Retrospectiva 2022: relembre os principais fatos que movimentaram a Amazônia

Descobertas científicas, fenômenos naturais impressionantes, mudanças no meio ambiente, fatos curiosos, recordes e muito mais foram notícia na Amazônia em 2022. 

Mais um ano encerra para outro começar. Durante 2022, diversos fatos movimentaram os nove Estados da Amazônia Legal. Entre coisas boas, inusitadas, alertas e reflexões, o Portal Amazônia separou cinco notícias de cada Estado para relembrar. Confira:

Registro de nova espécie 

Em junho de 2022, um estudo apontou a descoberta de uma nova espécie de primata exclusiva do bioma amazônico, o Uakari (Cacajao amuna). Durante a pesquisa, o primata recebeu o nome aumana por ser um termo da língua katukina, que significa “macaco uakari”. Nos estudos foram reunidas informações que incluíam genoma, coloração de pelagem e distribuição geográfica.

Com padrão de pelagem distinto, a nova espécie só foi registrada entre o Rio Tarauacá (AC) e Alto Rio Pauini (AM), nesta região os uakaris demonstraram estar associados às florestas da região que alagam durante o período de chuva. 

Espécie é o uakari, que só pode ser encontrado na Amazônia, nos estados do Acre e Amazonas. Foto: Marcelo Santana

Covid-19

O Acre enfrentou a superlotação das unidades após o fechamento do único hospital de referência de Covid-19 e um outro vírus respiratório tirou a vida de bebês no estado. Além disso, o estado viveu uma das piores coberturas vacinais do país.

Terremoto em Tarauacá

Neste ano, o município de Tarauacá registrou um terremoto de magnitude 6.5 na escala Richter, sendo considerado um dos maiores abalos sísmicos registrados no Acre. Segundo estudos, a cidade está localizada dentro de uma grande depressão, o que acaba resultando em abalos de grandes magnitudes. O epicentro do terremoto foi a cerca de 111 km de Tarauacá, registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos. A profundidade do abalo foi de 621 km. 

Foto: Reprodução/ CSEM

Aumento das queimadas

Entre janeiro e dezembro de 2022, houve um aumento no número de queimadas no estado do Acre, com um acúmulo de 11.840 registros de queimadas, sendo considerado um dos maiores dos últimos anos. Conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os maiores índices foram apontados entre agosto e setembro. O maior registro para esse período foi em 2005, quando 15.993 focos foram registrados. 

Foto: Reprodução/Inpe

Crescimento do etnoturismo

Em meados de 2022, o Estado do Acre foi responsável por sediar o ‘I Encontro de Etnoturismo da Amazônia’, indicado por ser destaque em crescimento do etnoturismo. Os participantes do evento tiveram contato com a culinária indígena, o artesanato, as medicinas tradicionais, as histórias e os rituais de diversos povos.

O turismo indígena no Estado acontece de forma expressiva, com cerca de 36 terras indígenas reconhecidas pelo governo federal e distribuídas em 12 dos 22 municípios acreanos, que recebem turistas e movimentam o setor econômico com suas atividades. 

Foto: Cleiton Lopes/Secom AC

Açaí salgado e salinização da foz do Rio Amazonas 

O ano foi marcado por consequências das mudanças climáticas, como o avanço do mar deixando o açaí salgado, além de ribeirinhos ficarem sem água potável na foz do rio Amazonas. O arquipélago do Bailique, no Amapá, onde ocorre o fenômeno maré lançante, está sofrendo com o aumento da força do mar, afetando todas as 58 comunidades, espalhadas por oito ilhas.

A prefeitura de Macapá decretou situação de emergência no dia 14 de outubro. Segundo moradores, a água começou a ficar salgada a partir do mês de agosto. Além disso, o impacto também está afetando os açaizais e muitos produtores já relataram o problema em seus produtos. 

Leia também: Amapá decreta calamidade pública em arquipélago no Rio Amazonas invadido pelo água do mar

Foto: Maksuel Martins/GEA

Mineração em floresta protegida

Um estudo realizado pela Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), avaliou os planos da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada entre os Estados do Amapá e Pará, com área de 47.000 quilômetros quadrados (km²) e calculou que a liberação da mineração levaria, em 30 anos, à perda de 7.626 km² de florestas apenas com a construção de estradas de acesso às minas. 

