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Desmatamento caiu 73% nas áreas protegidas da Amazônia em 2023

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Dados fazem parte da pesquisa realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

O desmatamento em áreas protegidas da Amazônia caiu quase quatro vezes (73%) em 2023, na comparação com 2022. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em 2023 a devastação em terras indígenas e unidades de conservação localizadas na região atingiu 386 km². Trata-se do menor índice desde 2013, quando foram desmatados 178 km².

Em 2022, segundo o Imazon, o desmatamento de áreas protegidas da região chegou a 1.431 km², número bastante próximo aos observados desde 2019, ano em que foi percebido o início de uma alta que se manteve até 2022.

Foram 1.460 km² de áreas protegidas desmatadas em 2021; 1.369 km² em 2020; e 1.222 km² em 2019. Entre 2012 e 2018, o ano em que se observou maior quantidade de áreas protegidas devastadas foi 2018 (721 km²).

O monitoramento é feito com a ajuda de imagens de satélite do Imazon. De acordo com o instituto de pesquisa, a redução observada nessas áreas em 2023 “superou a queda geral na derrubada”, que apresentou decréscimo de 62% entre 2022 (10.573 km²) e 2023 (4.030 km²).

O ano em que o desmatamento acumulado apresentou menor índice foi 2013 (1.144 km²). Já o período com maiores índices começou em 2019 (6.200 km²). Em 2020 e 2021 o desmatamento acumulado subiu para 8.058 km² e 10.362 km², respectivamente.

“A redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. Isso porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, 

explica o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza.

Foto: Léo Otero/MPI

O Imazon, no entanto, alerta que há um ponto preocupante relativo à degradação observada em 2023: ela pode estar relacionada à seca e às queimadas na região, uma vez que “no último mês do ano, enquanto foram desmatados 108 km², outros 1.050 km² foram degradados, quase 10 vezes mais”.

Segundo o pesquisador Carlos Souza, apesar da queda geral, algumas áreas protegidas tiveram aumento na destruição, motivo pelo qual devem ser foco de ações urgentes em 2024. 

Terras indígenas 

“Entre as terras indígenas, uma das situações mais críticas ocorreu na Igarapé Lage, em Rondônia, onde o desmatamento cresceu 300%, passando de 2 km² em 2022 para 8 km² em 2023, uma área equivalente a 800 campos de futebol. Isso fez com que o território fosse o terceiro mais devastado da Amazônia em 2023”, informou o instituto.

Outras duas terras indígenas localizadas na divisa do Amazonas com Roraima também apresentaram aumentos expressivos na derrubada. No caso, os territórios Waimiri Atroari, cuja perda florestal passou de 1 km² em 2022 para 4 km² em 2023 (300% a mais); e Yanomami, onde a devastação passou de 2 km² em 2022 para 5 km² em 2023 (alta de 150%).

“Isso fez com que a terra Yanomami, mesmo após ter recebido em janeiro do ano passado uma operação humanitária por causa dos danos sociais causados pela invasão de garimpeiros, fosse a quinta mais desmatada da Amazônia em 2023. Já a Waimiri Atroari ficou em nono lugar”, 

detalha a pesquisa.

A maior área destruída em um território indígena no ano passado foi registrada na terra Apyterewa, onde foram desmatados 13 km². “Apesar de ocupar o topo do ranking, o local teve uma redução de 85% na devastação, pois em 2022 havia perdido 88 km² de floresta. Em outubro, o local recebeu uma operação de desintrusão para remoção de invasores ilegais”, destaca o Imazon.

O total de terras indígenas devastadas em 2023 ficou em 104 km². O número é, segundo o instituto, menos da metade do registrado em 2022 (217 km²). O ano em que se observou menor área indígena desmatada foi 2014 (28 km²).

Unidades de conservação 

Já as unidades de conservação anotaram uma queda de 77%, passando de 1.214 km² em 2022 para 282 km² em 2023. O instituto destaca que esta foi a menor área de floresta destruída nesses tipos de territórios em nove anos, desde 2014.

“A maior redução ocorreu nos territórios sob jurisdição federal, onde a derrubada passou de 468 km² para 97 km², o que significa queda de 79%, quase cinco vezes menos. Já nas áreas estaduais, a devastação passou de 746 km² para 185 km², sendo 75% ou quatro vezes menos”, complementou. 

Carnaval 2024: escolas de samba apostam em enredos amazônicos

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Salgueiro, no Rio de Janeiro, e Império de Casa Verde, em São Paulo, exploram as características culturais amazônicas para desenvolver seus espetáculos.

Rica culturalmente e dividida em diversos Estados, a Amazônia Legal é lar de possibilidades, de várias histórias inexploradas ou pouco difundidas. 

