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Peru perdeu 48% de sua área de geleiras em quase 40 anos

Imagem: Jolyn Chua/Shutterstock

“Nas últimas quatro décadas, o Peru passou por mudanças drásticas em seu território que afetaram os ecossistemas naturais e os meios de subsistência das populações urbanas e rurais”, alerta Renzo Piana, diretor do Instituto del Bien Común, organização que lidera o MapBiomas Peru, uma iniciativa de monitoramento de mudanças no uso da terra e na superfície da água que, em 15 de fevereiro, divulgou dados atualizados até 2022, incluindo novas classes, como o cultivo de dendê, pântanos salgados e aquicultura.

Como exemplo dramático das transformações que estão ocorrendo na cobertura natural da terra no Peru entre 1985 e 2022, Piana cita a perda de 94,8 mil hectares da superfície das geleiras, o equivalente a 48% de sua extensão em 1985, devido às mudanças climáticas.

“Essa redução das geleiras afeta principalmente o fornecimento de recursos hídricos nas comunidades dos altos Andes”,

 alerta Piana.

O mapeamento do MapBiomas Peru sobre as mudanças no uso da terra nos últimos 38 anos também revela a perda de 4,1 milhões de hectares de vegetação natural (4% de sua extensão inicial), incluindo ecossistemas de florestas, arbustos, pastagens, pastos e manguezais. Essas mudanças na cobertura natural estão associadas à expansão das atividades humanas, como agricultura, mineração, aquicultura e infraestrutura, que até 2022 aumentaram em 4,2 milhões de hectares.

“O MapBiomas Peru nos permite calcular a taxa de perda de florestas no território peruano. As informações obtidas podem ajudar os governos regionais a entender as mudanças que estão ocorrendo em seus territórios, por exemplo, em termos de cobertura e uso da terra e da área de superfície dos corpos d’água”, diz Piana. Ele acrescenta que essa iniciativa do IBC, em colaboração com as redes MapBiomas e RAISG, também contribui para o planejamento territorial, a conservação das florestas e a prevenção de desastres.

Outras descobertas do MapBiomas Peru revelam que a Amazônia peruana perdeu 2,64 milhões de hectares de vegetação natural nos últimos 38 anos, o equivalente a 4%. A floresta seca equatorial, um bioma vital para a população da costa norte do país, registrou uma perda de 5% de sua extensão no mesmo período.

O monitoramento também alerta para as transformações que estão ocorrendo nas áreas costeiras, apontando para a perda de 617 ha de manguezais entre 1985 e 2022. Além disso, foi detectado um aumento de 5.000 hectares na área dedicada à aquicultura no período analisado.

Como parte dos benefícios para a sociedade, os manguezais fornecem alimentos e recursos, ajudam a filtrar a água para melhorar a qualidade da água, protegem o habitat da biodiversidade costeira e, acima de tudo, reduzem a quantidade de carbono na atmosfera, combatendo assim as mudanças climáticas.

Peru: acelerando as mudanças em um país megadiverso

Destaca-se a expansão da atividade de mineração no território nacional, com um aumento de 4.315% em 38 anos (de 3,8 mil para 169,3 mil ha), com uma aceleração acentuada entre 2009 e 2022. Madre de Dios é o departamento com a maior área de mineração (82,9 mil hectares, representando quase a metade da área de mineração do país), seguido por Ucayali (59,2 mil hectares). Observa-se que, na costa e nos Andes, 35% da área usada para mineração está localizada em comunidades camponesas.

“A cada edição anual procuramos oferecer aos nossos usuários informações novas e gratuitas. Nesta ocasião, nos propusemos o desafio de incluir novos tipos de uso, como o cultivo de dendê, pântanos salgados e aquicultura, e ajustar a análise de outros, como plantações florestais”, diz Andrea Bravo, gerente técnica de cobertura e uso da terra do MapBiomas Peru.

A análise dessa categoria mostra um aumento de 115.000 ha de cultivo de dendê no país, com um crescimento exponencial desde 2007, sendo Ucayali o departamento com a maior extensão dessa cultura (58,8 mil ha), seguido por San Martín (46,4 mil ha), Loreto (16,3 mil ha) e Huánuco (4,7 mil ha).

No bioma dos Andes, há um aumento nas plantações florestais (124%). Essas plantações estão substituindo a cobertura natural (pastagem/herbácea) e as áreas agrícolas. Embora Ancash tenha a maior área de plantações florestais (24,9 mil ha), Huancavelica apresenta o maior aumento (9,5 vezes) no período estudado, com uma área de 4,5 mil hectares.

