Conheça 10 lugares tombados como patrimônio histórico de Manaus

Você sabe quais prédios da capital amazonense foram selecionados pelo sistema de proteção?

Foto: Secretaria de Cultura e Economia Criativa

MANAUS – O tombamento é uma forma encontrada pelas autoridades para proteger o patrimônio nacional. Os bens tombados estão sob responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e são divididos em duas modalidades, os bens móveis e imóveis. Você sabe quais prédios da capital amazonense foram selecionados pelo sistema de proteção? O Portal Amazônia mostra os patrimônios da cidade e sua importância histórica. Confira:

Centro Cultural Usina Chaminé

Foto: Reprodução/Michael Dantas

O prédio construído em 1910, possui características neo renascentistas e foi criado com o objetivo de ser uma unidade de tratamento de esgoto. Tombado como Monumento Histórico do Amazonas em 1988, a edificação foi reformada em 1993, passando a funcionar como Centro de Artes Chaminé, abrigando a Pinacoteca do Estado, com exposições que funcionavam de forma temporária.

Em 2002, o prédio recebeu uma nova reforma, já denominado como Usina Chaminé, reaberto como parte das ações do Programa de Preservação da Natureza da Memória Cultural e Histórica do Amazonas.

Cemitério São João Batista

Foto: Divulgação

Fundado em 1890, o cemitério está localizado na zona centro sul da cidade, na Av. Boulevard Álvaro Maia, esquina com praça Chile. O local foi tombado como Patrimônio Histórico pelas suas edificações históricas, como o caso da capela gótica e pórticos.

Além das sepulturas de valor religioso, histórico, cultural e arquitetônico, como os inúmeros modelos que apresentam técnicas variadas de construção, alguns com materiais valiosos antigos como cerâmica inglesa, esculturas artísticas, pintura marmorizada.

O gradil antigo do cemitério, por exemplo, foi confeccionado com rebites de ferro para unir as peças e anéis decorativos de chumbo para reforçar essas estruturas, já que não existia a solda elétrica à época. Possui um amplo arquivo de sepultamentos realizados desde 1882.

Relógio Municipal

Foto: Divulgação

Inaugurado no início do século XX, ele foi instalado na avenida Eduardo Ribeiro em 1927 nas proximidades da Catedral de Nossa Senhora da Conceição, e faz parte do Patrimônio Histórico no ano de 1988 e possui aproximadamente 5 metros de altura. 

Há registros de que a primeira iniciativa de se construir um medidor de horas na Cidade data de 1854, quando o presidente da Província, Herculano Ferreira Pena, em pronunciamento à Assembleia Legislativa Provincial, expôs a necessidade da existência de um relógio público em Manaus.

Praça Heliodoro Balbi

Foto: Secretaria de Cultura e Economia Criativa

Considerada ponto tradicional da cidade, aberta ainda na época do Império, a Praça Heliodoro Balbi, ou Praça da Polícia, ocupa uma área de 8.515 m², no centro da cidade de Manaus. O codinome deve-se ao fato de ter sido palco, por muitos anos, para as apresentações da banda da Polícia Militar.

O local também abrigou, até 2004, o Comando Geral da PM, no prédio onde existia, anteriormente, o Palacete Provincial. Esse prédio foi restaurado em 2008, para dar lugar a mais um espaço cultural da cidade, recebendo novamente o nome de Palacete Provincial.

A Praça Heliodoro Balbi conta com duas piscinas ornamentais, árvores, quiosques e sebos, além do tradicional Café do Pina, bancas de tacacá, sorvete, entre outros. No espaço são também realizados shows musicais, concertos, atividades circenses, espetáculos natalinos, dentre outros eventos.

Academia Amazonense de Letras

Foto: Divulgação

A Academia Amazonense de Letras foi fundada em 1918 é a entidade literária máxima do estado brasileiro do Amazonas, com apenas 30 vagas e tinha como presidente Djalma Batista. Atualmente o órgão possui 40 vagas ocupadas por poetas, romancistas, jornalistas, cronistas, ensaístas, médicos, teólogos, economistas, educadores, sociólogos e antropólogos. 

Teatro Amazonas

Foto: Divulgação

Inaugurado no dia 31 de dezembro de 1896, o Teatro Amazonas preserva parte da arquitetura e decoração originais. Tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966 ele possui estilo arquitetônico e renascentista. O salão de espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e três pavimentos de camarotes.

Impossível não ficar hipnotizado com o teto côncavo, no qual estão quatro telas pintadas em Paris pela tradicional Casa Carpezot. As telas representam música, dança, tragédia e ópera. Esta última, uma homenagem ao compositor brasileiro Carlos Gomes.

Ao centro, um majestoso lustre de bronze francês. Também não passam despercebidas as máscaras nas colunas da plateia, que homenageiam compositores e dramaturgos, entre eles, Aristófanes, Molière, Rossini, Mozart e Verdi.

Mercado Municipal Adolpho Lisboa

Foto: Reprodução/Construtora Biapó

O Mercado Municipal Adolpho Lisboa, um dos mais importantes centros de comercialização de produtos regionais em Manaus, foi construído no período áureo da borracha. Por ser um dos principais exemplares da arquitetura de ferro sem similar em todo mundo, foi tombado em 1º de julho de 1987 pelo Iphan.

Sobre a bandeira do portão principal, existe uma cartela cravada com o nome Adolpho Lisboa que, na época da construção, era prefeito da cidade de Manaus. Posteriormente Lisboa deu o nome ao mercado.