Pensando nisso, escolas de samba tanto do Rio Janeiro quando de São Paulo apostam em temáticas amazônicas, ou relacionadas à Amazônia, na composição de seus enredos. 

Em 2024, ícones culturais da região também foram escolhidos para entrar na passarela do samba. Confira: 

Salgueiro: ‘Hatukara’ 

O nome ‘Hatukara’ faz referência ao mundo para os Yanomami e significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”. Imagem: Divulgação/G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro

Saindo em defesa dos povos Yanomami, a escola de samba do Rio de Janeiro, G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, demonstra a importância da cultura deste povo originário para o Brasil e para o mundo. 

Frente aos ataques enfrentados por essa população, principalmente ocasionados por garimpeiros ilegais, a representação cultural desta etnia se mostra um tema atual.

O enredo, por sua vez, trata da proteção ambiental da Amazônia, apresentado a partir dos mitos e crenças deste povo. O nome dado, ‘Hatukara’, faz referência ao mundo para os Yanomami, e significa “o céu original a partir do qual se formou a terra”.

Império de Casa Verde: ‘Fafá, a Cabocla Mística em rituais da Floresta’

Um dos nomes mais conhecido do mpb, Fafá de Belém é tema do enredo do Império de Casa Verde. Foto: Divulgação

Com mais de 30 álbuns gravados, Fafá de Belém é uma lenda da música popular brasileira e uma das principais representantes da cultura nortista nacionalmente. Sua história perpassa gerações, tendo influenciado inúmeros artistas, tanto pelo seu trabalho na música quanto como atriz.

O foco do enredo da G.R.E.S. Império de Casa Verde, no entanto, são as raízes de Fafá, sua ligação indissociável com a Amazônia, contada e cantada em suas músicas. O enredo promete reunir elementos da cultura originária, dos rituais e do folclorismo de Belém, no Pará, e da Amazônia Legal em sua totalidade.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

Origem da vida: no que acreditam os povos indígenas?

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A cosmologia indígena é rica, variada e dinâmica. Como enxergam o mundo define sua cultura, costumes e organização social.

Cosmologia – uma palavra que parece estar atrelada ao cosmos, ao “big bang”, ao estudo do espaço e das estrelas, às equações físicas que levaram o homem a lua. Claro, tudo isso faz parte da explicação científica para a existência, mas esta não é a única forma de se pensar o universo, de entender seu funcionamento.

Na realidade, cosmologia pode ser definida como ‘teorias de mundo’, sobre sua composição, sua origem (chamada de cosmogonia), seu espaço e orientação temporal. Normalmente as cosmologias têm diversas personagens, algumas sagradas, exotéricas, outras (como o próprio ser humano) mais materiais.

Devido à grande variedade étnica dos povos originários, seus universos são, também, muito diversos. Cada um destes sendo responsável por moldar os costumes, cultura e vivências destas populações. 

A origem do universo e seu funcionamento também tem versões partir da visão de mundo de algumas etnias indígenas da Amazônia.

Constelações da etnia tukano. Crédito: AEITY/ACIMET. Editoração gráfica: Renata Alves de Souza/Povos Indígenas do Brasil

Yanomamis – Omama, a entidade criadora

O povo yanomami recebeu grande atenção midiática em 2023, mas não por questões positivas. Esta etnia, que vive relativamente isolada, sofre há anos com a invasão de suas terras por garimpeiros ilegais e com o desmatamento de seu território. Apesar do destaque dado a estes pontos negativos, pouco se fala sobre a rica cultura deste povo. Como eles enxergam o mundo? No que acreditam? 

“Para o povo Yanomami, Omama é a entidade responsável pela criação e organização do mundo, ele criou a terra, as árvores, as montanhas e os homens e mulheres que aqui habitam”,

relata Daniela Gato, antropóloga e pesquisadora.

Abertura da Assembléia Geral Yanomami. À direita, o líder Davi Kopenawa (com Raimundo Yanomami). Aldeia Demini, 11/12/2000. Foto: Hervé Chandès/Povos Indígenas no Brasil

A colonização também influenciou na cultura dos povos originários, que explicam a interação do homem branco de sua própria maneira. Para eles, Omama é, também, a criadora do ‘homem branco’ (chamados de napü). Entretanto, este teria sido levado para as terras inférteis e frias da Europa. Por consequência, o homem branco passou a ter interesse nas terras Yanomami, por serem férteis e ricas em alimento, caça e pesca.

Estas variações na tradição ocorrem por conta do caráter vivido das culturas. A pesquisadora explica que as cosmologias são variáveis conforme novas informações sobre o mundo surgem. Isto ocorre em todas as tradições, não apenas nas de etnias indígenas, mas até na maneira ‘ocidental’. Por séculos, na Europa, acreditou-se que a Terra era plana, e que os planetas e o sol orbitavam a Terra por conta da tradição católica. Posteriormente, estas crenças se alteraram com novas evidências.