Redução de geleiras e corpos d’água

“A análise do MapBiomas Peru revela impactos claros das mudanças climáticas, como a perda de 94,5 mil hectares de área de geleiras, o que representa 48%, com possíveis impactos no abastecimento de água em vários biomas do país e, nos Andes, transbordamento de lagos e lagoas devido ao derretimento das geleiras, com danos a residências, infraestrutura e plantações”, diz Nicole Moreno, gerente técnica de água e zonas úmidas do MapBiomas Peru.

Moreno acrescenta que o MapBiomas Água registra 1,65 milhão de hectares de água para o Peru, revelando uma redução de 12% na área de superfície de água em comparação com a média histórica para o período de 2000 a 2022.

“Essa redução é particularmente alarmante, pois os biomas com a menor área de superfície de água, como a Floresta Seca Equatorial e o Deserto Costeiro, são os mais afetados por fenômenos naturais intensos e/ou atividades antrópicas”,

declarou.

O MapBiomas Água contém mapeamentos detalhados da superfície da água em uma série histórica de mais de vinte anos, o que permite compreender a mudança nos corpos d’água, identificando padrões sazonais. Moreno destaca o valor dessas informações para o gerenciamento da água e a proteção dos ecossistemas aquáticos.

*Com informações do MapBiomas

Instituto amazonense cria rede internacional de colaboração na Amazônia

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Após uma oficina de alinhamento realizada em Bogotá, na Colômbia, no início deste ano, uma colaboração internacional envolvendo sete instituições de pesquisa e inovação do Brasil, Colômbia, Equador e Peru se comprometeram a trabalhar em parceria, culminando na criação da Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade.

A Rede tem por objetivo servir como um meio para consolidar e fortalecer a atuação regional das instituições envolvidas, proporcionando a produção e o intercâmbio de conhecimento no âmbito da conservação e uso sustentável da biodiversidade, além de estimular iniciativas voltadas para a inovação e desenvolvimento da bioeconomia amazônica.

Das instituições brasileiras, fazem parte da Rede o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Museu Paraense Emílio Goeldi. Integram também as seguintes instituições internacionais: o Instituto Humboldt e o Instituto SINCHI da Colômbia, o Instituto Nacional de Biodiversidade (INABIO) do Equador e o Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana (IIAP) do Peru. A Rede conta com o apoio técnico e financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo João Valsecchi, Diretor-Geral do Instituto Mamirauá, “a consolidação da Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade simboliza um marco importante para a cooperação internacional de países que abrigam a Floresta Amazônica. Todas as instituições envolvidas possuem um histórico extenso de atuação no bioma e trazem contribuições significativas para a elaboração de iniciativas que visam promover a conservação e o uso sustentável da biodiversidade na Amazônia”.

As principais linhas de atuação da Rede Amazônica de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade irão girar em torno da troca de experiências e conhecimento entre as instituições parceiras, promovendo o fortalecimento da capacidade técnica e a expansão da área de atuação das instituições por meio do intercâmbio de pesquisadores. A colaboração fruto desta Rede tem como missão promover a conservação da biodiversidade, priorizando o desenvolvimento da bioeconomia da região amazônica. A atuação da Rede será realizada em parceria com os povos indígenas e comunidades tradicionais, governos, setor privado e demais atores envolvidos na proteção da biodiversidade, com vistas a promover o uso sustentável dos recursos naturais e melhorar a qualidade de vida das comunidades presentes na região.

“Com a criação da Rede, promovemos no BID a cooperação transfronteiriça para ampliar o impacto positivo necessário para evitar o ponto de não retorno no bioma amazônico. Além disso, reafirmamos os compromissos da Declaração de Belém e de nosso programa Amazônia Sempre, em particular o de fortalecer o papel da ciência, tecnologia e inovação na Amazônia para a conservação e reconhecimento do valor da biodiversidade e seu uso sustentável”,

disse Rafael Anta, especialista da divisão de Competitividade, Tecnologia e Inovação do BID.

As primeiras atividades da Rede serão sua primeira assembleia anual e diversas oficinas temáticas, que serão realizadas nas instalações do INPA, em Manaus, na segunda semana de junho.

*Com informações do Instituto Mamirauá

Programa de rádio dá visibilidade à cultura Puyanawa e fortalece tradições indígenas no Acre

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O programa de rádio Shane Hui – A Voz da Aldeia tem contribuído para o fortalecimento do etnoturismo no Acre. O programa é uma iniciativa do governo do Acre com o objetivo de valorizar a cultura indígena, principalmente no que diz respeito as músicas tradicionais, criando um espaço favorável para o diálogo entre diversas etnias. A estreia aconteceu no dia 19 de abril.

