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#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 2 famosos do Amapá que mudaram os nomes

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Os nomes artísticos muitas vezes escondem histórias curiosas e com significados pessoais. Por trás desses nomes consagrados nos palcos, existem histórias de identidade cultural que revelam um pouco mais sobre suas trajetórias. 

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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares no Amapá:

Tani Sereia

Tânia Fátima, conhecida como Tani Sereia, é uma cantora e compositora amapaense considerada uma voz promissora na região. Tânia carrega em seu nome de batismo um significado especial, já que o ‘Fátima’ foi uma promessa feita por sua mãe a Nossa Senhora de Fátima antes do seu nascimento.             

Na infância, a artista era chamada de ‘Taninha’, porém, durante a adolescência, uma amiga resolveu encurtar ainda mais o apelido, chamando-a de ‘Tani’. O novo nome pegou e acabou se tornando a forma como passou a ser conhecida, tanto na vida pessoal quanto na artística.

‘Tani’, segundo ela, é um nome que transmite suavidade, algo que a artista considera positivo, principalmente quando entra em contraste com a potência da sua voz nos palcos. 

Leia também: J. Márcio: artista é responsável por obras que eternizam a cultura amapaense

nomes artísticos: Tani Sereia
Foto: Reprodução/Instagram-@ttsereia

“Acho que o nome curto e diferente ajuda a ser lembrado e a estabelecer identidade, além do elemento surpresa, ‘Tani’ transmite uma doçura, o que causa catarse quando a voz também marcante ecoa pelos palcos”, explica a cantora.

O ‘Sereia’, por sua vez, nasceu de uma ligação afetiva com as águas. Desde pequena, Tani sempre sentiu uma conexão especial com rios e mares, e a figura mitológica da sereia sempre exerceu fascínio sobre ela.

“A sereia sempre foi a figura mitológica que eu mais me identifiquei desde criança, além de ter toda a magia envolvendo a voz das sereias, que têm o poder de encantar pelo canto e até de levar os pescadores para fundo consigo”, conta a artista.

Leia também: Conheça compositores da Região Norte que fazem sucesso no País

Nivito Guedes

Natural de Macapá, Hernani Vitor Carrera Guedes, conhecido como Nivito Guedes, é um cantor, compositor, violinista e um dos grandes nomes amapaenses.

O nome artístico adotado pelo cantor une partes do próprio nome: ‘Ni’ de Hernani e ‘vito’ de Vitor, formando Nivito, acompanhado do sobrenome Guedes.

nomes artísticos: Nivito Guedes
Foto: Paulo Rafael

Conhecido pelo estilo único de tocar violão, Nivito construiu uma carreira sólida baseada na valorização da cultura amazônica. Com influências que vão do Marabaixo e Batuque, folclores tradicionais do Amapá, ao Carimbó paraense, passando pelo Merengue caribenho e pelo swing romântico, o artista desenvolveu uma sonoridade que mistura ritmos indígenas, caribenhos e brasileiros. 

O artista possui três álbuns autorais, Todas as Luas, Tô em Macapá e uma coletânea com músicas apresentadas em festivais no Amapá e em outros estados. Em suas obras o artista reflete não apenas a sua identidade artística, como também a diversidade cultural da região. 

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Veja mais da série:

#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 3 famosos do Acre que mudaram os nomes

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O Acre, fonte de talentos que ultrapassam fronteiras locais, é berço de diversas personalidades conhecidas. Grande parte desses artistas adotaram nomes artísticos que diferem de seus nomes reais, escolhidos como forma de representar a sua personalidade.

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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares no Acre:

Diko Lobo 

Cledson Castanho, conhecido como Diko Lobo e apelidado de ‘Diquinho’, foi um cantor e compositor de rock regional.

Natural de Cruzeiro do Sul, Diko desenvolveu interesse pela música em 1993, quando ouviu no rádio a música ‘Knockin’ on Heaven’s Door’, do Bob Dylan, interpretada pela banda Guns N’ Roses. 