A pesquisa é descrita no artigo ‘Strategic planning to mitigate mining impacts on protected areas in the Brazilian Amazon’, publicado pela revista científica Nature Sustainbility em 28 de julho. A pesquisa também estimou o total de desmatamento resultante da expansão das estradas que serviriam de acesso para as novas minas. 

“No total, 7.626 km² de florestas seriam perdidas considerando os impactos diretos e indiretos da construção de 1450 quilômetros de novas estradas necessárias para acessar os 242 depósitos minerais da região”, informa a pesquisa que conta com a participação do professor do Instituto de Biociências (IB) da USP, Jean Paul Metzger; do professor da Poli, Luis Enrique Sánchez, e da pesquisadora da Universidade de Queensland, na Austrália, Laura Sonter.

Foto: Aiteti Gavião/WWF Brasil

Novos animais

Novas espécies de animais da fauna amazônica estiveram entre os destaques de 2022 também no Amapá. Em outubro, um peixe da espécie piranha foi encontrado em rios do Amapá e do Pará. Foi batizada de ‘Juma’, por conta das escamas do peixe possuírem cores brilhantes e pintas similares a de uma onça, também em referência à popular personagem da novela Pantanal, da TV Globo. 

O animal foi encontrado por uma equipe de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa). A piranha se alimenta basicamente de outros peixes, camarões, animais mortos, insetos e folhas. A espécie é considerada endêmica e já foi encontrada nos rios Oiapoque, Jari, Tapajós e Madeira.

Foto: Reprodução / Rede Amazônica

Além da ‘Juma’, duas novas possíveis espécies de anta e gato selvagem foram registrados no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque: o gato-mourisco e a anta-pretinha.

A descoberta foi feita por pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O grupo já estuda a existência dessas duas espécies na Amazônia que possivelmente nunca antes foram registradas.

Saiba mais: Possíveis novas espécies de anta e gato do mato são registradas na Amazônia

E ainda, uma espécie rara de caracol foi encontrada no município de Laranjal do Jari, extremo sul do Amapá. O animal do gênero Solaropsis foi achado na Reserva Extrativista do Rio Cajari durante uma vistoria na região. Os pesquisadores do Instituto Chico Mendes da Preservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Universidade de São Paulo (USP) foram os responsáveis por encontrá-lo. Nomeado como Solaropsis caperata, o caracol foi caracterizado pela aparência enrugada da concha, que apresenta uma coloração e formatos diferentes dos tradicionais vistos em espécies já identificadas pela ciência.

Saiba mais: Espécie rara de caracol de concha exótica é descoberta no Amapá

Foz do Rio Amazonas vista do espaço 

Um cosmonauta russo chamado Oleg Artemiev, filmou do espaço uma parte da Amazônia. Ao fundo, Oleg colocou para tocar a música “Mas que nada”, de Jorge Ben Jor. O vídeo foi publicado na rede social dele e chamou a atenção dos brasileiros.

Na publicação, ele escreveu sobre a mistura de cores do Brasil vista a bordo da Estação Espacial Internacional: o azul do oceano, as águas turvas do Rio Amazonas e até o verde das áreas florestadas. A região em que o russo realizou as filmagens é o Arquipélago de Bailique, que pertence a Macapá e fica na costa do estado, na Foz do Rio Amazonas, em uma região onde acontece o encontro do rio Amazonas com outros afluentes e com o Oceano Atlântico.

Saiba mais: Cosmonauta russo surpreende com registro da extensão do rio Amazonas; veja as fotos

Foto: Reprodução/Instagram-

Árvore mais alta da Amazônia

Pela primeira vez na história, pesquisadores chegam a gigante da Amazônia. Com 88,5 metros e 9,9 metros de circunferência, a árvore da espécie Angelim-vermelho (Dinizia excelsa Ducke) fica localizada na divisa entre os estados do Amapá e Pará, e foi descoberta pela primeira vez em 2019 por pesquisadores brasileiros e britânicos. Mas, ainda não tinha sido possível chegar até ela em função da localização.

