidos contra ele por tráfico internacional de drogas e classificando de "agressão miserável e infame". Com a atitude, ele pôs fim à trégua que o governo de Nicolás Maduro deu ao presidente americano, Donald Trump. As informações são da Agência France-Presse (AFP).

"Pessoalmente, recebo esta miserável e infame agressão como um reconhecimento da minha condição de revolucionário anti-imperialista. Venceremos", escreveu El Aissami no Twitter, respondendo ao anúncio do congelamento dos bens que possa ter em território americano. O empresário José Lopez Bello, acusado de lavar o dinheiro do tráfico de El Aissami, também foi alvo de sanções e proibido de fazer negócios com qualquer cidadão ou empresa americana.

O Departamento do Tesouro dos EUA acusa El Aissami de facilitar, proteger e monitorar carregamentos de drogas da Venezuela para o México e os Estados Unidos, enquanto foi ministro do Interior (2008-2012) e governador do estado de Aragua (2012-2017).

El Aissami considera a acusação um ataque ao governo de Maduro, cuja popularidade está abalada por uma grave crise, com escassez de alimentos e medicamentos e uma inflação projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1.660% para 2017. "Essas provocações miseráveis não devem nos distrair da nossa principal tarefa, que é acompanhar Nicolas Maduro na recuperação econômica", acrescentou El Aissami.

As autoridades americanas dizem que as sanções "são resultado de anos de investigação" e não estão vinculadas à nomeação de El Aissami à vice-presidência. Segundo o Departamento do Tesouro dos EUA, El Aissami teria recebido pagamentos do narcotraficante venezuelano Walid Makled e teria ligações com o violento cartel mexicano Los Zetas.

Compasso de espera

Até agora, Maduro havia voltado suas baterias contra Barack Obama, cujo governo declarou a Venezuela uma ameaça para a segurança dos EUA e decretou sanções contra sete funcionários venezuelanos, os quais são impedidos de voltar àquele país. Maduro tem tratado com cautela o governo Trump, de quem chegou a dizer ser vítima de uma "campanha de ódio". No entanto, Maduro decidiu entrar em compasso de espera.

Trump, por sua vez, referiu-se tangencialmente à Venezuela em sua campanha eleitoral, advertindo que se não fosse eleito, a Suprema Corte poderia transformar os Estados Unidos em algo parecido com o país sul-americano. Mas, segundo a Casa Branca, na segunda-feira (13), Trump expressou ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em um telefonema, sua preocupação com a crise venezuelana.

O secretário-executivo da opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, advertiu que o caso El Aissami "poderia comprometer as relações" com "o único país que paga cash (em dinheiro) à Venezuela pelo petróleo. Agora dirão que o Departamento do Tesouro dos EUA plantou (produziu provas falsas), como eles plantam nos opositores, para fazê-los apodrecer nas prisões do regime", afirmou o ex-presidente do Parlamento, o opositor Henry Ramos.

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