“A cosmologia Yanomami é muito vasta para ser resumida. Cada xapono (comunidade) possui seus mitos próprios e suas formas particulares de contar os acontecimentos, mas todos sempre envolvem a participação de Omama (ou Omawë) e a existência dos espíritos xapiripë, espíritos que habitam em tudo que existe, nas plantas, na chuva, nos rios, nos frutos e que se comunicam com os xamãs aconselhando sobre como cuidar e curar a terra e as pessoas”, comenta a antropóloga. 

Povos do Alto Rio Negro 

Os povos do Alto Rio Negro – cerca de 23 povos indígenas – tem inúmeras diferenciações entre si, entre as quais: línguas faladas, organização social e habitações. Algo que os une, todavia, é sua cosmologia compartilhada. 

“Todos se baseiam na mesma ideia de ‘criação de gente’ que tem origem na baia da Guanabara, no Rio de Janeiro, local miticamente conhecido como ‘lago de leite’. Com o mundo criado, o avô do universo (chamada de Yebá-buró pelos Dessana) resolveu criar seres humanos e foi lá, no lago de leite, onde surgiram as ‘gente de transformação’ que deram origem às pessoas”,

relata.

Uma festa de oferenda, chamada em Língua Geral de Dabucuri. Ilustração: Maurice Wilson (in S. Hugh-Jones, 1978)/Povos Indígenas do Brasil

Para estes ancestrais foram dados poderes específicos. Juntos, eles embarcaram em uma canoa mágica, com formato de cobra-grande, que ficou conhecida como “canoa da transformação”. Eventualmente, este povo, ao navegar pelo litoral brasileiro, adentrou a foz do Rio Amazonas, onde começaram seu processo de ‘criação de gente’.

“Surgiram os Yepahmasã [gente da terra] Tukano e os Umukomasã [gente do universo] Dessana e os demais. A ordem de criação, ou seja, quem foi criado ‘primeiro’ e quem foi criado ‘por último’ define uma hierarquia que compões as relações sociais entre os povos indígenas do Alto Rio Negro até os dias atuais. Por exemplo, os Tukano dizem ter sido criados primeiro e que seus ancestrais saíram da cabeça da cobra e, por isso, eles ocupam um local de prestígio e centralidade nas relações com os outros povos, enquanto os povos de língua Maku foram criados a partir do ‘rabo’ da cobra e, por isso, eles não possuem poder político em relação aos demais povos”, diz Daniela. 

A dinamicidade das culturas

Todas as culturas são passíveis de alteração, conforme novas perspectivas são apresentadas. No ‘mundo globalizado’, por exemplo, a cultura se altera na velocidade de um vídeo em rede social. 

Música, o que se gosta, o que não se gosta, personalidades admiradas, costumes, tudo isso é extremamente variável na contemporaneidade. 

“Assim como a ‘cultura’ é dinâmica, as cosmologias e mitos de criação (de universo, de gente, de leis sociais) também vão se alterando para abrir espaço a novos conhecimentos ancestrais e novas possibilidades de ver o mundo, isso não significa que a cultura ‘está morrendo’, pelo contrário, ela se renova de forma criativa e inventiva sobre uma mesma base comum. Omama e Yebá-buró vão ser sempre os deuses de referência para os povos que citei, respectivamente, os Yanomami e os Dessana, mesmo que a forma como a história é contada mude”,

finaliza Daniela.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

Vulcões na Amazônia: pesquisa desvenda o passado vulcânico da região

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Relevos da Amazônia indicam a presença de intensa atividade vulcânica há bilhões de anos.

Se hoje a região amazônica é dominada pela exuberante floresta tropical, há bilhões de anos a área apresentava uma intensa atividade vulcânica, algo que já é de amplo conhecimento de geólogos e pesquisadores, mas cuja pesquisa, por conta de características da própria floresta, ainda é um desafio.

Uma pesquisa do Instituto de Geociências (IG) da Unicamp trouxe novas contribuições à investigação do passado geológico da Amazônia. Por meio da análise de imagens e da composição de rochas extraídas da região, o estudo descobriu que a porção leste da chamada Província Mineral de Alta Floresta — área de cerca de 55 mil quilômetros quadrados que compreende o Nordeste do Mato Grosso e o Sul do Pará — apresenta características de uma antiga formação de caldeira vulcânica erodida, como encontrada hoje, por exemplo, no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos.