Durante a quinta edição do ‘Projeto Árvores Gigantes da Amazônia’, os pesquisadores foram à campo, no município de Laranjal do Jari, no Sul do Estado do Amapá, entre os dias 11 a 21 de setembro, até chegarem a espécime.

Saiba mais: Pesquisadores alcançam pela primeira vez a maior árvore da Amazônia 

Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia/ Divulgação

Covid-19

Em janeiro de 2022, a Covid-19 voltou a assustar o Amazonas. Mesmo com a distribuição das vacinas, o Estado obteve a maior taxa de transmissão da cepa denominada Ômicron do Brasil.

De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Tatyana Amorim, o Estado chegou em um patamar de 2,04, ou seja, a cada 100 pessoas, outras 204 eram contaminadas pela variante. Felizmente, devido a vacinação e o resguardo da população, a alta transmissibilidade caiu.

Vacina evitou onda de mortes no Amazonas. Foto: Divulgação/Governo do Amazonas

Ameaça econômica

Outra notícia que repercutiu em nível nacional foi a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro. A medida foi vista por especialistas como prejudicial à competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM), por não ter sido apresentada nenhuma contrapartida de reparação de danos. Somente após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo retirou os produtos fabricados na ZFM da lista da redução do tributo.

Zona Franca de Manaus. Foto: Reprodução/ZFM

Garimpo ilegal

No meio do ano, ribeirinhos voltaram a relatar a movimentação de balsas e dragas de garimpo ilegais em Autazes, interior do Amazonas. A organização Não Governamental (ONG) Greenpeace confirmou as informações e garantiu que o garimpo voltou a ‘invadir’ o Rio Madeira. Com a repercussão, a Polícia Federal (PF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma operação que destruiu balsas e locais clandestinos utilizados pelos garimpeiros.

Desmatamento

Garimpos ilegais foram destruídos. Foto: Divulgação/PF

Bruno e Dom

Em 5 de junho de 2022, o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados durante uma viagem pelo Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil. Após 10 dias do desaparecimento e de buscas, um dos suspeitos presos pela Polícia Federal (PF) confessou o envolvimento nos assassinatos. Os restos mortais encontrados no local indicado pelo suspeito foram levados a Brasília e, após a perícia, confirmados. Eles viajavam pela região para entrevistar indígenas e ribeirinhos para um livro sobre a Amazônia.

Foto: Reprodução/g1 Amazonas

Show internacional

O Amazonas é um Estado cheio de cultura e entretenimento e a Arena da Amazônia sediou um dos maiores eventos do ano, o show da banda internacional ‘Guns N’ Roses’. A apresentação do grupo estadunidense aconteceu no dia 1º de setembro.

Durante a apresentação na capital do Amazonas, a banda cantou clássicos, como ‘Sweet Child O’Mine’, ‘Welcome to the Jungle’ e ‘November Rain’, além de sucessos mais recentes, como ‘Absurd’. O público fã da banda lotou o estádio. 

Show do ‘Guns N’ Roses’ na Arena da Amazônia. Foto: Bianca Fatim/Rede Amazônica

Descobertas  

Nos últimos dias de dezembro, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade de São Paulo (USP) divulgaram um artigo onde falam sobre a Serra do Imeri, uma cadeira isolada de montanhas no extremo norte do Amazonas. O local serviu como fonte de estudo e os pesquisadores coletaram 285 exemplares de animais, de 41 espécies, dos quais pelo menos 12 são inéditas para a ciência. 

Ratanabá

A teoria que mexeu com o mundo da internet no ano de 2022 foi da ‘capital do mundo’, Ratanabá. A suposta cidade perdida da Amazônia, teria existido há 450 milhões de anos e hoje estaria enterrada onde se localiza o Estado do Mato Grosso, na Amazônia Legal.

A teoria especifica que uma das entradas dos túneis estaria escondida dentro do Forte Príncipe da Beira, localizado no município de Costa Marques, em Rondônia. O que foi desmentido por um pesquisador da região.

