Atualmente, o maior território indígena coberto por floresta de todo mundo sofre uma grave crise sanitária e humanitária.
Considerados os maiores povos indígenas relativamentes isolados da Amazônia Internacional e da América do Sul, os Moxihatëtë thëpë, mais conhecidos como Yanomami (que significa “seres humanos”), formam uma sociedade de caçadores e agricultores da Floresta Amazônica.
Nas últimas décadas, no entanto, a população vem enfrentando a ameaça da destruição de suas terras pela intensa presença do garimpo ilegal e do desmatamento na Amazônia.
Mas afinal, quem são os Yanomami? O Portal Amazônia responde:
Histórico
De acordo com registros históricos, os Yanomami possivelmente migraram pelo Estreito de Bering entre a Ásia e a América cerca de 1500 anos atrás, seguindo lentamente para a América do Sul.
Com mais de 9,6 milhões de hectares, o território Yanomami no Brasil é o dobro do tamanho da Suiça. Na Venezuela, os Yanomami vivem na Reserva da Biosfera Alto Oniroco-Casiquiare, de 8,2 milhões de hectares. Juntas, essas regiões formam o maior território indígena coberto por floresta de todo mundo.
Os Yanomami vivem em grandes casas comunais circulares chamadas de “yanos” ou “shabonos”. Algumas podem acomodar até 400 pessoas. A área central é utilizada para atividades tais como rituais, festas e jogos.
Cada família tem sua própria fogueira onde o alimento é preparado e cozido durante o dia. À noite, as redes são penduradas próximas ao fogo, que é alimentado durante toda a noite para manter uma boa temperatura.
Os Yanomami acreditam fortemente na igualdade entre as pessoas. Cada comunidade é independente das outras e eles não reconhecem “chefes”. As decisões são tomadas por consenso, frequentemente após longos debates, onde todos têm o direito à palavra.
Costumes yanomamis: é verdade que praticam canibalismo?
Apesar do ritual de morte praticado pelo povo indígena Yanomami provocar muita curiosidade, antropólogos afirmam que o canibalismo não faz parte dos costumes do povo.
Quando ocorre uma morte, os indígenas Yanomami se envolvem num ritual, chamado de ‘Reahu’, que dura semanas. Este processo fúnebre envolve deixar o corpo na floresta, para que se decomponha. Depois, o funeral segue com a cremação dos ossos e, então, as cinzas são guardadas até serem enterradas, na despedida final.
Genocídio Yanomami
Durante a década de 1980, os Yanomami sofreram imensamente quando cerca de 40.000 garimpeiros brasileiros invadiram suas terras. Os garimpeiros atiravam neles, destruíram muitas aldeias, e os expuseram às doenças para as quais não tinham imunidade. Em apenas sete anos, vinte por cento dos Yanomami morreram.
Depois de uma longa campanha internacional liderada por Davi Kopenawa Yanomami, pela Survival e pela Comissão Pró Yanomami (CCPY), a terra Yanomami no Brasil foi finalmente demarcada em 1992 e ficou conhecida como Parque Yanomami, e os garimpeiros foram expulsos.
Atualmente
Milhares de garimpeiros trabalham ilegalmente na terra Yanomami, transmitindo doenças mortais, como a malária, e poluindo os rios e as florestas com mercúrio. Pecuaristas também estão invadindo e desmatando a fronteira leste de suas terras.
Atualmente, os indígenas do território Yanomami localizado em Roraima estão enfrentando uma grave crise sanitária e humanitária. Cerca de 570 crianças indígenas Yanomami morreram por causa da desnutrição e outras causas evitáveis