Você certamente já ouviu falar de alguns desses pratos, como o pato no tucupi. Mas o que teria de tão estranho nisso?
A Amazônia é recheada de alimentos e ingredientes que toram sua culinária única – e até estranha para muita gente. De peixes à plantas, muita coisa típica se torna iguaria na visão de quem não está acostumado com a regionalidade culinária de cada Estado que abriga o bioma.
Você certamente já ouviu falar de alguns desses pratos, como o pato no tucupi. Mas o que teria de tão estranho nisso? Confira:
Pato no tucupi
Além da maniçoba (conheça ela mais abaixo), um prato bastante consumido tanto no Pará quanto no Amapá é o pato no tucupi. É uma receita indígena de pato ensopado com tucupi e jambu, ingredientes típicos no Norte do país.
O jambu por si só já é um ingrediente à parte, por conta do efeito de dormência que causa na boca quando consumido. Mas a atenção nesse prato vai para o tucupi: um caldo feito de mandioca brava que pode levar à morte se consumida crua.
Saiba mais: Confira a receita de molho de tucupi
Turu
Na Ilha de Marajó, no Pará, o turu (Teredo sp.) é uma iguaria que pode causar repulsa em muitos, mas é muito apreciada. Trata-se de um molusco com o corpo comprido, gosmento e branco. É conhecido como o “cupim do mar”, porque vive em troncos de árvores e barcos. Também é conhecido como Teredo e Gusano.
É rico em cálcio e possui efeitos afrodisíacos. Comumente é usado em sopas, frito à milanesa ou no molho de leite de coco, mas também pode ser feito de diversas outras maneiras, inclusive pode ser apreciado fresco (basta retirar a cabeça e as vísceras), com limão e sal.
Saiba mais: Turú: conheça o molusco afrodisíaco da Amazônia
Gongo
O gongo é uma larva que cresce dentro do coco, daí o nome popular ‘bicho do coco’, da carnaúba e do babaçu, por exemplo. As comunidades indígenas brasileiras possuem o costume de consumir essas larvas. Por sua ampla distribuição, também é conhecido por outros nomes: coró, morotó e tapuru.
Seu consumo também faz parte de treinamentos de sobrevivência na selva. De acordo com o Exército Brasileiro, por seu alto teor de proteína, é comumente consumido nas situações de sobrevivência. No interior do Maranhão, por exemplo, costuma-se fritá-los e fazer farofas ou acrescentá-los, depois de fritos, ao arroz.
Saiba mais: Mojojoys, gongos ou tapurus: as larvas usadas na culinária indígena na Amazônia
Quinhapira
Panetone, salpicão, maionese, arroz com uvas passas e taça da felicidade são alguns itens que fazem sucesso na ceia de Natal. Mas, que tal dar um toque regional? A “quinhapira” é uma iguaria feita por indígenas que habitam a região do Rio Negro que pode espantar muita gente pois é feita com o tucupi negro.
Saiba mais: Quinhapira: conheça essa receita indígena prática e saborosa
Maniçoba
A maniçoba é um prato cujo cheirinho característico começa a invadir as ruas da de Belém principalmente em outubro, na época em que se celebra o Círio de Nazaré. Considerada uma das comidas tradicionais paraenses, a maniçoba também é um dos pratos principais do almoço do Círio. A peculiaridade deste prato, no entanto, é o fato que precisa de pelo menos uma semana para ficar pronto.
Mais uma vez a mandioca é responsável por isso, pois a maniva, a folha moída da mandioca, é o principal ingrediente da maniçoba e costuma ser cozida por uma semana, tempo fundamental para eliminar o risco de envenenamento pela planta.
Saiba mais: Pesquisadoras explicam sobre cozimento, consumo e armazenamento da maniçoba
Mujeca
Inseridos no meio urbano, grupos indígenas do Amazonas tentam manter a culinária tradicional, que tem como base peixe e farinha de mandioca.
Aprenda uma receita gostosa e cremosa – que pode parecer estranha – , que tem o gostinho da Amazônia: a mujeca, cuja ideia é aproveitar aquele pedaço de peixe assado que tenha sobrado da refeição anterior.
Saiba mais: Mujeca: aprenda uma receita prática e cremosa a base de peixe e farinha de mandioca
Damurida
Peixe, tucupi e muita pimenta são ingredientes de um dos principais pratos da culinária indígena de Roraima, a damurida. A receita de origem wapichana é famosa por ser picante e costuma desafiar os paladares pouco familiarizados com o tempero indígena. Só para os corajosos!
Saiba mais: Damurida: aprenda a receita do prato típico de Roraima