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Preguiça-de-três-dedos é um mamífero lento, porém fundamental para a natureza

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Preguiça-de-três-dedos. Foto: Reprodução/123 ecos


As espécies de preguiças-de-três-dedos pertencem à família Bradypodidae, sendo mamíferos de pelo denso, primariamente arborícolas e de comportamento singular. Atualmente, existem cinco espécies, todas pertencentes ao gênero Bradypus, distribuídas na América Central e América do Sul, com distribuição ampla no Brasil, especialmente na Mata Atlântica e na região amazônica.

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Uma das espécies mais raras é a Bradypus pygmaeus, ou preguiça-pigmeu. Considerada a menor das espécies, ela ocorre exclusivamente em uma pequena ilha marinha no Panamá, sendo considerada criticamente ameaçada de extinção.

No Brasil, quatro espécies diferentes habitam diferentes biomas. A mais amplamente distribuída é a Bradypus variegatus, conhecida como preguiça-de-garganta-marrom ou preguiça-marmota, que ocorre em grande parte do território brasileiro, estendendo-se até a América Central.

A espécie encontrada nos arredores de Manaus é a Bradypus tridactylus, conhecida popularmente como preguiça-de-garganta-amarela ou preguiça-de-bentinho. Sendo que o próprio nome científico dessa espécie indica que ela possui três dedos.

“Essa espécie ainda vive relativamente bem na capital amazonense, em fragmentos florestais urbanos, inclusive dentro do campus da UFAM. Mas é muito sensível a alterações ambientais e climáticas”, explica o biólogo coordenador do Laboratório de Manejo de Faunas do ICB/UFAM, Ronis Da Silveira, ao Portal Amazônia.

Foto: Eduardo Gomes/Acervo INPA

Leia também: Preguiça-de-bentinho: a vida calma e solitária de um habitante da Amazônia

Alimentação e comportamento da espécie 

As preguiças têm hábitos bastante peculiares, já que são mamíferos de metabolismo extremamente lento e que passam mais de 90% do tempo imóveis na vegetação. Além disso, elas inclusive precisam se aquecer sol, o que não é comum entre os mamíferos.

“Todas essas espécies são mamíferos exclusivamente arborícolas, mas não quer dizer que elas não se desloquem no chão. Sim, quando querem ir de uma árvore para outra, e as copas não se comunicam, elas descem, se “arrastam” e sobem novamente mas, ela é adaptada para viver nas alturas”, afirma Ronis Da Silveira.

preguiças
Foto: Reprodução/MUSA

A espécie é folívora, ou seja, possui o hábito alimentar de comer folhas. Nasce apenas um filhote por gravidez, e a mãe o ensina quais folhas são seguras para consumo. Essa transmissão de conhecimento é crucial para a sobrevivência do filhote nos primeiros meses de vida.

Sua dieta é composta principalmente por folhas, como da embaúba e várias outras espécies de árvores.

De acordo com Da Silveira, a espécie desce até a base do tronco das árvores semanalmente para defecar no solo da floresta, um comportamento típico das preguiças-de-três-dedos que resulta em relações ecológicas singulares com várias espécies de mariposas adaptadas para viver na sua pelagem e, utilizam as suas fezes para a deposição de seus ovos.

Leia também: Preguiças morrem com o calor na Amazônia, revela artigo

Ameaças à sobrevivência

O principal risco enfrentado por essas espécies é o deflorestamento, que elimina árvores essenciais tanto para abrigo quanto para alimentação. Além disso, atropelamentos, choques elétricos e o uso indevido para selfies no turismo ilegal agravam a situação.

“Essa espécie ainda é bem comum em Manaus, vivendo nos fragmentos florestais urbanos. Na UFAM ocorrem dezenas, talvez mais, e como eu disse, quando necessário elas descem de uma árvore na busca de outra para subir. No entanto, muitas vezes tem uma via pública no meio do caminho, resultando em atropelamentos frequentes, às vezes até com filhote”, conta o biólogo.

Os indivíduos feridos são levados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do IBAMA/AM, onde recebem cuidado especializado.

Importância para a natureza

A espécie possui papel relevante na manutenção do equilíbrio ecológico, funcionando como presas para diversas espécies de carnívoros e a sua pelagem como abrigo de algas e insetos que colaboram na ciclagem de nutrientes no solo.

Além disso, a espécie ajuda na indicação da qualidade ambiental, já que sua presença sugere a presença da vegetação ainda relativamente intacta.

bicho preguiça
Foto: NTCO/Getty Images

Preservação da espécie

Mesmo vivendo em meio urbano, como nos fragmentos de floresta em Manaus, as preguiças ainda encontram dificuldades para sobreviver, por isso a manutenção desses ambientes e o combate ao turismo ilegal de interação com a fauna silvestre são fundamentais.

“Elas são extremamente adaptadas ao ambiente arbóreo e qualquer alteração, como a queda de árvores ou incêndio, pode ter consequências fatais”, alerta Da Silveira.

Ao encontrar uma preguiça em risco iminente ou machucada, o ideal é não pegar o o indivíduo. Geralmente a atitude correta é acionar os órgãos responsáveis.

