Afinal, a atleta Rayssa Leal é nordestina ou amazônida?

Nas redes sociais, os internautas ficaram eufóricos, mas uma discussão ganhou repercussão: afinal, Rayssa é nordestina ou amazônida?

A skatista Raysa Leal conquistou o Brasil ao garantir uma medalha de prata nas Olimpíadas de Tóquio. Natural de Imperatriz no Maranhão, a atleta tornou-se o pódio mais jovem da história dos jogos Olímpicos.

Foto: Divulgação/Comitê Olímpico Brasileiro

Nas redes sociais, os internautas ficaram eufóricos, mas uma discussão ganhou repercussão: afinal, Rayssa é nordestina ou amazônida?

Através de um post, a advogada Aline Passo tentou explicar sobre o porquê do Maranhão integrar a Amazônia. “Rayssa é nordestina, maranhense, de uma região do Maranhão que faz parte da Amazônia legal. Corrigir quem a chama de amazônida só demonstra desconhecimento sobre o nordeste. Não milite sobre o que ignora: têm Amazônia no nordeste”.

“A Amazônia não se confunde com o Amazonas. Ela é maior. O Amazonas está na região Norte. O Maranhão é nordeste, mas parte do Maranhão está na região Amazônica”, continuou a advogada, que destacou ainda a integração de outros países na Amazônia.  Confira as postagens:

Mas qual é o correto?

De acordo com o professor de Geografia da Universidade do Estado Amazonas (UEA), Isaque Sousa, é correto chamá-la de nordestina e amazônida. “Nordeste e Amazônia Legal são regiões oficiais de planejamento (decisão política); o Maranhão, área oeste do estado, integra ambas”, explicou.  

E o que é a Amazônia Legal? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a Amazônia Legal corresponde à área de atuação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia  (Sudam), delimitada em consonância ao Art. 2o da Lei Complementar n. 124, de 03.01.2007

O conceito foi instituído pelo governo brasileiro como forma de planejar e promover o desenvolvimento social e econômico dos estados da região amazônica, que historicamente compartilham os mesmos desafios econômicos, políticos e sociais. Baseados em análises estruturais e conjunturais, seus limites territoriais tem um viés sociopolítico e não geográfico, isto é, não são definidos pelo bioma Amazônia – que ocupa cerca de 49% do território nacional e se estende também pelo território de oito países vizinhos -, mas pelas necessidades de desenvolvimento identificadas na região.

A região é composta por 772 municípios distribuídos da seguinte forma: 52 municípios de Rondônia; 22 municípios do Acre; 62 do Amazonas; 15 de Roraima; 144 do Pará; 16 do Amapá; 139 do Tocantins e 141 do Mato Grosso, bem como, por 181 Municípios do Estado do Maranhão situados ao oeste do Meridiano 44º, dos quais, 21 deles, estão parcialmente integrados na Amazônia Legal.

A Amazônia Legal possui uma superfície aproximada de 5.015.067,75 km², correspondente a cerca de 58,9% do território brasileiro.

Foto: Prefeitura de Imperatriz

Imperatriz – Portal da Amazônia

Até o ano de 1958, quando foi iniciada a construção da rodovia Belém Brasília, o município de Imperatriz e sua sede permaneceram geográfica e politicamente distantes de São Luís, o que resultou em um lento crescimento econômico e populacional. A partir de 1960, entretanto, Imperatriz experimentou acelerado surto de desenvolvimento e, já na década de 70, era considerada a cidade mais progressista do país, recebendo contingentes migratórios das mais diversas procedências.

Hoje, por força de seu desempenho nos setores de agricultura, pecuária, extrativismo vegetal, comércio, indústria e serviços, Imperatriz ocupa a posição de segundo maior centro econômico, político, cultural e populacional do Estado e o principal da região que aglutina o sudoeste do Maranhão, norte do Tocantins e sul do Pará. A história e o desenvolvimento de Imperatriz deram-lhe diversos títulos, entre eles os de Princesa do Tocantins, Portal da Amazônia, Capital Brasileira da Energia e Metrópole da Integração Nacional.

Saiba mais: 

Entenda a diferença entre Amazônia Legal, Internacional e Região Norte

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