Na região do Vale do Juruá, oeste do Acre, o programa deu voz a alguns povos, dentre eles, o povo Puyanawa, que habita um território a alguns quilômetros do município de Mâncio Lima. Os indígenas dessa etnia tentam consolidar o resgate de uma cultura ancestral que foi duramente boicotada pelos avanços da atividade extrativista no decorrer do século anterior.

Resgate da Cultura Puyanawa

O povo Puyanawa (Povo do Sapo Grande), pertence a família linguística Pano. Habitam a Terra Indígena Puyanawa. A história desse povo é marcada pela luta para manter sua identidade e pelo renascimento das práticas tradicionais indígenas. Assim como outras etnias da Amazônia, o contato com os não indígenas resultou na opressão da cultura dos seus costumes ancestrais. “Nosso povo não tinha cultura”, foi com essa frase pesada e marcante que o cacique Joel Puyanawa relembrou os anos 2000, época em que assumiu a liderança do povo.

Segundo o líder indígena, foi apenas em 2008, com a chegada dos Jogos Olímpicos no local, que a aldeia viu a cultura dos povos indígenas durante as apresentações. “Eu entrei na arena como cacique e eu não pude cantar, porque eu não sabia. Um líder tem que ter raiz, história, conhecer, ser a principal pessoa de um povo. E eu não era”, relembra.

Foto: Diego Silva/Secom AC

Como tudo o que conhecemos, houve um processo até o povo Puyanawa resgatar a sua cultura. “Dediquei minha vida a conhecer a espiritualidade e a cultura do meu povo. Foi quando eu renasci novamente, incorporei novo espírito”, conta Joel.

Atualmente, a aldeia conta com mais de 50 artesãos. O povo está munido de conhecimento para fazer as pinturas corporais, a tradicional caiçuma – bebida fermentada a base de mandioca -, e das 35 artes Puyanawa, 34 são feitas na própria aldeia. “Eu me sinto alegre hoje no cumprimento da minha palavra através da juventude”, frisa o cacique.

O canto ancestral

Os jovens indígenas são a esperança para que as suas respectivas culturas continuem vivas. Por isso que, hoje, dentro da aldeia há professores atuando dentro das salas de aula para ensinar as crianças Puyanawa a língua própria da etnia. A partir desses ensinamentos os jovens e adolescentes começam a escrever as suas próprias músicas.

Foto: Diego Silva/Secom AC

“Para cada momento nós temos as nossas músicas. Temos a música do trabalho espiritual, a música que se canta nas festas comemorativas e muito mais. Aqui a gente expande a cultura. Essas canções são expandidas para dá mais sabedoria e firmeza as pessoas”, destaca o cacique Joel Puyanawa.

Embalada por violões, chocalhos e tambores, as músicas Puyanawa cheia de significados energizam aqueles que a escutam. “Nasceu um novo tempo com a juventude Puyanawa”, é o significado de uma das mais belas canções tocadas por um grupo de jovens indígenas que amam e vivem a sua própria cultura.

Foto: Diego Silva/Secom AC

Festival Atsá Puyanawa

Entre os dias 18 e 23 de julho, a terra indígena será o palco da sexta edição do Festival Atsa Puyanawa, um evento que promete a todos uma imersão na cultura do povo. Danças, músicas, pinturas corporais, comidas típicas, cerimônia espiritual com ayahuasca e muitas outras atividades são programações típicas da maior festa do povo Puyanawa.

Além de fortalecer a cultura, o evento fomenta o turismo da região, o que, consequentemente, gira a roda da economia. “A cultura indígena não é simplesmente a preservação de uma memória, é muito mais que isso. Os povos indígenas do nosso estado têm ajudado a nossa economia”, destacou o apresentador Nelson Liano.

Leia também: Festival Atsa Puyanawa: conheça a maior celebração tradicional da etnia Puyanawa no Acre

Segundo o cacique Joel Puyanawa, hospedagem estará disponível para aqueles que quiserem passar os seis dias de festa imersos na vida no território indígena. “Temos os espaços de hospedagem para todo mundo, estamos trabalhando para já organizar uma planilha de cadastro para termos controle e, graças a Deus, estamos com uma boa procura”, explicou.

Comidas típicas e artesanato são a principal fonte de renda da aldeia nos dias atuais. Ainda de acordo com as informações do cacique, o festival movimenta a economia do município de Mâncio Lima e do território indígena. Nos seis dias de festa, o faturamento gira em torno de cerca de R$ 100 mil. “É uma grande economia que entra para a comunidade. As vezes a comunidade até se assusta, porque não esperávamos que a nossa cultura fosse chamar tanto a atenção do mundo. Não estamos vendendo a cultura, estamos apenas apresentando para todos”, destacou o líder indígena.