Em Manaus, o Resgate de Fauna Silvestre é realizado pela equipe da Gerência de Fauna do IPAAM, pelo WhatsApp/telefone (92) 98438-7964, ou ainda a Polícia Ambiental ou o Corpo de Bombeiros. Mas, não contate essas instituições simultaneamente.

“Dessa forma, todos podem contribuir com a manutenção da preguiça-de-bentinho, essa graciosa espécie da fauna nativa amazônica”, destaca o especialista.

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

As velas do Divino: tradição, fé e sustentabilidade nas águas do município de Alvarães no Amazonas

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Velas do Divino no lago de Alvarães. Foto: Reprodução/Instagram-miguelmonteirowild

O município de Alvarães, localizado no Amazonas, todos os anos no dia 31 de maio se transforma em um espetáculo de fé, cultura e natureza. Neste dia acontece a celebração da Festa do Divino Espírito Santo, uma das manifestações religiosas mais antigas do Brasil, marcada por rituais únicos que emocionam quem presencia. 

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Entre os diversos símbolos do festejo, as velas do Divino, luzes flutuantes que iluminam o lago de Alvarães, posta sobre ‘barquinhas’ rodeadas de papel colorido, destacam-se entre os fiéis. Além dos efeitos visuais causados pelas velas, elas contam uma história de tradição centenária, espiritualidade e consciência ambiental.

Lucas Ramos, do perfil do instagram Eulucasramos, fez uma curadoria e reuniu informações acerca do festejo e das Velas do Divino. Para ele as velas “são o símbolo final de uma promessa, de uma oração, de uma esperança que flutua no coração de Alvarães”.

Tradição centenária 

Conhecido em todo o estado, a festa do Divino Espírito Santo é uma das mais antigas tradições do catolicismo no Brasil. A festa teve origem em Portugal, no século XIV, e foi trazida ao Brasil pelos colonizadores portugueses, após uma promessa feita pela Rainha Isabel de Aragão ao Espírito Santo. 

Velas do Divino
Reprodução/Instagram-miguelmonteirowild

Leia também: Tradição religiosa: conheça o Festejo do Divino Espírito Santo de São Geraldo do Araguaia, no Pará

Como as velas do Divino são feitas ? 

A produção das velas do Divino Espírito Santo começa no Aningal, terreno onde são encontradas as aningas, vegetação aquática dos rios e igarapés da Amazônia. A extração das madeiras é cercada de rituais, como um pedido e uma promessa ao Divino Espírito Santo ao retirar a primeira tora. 

Velas do Divino. Foto: Reprodução/Instagram-miguelmonteirowild

Após a retirada, as toras são levadas para Alvarães, onde são cortadas em pequenos pedaços que servirão como base para as ‘barquinhas’. Professores, alunos e funcionários das escolas do município se mobilizam para a construção artesanal das velas.  

Diferente do que muitos podem pensar, as velinhas e barcas não poluem o lago, já que são feitas com papel biodegradável e cera natural. A decomposição ocorre em poucos minutos ou horas após o ritual, e o que resta é recolhido pelas comunidades ribeirinhas.

Leia também: Conheça o ritual de retirada de mastros do Curiaú, que homenageia Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade

Significado religioso das Velas

As velas para o cristianismo representam Jesus Cristo como a luz do mundo. Desde os primórdios da igreja, acender uma vela é um gesto de oração e conexão com o divino já que em missas, batismos e funerais, as velas iluminam tanto o espaço físico quanto o espiritual.  

Segundo a tradição católica, o batismo é conhecido como ‘iluminação’, já que é nele que recebe-se a luz de Cristo, onde a vela acesa representa a fé viva e ativa daquele que crê. Na Festa do Divino, essa simbologia se materializa com a luz que flutua sobre as águas e leva as intenções dos fiéis diretamente ao céu.

Leia também: Festa do Divino é reconhecida como Patrimônio Cultural de Rondônia

O festa do Divino Espírito Santo

A programação começa com a tradicional elevação do mastro, quando os fiéis carregam o mastro em procissão até o local onde será levantado e fixado durante os 10 dias de festa. A festa segue com novenas, cortejos, celebrações e culmina com uma missa campal, ao ar livre, onde fogos de artifício anunciam o encerramento da festa.

Velas do Divino
Velas do Divino no lago de Alvarães. Foto: Reprodução/Instagram-miguelmonteirowild

É nesse momento que o Lago de Alvarães e milhares de velinhas coloridas e flamejantes formam uma cidade iluminada, que mistura fé, arte e natureza.

*Com informações de Assembleia Legislativa do Amazonas e Canção Nova

Parque Nacional Mapinguari: guardião da biodiversidade e da cultura entre Amazonas e Rondônia

Foto: Reprodução/Global National Parks

Localizado entre os estados do Amazonas e de Rondônia, o Parque Nacional do Mapinguari é uma das maiores unidades de conservação da Amazônia. Criado no dia 5 de junho de 2008, o parque possui uma área de 1.572.422 de hectares e é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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“Dentro das unidades de conservação, de acordo com o Sistema Nacional de Unidade de Conservação, ele é de proteção integral. Significa que há restrição de ter pessoas morando nessa área”, explicou o doutor em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Deivison Molinari, em entrevista ao Portal Amazônia.