Foto: Reprodução/Google Maps

Desmatamento

O estado do Mato Grosso finalizou o ano com uma redução de 13,8% no desmatamento em comparação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no relatório anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes). O período estudado vai de agosto de 2021 a julho de 2022, completando 12 meses.

No período de 2021/2022 foi identificado o corte de 11,5 mil km², enquanto a área identificada em 2020/2021 foi de 13 mil km². Nos últimos 20 anos, a redução foi de 85% na área desmatada no Estado.  Entretanto, o estado do Mato Grosso é considerado uma das áreas mais desmatadas da Amazônia Legal.

Segundo os últimos dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon), em novembro de 2022, onde Mato Grosso aparece em segunda colocação de estado mais desmatado, com 82 km², ficando apenas atrás do Pará. Junto com o Amazonas, esses estados somaram 72% de toda a devastação na Amazônia Legal.

Foto: Marcos Vergueiro/Secom-MT

Mato Grosso fora da Amazônia Legal?

 O Projeto de Lei 337/22, apresentado em fevereiro, propõe retirar o Estado da Amazônia Legal reduzindo a exigência de preservação de 80 para 20%, visando o crescimento econômico agropecuário. A proposta foi criada pelo deputado Juarez Costa (MDB-MT), afirmando que o objetivo da medida é reduzir a área de reserva legal a ser mantida no Estado. 

De acordo com o Código Florestal, todo imóvel rural deve manter um percentual específico de sua área com cobertura de vegetação nativa, a reserva legal. A justificativa do deputado envolve o alto custo de manutenção de recuperação de reservas legais. A PL é preocupante, pois, caso seja aprovada, pode causar diversos impactos ambientais no bioma, comprometendo também a saúde da população.

Foto: Reprodução/IBGE

Desvendando fenômenos

Um estudo realizado por cientistas da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), em parceria com as universidades britânicas de Leeds e Oxford, mostrou que ventos muito fortes são a principal causa de morte das árvores localizadas na borda sul da Amazônia, entre os Estados de Mato Grosso e Pará.

Dados do estudo mostram que a frequência de ventos fortes tem aumentado na região estudada e as rajadas mais fortes são capazes de balançar as árvores até que os galhos se quebrem ou a raiz se desprenda da terra. Além disso, o aquecimento global gera eventos climáticos extremos como secas mais potentes.

Área do estudo. Foto: Reprodução/Climate and crown damage drive tree mortality in southern Amazonian edge forests

Morte de liderança indígena

Em janeiro, a anciã Ngaimotxi Kajkwakratxi, liderança indígena do povo Tapayuna no Mato Grosso, faleceu aos 76 anos. Ela ganhou notoriedade por ser uma das lideranças dos Tapayuna na luta pela demarcação do território tradicional da etnia, localizado no noroeste do estado, na região da bacia do rio Arinos, perto do município de Diamantino (180 km de Cuiabá).

Ngaimotxi Kajkwakratxi se sentiu mal e foi hospitalizada, mas, após receber alta voltou a se sentir mal, sendo internada novamente no Hospital Municipal de Querência. A causa da morte foi parada cardíaca e Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI).

Ngaimotxi Kajkwakratxi. Fotos: Gabriele Viega Garcia/IHB

Fusqueiro viajante

O autônomo Francinaldo Rodrigues encarou o desafio de percorrer os 217 municípios maranhenses. De fusca. Em uma viagem que durou pouco mais de sete meses, o diário de bordo de Francinaldo mostrando a viagem ganhou repercussão na internet. A viagem no Fusca azul (de 1974) começou em 22 de junho de 2021, data em que é celebrado o Dia Mundial do Fusca, simbólica para o fusqueiro viajante. ‘Sinaldo’, como é conhecido, contou ao Portal Amazônia que realizou um dos seus maiores sonhos com essa viagem.

Sambaíba do Maranhão. Foto: Sinaldo Rodrigues/Cedida

Rayssa Leal, a Fadinha do skate street

Medalhista olímpica (prata), a skatista Rayssa Leal foi um dos destaques no esporte maranhense em 2022. Isso porque a jovem de 14 anos conquistou um novo título, inédito, nos X-Games, competição realizada em abril no Japão. Ela conquistou a medalha de ouro. A adolescente é uma das revelações mundiais do skate street e ganhou fama desde a infância, quando um vídeo em que estava fantasiada de fada andando de skate viralizou nas redes sociais. O feito lhe rendeu o apelido de “Fadinha”.