Festivais indígenas do Acre

O governo do Acre listou 23 festivais indígenas inseridos no calendário de eventos do estado em 2024. Confira a lista de festivais que devem acontecer ainda este ano:

Junho

De 20 a 22: Festival Indígena Nuke Feya Xarahu, do Povo Huni Kui da TI Katukina/Kaninawa, em Feijó.

De 21 a 25: Festival Indígena do Povo Ashaninka, comunidade Apiwtxa, da TI Kampa do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo.

Julho

De 7 a 7: Festival Indígena Katxanawa Hô Hô Ika do Povo Huni Kui da TI Katukinaw/Kaninawa, em Feijó.

De 10 a 16: III Festival Indígena do Povo Huni Kui da TI Igarapé do Caucho, em Tarauacá.

De 18 a 23: VI Festival Indígena Atsa Puyanawa do Povo Puyanawa, em Mâncio Lima.

De 27 a 30: XIX Festival Indígena Matxo Noke Noi do Povo Noke Koi da TI Campinas/Katukina, em Cruzeiro do Sul.

De 27 a 31: Festival Indígena Mariri Yawanawá do Povo Yawanawá da TI Rio Gregório, em Tarauacá.

Agosto

De 20 a 26: Festival Indígena Mawa Isã Keneya do Povo Huni Kui da TI Colônia 27, em Tarauacá.

De 10 a 12: Festival Indígena Inu Vake do Povo Nukini, em Mâncio Lima.

De 19 a 24: Festival Indígena Nixpu Pima do Povo Huni Kui da TI Kaninawá Seringal Independência, em Jordão.

De 20 a 25: Festival Indígena da Aldeia Shanenawa do Povo Shanenawa da TI Katukina/Kaxinawá, em Feijó.

De 20 a 25: Festival Indígena Txiri do Povo Huni Kui da TI Alto Rio Purus, em Santa Rosa do Purus.

Setembro

De 5 a 7: Festival Indígena do Povo Huni Kui da Aldeia São Francisco da TI Katukina Kaxinawá, em Feijó.

De 9 a 11: Festival Indígena Mani Mutsa do Povo Huni Kui da TI Katukina/Kaxinawá, em Feijó.

De 25 a 28: Festival Indígena Txirinte do Povo Katukina da TI Rio Gregório, em Tarauacá.

Outubro

De 25 a 30: Festival Indígena Yawa do Povo Yawanawá da TI Rio Gregório, em Tarauacá.

Novembro

De 15 a 20: Festival Indígena Katxanawa do Povo Huni Kui da TI Alto Rio Purus, em Santa Rosa do Purus.

Dezembro

De 5 a 7: Festival Indígena do Povo Apolima Arara da TI Arara do Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo.

De 15 a 20: Festival Indígena Nuku Beya do Povo Huni Kui na TI Kaxinawá da Praia do Carapanã, em Tarauacá.

De 20 a 22: Festival Indígena do Povo Kuntanawa da Resex Alto Juruá, em Marechal Thaumaturgo.

De 25 a 27: Festival Indígena Ikamuru Shuku Shukuwe do Povo Huni Kui da TI Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, em Jordão.

*Com informações do Governo do Acre

Mais de 2 mil pedaços de plástico são retirados de estação ecológica no Amapá

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Uma ação retirou 2.067 pedaços de plástico que chegaram pelo Oceano Atlântico até a Estação Ecológica de Maracá-Jipioca, no litoral do Amapá. A estação é conhecida como a Ilha das Onças e possui uma das maiores populações de onças-pintadas por metro quadrado do mundo.

Os pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) e do Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) fizeram a coleta em 10 pontos da ilha, em locais como manguezais e em campos inundáveis.

Onça fotografada na Estação Ecológica Maracá-Jipioca, na chamada ‘Ilha das Onças-Pintadas’, no Amapá. Foto: Girlan Dias/ICMbio

Além de plástico, foram recolhidos itens como vidro, alumínios, madeira e borracha. Após a coleta, alguns dos itens foram expostos em uma atividade de educação ambiental para alunos da Escola Estadual Veiga Cabral, no município de Amapá.

O estudo da Ueap analisa a distribuição espacial dos resíduos coletados na estação ecológica a partir dos impactos de atividades humanas no ambiente marinho.

O projeto é coordenado pela pesquisadora Zenaide Palheta Miranda, do Laboratório de Ciências Ambientais da universidade. A ação recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap).

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá

MPF abre procedimento para acompanhar medidas de proteção em favor do povo Munduruku 

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para acompanhar o cumprimento de decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que visa a proteger os povos indígenas Munduruku, que vivem na microrregião de Itaituba, no Pará.