O parque nasceu como resposta às crescentes ameaças ambientais da região, especialmente o avanço do desmatamento e da exploração ilegal de recursos naturais, no início dos anos 2000.

De acordo com Molinari, o parque possui uma singularidade que justifica a sua criação, já que está na região de Cerrados Amazônicos. Na Amazônia, o cerrado está concentrado no Centro-oeste brasileiro, permitindo que o sul do Amazonas possua algumas manchas de Cerrado chamadas de enclaves, considerado um dos motivos para criação do Parque Nacional em 2008. 

Leia também: Conheça 5 Parques Nacionais encontrados na região Norte

De onde vem o nome do parque?

O nome do Parque Nacional remete ao Mapinguari, criatura lendária das mitologias indígenas amazônicas. Descrito como uma besta de um olho só, o Mapinguari seria a forma amaldiçoada de um pajé que, ao descobrir os segredos da imortalidade, foi punido por abusar desse conhecimento.

O mito simboliza o respeito à força da natureza e aos saberes tradicionais. Além disso, o Mapinguari destaca-se na Amazônia como o terror dos seringueiros e o predador dos caçadores.

Mapinguari
Imagem: Reprodução

Existem diversas lendas que contam a origem do protetor, já que há pessoas que afirmam que a criatura seria o destino finado indígenas dos anciãos que ao atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e se transformariam no Mapinguari, quando passariam a habitar o interior das florestas.

Leia também: Mistério: o caso do filhote de ‘Mapinguari’ que intrigou Manaus em 2006

Outros acreditam que o Mapinguari era o rei de uma tribo e um guerreiro muito forte, que durante uma batalha, morreu, mas sua valentia era tanta que a mãe natureza o fez renascer e se tornar em um guardião da floresta. Ele, então, começa a impedir os caçadores e madereiros na floresta, os afugentando com seu urro e avisando à Mãe Natureza para que ela repare a floresta.

Biodiversidade preservada

O objetivo principal do parque é preservar os ecossistemas e possibilitar o desenvolvimento de pesquisas científicas, além de estimular a educação ambiental e atividades de lazer em contato com a natureza.

Mapinguari
Foto: Reprodução/ Entre Parques

Com ecossistemas variados, que incluem florestas de terra firme, várzeas, rios e cachoeiras, o parque é lar de uma fauna diversificada composta por onças-pintadas, antas, jaguatiricas, araras, tucanos, gaviões-reais e mais.

Na flora, destacam-se espécies de uso medicinal e árvores como o jatobá, fundamentais tanto para o ecossistema quanto para o conhecimento tradicional das comunidades locais.

Ecoturismo no Parque Nacional Mapinguari

O parque possui três grandes atrativos como destino de ecoturismo e que chamam a atenção dos visitantes da região:

  • Trilhas ecológicas guiadas, que aproximam turistas da fauna e da flora;
  • Rios e cachoeiras, ideais para banho e contemplação;
  • Observação de aves, com mais de 300 espécies registradas.

Leia também: 5 impactos positivos do ecoturismo que mostram como viajar pode preservar o planeta

As visitas são acompanhadas por guias capacitados, muitos deles oriundos das comunidades locais, que compartilham saberes sobre o ecossistema, a cultura tradicional e práticas de sustentabilidade.

*Com informações do 123ecos

Grupo brasileiro faz nova apresentação com elementos da Amazônia no America’s Got Talent e avança para semifinais

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Grupo Lightwire no America’s Got Talent. Foto: Reprodução/Instagram-Lightwire

O grupo brasileiro Lightwire representou a Amazônia mais uma vez na competição de talentos norte-americana America’s Got Talent. Depois de vencerem o Botão Dourado em sua primeira apresentação, os artistas avançaram nas quartas de final encantando o público e os jurados, seguindo para as semifinais da competição.

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A apresentação contou com novos elementos da fauna e da flora amazônica, como as árvores da floresta, o jacaré e o grande destaque da noite, a arara vermelha.

O grupo, formado por brasileiros, combina dança e tecnologia com figurinos de LED que criam uma experiência imersiva e transportam os espectadores para a floresta amazônica durante as apresentações. 

Leia também: Grupo brasileiro apresenta ‘Amazônia’ em audição do America’s Got Talent e ganha “botão de ouro”

O encanto com a Amazônia nas apresentações 

Em maio de 2025, o grupo participou das audições e ganhou destaque com uma apresentação também sobre a Amazônia, com elementos como a onça-pintada, detalhes da floresta, macacos, cobras e os povos originários, o que garantiu ao grupo o ‘botão de ouro’ e uma passagem direto para a fase ao vivo da competição. 

O recurso do ‘botão de ouro’ é usado quando um dos jurados acredita que aquele número vale ‘passar na frente’ e ir direto para as apresentações ao vivo com foco nas finais. Eles foram os primeiros a receber o ‘golden buzzer’ nesta temporada, do jurado Simon Cowell. 

No dia 20 de agosto de 2025, o grupo participou das quartas de finais da competição ao vivo no palco do programa. A apresentação ganhou novamente reconhecimento com elementos da fauna amazônica e garantiu ao grupo uma vaga nas semifinais da competição. 