Área de cerca de 55 mil quilômetros quadrados que compreende o Nordeste do Mato Grosso e o Sul do Pará; características de uma antiga formação vulcânica. Foto: Divulgação

A descoberta é um dos resultados da pesquisa de mestrado de André Kunifoshita e foi publicada na revista Geoscience Frontiers. O artigo também conta com a autoria de Maria José Mesquita, professora do IG e orientadora da pesquisa, e de Felipe Holanda dos Santos, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). 

Da esquerda para a direita, os professores orientadores Felipe Holanda dos Santos (UFC), Maria José Mesquita (IG/Unicamp) e o autor da pesquisa André Kunifoshita Foto: Divulgação

Reconstruir o passado 

As primeiras pesquisas sobre um passado vulcânico da Amazônia são do fim do século XIX. Desde então, pesquisadores vêm trabalhando para entender os aspectos desse passado pelos indícios encontrados na atualidade. Os três períodos de atividade vulcânica que formaram o que hoje se denomina Cráton Amazônico ocorreram, inicialmente, há 2 bilhões de anos, seguido de outro período há 1,88 bilhões de anos e de um terceiro, há 1,78 bilhões de anos. As formações derivadas deste último período integram o chamado Grupo Colíder, um dos tipos de rocha que compõem a Província Mineral de Alta Floresta.

O Grupo reúne aspectos que despertam a curiosidade dos geólogos, como uma possível associação às formações de cobre e ouro encontradas na região. Segundo Maria José Mesquita, ainda não se sabe se há uma relação direta entre o vulcanismo e o surgimento desses metais, o que justifica as pesquisas. A professora também ressalta que, em torno de 2 bilhões de anos, o planeta começou a se oxigenar, dando origem aos primeiros seres vivos. “Há várias coisas em jogo ao se estudar este período”, avalia.

A hipótese da formação de caldeira vulcânica surge a partir da análise de imagens de radar do relevo das proximidades da cidade de União do Norte. Esta formação ocorre quando uma câmara que concentra o magma se esvazia, fazendo com que as camadas superiores a elas colapsem e desçam, formando a estrutura circular com bordas. Apesar dos indícios, a análise das rochas que a compõem é necessária para reforçar a hipótese de o local ter se formado a partir do vulcanismo.

“Como estamos trabalhando com rochas muito antigas, não temos todas as evidências dessa formação. Coletamos pistas para desvendar o que ocorreu no passado”, 

detalha Kunifoshita.

À esquerda amostras de rochas com características de eventos vulcânicos (riolitos, as lapilli tuffo, rochas piroclásticas); à direita mapas de onde foram encontradas as rochas. Foto: Divulgação

Assim, foram coletadas amostras de rochas da região para sua datação — por meio do método urânio-chumbo —, petrografia e análise geoquímica. O pesquisador verificou a existência de rochas características de eventos vulcânicos efusivos, marcados pela maior fluidez do magma, o que facilita a liberação de gases e a erupção mais calma — como é o caso dos riolitos —, e rochas de erupções explosivas, mais violentas, onde o magma extravasado se mistura às cinzas e aos fragmentos de outras rochas — no caso, as lapilli tuffo e outras rochas piroclásticas. 

“Nossa hipótese é de que são rochas derivadas do mesmo período, mas de pulsos vulcânicos diferentes. Comparando com os dias de hoje, é como acontece no Monte Etna, na Itália, que de tempos em tempos entra em erupção”, explica.

Dessa forma, a pesquisa mapeou o empilhamento estratigráfico da região, ou seja, como os sedimentos liberados pela atividade vulcânica foram se acumulando e formando camadas. Por meio disso, foi possível encontrar outro indício que corrobora a hipótese da caldeira erodida, que é a existência de diques por onde o magma fluía, formando anéis e estruturas radiais em torno da caldeira. 

Peças de um quebra-cabeças 

Estudos que buscam desvendar o passado geológico da Amazônia esbarram em desafios que vão desde a dificuldade de chegar em determinados locais e a grande distância entre as cidades, até os processos de intemperismo típicos das florestas tropicais. 

“Várias áreas de estudo estão cobertas por vegetação. A própria floresta dificulta encontrarmos os afloramentos de rochas, eles não são contínuos”, comenta André, que ainda ressalta o quanto as chuvas constantes contribuem para a alteração dos minerais e para a formação de solos argilosos.

Entretanto, os pesquisadores ressaltam que as rochas vulcânicas do Grupo Colíder, mesmo sendo muito antigas, não sofreram metamorfismos que tenham modificado suas principais características. “Está tudo preservado. Isso facilita muito, vemos as estruturas da forma como se constituíram, o que é incrível”, destaca Mesquita. 