Pensa que é “só isso”? As conquistas da Fadinha só aumentaram no decorrer do ano. Em agosto ela ganhou pela quinta vez o título de campeã da Liga Mundial de Skate Street na etapa realizada em Seattle (EUA), em seguida saiu vitoriosa na etapa de Jacksonville e em outubro conquistou a terceira etapa consecutiva competição, que ocorreu em Las Vegas. Para coroar o ano com sucesso total, Rayssa também venceu a prova final da Liga em novembro, no Rio de Janeiro, tornando-se a primeira skatista a ganhar as quatro etapas, recebendo a Super Coroa (Super Crown).

Tema de novela

A partir de Outubro a cultura maranhense atraiu os olhares curiosos de todo o País. Isso porque a novela produzida pela Rede Globo, Travessia, estreou na programação aberta, em horário nobre. Da autora “acreana” Glória Perez, a novela conta, no núcleo principal, a história dos maranhenses Brisa (Lucy Alves) e Ari (Chay Suede). 

Características culturais do Estado, como o popular Tambor de Crioula, as peculiaridades linguísticas e cenários turísticos fascinantes passaram a conquistar a atenção dos telespectadores e também dos internautas. Praia Grande e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foram algumas das locações.

Caça-asteroides

Aos 19 anos, a estudante de biologia maranhense Ivna Lohanna Nascimento Silva realizou o sonho de muitos apaixonados pelo espaço: identificou três asteroides por meio de um programa da NASA. Natural de Timon, distante 427 km de São Luís, Ivna se classifica como uma dessas pessoas apaixonadas pelo universo e ingressou no programa ‘Caça-Asteroides’.

Apesar de todas as dificuldades e quase ter desistido, em agosto ela recebeu a notícia que havia identificado um novo asteroide. A primeira descoberta, prometeu Ivna, receberá o nome “Luma”: uma homenagem aos nomes das falecidas avós (Luiza Monteiro e Rosa Maria). E as conquistas aumentaram em setembro, com a identificação de mais dois asteroides.

Leitos ocupados

O mês de janeiro começou com 74% dos leitos de UTI ocupados no Pará. O número expressivo se deu por conta da variante da Covid-19, Ômicron. Assim como nos outros Estados, a situação foi contornada graças a vacinação. Inclusive, no início do ano, as vacinas pediátricas foram ofertadas para a imunização de crianças de 5 a 11 anos.

Foto: Divulgação/Governo do Pará

Sem folia  

Devido aos reflexos da pandemia, o prefeitura de Belém decidiu cancelar o Carnaval 2022. Outros municípios também optaram em não celebrar o Carnaval como forma de prevenir o aumento da doença no Estado.

Foto: Divulgação/Governo do Pará

Números positivos

Resultado do investimento em políticas públicas que favorecem o uso sustentável da terra e o combate aos crimes ambientais nos eixos do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), o Estado do Pará reduziu em 21% o desmatamento, atestam os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

No Pará, essa redução de 21% corresponde a 1.097 km² em números absolutos, o equivalente a 75% da área reduzida na Amazônia Legal. Já o Estado do Amazonas registrou aumento de 13%, a mais expressiva entre os estados da região.

O Pará também conseguiu bom desempenho ao diminuir sua participação no desmatamento da Amazônia Legal. Em 2021, o Estado respondeu por 40%, e em 2022 passou para 36%.

Foto: Divulção/Semas

Retorno da Santa

Depois de dois anos, o Círio de Nazaré voltou para as ruas de Belém. Este ano, o evento religioso contou com 13 procissões oficinais, incluindo a primeira edição da procissão dos Carros de Promessas, que fez uma homenagem aos profissionais da saúde que atenderam durante os piores dias da covid-19. Segundo a diretoria da festa, o 230º Círio se tornou a maior de todas as edições.