Amazônia
Araras vermelhas na apresentação do grupo. Foto: Reprodução/ Youtube-America’s Got Talent

Em suas avaliações, Sofía Vergara, uma das juradas do programa, comentou que apesar de já ter visto o espetáculo com luzes antes, a apresentação tinha sido espetacular.

“Já vimos esse show antes, mas isso é algo especial, é hipnotizante. Tudo! A trilha sonora deveria ser de um filme. É espetacular, alucinante”, afirmou Sofía. 

Simon Cowell, jurado e criador do programa, comentou que “honestamente foi uma das melhores apresentações ao vivo” que ele presenciou, e agradeceu o grupo por isso. 

“Sabe o que eu estava pensando? Eu estava pensando que seja na Copa do Mundo, seja nas Olimpíadas, sabe, quando você vê algo realmente incrível na cerimônia de abertura, isso é algo comparável. Então acho que vamos ver vocês abrindo o que vier a seguir, as Olimpíadas por exemplo. Foi muito bom, na verdade foi melhor do que a audição, estou muito orgulhoso”, comentou Cowell.

Em suas redes sociais o grupo agradeceu o apoio da torcida e do time que se dedica para que as apresentações sejam de um nível cada vez mais encantador.

“De todo coração, agradecemos ao nosso time, que se dedica com amor e profissionalismo em cada detalhe. À família, parceiros e a cada pessoa que está na torcida e nos enche de carinho nessa jornada, nossa eterna gratidão”, publicou o perfil oficial do grupo.

Assista a apresentação:

America’s Got Talent 

A competição de talentos norte-americana America ‘s Got Talent (AGT) está na sua 20ª temporada em 2025. No programa, cantores, dançarinos, mágicos, comediantes e outros diversos talentos amadores disputam o título de melhor atração do programa e um prêmio milionário. 

A franquia global foi criada por Simon Cowell, um dos jurados, e que realizou o sonho de muitos artistas que participam do programa. Além de Cowell, Sofía Vergara, Howie Mandel e Melanie Janine Brown (Mel B) também julgam os candidatos a melhor talento da América, e Terry Crews é o responsável por conduzir as apresentações dos participantes.

Seca e estiagem: entenda as diferenças entre os fenômenos que ocorrem na Amazônia

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Foto: Reprodução/Defesa Civil do Amazonas

Seca e estiagem, fenômenos que envolvem a redução de chuvas e escassez de água, distinguem-se pelos seus níveis de intensidade, duração e impactos ambientais, sociais e econômicos.

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A estiagem é caracterizada por um período de redução temporária e moderada da quantidade de chuvas, sem necessariamente causar impactos hidrológicos severos.

Já a seca é um fenômeno mais prolongado e intenso, afetando não só os índices pluviométricos, mas também os níveis dos rios, a umidade do solo e a disponibilidade de água para consumo humano, agricultura e geração de energia.

“Basicamente, seca e estiagem têm componentes pluviométricos e hidrológicos. Mas a estiagem é o período em que se observa uma redução nas chuvas, como acontece entre julho e outubro em Manaus. Já a seca é o ápice dessa escassez, com impactos mais amplos, como a dificuldade de acesso a comunidades e aumento dos preços devido à logística comprometida”, declarou o doutor em geografia, Deivison Molinari, ao Portal Amazônia.

Leia também: Sema Amazonas apresenta diagnóstico climático em preparação para estiagem 

Estiagem e a pausa nas chuvas

A estiagem costuma ocorrer em certos períodos do ano, especialmente nas regiões que possuem um regime de chuvas bem definido. Em Manaus (AM), por exemplo, a estiagem acontece entre os meses de julho e outubro, quando a chuva diminui e o clima fica mais seco. 

Foto: Reprodução/Defesa Civil do Amazonas

Essa época do ano deve ser aproveitada para a execução de obras públicas como o recapeamento do asfalto e a recuperação de estradas, devido à menor interferência das chuvas. No entanto, mesmo sendo passageira, a estiagem pode afetar a qualidade da água, aumentar o risco de queimadas e pressionar o consumo doméstico, exigindo consciência no uso da água tratada.

Leia também: Como secas extremas podem redefinir o futuro dos peixes na Amazônia

Seca: o extremo da escassez

Segundo Molinari, a seca é um fenômeno mais grave e persistente, já que representa o nível crítico da escassez hídrica, afetando rios, solos, vegetação e a sobrevivência das populações. Na Amazônia, os impactos da seca são visíveis na formação de bancos de areia, encalhe de embarcações e aumento no custo de vida, já que produtos demoram mais a chegar às comunidades ribeirinhas.

seca
Foto: Ana Cláudia Leocádio.

“Na seca amazônica, alguns rios se tornam intransitáveis, o que prejudica a logística de transporte e encarece os produtos”, afirma o geógrafo.

Consequências dos fenômenos 

Tanto a seca quanto a estiagem refletem de forma severa na vida das pessoas e no funcionamento da economia, já que a falta de água prejudica a produção agrícola, provoca perdas financeiras para produtores rurais e compromete a segurança alimentar.

Além de aumentar o risco de doenças de veiculação hídrica, como diarreias e infecções, sobretudo em áreas mais vulneráveis.