A figura A (à esquerda) identifica o Cráton Amazônico e a B destaca a Província Mineral de Alta Floresta. Foto: Divulgação

Agora no doutorado, André pesquisa toda a extensão do Grupo Colíder da região de Alta Floresta. As informações obtidas contribuem não apenas para que se conheça o passado geológico, mas o que se pode esperar do presente, como os minerais disponíveis na região atualmente. Um trabalho complexo, digno da grandeza de bilhões de anos de história. “É como encontrar partes de um quebra-cabeças”, sintetiza.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Unicamp, escrito por Felipe Mateus. 

Inteligência artificial: queimadas na Amazônia serão monitoradas por ChatBot

Perspectiva é que essa funcionalidade inovadora ofereça informações em tempo real sobre áreas afetadas por queimadas, especialmente durante o período de estiagem.

A Inteligência Artificial (IA) deve se tornar uma aliada das autoridades para monitorar e combater as queimadas na Amazônia em 2024. Isso porque a Superintendência Estadual de Tecnologia da Informação e Comunicação (Setic) e o Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) anunciaram nesta semana que estão trabalhando no desenvolvimento de um ChatBot, uma ferramenta IA para interagir com usuários em tempo real.

A expectativa é que essa nova funcionalidade forneça informações em tempo real de áreas que estão sendo queimadas, principalmente no período de estiagem. Com esses dados, as autoridades devem ter uma resposta mais ágil e eficiente.

Ainda segundo o Censipam, a integração de dados provenientes do Painel do Fogo permitirá uma análise mais precisa e rápida das áreas queimadas tanto em Rondônia quanto em outros estados da Amazônia, possibilitando uma resposta imediata para mitigar os impactos ambientais e sociais causados por incêndios florestais.

Fogo consome terras desmatadas e queimadas na Amazônia. Foto: Andre Penner/AP

Nesta semana, uma equipe da Setic esteve no Censipam em Porto Velho e, durante a visita, foram considerados detalhes técnicos e operacionais para desenvolver o ChatBot.

Conforme destacou na reunião o gerente regional do Censipam, Caê Moura, a incidência crescente de queimadas na Amazônia tem despertado a necessidade de estratégias mais avançadas e eficientes para o seu combate.

Como a nova ferramenta de IA pode ajudar nas queimadas? 

Com monitoramento em tempo real, o novo sistema de IA pode processar grandes volumes de dados provenientes de satélites, sensores e outras fontes. A ideia é ter uma identificação precoce de focos de incêndio e uma resposta mais rápida por parte das autoridades.

A ideia é que IA analise dados complexos, como padrões climáticos. Os algoritmos de IA também podem ser empregados para prevenir a propagação de incêndios com base em diversas variáveis, como vento, umidade do ar e características geográficas. 

Ministra dos Povos Indígenas afirma que crise Yanomami levará tempo para ser resolvida

Sônia Guajajara diz que serão necessários anos para regenerar território, em Roraima.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, admitiu, nesta terça-feira (16), que a crise humanitária que se abateu sobre a Terra Indígena Yanomami, na Região Norte do país, não será resolvida tão cedo, apesar dos esforços do governo federal.

“Assim como foram décadas de invasão para chegar a este ponto, pode levar décadas para restabelecer tudo”, 

declarou a ministra durante transmissão ao vivo, no Instagram, junto com o secretário nacional de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba.

“Para quem não conhece o território, é importante entender a complexidade [da situação]. E não só pensar: ‘ah! Passado um ano, não se deu conta’. Ou: ‘Ah!, Em um ano vai resolver [os problemas]’. Não resolvemos e, possivelmente, não se resolverá em toda a sua dimensão em 2024”, acrescentou a ministra, alegando que não basta retirar os não-indígenas das terras que a União destinou ao usufruto exclusivo dos yanomami e distribuir cestas básicas para restabelecer as condições de saúde das comunidades locais.

A ministra ressalta que levará anos para que o território se regenere da destruição causada pelo garimpo ilegal. “Para os yanomami terem seu modo de vida de volta é preciso retirar os invasores [da área]. É preciso que [os indígenas] tenham como plantar; que os rios sejam despoluídos para que [as comunidades] tenham água para beber […] Ou seja, para sarar as pessoas, é preciso primeiro sarar a terra. Para isso, é preciso desocupar o território”, argumentou a ministra.

Foto: Estevam Rafael/Audiovisual/PR

Diagnóstico 

No próximo dia 20, completa um ano que o Ministério da Saúde decretou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. O objetivo da medida é restabelecer os serviços de saúde e socorrer parte dos cerca de 30,4 mil yanomami que vivem espalhados pela maior terra indígena do Brasil. Com cerca de 9,6 milhões de hectares, a reserva abrange parte do território de Roraima e do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Cada hectare corresponde, aproximadamente, às medidas de um campo de futebol oficial.

