Conheça 7 lugares tombados como Patrimônios Históricos da Região Norte

O Dia do Patrimônio Histórico Nacional, celebrado em 17 de agosto, foi criado em homenagem ao historiador e jornalista Rodrigo Melo de Andrade, responsável pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Dia do Patrimônio Histórico Nacional, celebrado em 17 de agosto, foi criado em homenagem ao historiador e jornalista Rodrigo Melo de Andrade, responsável pela criação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1937.

Para homenagear o dia, o Portal Amazônia separou alguns lugares que são tombados como Patrimônio Histórico Nacional da Região Norte. Confira:

Centro Histórico de Manaus (Amazonas)

O centro histórico da capital do Amazonas, Manaus, é considerado Patrimônio Histórico Material Nacional, tombado em 2012 pelo Iphan. A área abrange a orla do Rio Negro e o entorno do Teatro Amazonas, mantendo os aspectos simbólicos e densos de realizações artístico-construtivas.

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De acordo com o Iphan, “apresenta uma fração urbana formada por edificações do período áureo da borracha, mesclada a edifícios modernos e representa um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar no Brasil, quando a exploração do látex proporcionou o incremento da industrialização em escala mundial”.

Foto: Reprodução/Iphan

Geoglifos (Acre)

No Acre é possível encontrar algumas figuras geométricas gigantescas feitas em campos abertos que ainda são um mistério para a humanidade. Os geoglifos podem ser encontrados em outros países, como o Peru, criados pela cultura Nasca entre os anos 500 a.C. e 500 d.C. Os primeiros a relatá-los, no século 20, foram pilotos civis e militares peruanos. Somente no Acre foram catalogados 300 sítios arqueológicos com geoglifos que datam cerca dos anos 200 a.C.

Os primeiros registros desses sítios estão na década de 1970, quando o pesquisador Ondemar Dias, durante o Programa Nacional de Pesquisas Arqueológicas da Bacia Amazônica (Pronapaba), localizou oito estruturas de terra no Acre. Entretanto, foi somente a partir dos anos 2000 que esses sítios tiveram projeção midiática e foram alvo de intervenções científicas sistemáticas.

Em 2018, um desses geoglifos acreanos, com aproximadamente 2500 anos de idade, foi tombado pelo Iphan. Atualmente o conjunto dos geoglifos do Acre está na Lista Indicativa a Patrimônio Mundial como um candidato pelo Brasil.

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Foto: Reprodução/Edison Caetano

Fortaleza de São José de Macapá (Amapá)

O Amapá possui apenas uma estrutura registrada e tombada como Patrimônio Histórico: a Fortaleza de São José de Macapá. Considerada uma das principais edificações militares existentes no Brasil e um dos mais importantes monumentos do século XVIII, foi erguida com o objetivo de defender a Amazônia, principalmente depois da descoberta de uma invasão francesa, que já havia ocupado o território da Guiana.

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Ocupa uma extensa área na margem esquerda da foz do Rio Amazonas, na capital do Amapá, fundada em 1758, e sua construção empregou, além de oficiais e soldados, canteiros, artífices e trabalhadores africanos e indígenas. Eram pagos 140 réis diários aos primeiros contra apenas quarenta réis para os segundos.

O sistema do forte era de um quadrado com baluartes pentagonais nos vértices, que receberam o nome de santos católicos: Nossa Senhora da Conceição, São José, São Pedro e Madre de Deus. No interior deste quadrado, uma praça rebaixada constituída de oito prédios, dispostos dois a dois (um deles uma capela). 

Havia esgotadouro de águas pluviais no centro e nas laterais. Do lado externo, havia o fosso seco que, no projeto original, contornava a praça principal, o revelim que também circulava o fosso e ligado à esplanada por uma passarela de madeira.

Foi tombado pelo Iphan em 22 de março de 1950 e elevado à categoria de museu em 2007.

Foto: Reprodução/Iphan

Mercado Ver-O-Peso (Pará)

A capital do Pará, Belém, possui mais de 3 mil imóveis tombados, como é o caso do Centro Histórico da cidade, tombado em 2012. Em um desses principais monumentos está o Mercado Ver-O-Peso, ou melhor, o ‘Conjunto arquitetônico e paisagístico Ver-o-Peso’, como é denominado pelo Iphan. É o maior mercado e feira ao ar livre da América Latina. 

Inaugurada em 1625, no antigo Porto do Pirí, a Casa de “Haver o Peso” era apenas um posto de aferição de mercadorias e arrecadação de impostos, mas viria a se tornar um grande mercado aberto. O conjunto arquitetônico e paisagístico foi reconhecido pelo Iphan em 1977.

No século XVIII, Belém era o maior entreposto comercial da região, sendo o centro de comércio de produtos oriundos da extração da Floresta Amazônica destinados aos mercados locais e internacionais, e o principal ponto de chegada dos produtos europeus para suprir o mercado regional. Foi esse movimento intenso de comércio de produtos que deu origem ao Ver-o-Peso.