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Foto: Arquivo pessoal-Diko Lobo

Ao longo da carreira, Diko tinha como referências internacionais bandas como Pink Floyd, Rolling Stones, Beatles, Led Zeppelin, Bon Jovi, Guns N’ Roses e Metallica, além de ícones do rock brasileiro como Raul Seixas, Legião Urbana, Barão Vermelho e Engenheiros do Hawaii. Em suas músicas Diko abordava temas políticos, poéticos, românticos e satíricos.   

O cantor faleceu aos 41 anos em Cruzeiro do Sul, deixando um legado no rock regional. Em seu velório familiares, amigos, fãs e autoridades prestaram homenagens ao artista.   

Leia também: Conheça personalidades do Acre que se destacaram no cenário nacional

Mestre Bima 

Abismar Gurgel Valente, conhecido artisticamente como Mestre Bima, nasceu em Tefé, no Amazonas. No entanto, foi levado ainda bebê com a mãe para os seringais do Alto Rio Envira, no Acre, onde fez muito sucesso. 

Seu Bima, começou a tocar violão aos 10 anos de idade, acompanhando seu pai, José Pedro, mestre em sanfona harmônica. Ainda jovem, tornou-se um dos principais representantes da música popular do Acre. 

Foto: Arison Jardim

O artista foi fundamental na preservação e difusão de ritmos tradicionais com influências indígenas, nordestinas e amazônicas.

Suas composições são marcadas por batuques e uma mistura de batidas rítmicas das comunidades indígenas, com sons nordestinos e outras influências da região norte, o tornando uma referência para músicos e pesquisadores da cultura popular. 

Glória Perez 

Fugindo do núcleo musical, outra artista acreana usou da criatividade para conquistar o público brasileiro de outra forma: com as novelas. Glória Maria Rebelo Ferrante, conhecida nacionalmente como Glória Perez, nasceu em Rio Branco, no Acre, no dia 25 de setembro de 1948.

O nome artístico adotado, na verdade era o nome de casada. Em 1969, após um ano vivendo juntos, casou-se com o engenheiro Luiz Carlos Saupiquet Perez, com quem teve três filhos (Daniella, Rodrigo e Rafael). Eles se separaram em 1984.

Autora de novelas e minisséries que marcaram a teledramaturgia nacional, Glória viveu em sua cidade natal até os 16 anos, quando se mudou com a família para Brasília, depois para São Paulo, até chegar no Rio de Janeiro, onde consolidou sua carreira. 

Glória Perez autora do Acre
Foto: Reprodução/ Instagram-@Gloriafperez

Formada em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Glória Perez iniciou a carreira como escritora na televisão em 1979, ao escrever uma sinopse para um episódio do seriado ‘Malu Mulher’. Embora o episódio não tenha sido produzido, o texto chamou a atenção de Janete Clair, uma das maiores autoras de novelas do Brasil, que a convidou para ser assistente na novela ‘Eu Prometo’ (1983).

Desde então, acumulou sucessos como ‘Partido Alto’ (1984), ‘Barriga de Aluguel’ (1990), ‘Explode Coração’ (1995), ‘O Clone’ (2001), ‘América’ (2005), ‘Caminho das Índias’ (2009), vencedora do Emmy Internacional, além da minissérie ‘Amazônia – de Galvez a Chico Mendes’ (2007), que homenageia sua terra natal e narra episódios marcantes da história acreana.

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Veja mais da série:

#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 4 famosos de Roraima que mudaram os nomes

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Em Roraima, alguns artistas adotam nomes que diferem de seus nomes reais, para carregar ao longo da carreira. Esses nomes artísticos, em geral, são símbolos da trajetória, do pertencimento ou da transformação pessoal do artista.

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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares em Roraima:

Euterpe

A cantora e compositora Andressa Nascimento adotou ‘Euterpe’ como nome artístico em 2009, no lançamento de seu primeiro álbum, ‘Batida Brasileira’.

O nome tem dupla referência, já que é científico – da palmeira do açaí (Euterpe oleracea) – e também mitológico, fazendo referência à musa da música na mitologia grega.

