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Quinta, 25 Abril 2024

Estudo explica como ventanias atípicas e estiagem matam as árvores da Amazônia

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Um estudo realizado por cientistas da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) em parceria com as universidades britânicas de Leeds e Oxford mostrou que ventos muito fortes são a principal causa de morte das árvores localizadas na borda sul da Amazônia, entre os Estados de Mato Grosso e Pará. 

O grupo realiza o monitoramento na região há quase 30 anos e tem analisado individualmente cerca de 15 mil árvores periodicamente. O trabalho mostrou que a principal causa de danos, muitas vezes irreversíveis, são as ventanias atípicas seguidas pelos períodos de seca. 

Os monitoramentos de grandes áreas verdes geralmente utilizam imagens de satélite, que permitem fazer análises maiores e de larga escala, mas os pesquisadores iam a campo ver o estado de saúde das árvores, espalhadas por 19 pontos da mata . Assim, no resumo da publicação do estudo (originalmente em inglês), a equipe informa:

"Perturbações causadas pelo déficit de água e vento são as principais causas de morte de árvores na borda sul da Amazônia, o que é preocupante, considerando o prolongamento previsto na sazonalidade para a Amazônia, especialmente na borda sul. A mortalidade de árvores aqui é maior do que em qualquer outra região amazônica, portanto, qualquer aumento na mortalidade pode representar um ponto de inflexão "não retorno" para essas florestas".

Área do estudo. Foto: Reprodução/Climate and crown damage drive tree mortality in southern Amazonian edge forests

Dados do estudo mostram que a frequência de ventos fortes tem aumentado na região estudada e as rajadas mais fortes são capazes de balançar as árvores até que os galhos se quebrem ou a raiz se desprenda da terra. Além disso, o aquecimento global gera eventos climáticos extremos como secas mais potentes. Por isso, os pesquisadores alertam que a morte de uma árvore representa perigo as outras ao redor e põe em risco uma área inteira da floresta.

O trabalho visa entender como esse cenário, de ventanias e estiagens, pode influenciar no futuro das florestas, que já mostra sinais de perda da capacidade de se recuperar. 

O estudo completo, em inglês, foi publicado no Journal of Ecology em 22 de fevereiro e contou com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). 

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