Em dezembro do ano passado, o tribunal determinou ao Brasil a adoção imediata de todas as medidas necessárias para proteger povos Yanomami, Ye’Kwana e Munduruku que estão sob situação de ameaças, violências e acesso precário à água potável e alimentação.

No procedimento, o MPF solicita à Unidade de Monitoramento e Fiscalização das decisões do Sistema Interamericano de Direitos Humanos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a apresentação de informações atualizadas sobre o cumprimento das medidas provisórias indicadas na decisão, elencando as ações concretas implementadas, além do encaminhamento de cópia integral dos relatórios que foram enviados à Corte Interamericana.

Extrema gravidade

Em julho de 2023, a Corte Interamericana apontou situação de extrema gravidade e urgência vivida por indígenas dos povos Yanomami, Ye’Kwana e Munduruku e recomendou ao Brasil a adoção de medidas imediatas. Os casos incluem ameaças, agressões físicas e sexuais, contaminação dos rios e diversos impactos à saúde dos indígenas por conta das invasões e atividades ilegais de mineração em seus territórios.

Na época, a corte recomendou ao Brasil a adoção de uma série de providências, com atendimento prioritário às crianças desnutridas e demais casos graves. Caberia também ao país garantir o acesso à água potável e alimentação adequada; a proteção de lideranças indígenas que viviam sob ameaça; a prevenção da exploração e violência sexual contra mulheres indígenas; além da mitigação do contágio e tratamento de doenças, especialmente a malária; entre outras medidas.

O tribunal apontou ainda a necessidade de criação de grupo de trabalho e de diálogo permanente entre as diferentes autoridades e entidades estatais e representantes dos povos Yanomami, Ye’Kwana e Munduruku, com o objetivo de avaliar as medidas a serem adotadas pelo Brasil. E indicou, no documento, medidas concretas para proteger os territórios da invasão de terceiros e a realização de estudo sobre a contaminação de mercúrio dos principais rios.

Contudo, em dezembro do mesmo ano, a Corte Interamericana de Direitos Humanos constatou suposto aumento e intensificação da violência contra esses povos e a falta de medidas efetivas pelo Brasil. Em relação ao povo Munduruku, o tribunal concluiu que as informações prestadas pelo Brasil eram genéricas, não sendo possível identificar medidas concretas que permitissem a avaliação sobre as ações implementadas pelo país. A corte manifestou preocupação com o aumento dos casos de malária e de outras doenças causadas pela poluição dos rios, em consequência da atividade garimpeira, além da contaminação por mercúrio.

*Com informações do MPF

Inventário florestal faz parte de capacitação para mulheres extrativistas de babaçu no Amazonas

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Em Canutama, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) realiza o curso de ‘Boas Práticas à Cultura do Babaçu‘. A capacitação realizada no dia 18 de maio teve como público alvo, exclusivamente, as mulheres extrativistas da Associação Agroextrativista de Mulheres Produtoras Rurais do Babaçu do Sul de Canutama (AAMPRUBSC), localizada na Linha 42 do sul do município.

Durante a capacitação, as participantes tiveram acesso a informações sobre inventário florestal e diagnóstico produtivo das áreas de extrativismo de babaçu. 

“Também serão realizadas demonstração de métodos, além da aplicação prática de como realizar o inventário florestal de palmeiras de babaçu”, disse o engenheiro florestal do Idam, Lucas Lenci.

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Lenci pontuou ainda que o curso possibilitará às participantes a prática da identificação da capacidade produtiva de uma área em relação à cultura do babaçu e, assim, tirar maior proveito da atividade extrativista.

Babaçu

Palmeira nativa da região Norte e do Cerrado, o babaçu é uma árvore extremamente produtiva para o extrativismo que, quando realizado de forma sustentável, garante ao trabalhador rural fonte de renda sem agredir a floresta.

“Além disso, todos os componentes do babaçu podem ser aproveitados. Temos o óleo extraído das amêndoas, com várias aplicações para indústria cosmética, alimentícia, e na fabricação de sabões; o fruto, do qual se pode produzir farinha; e a casca, que também pode ser utilizada para fins energéticos, como a produção de carvão vegetal”, informou o engenheiro florestal.

*Com informações do IDAM

Maior taxa de alfabetização da Região Norte é de Rondônia, aponta IBGE 

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O estado de Rondônia se destacou com a maior taxa de alfabetização da Região Norte: 93,6% da população sabe ler e escrever. Os dados são do Censo 2022 divulgados no dia 17 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Amapá fica em segundo lugar no ranking, por uma diferença muito pouca: 93,5% da população do estado é alfabetizada.