Veja as principais diferenças entre os fenômenos:

#Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Mato Grosso

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O estado de Mato Grosso abrange três importantes biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado e Amazônia. Dentre eles, o Pantanal se destaca por apresentar poucos registros de endemismo, ou seja, poucas espécies exclusivas da região, mas uma variedade de biodiversidade de espécies encontradas também em outros biomas.

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Essa biodiversidade está relacionada, principalmente, à transição entre diferentes formações vegetais e da alternância entre períodos de escassez e abundância de água. Essas condições favorecem a alta densidade populacional de diversas espécies e tornam o bioma um dos mais ricos em biodiversidade.

“Essa transição entre paisagens oferece uma enorme diversidade florística e faunística, mas também uma grande fragilidade frente à expansão da fronteira agrícola, que ameaça todos esses ambientes”, declarou o biólogo, João Pedro Costa Gomes, ao Portal Amazônia. 

O Portal Amazônia pediu ao biólogo para destacar alguns animais que são a cara do Mato Grosso e representem essa complexa diversidade característica da Amazônia para a #Série ‘A cara da Amazônia’:

Ariranha

A Ariranha é uma lontra gigante e altamente social que vive em grupos familiares. Com cerca de dois metros de comprimento, a ariranha é uma excelente nadadora que se alimenta de peixes e pequenos vertebrados aquáticos. 

Mato Grosso
Ariranha. Foto: Markus Lilje

Suas vocalizações complexas e comportamento cooperativo a tornam fascinante. No entanto, a espécie foi quase extinta em 1970 devido à caça para utilização da pele. Atualmente, as principais ameaças à espécie são a degradação dos rios e matas ciliares, expansão agropecuária e a mineração.

“Por depender de rios limpos e margens preservadas, a ariranha é considerada espécie indicadora da saúde dos ecossistemas aquáticos”, afirmou o biólogo. 

Leia também: Reflorestamento com mudas cobre solo acima da meta em Mato Grosso, mas diversidade ainda é baixa

Papagaio-galego

O Papagaio-galego é uma ave de plumagem verde vibrante com tons amarelados no abdômen e no rosto. A espécie, endêmica do Brasil, se alimenta de sementes, frutos, flores e cocos silvestres, e costuma ser avistada em pares ou bandos ruidosos. 

Mato Grosso
Papagaio-galego. Foto: Abelardo Mendes Jr

De acordo com Costa Gomes, o tráfico de animais silvestres e a destruição do cerrado são as principais causas do declínio populacional da espécie.

Jaburu

O Jaburu, maior ave voadora do Brasil, possui o pescoço preto com uma faixa vermelha viva na frente, corpo branco e pernas longas, podendo ultrapassar 1,30 m de altura. Além disso, a ave constrói seus ninhos imensos em árvores altas próximas à água, e alimenta-se de peixes, anfíbios e pequenos invertebrados aquáticos. 

Mato Grosso
Jaburu. Foto: Alastair Rae

De acordo com Costa Gomes, a presença do animal é considerada um dos grandes ícones do Pantanal. 

Leia também: Áreas de soltura são fundamentais para reabilitação e devolução de animais silvestres à natureza no Mato Grosso

Macaco-aranha-da-testa-branca

Foto: Instituto Evandro Chagas

Além das indicações do professor, de acordo com dados do ICMBio, também se pode destacar o macaco-aranha-da-testa-branca, animal endêmico do Brasil e residente nativo dos estados de Pará e Mato Grosso

A espécie ocorre em florestas tropicais primárias de terra firme e sazonalmente inundadas. Além disso, o animal prefere ambientes primários e não tolera perturbações e modificações em seus ambientes.

As maiores ameaças à espécie são os assentamentos rurais, a agricultura, a pecuária, a expansão urbana, o desmatamento, a redução de hábitat e a caça.  

Tachã-cinzenta

Além das indicações do professor, de acordo com dados do Portal Amazônia, também se pode destacar a tachã-cinzenta, ave símbolo do Mato Grosso. O pássaro é conhecido como sentinela, devido ao seu comportamento de ficar pousado no alto das árvores. 

Tachã Cinzenta. Foto: Josué Ribeiro.

A ave possui coloração pardo acinzentada, mas o seu colarinho preto foi o que se tornou sua principal marca. Além do seu canto que chama atenção, outra característica que difere o animal é o seu tamanho, pois pode atingir em média 80 centímetros e pesar em torno de 4 quilos.

Leia também: Com 34,4 milhões de animais, Mato Grosso é líder no ranking de Estados com o maior número de cabeças de gado

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Confira outros animais da série:

#Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Maranhão

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O estado do Maranhão, ponto de encontro de três biomas brasileiros, abriga uma das maiores diversidades ecológicas do Brasil. O encontro entre os biomas Amazônia, Cerrado e Caatinga, torna o estado um dos mais ricos em fauna e flora do país, com espécies endêmicas, ameaçadas de extinção e de grande importância ecológica. 

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“A floresta amazônica propriamente dita ainda ocupa parte do oeste do estado, especialmente na divisa com o Pará, mas sofre forte pressão de desmatamento. Essa diversidade vegetal faz do Maranhão um mosaico ecológico com alto potencial biológico e desafios significativos de conservação”, declarou o biólogo, João Pedro Costa Gomes, ao Portal Amazônia. 