Na sequência, o governo federal instituiu um Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária; suspendeu a entrada de não-indígenas na reserva yanomami e determinou que a Força Aérea Brasileira (FAB) intensificasse o controle aéreo na região, limitando a área de voos. Simultaneamente, órgãos ambientais e forças de segurança federais deflagraram ações conjuntas de combate ao garimpo e à extração de madeira.

Segundo a ministra Sônia Guajajara e o secretário Weibe Tapeba, as medidas implementadas forçaram cerca de 80% dos garimpeiros ilegais a deixarem a região. Ainda assim, os problemas persistem. “Quem ficou dentro do território yanomami são as organizações criminosas; o crime organizado, que continua ameaçando e violentando meninas [indígenas]”, afirmou a ministra, garantindo que o governo federal segue empenhado em retirar todos os não-indígenas do território yanomami e restabelecer os serviços públicos na região.

“Para isso, contamos com as Forças Armadas, que estão ali para proteger esta região de fronteira […] As Forças Armadas precisam continuar atuando, até mesmo como forma emergencial, para entregarmos o que precisa ser entregue, e para retirarmos o restante dos invasores que seguem na área”, cobrou a ministra. “Inclusive para que as equipes profissionais de saúde atuem com segurança.”

Ainda de acordo com Sônia e Tapeba, a partir de 2023, com a nova gestão, o governo federal passou a atuar mais ativamente na região. O que resultou em um maior número de exames para detecção de malária. 

“Realizamos mais de 140 mil testes. Sessenta e sete por cento deles foram conduzidos a partir de busca ativa. Notificamos 26,466 mil casos [positivos] da doença, o que representa um aumento de 75% de notificações. É praticamente a população toda. Isso é um dado alarmante, mas importante porque, com a notificação, a equipe de saúde consegue medicar, acompanhar e, se for um caso grave, encaminhar o paciente para a atenção especializada. Ruim era quando não havia busca ativa, diagnóstico, notificação e tratamento”, explicou o secretário nacional, destacando que, em anos anteriores, não havia dados precisos sobre a real dimensão dos problemas enfrentados pelos yanomami. 

“Importante lembrar que [atualmente] estamos trabalhando em uma situação de emergência porque o território não vinha recebendo a assistência necessária. Havia comunidades há quatro, cinco anos, sem receber a visita de equipes de saúde”.

Casa de governo 

No último dia (10), um grupo de ministros e representantes de órgãos federais esteve na Terra Indígena Yanomami. A visita ocorreu um dia após o Palácio do Planalto anunciar que o governo federal pretende investir, este ano, R$ 1,2 bilhão para implementar “ações estruturantes” no território. 

Comitiva do Governo Federal visita Terra Indígena Yanomami, em Roraima – Lucas Leffa/Secom

A proposta prevê, entre outras medidas, a instalação da chamada Casa de Governo, que concentrará em Boa Vista (RR) equipes de vários órgãos federais, como os ministérios dos Povos Indígenas, do Meio Ambiente, dos Direitos Humanos, da Educação e da Saúde, além da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros.

De acordo com Sônia Guajajara, a Casa de Governo será coordenada por um representante da Casa Civil. “Já estão acontecendo reuniões diárias, na Casa Civil, para planejarmos o funcionamento e o orçamento necessário ao funcionamento. A estimava é que, até meados de fevereiro estejamos com tudo pronto e as pessoas instaladas em Boa Vista”.

Ainda durante a transmissão de hoje, Weibe Tapeba destacou que, no último ano, o número de profissionais de saúde atuando no território yanomami passou de 690 para 960. Segundo o secretário, o governo federal pretende inaugurar, ainda este ano, 22 novas unidades de saúde que serão construídas em comunidades “grandes” da Terra Indígena Yanomami que ainda não possuem unidade básica de saúde. “Nossa intenção é ampliar o número de equipamentos de saúde indígena dentro do território”. 

Governo de Rondônia sanciona lei de incentivo à produção de cacau visando mercado de chocolates finos

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Lei 5.729 estabelece diretrizes e metas para a cadeia produtiva de cacau de Rondônia. Saiba o que muda.

O Governo de Rondônia sancionou uma lei de incentivo à produção de cacau de qualidade no Estado. A lei 5.729, de 5 de janeiro de 2024, estabelece diretrizes e metas para a cadeia produtiva de cacau de Rondônia, com o objetivo de atender o mercado de chocolates finos.

Cacau de Rondônia. Foto: Khauane Farias

 A nova legislação prevê:


  • A sustentabilidade ambiental, social e econômica;
  • o desenvolvimento tecnológico;
  • o aproveitamento da diversidade cultural, ambiental, de solos e de clima;
  • adequação governamental às peculiaridades e diversidades regionais;
  • valorização do cacau e acesso a novos mercados.