Em Rondônia, quando o recorte é por município, Porto Velho é o município com a maior taxa de alfabetização: 95,6%, maior que a do próprio estado. Confira o ranking:

Ranking de alfabetização por município em RO

Cidade% de alfabetizados
Porto Velho95,6%
Vilhena95,3%
Ji-Paraná94,4%
Guajará-Mirim94,2%
Ariquemes94,1%
Fonte: IBGE

A porcentagem é calculada com base na população de 15 anos ou mais. Em Rondônia, existem mais de 1,2 milhões de pessoas nessa faixa etária. Ou seja: mais de 79 mil rondonienses não sabem ler ou escrever.

As maiores taxas de analfabetismo estão entre os idosos. De acordo com o IBGE: enquanto a taxa de alfabetização da população com idade 15 e 19 anos é de 98,9%, apenas 72% dos idosos com 65 anos ou mais sabem ler e escrever no estado, quando o recorte é por pessoas acima de 80 anos, a taxa é ainda menor, 57,5% são alfabetizados.

Se o recorte for por raça?

Os indígenas possuem um índice de analfabetismo (13,2%) quase três vezes maior que os brancos (5,3%), já as pessoas pretas são o segundo grupo racial com a maior taxa de analfabetismo: 9,7%.

Por gênero, o Censo 2022 revela que homens e mulheres em Rondônia têm exatamente o mesmo índice de alfabetização: 93,6%.

*Com informações do g1 Rondônia

Rio Acre registra menor nível dos últimos 10 anos para maio em Rio Branco

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Em meio ao inverno amazônico, o nível baixo do rio Acre e a falta de chuvas têm chamado a atenção. Durante 14 dias de maio, choveu apenas 51 milímetros em Rio Branco, capital do Acre. O manancial atingiu 3,15 metros no dia 15, menor marca registrada no mês nos últimos 10 anos. Em comparação com a medição do dia anterior, houve uma redução de 20 centímetros.

A situação contrasta com a vivenciada entre fevereiro e março, quando o Acre passou pela segunda maior enchente de sua história desde 1971, ano em que a medição começou a ser feita. Na época, a inundação provocada pelo Rio Acre fez com que mais de 11 mil pessoas deixassem suas casas.

Conforme balanço da Defesa Civil Municipal, na mesma época no ano anterior, o rio marcava 7,27 metros. Veja abaixo a medição no mesmo dia nos últimos 10 anos.

Ainda segundo o órgão municipal, a média para esse período seria de pelo menos 5,63 metros. O ano em que o manancial apresentou menor marca, antes de 2024, foi em setembro de 2022 quando marcou 1,25 metro. Naquele ano, o rio já estava abaixo dos quatro metros no mês de maio.

O mesmo quadro foi observado em 2016, em maio daquele ano o nível do rio estava em 3,75 metros e em 17 de setembro atingiu a menor cota histórica até então, 1,30 metro.

“Este ano estamos muito mais baixos ainda. A previsão é de que se não houver chuvas nos próximos dias, vamos ter um colapso de água. O nível do rio está baixo porque choveu pouco esse mês. Choveu apenas dois dias esse mês e cada dia o nível baixa mais”, explicou o coordenador do órgão, tenente-coronel José Glácio Marques de Souza.

Caso não chova nos próximos dias, a previsão é que o nível continue diminuindo e fique abaixo dos três metros ainda no mês de maio. O coronel destacou ainda que houve apenas duas chuvas significativas em Rio Branco durante os 14 primeiros dias do mês: a primeira no dia 4 e a segunda no dia 5.

Foto: João Cardoso/Rede Amazônica Acre

“A expectativa é de que baixe. Isso preocupa muito porque está baixando muito rápido. Na última quarta-feira [8] estava com 4,81 metros e na quinta [9] já baixou 45 centímetros”, lamentou.

A Defesa Civil de Rio Branco confirmou que um plano de contingência de escassez hídrica está pronto para ser colocado em prática. Contudo, detalhes sobre quais medidas fazem parte do plano não foram divulgados.

Da segunda maior enchente à ameaça de seca histórica

A situação de maio é bem diferente da vivida na capital acreana há quase três meses. O manancial transbordou no dia 23 de fevereiro e continuou a subir até o dia 6 de março, quando chegou a 17,89 metros. A enchente de 2024 foi a segunda maior já registrada na história do estado desde 1971, quando a medição começou a ser feita.

Somente no dia 11 daquele mês, ou seja, cinco dias depois, o Rio Acre saiu da cota de transbordo, de 14 metros. As cheias de rios e igarapés em quase todo o Acre atingiram 100 mil pessoas, com 19 das 22 cidades do estado (86%) em situação de emergência, áreas sem energia elétrica, aulas suspensas, plantações perdidas e o registro de quatro mortes.