Essa diversidade de ecossistemas maranhenses reflete não apenas a beleza natural da região, mas também seu papel essencial na conservação ambiental.

O Portal Amazônia pediu ao biólogo João Pedro Costa Gomes para destacar cinco animais que são a cara do Maranhão e que representem essa complexa diversidade característica da Amazônia para a #Série ‘A cara da Amazônia’:

Preguiça-de-três-dedos 

A Preguiça-de-três-dedos é um mamífero arborícola de movimentos lentos, que se alimenta de folhas e vive em florestas de terra firme e várzea. No Maranhão, essa espécie ocupa áreas de transição entre a Floresta Amazônica e o Cerrado. 

Maranhão
Preguiça-de-três-dedos. Foto: Siegfried Baesler

“É sensível à derrubada de árvores, mas tem grande importância no ciclo de nutrientes pela dispersão de sementes nas fezes”, afirmou o biólogo.

Apesar de não sofrer grandes ameaças, a espécie  ainda é caçada por comunidades indígenas. O animal, quando capturado, pode ser comercializado em feiras públicas para a venda de sua carne, fins medicinais e como animal de estimação.  

Leia também: 4 curiosidades peculiares sobre os bichos-preguiça

Gato-maracajá

O Gato-maracajá é um felino de pequeno porte e hábitos noturnos, que possui grande habilidade para subir em árvores. Além disso, o animal possui a pelagem com coloração amarelo-dourada e rosetas escuras dispostas principalmente nas laterais do corpo, que o torna muito parecido com a jaguatirica e do gato-do-mato-pequeno.

Gato-maracajá. Foto: Adrian Antunez.

De acordo com o biólogo, no Maranhão o animal habita florestas amazônicas preservadas e alimenta-se de aves, pequenos mamíferos e répteis. Além de sofrer ameaças por caça e perda de habitat.

Arara-vermelha

A Arara-vermelha é uma ave de grande porte e plumagem vibrante, que ocorre em áreas de floresta e beira de rios no Maranhão. A espécie alimenta-se de frutos e sementes, como o buriti e coquinhos, auxiliando na dispersão de plantas. 

Arara-vermelha. Foto: Dick Daniels.

A ave, que mede cerca de 90 cm de comprimento e pesa 1,5kg, vive em pares ou bandos e ocupa a copa de florestas altas, de galeria e campos com árvores isoladas, buritizais e coqueirais. 

As maiores ameaças à espécie são a pressão pela perda de habitat, especialmente na porção leste de sua distribuição e o tráfico de animais silvestres. 

Leia também: Arara-vermelha ‘Linda’ é a nova integrante da fauna do Mangal das Garças

Tucunaré 

O Tucunaré é um peixe predador popular na pesca esportiva e na alimentação humana. No Maranhão, a espécie ocorre em rios e lagos da bacia amazônica e alimenta-se de outros peixes e ajuda a manter o equilíbrio das populações aquáticas.

Maranhão
Tucunaré. Foto: Joshua Rains.

A espécie possui hábitos diurnos, já que dormem rente ao chão apenas quando está escuro. Além disso, os tucunarés são peixes muito territorialistas, e que independente da espécie ou tamanho, eles enfrentam qualquer peixe para garantir seu território.

Uacari-branco

O Uacari-branco é um primata de pelagem clara e rosto avermelhado, típico de áreas de igapó e várzea. O animal alimenta-se de frutos, sementes e flores, sendo um importante papel ecológico na dinâmica das florestas de várzea onde habita.

Maranhão
Uacari-branco. Foto: Cláudio Dias Timm.

“No Maranhão, o animal é encontrado em fragmentos florestais próximos a rios, e vive em bandos grandes. Além disso, a espécie é muito sensível à fragmentação de habitat”, afirmou o biólogo.

Leia também: Conheça espécies de macacos que só são encontradas na Amazônia

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Confira outros animais da série:

Arquivo Público lança exposição virtual sobre Adesão do Pará à Independência

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Documento disponível na exposição virtual. Foto: Reprodução/ Agência Pará.

O Arquivo Público do Estado abre a exposição ‘A Adesão do Pará à Independência do Brasil: Registros do Arquivo Público’. A mostra, que acontece de forma virtual, apresenta documentos produzidos antes e depois da adesão, permitindo ao público conhecer os bastidores de um dos momentos mais marcantes da história regional. 

Foto: Divulgação

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Essa é a segunda vez que o Arquivo realiza uma exposição virtual. A primeira aconteceu em junho deste ano. A ideia de promover uma exposição virtual surgiu com o objetivo de incentivar o acesso aos documentos presentes no Arquivo, que no momento se encontra fechado devido a obras no espaço.

Leia também: 15/08: Conheça a história do feriado de Adesão do Pará à Independência

exposição
Foto: Reprodução/ Agência Pará.

No site da Secult, o público poderá conferir os documentos digitalizados e as suas respectivas transcrições para facilitar a leitura dos mesmos. A mostra ficará disponível até dia 31 de agosto. 

