Tambor de Crioula: conheça uma das manifestações religiosas mais populares do Maranhão

Essa manifestação cultural afro-brasileira é praticada em especial como forma de louvor a São Benedito, conhecido como o santo protetor dos negros.

O Tambor de Crioula é uma das manifestações religiosas mais populares do Maranhão. Essa manifestação cultural afro-brasileira é praticada em especial como forma de louvor a São Benedito, conhecido como o santo protetor dos negros.

A expressão religiosa ganhou notoriedade com a novela ‘Travessia’, da Rede Globo, onde a atriz Lucy Alves interpreta a protagonista Brisa, uma jovem nascida no interior do Maranhão e que faz parte da manifestação cultural.

Parte da tradição da cultura afro-brasileira, o Tambor de Crioula do Maranhão – ou Punga – é uma forma de expressão cultural que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. 

A prática, que é considerada um Patrimônio Imaterial Brasileiro, pode ser realizada em diversos locais, que variam entre praças, terreiros e eventos. 
Foto: Reprodução/IPHAN

Através de lei decretada em 2004, o dia 6 de setembro é tido como o Dia Municipal do Tambor de Crioula, tendo a manifestação representada na maioria dos municípios do Maranhão.

Os praticantes normalmente são as coreiras ou dançadeiras, que conduzem o ritmo dos tambores e toadas. Os tocadores e cantores realizam a prática de gestos que ficam entendidos como saudação e convite. 

Foto: Reprodução/IPHAN

Apesar de não possuir uma época fixa de apresentação, a prática do Tambor de Crioula possui maior ocorrência durante o Carnaval e nas manifestações de Bumba-meu-boi. A manifestação religiosa é um ato de resistência afro-cultural, os elementos rituais do Tambor permanecem propiciando o exercício dos vínculos de pertencimento de valores culturais afro-brasileiros.

As mulheres costumam executar a coreografia que é bastante livre e variada. Uma dançadeira de cada vez faz evoluções diante dos tamborzeiros, enquanto as demais completam a roda entre tocadores e cantadores, fazendo movimentos sutis, esperando a vez para receber a Punga, para substituir a dançadeira que está no meio. 

Foto: Reprodução/IPHAN

São Benedito

Alguns registros do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) explicam duas narrativas de origem de São Benedito: uma conta que Benedito era um escravo que um dia foi à mata e cortou um pedaço de tronco de árvore, fez um tambor e ensinou os outros escravos a fazerem o mesmo; a segunda versão é que o santo foi um cozinheiro do monastério, que escondia comida em suas vestes e levava para os pobres. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Arte rupestre amazônica: ciência que chega junto das pessoas e vira moda

Os estudos realizados em Monte Alegre, no Pará, pela arqueóloga Edithe Pereira, já originaram exposições, cartilhas, vídeos, sinalização municipal, aquarelas, história em quadrinhos e mais,

Leia também

Publicidade