Já em todo o mês de abril, o Rio Acre ficou abaixo dos sete metros na capital, sendo que o maior índice foi marcado no dia 14, 6,42 metros. No mês de maio, o manancial começou medindo 4,89 metros e desde então vem baixando.

*Por Aline Nascimento, do g1 Acre

Tenente-coronel é primeira mulher na história da PM-RR a comandar o policiamento de Boa Vista 

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Pela primeira vez desde a criação da Polícia Militar de Roraima, em 1975, uma policial mulher vai comandar todo o policiamento ostensivo de Boa Vista. O feito inédito em quase 50 anos de história da corporação foi alcançado no dia 16 de maio pela tenente-coronel Cyntya Loureto, que agora chefia o Comando de Policiamento da Capital (CPC).

Em linha hierárquica, acima do CPC está apenas o comando-geral da PM, que tem como comandantes o coronel Miramilton Goiano e a subcomandante coronel Valdeane Alves, que é outra pioneira na PM do estado.

A posse de Cyntya ocorreu um dia depois de que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma lei estadual que limitava a participação de mulheres na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros de Roraima – com isso, o direito é igual para todas e todos.

Tenente-coronel Cyntya Loureto – comandante da PM coronel Miramilton. Foto: Divulgação – Secom.

Agora, está sob o comando direto de Cyntya a atuação de 866 policiais militares de oito unidades operacionais da PM, incluindo o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Juntos, eles são responsáveis pela segurança dos mais de 413 mil moradores de Boa Vista.

“É com grande honra e humildade que assumo o papel de primeira comandante do Comando de policiamento da capital. Este momento histórico não é apenas uma conquista pessoal, mas representa um passo significativo em direção à igualdade de gênero e à diversidade em nossas forças policiais”, destacou.

Atualmente, a corporação conta com um efetivo de 2.512 policiais, sendo 523 mulheres – ou seja são apenas 20,82% da instituição. Do total, 83 delas ocupam cargos oficiais – assim como Cyntya, enquanto que 326 homens estão nesses postos.

Ao assumir a função, ela frisou que trata-se de uma oportunidade única na carreira, mas também um desafio que ela encara com dedicação e a certeza de que isso também serve de inspiração para que outras mulheres policiais da PM também assumam papeis de destaque.

“Estar no comando do CPC com certeza abre portas de aspirações de muitas policiais que visam alcançar o reconhecimento profissional e assumir funções de destaque na corporação. Receber uma missão como essas é um grande orgulho pra mim e acredito que pra todas as mulheres. Vou me dedicar ao máximo pra que sejamos bem representadas”.

Comando de Policiamento da Capital responsável pela segurança de Boa Vista. Foto: Divulgação-Secom.

Cabe à comandante-geral do CPC a garantia e preservação da ordem pública na capital. Dentro da estrutura da função, está a responsabilidade de comandar as seguintes unidades operacionais, incluindo policiais considerados de elite do Bope:

  • 1º e 2º Batalhão
  • Companhia Independente de Policiamento de Guarda
  • 1° Esquadrão Independente de Polícia Montada (Cavalaria)
  • Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva (Giro)
  • Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa)
  • Companhia Independente de Policiamento de Trânsito Urbano e Rodoviário (Ciptur)

“Entrei como soldado da Polícia Militar em 2007. Mas sempre temos a expectativa de galgar funções de maior responsabilidade, mais complexas, e trabalhamos muito para isso. É uma oportunidade que não deixa de ser um desafio. Sou a primeira mulher a assumir essa missão e vou dar continuidade à política de proximidade que a PM já trabalha, enfatizar as ocorrências que têm mais necessidade de atendimento e manter o atendimento de excelência”, declarou a nova comandante da capital.

Cyntya ingressou na PM como soldado, há 17 anos. Depois, passou no concurso público para oficial, quando se tornou tenente em 2009 e se tornou bacharel em Segurança Pública e Cidadania.

Na trajetória na corporação, ela desempenhou ao menos 10 funções de destaque, como comandante do 3º pelotão da 2ª Companhia do 1º Batalhão da PM, subcomandante da extinta Companhia Independente de Policiamento Comunitário (de 2016 a 2018), foi subcorregedora-geral. Antes de se tornar comandante do CPC ela exercia a função de diretora de ensino e pesquisa.

A tenente-coronel substituiu o também tenente-coronel Marcelo Barbosa, que ocupava o cargo desde fevereiro de 2023. No início de abril, ele capotou uma caminhonete oficial da Polícia Militar, onde estava com os dois filhos, de 6 e 14 anos.