Foto: Divulgação/Agência Pará

Peixe transparente 

Foi por meio da dúvida de um pescador que foi descoberto que o peixe conhecido como Crystal Tetra – de um gênero bem recente e pouco conhecido por estudiosos do mundo marinho -, nada nos rios da Amazônia.

O corpo translúcido do Crystal Tetra é uma das características que chamam mais atenção. Porém, há outro detalhe bem interessante: uma bexiga natatória que tem um formato semelhante à letra grega Pi (π). 

Foto: João Cordeiro/Arquivo pessoal

Índio do buraco

 O ano de 2022 também foi marcado pela morte do indígena que vivia sozinho e isolado em Rondônia. Ele morreu como o último homem de seu povo, sem que sua etnia e sua língua fossem descobertas. 

O indígena resistiu ao contato com o homem branco até sua morte. Ele foi visto pela primeira vez por uma equipe da Frente de Proteção Etnoambiental Guaporé (FPE Guaporé) em 1996.

Foto: Divulgação/Funai

Garimpo ilegal

Em novembro de 2022, seis balsas de garimpo ilegal foram localizadas dentro de áreas de conservação ambiental de Rondônia: a Reserva Roosevelt e o Parque Aripuanã.

A mineração ilegal ocasiona diversos impactos ambientais e sociais no estado e é uma das principais causas do aumento do desmatamento, pelo assoreamento e contaminação de rios e nascentes.

Clone de cacau 

No município de Presidente Médici, interior de Rondônia, uma família rondoniense que cultiva cacau há 20 anos apostou na substituição de plantas originárias de cacau por clones. 

Dos 50 hectares da propriedade, 13 são reservados para a plantação. Os clones ajudam na proteção das plantas contra a Vassoura de Bruxa. Atualmente, Rondônia é o 3º estado de maior produção do país.

Invasão de candirus

Um pescador se viu em um cenário inusitado quando seu barco ficou ‘recheado’ de candirus durante uma pescaria em Porto Velho (RO). A invasão aconteceu após o pescador esportivo João Cordeiro fisgar e puxar uma pirarara para dento de seu caiaque. Tem vídeo do momento em que ele percebe a “invasão”,

Foto: Reprodução/Instagram

Monte Roraima em Marte

No início do ano, o astromóvel robô chamado Curiosity chegou em uma nova quadrante de mapeamento batizada de ‘Roraima’. O nome foi em homenagem ao Estado brasileiro em função do Monte Roraima, que é o pico mais alto das montanhas de Pacaraima, que fica entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana.

O terreno na região de Roraima na Terra se parece um pouco com a área em que Curiosity está – com colinas de topo plano e algumas encostas íngremes. O astromóvel explora o planeta Marte há cerca de 9 anos. 

Foto: Reprodução/NASAJPL-Caltech e Governo de Roraima

Aumento do desmatamento

 Com 122% de aumento da área média anual de floresta desmatada, Roraima foi o estado da Amazônia Legal que mais viu o desmatamento crescer, segundo relatório do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

Roraima também possui metade das dez terras indígenas do país mais ameaçadas pelo desmatamento. Para além do desmatamento, os maiores problemas ambientais no estado se caracterizam pelo avanço do agronegócio de grãos, a grilagem, o roubo de madeira e o garimpo ilegal.

Foto: Christian Braga/Greenpeace

Yanomami: 30 anos de demarcação

Considerada a maior reserva indígena do Brasil, a Terra indígena Yanomami completou 30 anos de sua demarcação e homologação em maio. Contudo, fatores como o aumento do garimpo ilegal dentro do território indígena fazem com que a a reserva tenha a maior devastação da história, com 46% de aumento em um ano. O número de comunidades afetadas diretamente pela extração ilegal seria de 273, abrangendo mais de 16 mil pessoas, ou 56% da população Yanomami. 

Foto: Fiona Watson/Survival/Arquivo

Primeira indígena mestra

“Esse espaço é nosso”. Foi essa a dedicatória da jovem indígena, de 25 anos, Ariene Susui a ser a primeira a receber o  título de mestre em comunicação social do Brasil. 