Além disso, na lei, o Governo garante o fornecimento de tecnologias de produção e industrialização para melhoria do fruto, além do incentivo para criação de associações, cooperativas e entidades para reunir produtores de alta qualidade e fornecer suporte técnico.

Cacau premiado 

Rondônia foi destaque, pelo segundo ano consecutivo, no ‘Concurso Nacional de Cacau Especial do Brasil – Sustentabilidade e Qualidade’, realizado pelo Centro de Inovação do Cacau (CIC).

O produtor Deoclides Pires da Silva, de Jaru (RO), e o produtor Robson Tomaz, de Nova União (RO), foram campeões do Concurso Nacional, que aconteceu em 2023, em Ilhéus (BA).

Deoclides foi campeão pelo segundo ano consecutivo na categoria Varietal, com a variedade CCN51, e Robson foi campeão na categoria Mistura. 

Produtores de Rondônia são campeões em competição nacional de amêndoa de cacau. Foto: Divulgação

Identificação geográfica 

Em novembro de 2023, o cacau produzido em Rondônia recebeu o selo de Indicação Geográfica (IG) na espécie Indicação de Procedência (IP). O registro foi publicado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

De acordo com o órgão, o cacau produzido em Rondônia “possui sabor inconfundível e uma gordura de qualidade diferenciada para a produção de alimentos achocolatados de consistências e sabores diversos”.

O pedido de reconhecimento do produto foi protocolado pela Associação dos Cacauicultores e Chocolateiros de Rondônia (Cacauron). O documento aponta que todos os municípios de Rondônia fazem parte da delimitação da área geográfica da Indicação Geográfica. 

Governo de Rondônia sanciona lei de incentivo ao cacau para produção de chocolates finos. Foto: Reprodução/Governo de Rondônia

Cereais, leguminosas e oleaginosas: Safra 2023 no Acre ultrapassa 192 mil toneladas

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Dados são da estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE.

A previsão de safra para a produção acreana de cereais, leguminosas e oleaginosas chegou a 192.426 toneladas para 2023 na estimativa de dezembro divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 10.

O índice representa um aumento de 16,4% em relação a 2022 no mesmo período. Naquele ano, a previsão era de 165,2 mil toneladas. Em relação ao mês anterior, o Estado teve crescimento de 452 toneladas.

O IBGE chama atenção para os resultados do Acre, que ficou entre os oito Estados do país que tiveram crescimento em dezembro. Na produção do milho (1ª safra), o estado também integrou a lista dos que tiveram aumento, com 0,4% de crescimento.

Foto: Marcos Vicentti/Secom AC

Principais produtos 

O estudo faz previsão sobre a colheita de produtos como amendoim, arroz, feijão, milho e soja. Além de outros itens como banana, café, cana-de-açúcar, fumo, laranja e mandioca.

O principal produto que puxa o resultado recorde da safra acreana este ano é a soja, com um crescimento previsto de 104,6% frente ao ano anterior. A produção de soja é estimada em mais de 45,7 mil toneladas este ano, sendo que em 2022 era de 22.357 toneladas.

Também há expectativa de aumento de 14,8% na produção de milho na segunda safra, com estimativa de pouco mais de 48,9 mil toneladas produzidas, mantida em relação à previsão anterior.

A produção da banana teve previsão reduzida para 6,6% de aumento na comparação com 2022, quando era de pouco mais de 85 mil toneladas. A estimativa chegou a 91,8 mil toneladas em novembro de 2023, e encerrou o ano com 90.696 toneladas em dezembro.

Já no caso da produção de amendoim, a previsão caiu de 75 toneladas em novembro para 69 em dezembro de 2023, o que deixa a safra igual à de 2022, e representa uma queda mensal de 8%. A estimativa também é de baixa na produção de arroz (-4,8%), na produção de feijão (0,6%) e de laranja (-11,2%).

Bailarina amazonense se destaca no carnaval carioca representando povos Yanomami

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A amazonense Cleia Santos dá voz aos povos originários na comissão de frente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.

Com a flecha para tocar o coração da sociedade não indígena, a representatividade da bailarina amazonense Cleia Santos no Carnaval do Rio de Janeiro simboliza não só a expressão cultural do Estado, mas de todo o país. Integrante do Corpo de Dança do Amazonas (CDA), Cleia faz parte da comissão de frente da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro, que leva para a Marquês de Sapucaí o enredo “Hutukara”, exaltando o povo indígena Yanomami.

A amazonense destaca a responsabilidade que é transpor em cena uma cultura que se revela tão forte em suas vivências. Considerando um grande acontecimento, ela ressalta as altas expectativas para o desfile da escola carioca.

