Localizado em uma das áreas centrais da região metropolitana da capital amazonense, o edifício chama atenção de quem trafega no bairro Nossa Senhora das Graças, próximo ao Cemitério São João Batista.
Assim, o reservatório foi construído na intenção de solucionar os problemas de abastecimento de água em Manaus e ainda permanece em funcionamento, atendendo quase 250 mil moradores de duas Zonas da capital.
Erguido em estilo neo-renascentista, as obras do Mocó iniciaram em 1894 e levaram cinco anos para serem concluídas. Entretanto, a proposta de construção é datada de 1880, antes mesmo do início da construção do Reservatório da Castelhana, em 1883, e a inauguração da represa de abastecimento da Cachoeira Grande, em 1884, como explica o historiador Otoni Mesquita.
“Naquela época, era uma demanda urgente essa questão das águas. As mulheres, por exemplo, carregavam potes com água pela cidade, grande parte retirada dos igarapés da região. Foi aí que propuseram a construção do reservatório do Mocó”,
afirma.
Mesquita afirma que o reservatório foi construído dentro de três lotes de terras adquiridas, na época, por herdeiros de um capitão de fragata conhecido na cidade. Os lotes incluíam também a área de construção do cemitério.
“Neste ano é quando começam a importar o ferro inglês e outros materiais como o cimento Portland (…) Na época, a população de Manaus já era em torno de 53 mil habitantes. O reservatório da Castelhana também é do mesmo período, mas com a inauguração anterior a obra do Mocó”, disse.
Em 1899, o Reservatório do Mocó é inaugurado sob a gestão do então governador Eduardo Ribeiro. Com uma área total de cerca de mil metros quadrados, o reservatório foi responsável pelo abastecimento total da cidade até a década de 1960.
Já em 13 de março de 1995, o Mocó é tombado como patrimônio histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
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O nome “Mocó”
Para Otoni Mesquita, o nome do reservatório pode ter sido influenciado por duas hipóteses. A primeira está relacionada à presença de roedores na região onde o Mocó foi construído. A outra hipótese levantada pelo historiador é a forte influência da migração nordestina em Manaus.
“Nunca ouvi falar do bicho Mocó, acredito que seja uma coisa do Nordeste, devia ter cotia ou capivara no bairro e pode ser que os nordestinos tenham chamado esses animais de Mocó”, comentou.