O fenômeno aconteceu em 1690, com magnitude de 7,0 na escala Richter, há 45 km da região onde é Manaus, no Amazonas.
Um terremoto aconteceu na noite do dia 6 de junho desde ano com magnitude de 6.5 na escala Richter, no Acre. Com essa magnitude, superou o, até então, tremor considerado o maior do Brasil, que ocorreu no dia 31 de janeiro de 1955, no Mato Grosso, com magnitude de 6,2 na escala Richter.
O epicentro do abalo sísmico aconteceu à 111 km do município de Tarauacá (381 km da capital, Rio Branco). Apesar da alta magnitude, o tremor não foi sentido devido à profundidade: 621 km do solo.
O fenômeno natural foi observado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos. O órgão americano também registrou um segundo tremor, cerca de uma hora depois, com magnitude 4.8 e 603 km de profundidade.
Entretanto, esses grandes registros não foram os únicos da região amazônica. Descoberto em 2014, pelo geólogo Alberto Veloso, professor aposentado pela Universidade de Brasília, em 1690, um terremoto de magnitude 7,0 na escala Richter aconteceu há 45 km onde hoje se encontra a capital do Amazonas, Manaus. A área atingida foi de 2 milhões de km².
De acordo com informações do estudo, a força do terremoto produziu ondas semelhantes a pequenos tsunamis. Aldeias indígenas foram inundadas e a corrente do Rio Urubu, afluente do Amazonas, foi momentaneamente invertida.
A pesquisa aponta ainda a abertura de clareiras na mata em função do tombamento de árvores. Parte desses acontecimentos é atribuída à liquefação de rochas saturadas de água que perderam sua rigidez pela intensa vibração sísmica.
O pesquisador estima que o terremoto ocorreu na margem esquerda do Amazonas, a uns 45 quilômetros de onde hoje é Manaus. O terremoto foi encontrado nos escritos de Samuel Fritz e Fellipe Betendorf, jesuítas que andavam em missões de evangelização dos indígenas na época.
“…no anno passado de 1690, pelo mez de junho ocorreu um grandessíssimo terremoto (…): penhascos caïdos, arvores grossissimas derraigadas e lançadas ao rio; terras muito altas desmoronadas (…) no meio de pedras e arvores amontoadas sobre as margens; por toda parte lagoas abertas, bosques destruídos e tudo sem ordem misturado (…). Continuavam as ruínas por quatro léguas de rio; terra a dentro tinha sido maior o estrago”.
Diário de Samuel Fritz
O relato é do diário de Samuel Fritz (IHGB,1917), missionário jesuíta do século XVII, que reportou os estragos causados por um terremoto observados por ele no trecho entre as desembocaduras dos rios Urubu e Negro, e é o primeiro registro histórico dessa instabilidade perto de Manaus.
De acordo com Veloso, a magnitude e amplitude do sismo é similar ao que matou 300 mil pessoas no Haiti em 2010. Durante o acontecimento, árvores foram lançadas ao rio, desmoronamento de terra ocorreram, matas foram devastadas e aconteceram pequenos tsunamis.