Segundo o diretor do Arquivo, Leonardo Torii, a proposta é “contextualizar esse evento tão importante para a história da nossa região para um público muito variado”. Ele explica que, por meio dos registros, presentes no Arquivo, será possível “visualizar todas as tramas, as negociações, os dramas de diversas autoridades, com outras autoridades do reino de Portugal e autoridades do reino do Brasil”.

A iniciativa também busca ampliar o acesso à informação, já que a exposição ocorre de forma online. “A ideia é democratizar a informação através dessa exposição virtual, já que o arquivo encontra-se fechado”, acrescenta Torii.

Em 2025, o Arquivo Público do Pará completou 124 anos de história, com um acervo de 4 milhões de documentos datados de diferentes períodos históricos do estado e do Brasil. Entre iconografias, dados estáticos, inquéritos policiais, entre outros, o equipamento, administrado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), representa a história e o legado de uma civilização.

*O conteúdo foi originalmente publicado na Agência Pará e escrito por Painah Silva.

#Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Tocantins

O Tocantins possui uma fauna bastante rica e diversificada, já que possui espécies de animais encontrados em dois biomas, o Cerrado e a Amazônia.

“O Tocantins, por estar na encruzilhada entre Cerrado, floresta e áreas de transição, representa uma zona de grande biodiversidade, mas também de alta vulnerabilidade ambiental, com impactos crescentes causados pela expansão agropecuária e hidrelétricas”, declarou o biólogo João Pedro Costa Gomes. 

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O Portal Amazônia pediu ao biólogo João Pedro Costa Gomes para destacar alguns animais que são a cara de Tocantins e representem essa complexa diversidade característica da Amazônia para a #Série ‘A cara da Amazônia’:

Lobo guará 

O lobo-guará, maior canídeo da América do Sul, possui pelagem avermelhada, patas longas e aparência esguia. É um animal solitário e onívoro, que se alimenta de pequenos animais e frutos, incluindo a famosa fruta do lobo, a lobeira. 

Por sua presença simbólica e vulnerabilidade, tornou-se um dos ícones da conservação no Cerrado. No entanto, a perda de habitat, a caça, a expansão da agricultura e atropelamentos são as principais ameaças a espécies, que, conforme a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), é uma espécie ‘quase ameaçada’. Esse fator também acabou levando alguns exemplares da espécie a serem encontrados na região amazônica do estado.

“Apesar de adaptável, sofre com a fragmentação de habitat, atropelamentos e doenças transmitidas por cães domésticos”, afirmou o biólogo. 

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Tocantins
Lobo guará. Foto: constanzamcl

Tatu-canastra

O tatu-canastra, maior tatu do mundo, possui uma carapaça robusta e garras enormes que o animal utiliza para escavar túneis profundos para se refugiar do calor e dos predadores. Além disso, o tatu é animal noturno e discreto, essencial para o ecossistema, pois suas tocas são utilizadas por animais de outras espécies.

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As principais ameaças para a espécie são incêndios, agricultura, desmatamento, aumento da matriz rodoviária e caça. De acordo com Costa Gomes, a espécie está cada vez mais rara devido à caça e à degradação ambiental do seu habitat.

Tocantins
Tatu-canastra. Foto: Bradley Davis

Tamanduá-mirim

O tamanduá-mirim é menor que o tamanduá-bandeira, mas é igualmente importante no controle de cupins e formigas. O animal possui pelagem amarelada e espécie de ‘colete’ preto ao redor do peito.

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A espécie, que pode ser vista escalando árvores em busca de ninhos de insetos, possui como principais ameaças a perda de hábitat, a conversão de terra para atividade agrária, a predação por espécie exótica, o desmatamento e a caça. 

“A espécie vive solitária e tem hábitos tanto diurnos quanto noturnos, sendo relativamente comum, mas vulnerável ao desmatamento e atropelamentos”, afirmou o biólogo. 

Tocantins
Tamanduá-mirim. Foto: Frederico Acaz Sonntag

Arara canindé 

Além das indicações do professor, de acordo com dados do Instituto Arara Azul, também se pode destacar a arara-canindé, animal símbolo do Estado do Tocantins. A arara, pertencente à família dos psitacídeos, possui coloração azulada em seu dorso e amarelo em seu ventre, além de possuir o rosto branco com penas faciais pretas junto ao seu pescoço. 

Por estar situada nas cidades, os impactos urbanos, como atropelamentos e conflitos com seres humanos, são considerados grandes ameaças à espécie. Além disso, a destruição, a poluição, o desmatamento de seu habitat natural e a caça para tráfico de animais também são ameaças à sobrevivência da espécie. 

Tocantins
Arara-canindé. Foto: Reprodução/Instituto Arara Azul

Pato-mergulhão

Dados do ICMBio também destacam o pato-mergulhão como um destaque no Tocantins. Isso porque a ave é considerada uma das espécies mais raras do mundo, e já foi considerada extinta entre 1940 e 1950. Atualmente estima-se que a população total da espécie seja de aproximadamente 250 indivíduos.