Do povo Wapichana, da comunidade Truaru da Cabeceira em Roraima, a pesquisa de Ariene que garantiu o título tem como tema ‘Comunicação indígena em Roraima e a criação de novas territorialidades digitais: rede Wakywai, resistências e saberes amazônicos’.

Foto: Reprodução/Instagram-Ariene Susui

Reconhecimento: damurida e paçoca 

O prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique (MDB), sancionou a Lei n°2.349 que declara a paçoca e a damurida como patrimônios culturais e imateriais de Boa Vista. O ato foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 23 de novembro.

O Projeto de Lei é de autoria do vereador Bruno Perez (MDB) e foi aprovado com 18 votos pela Câmara Municipal no dia 17. Na proposta, o vereador destacou que os dois pratos de origem indígena se encaixam no conceito de patrimônio definido pela Unesco.

Pratos são típicos da cultura indígena. Foto: Divulgação/PMBV

Descoberta de novas plantas

O pesquisador e coordenador do Herbário da Universidade Estadual do Tocantins (Huto), professor mestre Eduardo Ribeiro, participou de um estudo que contribuiu com a descoberta de quatro novas espécies de plantas nativas da flora do Brasil pertencentes ao gênero Symphyllophyton, sendo que duas dessas, a Symphyllophyton gradatum e Symphyllophyton strictifolium são consideradas endêmicas no Tocantins e estão depositadas no Huto. 

O resultado do trabalho foi publicado no artigo “Synopsis of the Brazilian genus Symphyllophyton (Gentianaceae) with four new species“, publicado no Phytotaxa, um jornal de taxonomia botânica.

Foto: Divulgação/Unitins

Aumento de picadas de aranhas

Entre 2021 e 2022, Tocantins registrou um aumento de 100% no número de pessoas picadas por aranhas. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o número de acidentes com aranhas subiu de 270 para 530. A maioria das notificações aconteceram nos períodos chuvosos, fase em que as aranhas abandonam seus abrigos naturais à procura de abrigo em lugares quentes. Dentre as mais perigosas estão a aranha-marrom, a armadeira, a viúva-marrom e a caranguejeira, que são comuns no Tocantins.  

Garimpo ilegal em sítio arqueológico

Um sítio arqueológico em Arraias (TO), considerado um patrimônio cultural, estava sendo utilizado para a prática de garimpo ilegal. O local, conhecido como Ruínas da Chapada dos Negros, é um antigo arraial de mineração de ouro fundado em 1730. O garimpo foi encontrado em meados de 2022, durante operação desarticulada pela Polícia Federal com apoio do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Ocupando uma área de aproximadamente 150 hectares, a garimpagem acontecia ao lado do monumento chamado de Buraco do Testa, no local estão as ruínas da Igreja do Rosário, de uma senzala, da casa do ouro e um cemitério de escravos. 

Leia também: Sítios arqueológicos na Amazônia: Conheça o sítio de Hatahara

Monumento conhecido como Buraco do Testa estava sendo prejudicado. Foto: Divulgação/ Polícia Federal

Xampu sustentável

Um xampu sustentável foi criado a partir da mangabeira, árvore comum no Tocantins. A fórmula foi desenvolvida para ser simples, passível de ser replicada por comunidades extrativistas locais que já comercializam os frutos da mangabeira. O xampu é resultado da pesquisa realizada entre a Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e o Centro Universitário Luterano de Palmas (Celp/Ulbra). A fórmula não conta com lauril sulfato de sódio, agente limpante comumente utilizado em xampus, que enfraquece a fibra capilar. As conclusões foram publicadas na revista “Brazilian Journal of Biology“.

Foto: Saulo Coelho Nunes/Embrapa

Avanço no cultivo de grãos

Um levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), avaliando o número de áreas plantadas ou hectares para grãos revelou que o estado do Tocantins (TO) assumiu a 5ª posição com expansão de cerca de 150 mil hectares, ficando atrás somente do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Minas Gerais.

A soja é considerada o principal ativo das commodities cultivadas no Tocantins. Um levantamento realizado em 2022, pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), apontou um crescimento de 9,3% a mais em relação à safra anterior. 

Foto: Reprodução/Seagro

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