“Eu me sinto representando todos os povos indígenas na avenida e é de uma responsabilidade e uma força muito grande. Acho que isso se dá pelas questões que eu vivo. Eu tenho sangue indígena, que é muito latente na minha vida. A gente vai fazer um trabalho incrível e será um desfile muito potente e representativo”,

enfatiza Cleia.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Foi durante uma turnê do CDA no Rio de Janeiro que Cleia recebeu o convite dos dirigentes da Salgueiro.

Com vocação para a dança desde a infância, a amazonense deu os primeiros passos artísticos aos 8 anos, em um projeto social da zona leste de Manaus, onde construiu uma base forte como artista. 

Chegando ao Balé Experimental do CDA aos 15 e, com muita dedicação, a jovem integrou o elenco do corpo artístico em 2018, aos 19 anos. Atualmente, ela se destaca em espetáculos com temática indígena. 

“Foi muito importante percorrer esses três caminhos, porque em cada um deles eu fui amadurecendo a minha dança e a minha arte. Hoje, no CDA, busco aprimorar cada vez mais esses conhecimentos, vivenciando o que a companhia tem para oferecer e fazendo parte de espetáculos como o ‘Mata’, que também fala sobre esse apagamento histórico dos povos indígenas e ‘TA – sobre ser grande’, que segue o mesmo tema”,

conclui.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Em defesa da Amazônia 

Levando um tema reflexivo para a Marquês de Sapucaí, a agremiação salgueirense pretende levantar a bandeira pela defesa da Amazônia. A escola de samba denuncia problemas como saúde pública, garimpo, desnutrição e malária, que ainda persistem na terra indígena Yanomami, apesar das medidas de ajuda ao longo desse período.

Com direito a estátua na penúltima alegoria, o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, mortos em junho de 2022, nas proximidades do município de Atalaia do Norte, no Amazonas, serão lembrados pela Acadêmicos do Salgueiro. A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, além de outras lideranças indígenas, também participará do desfile da vermelha e branca, em fevereiro. 

Estudo sobre insetos aquáticos no Parque Estadual Chandless estimula educação ambiental no Acre

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O PEC é a maior Unidade de Conservação Estadual do Acre em área, ocupando 4% do Estado, nos municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira.

O Parque Estadual Chandlless (PEC) com sua riqueza, biodiversidade da fauna, flora, espécies endêmicas e todo o potencial que possui foi tema de um estudo com foco em insetos aquáticos que subsidiou o artigo ‘A realidade do Parque Estadual Chandless e o seu potencial como área de estudos para a pesquisa de entomologia aquática no Sudoeste da Amazônia’, publicado na revista Research, Society and Development.

O estudo foi feito pelo mestrando em Ciência, Inovação e Tecnologia para Amazônia (Cita), da Universidade Federal do Acre (Ufac), Valdemar de Matos Paula, e teve dentro de seu corpo de coautores os servidores da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) Flávia Dinah Rodrigues de Souza, gestora do parque, e o mestrando em ciências florestais Moises Parreiras Pereira.

Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema AC

O servidor da Sema, Moisés, afirmou que o acesso a informações por meio de artigos científicos pode inspirar a curiosidade científica e o interesse pela pesquisa entre membros da comunidade, especialmente as gerações futuras.

“A importância de abordar a temática dos insetos aquáticos e a ecologia da Floresta Amazônica, como mencionado no estudo realizado no Chandless, é fundamental por várias razões: conscientização ambiental e a disseminação dessas informações ajuda a população a entender a importância da preservação e conservação da biodiversidade local. Isso pode incentivar práticas sustentáveis e respeito pelo meio ambiente”, acrescentou.

O autor do artigo, que também é biólogo, trabalha com ecologia de ecossistemas aquáticos e explicou que a importância do estudo é a de descrever, apresentar e fornecer à comunidade acadêmica e principalmente a leiga, o potencial que existe nas UCs na área da pesquisa da conservação.

“A principal intenção do trabalho foi instigar o conhecimento de algo nosso, para que, assim, possamos conservar e garantir para as gerações futuras, seja a diversidade de insetos aquáticos, como também os lagos, igarapés e bacias do local. É preciso conhecer para conservar e isso só é possível indo a campo, conhecendo e partilhando dados científicos com a comunidade de forma geral”, 

finalizou.

Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema AC

Parque Estadual Chandlless 

O PEC é a maior Unidade de Conservação Estadual do Acre em área, ocupando 4% do estado e fica localizado nos municípios de Manoel Urbano, Santa Rosa do Purus e Sena Madureira. Faz fronteira com o Peru e possui peculiaridades ambientais, como o Centro de Dispersão do Bambu na Amazônia ocidental.