A ave é monogâmica, sedentária e interage com outros animais apenas em um determinado trecho do rio. Além disso, suas principais ameaças são a expansão de atividades agropecuárias e o barramento dos rios, causando a perda e a degradação do habitat natural da espécie, que é considerada pouco tolerante a impactos e à presença humana em seu habitat. 

Tocantins
pato mergulhão. Foto: Claudia Brasileiro

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Confira outros animais da série:

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Roraima
Pará

#Série l A cara da Amazônia: 5 animais que são a cara do Pará

O estado do Pará, pertencente ao bioma amazônico, conta cerca de 300 espécies de mamíferos e 1,3 variedades de espécies de aves. Grande parte desses animais são endêmicos, ou seja, só ocorrem na floresta amazônica ou no estado paraense.

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“O Pará possui um contraste marcante entre áreas ainda preservadas, como na região do Tapajós e Calha Norte, e zonas fortemente impactadas pelo desmatamento, como no chamado ‘Arco do Desmatamento’, na parte sudeste do estado. Apesar disso, iniciativas de conservação, reservas extrativistas e áreas indígenas vêm mantendo grandes blocos de floresta em pé, assegurando a continuidade de ciclos ecológicos vitais”, declarou o mestre em Ciências Biológicas, João Pedro Costa Gomes, ao Portal Amazônia

O Portal Amazônia pediu ao biólogo para destacar cinco animais que são a cara do Pará e representem essa complexa diversidade característica da Amazônia para a #Série ‘A cara da Amazônia’:

Guará 

O guará é uma ave de plumagem intensamente vermelha que vive em manguezais e estuários costeiros. A ave se alimenta de crustáceos e moluscos, cuja pigmentação rica em caroteno influencia diretamente na coloração de suas penas. 

“Apesar de sua beleza, já esteve ameaçado pela caça e pela destruição de seus habitats, principalmente os manguezais costeiros da região nordeste do estado”, afirmou o biólogo.

De acordo com Costa Gomes, o animal vive em grandes bandos e costuma construir ninhos em árvores sobre as marés. 

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Pará
Guará. Foto: Reprodução/Wikiaves

Jaguatirica

A jaguatirica é um felino ágil e solitário, de pelagem marcada por rosetas e listras que lhe garantem camuflagem entre sombras e folhagens. O animal é predador oportunista, que se alimenta de roedores, aves e pequenos répteis. 

Além disso, o felino possui hábitos noturnos e é conhecido por sua adaptabilidade a diferentes tipos de floresta, inclusive áreas alteradas. O animal foi classificado como “pouco preocupante” pela lista nacional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em ingês).

Mas, segundo Costa Gomes, a fragmentação florestal, a caça e os atropelamentos têm colocado pressão sobre suas populações.

O comércio de peles foi, nas décadas de 1960 e 1970, a maior ameaça à vida do animal, visto que estima-se que 200 mil animais foram mortos. No entanto, com  a proibição da caça e importação de peles em vários países, o número foi reduzido consideravelmente. 

Pará
Jaguatirica. Foto: Reprodução/Onçafari

Jacaré-açu 

O jacaré-açu, maior réptil da América do Sul, pode chegar a mais de 5 metros de comprimento. O animal é um predador imponente que regula populações de peixes e outros animais aquáticos. 

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“Já foi muito caçado por sua pele, o que levou à sua quase extinção, mas programas de conservação e proteção de habitats vêm permitindo uma lenta recuperação populacional”, afirmou o biólogo. 

De acordo com Costa Gomes, o comportamento do réptil é geralmente discreto, mas pode se tornar agressivo quando ameaçado ou durante a época de reprodução. 

Jacaré-açu. Foto: Sebastián Vizcarra

Gavião-real

O ggavião-real é uma das maiores e mais fortes aves de rapina do mundo, alimentando-se de preguiças, macacos e aves de médio porte.

Sua capacidade de atacar animais grandes se dá por causa de suas patas enormes e garras gigantes, que podem perfurar e matar a vítima no momento da captura. O animal também utiliza sua força e visão aguçada para caçar. 

Além disso, o gavião precisa de áreas florestais extensas para sobreviver e é considerado uma espécie bioindicadora, já que sua presença indica ecossistemas preservados. Segundo Costa Gomes, é uma das aves mais ameaçadas do Brasil, devido à destruição de seu habitat e à caça ilegal.

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Gavião-real. Foto: Carlos Alberto Coutinho

Acari-zebra 

O acari-zebra é um pequeno peixe ornamental, podendo medir de 80 milímetros a 10 centímetros, com listras brancas e pretas que lembram o padrão de uma zebra. Apresentando crescimento acelerado e alta taxa de mortalidade, o animal se alimenta de de invertebrados aquáticos, principalmente larvas de insetos, como algas e detritos orgânicos.

“O acari-zebra é muito valorizado no comércio de aquarismo e, por isso, também sofre com a coleta ilegal. Sua sobrevivência depende da conservação de seu habitat específico: as corredeiras de águas oxigenadas e fundo rochoso do médio Xingu”, afirmou o biólogo. 

Endêmico da região de Altamira, o peixe tornou-se símbolo da biodiversidade ameaçada pelo alagamento causado pela construção da Usina de Belo Monte. 

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Peixe acari-zebra. Foto: Reprodução/biodiversity

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Confira outros animais da série:

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