A mudança no CPC, conforme o comandante-geral ocorreu por rotina e questões estratégicas. Os comandantes passam por uma análise de perfil, e a tenente-coronel Cyntya teve um trabalho destacado.

“Agradeço a passagem do tenente-coronel Rocha enquanto esteve no comando e desejo boa sorte à nova comandante, que é uma pessoa leal, amiga, capaz e excelente técnica. O protagonismo da mulher na Polícia Militar começou há 25 anos quando lançaram o primeiro concurso, e a consequência é hoje elas assumirem esses postos de comando, assim como ocorreu com a nossa subcomandante-geral, Valdeane Alves”, disse o coronel Miralmilton.

A Polícia Militar de Roraima foi criada em 26 de novembro de 1975 — há 49 anos, mas apenas em 2020 uma mulher chegou à patente de coronel, e em 2022 na função de função de subcomandante-geral da corporação, segundo cargo mais importante da instituição.

*Com informações de g1 Roraima

Pesquisadores descobrem carta do fim do século 19 no Amapá atribuída a Cabralzinho

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Pesquisadores que atuam no Centro de Memória do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) encontraram em um dos processos estudados, uma carta atribuída a Francisco Xavier da Veiga Cabral. O general Cabralzinho tem desde 2021 o nome no Livro de Heróis da Pátria.

Cabralzinho foi tido como herói na disputa entre o Brasil e a França pela então região do Contestado Franco-Brasileiro, no Amapá. Segundo relatos históricos, ele teria derrotado, com o apoio de outros brasileiros, uma guarnição de invasores franceses à Vila do Espírito Santo, atual município de Amapá.

O documento é de um processo sofrido por Cabralzinho pela tentativa de articular uma fuga de companheiros que estavam presos, de acordo com Marcelo Jaques, historiador do TJAP.

“É um processo do final do século 19, um pouco antes de Cabralzinho ter toda essa atuação que teve na situação do Contestado Franco-Brasileiro. A fuga tem a ver com essa atuação política dele, porque era uma figura polêmica e controversa, e muito historiadores até duvidam do heroísmo dele”, descreveu o historiador.

Ainda segundo o historiador, Cabralzinho era suspeito de integrar um plano para depor o então governador do Pará, Lauro Sodré, eleito pelo Congresso Constituinte Paraense em 23 de junho de 1891.

Outros fatores

Entre arquivos, artefatos e objetos que fizeram parte da construção da história também está um dos documentos mais antigos no acervo, um livro de registo dos escravos que chegavam à Vila Mazagão de 1841.

“Nele constam, por exemplo, a aptidão para o trabalho, a idade, o proprietário desses escravizados e os valores que eram atribuídos a eles. A importância disso tudo é fazer com que esses arquivos sejam colocados à disposição da sociedade através de pesquisas, por exemplo”, informou Michel Ferraz, museólogo do TJAP.

Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

Centro de Memória

O Centro de Memória do TJAP foi inaugurado em 2019 com o objetivo de preservar e difundir a memória institucional da Corte de Justiça amapaense. Localizado na entrada do Palácio da Justiça, o memorial exibe objetos, livros notariais e processos judiciais emblemáticos provenientes de diversas fases do Judiciário no território amapaense.

O espaço está localizado na Sede do TJAP, na Rua General Rondon, nº 1295, no Centro de Macapá. Aberto das 7h30 às 14h, disponível para visitação do público.

Veja a carta de Cabralzinho na íntegra:


Amigo Bellarmino.

Sinto profundamente os desgostos que tens passado nessa masmorra, eu ca fico sem novidades maior, graças a Deus.

A tua família vai regularmente, a tua senhora já deu à luz a uma creança e foi bem sucedida.
Os nossos chefes tem protegido com toda hombridade a tua família que está recebendo uma pensão.
O portador d’esta é um amigo meu que vai haí só e somente para os trazer desse inferno, vai a meu mandado exclusivamente, podem vir como estão, sem susto, que vem para junto de sua família. Fiz o mesmo ao Manoel Ludgero, ao Vicente Paula de Oliveira, Raymundo Jose de Valentim, Sergio Manoel da Conceição, Manoel Ribeiro da Silva, Hilario dos Passos Pinheiro, Henrique José Lopes, João Periquito, Lourenço Joaquim Praxedes, a todos diz que empreguem todos os meios de embarcarem-se com esse amigo e venham com coragem, pois que Deus protege os seus filhos.

Abraçem o amigo que muito os estima.

Cabralzinho.

*Por Rafael Aleixo e Addan Vieira, do g1 Amapá