Reservatório de Mocó

Foto: Divulgação

O reservatório abrange uma área com cerca de 1000 metros quadrados. Foi planejado e construído com o objetivo de solucionar os problemas de abastecimento de água, que atingiam a cidade no final do século XIX.

Inaugurado em 1899, destaca-se pela sua estrutura interna que suporta dois enormes tanques metálicos, instalados no espaço superior da edificação. Tombado em 13 de Março de 1995, o Reservatório do Mocó abastece ainda hoje parte da Cidade de Manaus.

Instituto Benjamin Constant

Foto: Divulgação

Autorizado pela Lei 643, de 2 de junho de 1884, o presidente da Província, Theodoreto Souto, criou uma instituição destinada a oferecer os ensinos primário, moral e doméstico para meninas órfãs e pobres.

Inaugurada no dia 10 de julho, na rua Nove de Novembro, atual Lauro Cavalcante, recebeu a denominação Azylo Orphanológico Elisa Souto em homenagem à esposa daquele presidente. Para regente desse asilo, foi nomeada Eulália Fernandes Rêgo Monteiro.

A reforma do ensino público realizada pelo presidente provincial Adolpho de Vasconcelos, em 1886, determinou que a Escola Normal Feminina e o asilo funcionassem no mesmo local. Em razão disso, alugou-se um prédio, de Alfredo Sérgio Ferreira, na rua da Independência, atual Frei José dos Inocentes. A mudança ocorreu no dia 12 de abril daquele ano.

O asilo orfanológico ficou nesse local até 1º de agosto de 1888, quando foi transferido para o palacete do Barão de São Leonardo, na rua Ramos Ferreira, adquirido na administração de Theodoreto Souto para abrigar o Museu Botânico.

Em 26 de abril de 1892, pelo Decreto 11, o governador Eduardo Ribeiro extinguiu o asilo e criou o Instituto Benjamin Constant, com igual finalidade. O nome do Instituto foi uma homenagem a Benjamin Constant Botelho de Magalhães, conhecido como Fundador da República e primeiro titular do Ministério da Instrução Pública. 

A administração desse novo estabelecimento escolar ficou a cargo das irmãs da Congregação Filhas de Sant’Anna, que chegaram a Manaus em 1893, vindas da Itália. A primeira superiora a reger o Benjamin Constant foi sóror Ana Aquilina Gilardini, que assumiu em 4 de maio daquele mesmo ano.

Vale ressaltar que, apesar desse Instituto ser gerenciado pelas Filhas de Sant’Anna, também havia um diretor laico. O primeiro deles foi o desembargador Luiz Duarte da Silva, nomeado pelo Governo do Estado.

A partir de 1900, ficou facultado às alunas do Instituto que concluíssem o curso com bom aproveitamento o direito a se matricularem na Escola Normal e serem nomeadas professoras do interior do Estado, mediante concurso.

Na administração estadual de Ephigênio de Salles, inaugurou-se, nesse estabelecimento de ensino, em 29 de julho de 1929, uma capela em honra à Sant’Anna, ampliada na década de 40. O Teatrinho Santa Rosa foi instalado em 1930.

O governador Danilo Areosa, em 1969, desativou o Instituto e, em seu lugar, instalou a Fundação Educacional do Amazonas, responsável, à época, pela administração dos ensinos de nível médio e primário. O Benjamin voltaria a funcionar somente no governo de João Walter de Andrade, porém não mais como internato e, sim, como uma escola de regime misto.

Em 1997, a Escola Estadual Benjamin Constant passou a funcionar em um edifício alugado, na travessa Frei Lourenço, n. 33, onde veio a encerrar suas atividades em 2001.

Por meio do Decreto 11.190, de 14 de junho de 1988, o prédio dessa instituição de ensino – na rua Ramos Ferreira, n. 991, Centro – foi tombado pelo Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico do Amazonas – CEDPHA.

Na década seguinte, em 1998, esse prédio histórico recebeu a instalação do Centro de Informática Benjamin Constant – Ceinfor, desativado em 2003 e substituído, no outro ano, pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas – Cetam. Essa unidade do Cetam foi denominada Instituto Benjamin Constant e funciona até os dias atuais.

Porto de Manaus

Foto: Divulgação

O Porto de Manaus, capital do estado do Amazonas, é um dos principais pontos turísticos mais visitados. Localizado na Rua Marque de Santa Cruz, centro de Manaus, foi inaugurado em 1907, com o crescimento da exploração da borracha, a infraestrutura do local na época precisou passar por uma ampliação e reorganização. Com as obras iniciadas oficialmente em 7 de outubro de 1902, com uma solenidade que contou com a presença do governador do estado Dr. Silvério Nery.

As obras foram realizadas por etapas: Em 1903, foi construída a Casa de Máquinas (hoje se encontra o Museu do Porto); no ano de 1904, foram construídos os armazéns nº 9 e 10, a torre metálica para a caixa-d’água, as linhas férreas destinadas aos serviços dos armazéns do Porto, o cais do Roadway e instalações dos primeiros geradores de eletricidade; as calçadas e as áreas em torno dos armazéns nº 9 e 10 foram feitas em 1905; o prédio da Alfândega e Guardamoria, juntamente com o segundo trecho do cais de alvenaria e o prolongamento da plataforma de madeira, o armazém nº0, a ponte flutuante do Roadway, o Escritório Geral e galerias de esgoto foram montados nos anos de 1906 e 1907.

No contexto geral, as obras se arrastaram por longos anos e apenas chegaram a serem concluídas por volta de 1919. 

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