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Ao longo do tempo, sofreu diversas modificações, inclusive para se adaptar à necessidade e gostos da Belle Époque, período de cultura cosmopolita que, segundo alguns autores, marcou o fim do século XIX e durou até à 1ª Guerra Mundial. Nesse período, o Ver-o-Peso passou por uma grande reforma, inclusive com a construção do Mercado de Ferro (ou de Peixe) e do Mercado Francisco Bolonha (ou de Carne).

O Mercado de Ferro começou a ser construído em 1899, com influência europeia, seguindo a proposta dos engenheiros Bento Miranda e Raymundo Vianna. Com estrutura de ferro trazida da Europa e cobertura principal em telha tipo Marselha, as torres art noveau foram cobertas com escamas de zinco, sistema Vieille-Montagne. Inaugurado em 1901, com o Mercado de Carne, é considerado a maior feira livre da América Latina.

O Ver-o-Peso se estende por um complexo arquitetônico e paisagístico de 25 mil metros quadrados, com uma série de construções históricas. O conjunto tombado inclui o Boulevard Castilhos França, o Mercado de Carne e o Mercado de Peixe, o casario, as praças do Relógio e Dom Pedro II, a doca de embarcações, a Feira do Açaí e a Ladeira do Castelo. Destaca-se como um lugar de intensa vida social e intercâmbio cultural, onde as práticas trabalhistas tradicionais têm lugar e uma complexa teia de relações sociais é tecida, envolvendo o comércio de natureza comercial, mas também simbólica.

Foto: Reprodução/Iphan

Real Forte Príncipe da Beira (Rondônia) 

Representando o Estado de Rondônia, o Real Forte do Príncipe da Beira é considerado uma das maiores obras da engenharia militar portuguesa do período colonial, tanto pela sua edificação como pela sua fundamental localização estratégica. O Forte está situado na margem direita do rio Guaporé, no município de Costa Marques, estado de Rondônia, na fronteira com a Bolívia.

O nome Real Forte do Príncipe da Beira, ou simplesmente Forte do Príncipe da Beira como é mais conhecido, originou-se de uma homenagem ao Príncipe herdeiro da Coroa Portuguesa, D. José de Bragança, que tinha o título de Príncipe da Beira, título que manteve até à morte de sua mãe, Maria I de Portugal, quando então ascendeu ao trono com o título de Príncipe do Brasil.

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A edificação do Real Forte Príncipe da Beira foi erguida com a finalidade de demarcar e defender a nova fronteira acordada pelo Tratado de Madrid de 1750, firmado entre D. João V de Portugal e D. Fernando VI da Espanha, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, o que supostamente colocaria um final às disputas entre os dois países. O Tratado de Madrid tinha a finalidade de substituir o de Tordesilhas que na prática não estava mais sendo respeitado.

Foto: Reprodução/Exército Brasileiro

Matriz Nossa Senhora do Carmo (Roraima)

A Matriz Nossa Senhora do Carmo foi a primeira igreja construída na Bacia do Rio Branco e é reconhecida como patrimônio histórico de Boa Vista. De 2005 a 2007 foi totalmente restaurada, preservando as características germânicas originais da década de 1920, quando foi reconstituída pelos padres Beneditinos, que a tornaram única em toda a região amazônica.

Construída no século XIX, localiza-se na Rua Floriano Peixoto, s/n, no Centro de Boa Vista. Em 1856, a primeira paróquia foi erguida sendo elevada a condição de Igreja Matriz apenas em 1858. O primeiro eclesiástico foi o Cônego José Henrique Felix da Cruz Daoia, sendo seu sucessor o padre Manoel Furtado de Figueiredo que veio a ocupar a função até 1909 quando é passada a Igreja para a Ordem Religiosa dos Beneditinos. 

O bem foi tombado pela Prefeitura Municipal com a Lei n° 230, de 10 de setembro de 1990, e Decreto n° 2614, de 15 de outubro de 1993. Em relação a sua conservação, informam que ela ainda se encontra em excelente estado.

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Foto: Reprodução/Google Street View

Centro Histórico de Porto Nacional (Tocantins)

O centro histórico de Porto Nacional, em Tocantins, foi tombado pelo Iphan em 2008 abrangendo uma área de cerca de 250 edificações, com conjuntos de ruas, largos e praças, incluindo a Avenida Beira Lago e o entorno da Catedral Nossa Senhora das Mercês. Na cidade, destacam-se as edificações construídas pelos freis dominicanos como a Catedral das Mercês, além de espaços públicos e residências.

A área tombada (que inclui o seu entorno) possui boa parte da zona central e compreende o sítio natural, a malha urbana e as arquiteturas implantadas desde a fundação do município até a década de 1960. Neste trecho é possível encontrar edificações vernaculares, os edifícios mais singulares do centro histórico, como a Catedral, o Seminário, a Cúria e a Casa de Câmara e Cadeia. 

O local ainda apresenta remanescentes da maior parte do acervo arquitetônico representativo do período da mineração do ouro – metade do século XVIII até meados do século XX. 

Foto: Reprodução/Iphan

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