#Série - Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 4 famosos de Roraima que mudaram os nomes - euterpe
Foto: Euterpe/Arquivo Pessoal

Eurterpe nasceu em 1985, em Boa Vista (RR), e começou sua trajetória musical influenciada pelo pai, que era tecladista amador. A artista começou a cantar aos sete anos e participou de vários corais ao longo da carreira.

O álbum ‘Batida Brasileira’ foi produzido com apoio do prêmio do Festival de Canto Forte da Funarte e gravado em Belém do Pará, trazendo parcerias importantes com artistas como Eliakin Rufino e Jorge Farias.

Com uma forte ligação com a cultura amazônica e roraimense, ela valoriza suas raízes locais nas músicas, possuindo um repertório voltado para a poesia, a ancestralidade e os ritmos da floresta.

Ana Lu

A cantora Ana Luiza de Oliveira Pinto, conhecida nacionalmente como Ana Lu, optou por um nome curto, leve e de fácil memorização. Segundo ela, ‘Ana’ é comum, geralmente associado, e em busca de algo mais marcante e com energia positiva, Ana se inspirou em artistas como Chorão para adotar um nome artístico direto e descontraído.

“As combinações que eu fazia, ou achava grande, comum ou sério para o meu artístico. Queria um nome curto e de fácil fixação, Ana Lu ficou descontraído e com uma boa energia”, afirma a cantora.

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Foto: Reprodução/ Instagram Ana Lu

Apesar do nome artístico, familiares e amigos mais antigos ainda a chamam por apelidos carinhosos ou pelo nome de registro. Para a cantora, a escolha do nome artístico contribuiu muito para a construção de sua imagem e identidade musical.

 “Acredito que o nome Ana Lu traz essa vibe leve, de alegria. Acho um nome doce, e tem tudo a ver com a energia que gosto de levar através do meu som”, concluiu a cantora. 

Leka Denz

A história do nome ‘Leka Denz’ surgiu ainda nos primórdios da internet, na época do MIRC, quando a cantora Alessandra Almeida Denz escolheu o apelido ‘Leleca’ como nickname (apelido) em salas de bate-papo em Boa Vista. Com o tempo, o apelido foi sendo abreviado pelas pessoas para ‘Leca’.

“Quando começamos a acessar a internet, na época do MIRC, as pessoas escolhiam nicknames para entrar na sala de bate papo aqui da cidade de Boa Vista e por algum motivo que não lembro, escolhi Leleca. Em um determinado momento, alguém resolveu abreviar e me chamar de Leca e isso pegou, eu apenas incluí a letra K, porque achei que trazia mais força e personalidade à palavra escrita”, afirmou a cantora. 

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Foto: Reprodução/ Facebook Leka Denz

De acordo com Leka, o nome artístico vem fortalecendo a sua carreira. Ela costuma refletir sobre o impacto que um nome pode ter em uma carreira artística e considera, inclusive, a possibilidade de mudanças futuras, como a retirada do sobrenome ou a adição de letras que tragam mais equilíbrio. 

No entanto, ela acredita que qualquer alteração precisa vir de maneira natural, guiada por intuição ou pelos sinais do mundo ao redor. Para ela, não se trata de forçar um novo nome, mas de estar atenta aos sinais que a própria jornada pode indicar.

“Cheguei à conclusão que energeticamente é um nome que tem fortalecido a minha trajetória, e se for necessária alguma mudança desse tipo, vou sentir e isso vai acontecer naturalmente. Não precisa ser algo forçado, às vezes é o próprio mundo e as pessoas que nos dão esse direcionamento, só precisamos estar atentas aos sinais”, concluiu a artista.

Zeca Preto

Nascido José Maria de Souza Garcia, o cantor, compositor e poeta é conhecido nacionalmente como Zeca Preto. Ele nasceu em Belém do Pará, em 1950, e iniciou sua trajetória musical aos 23 anos, ao participar de um festival em Marabá, ainda no Pará.

No entanto, foi em Boa Vista que Zeca alcançou o sucesso e encontrou grandes nomes da música.

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Foto: Reprodução/Facebook-Zeca Preto Page

Foi em Roraima que Zeca construiu uma identidade cultural e um sentimento de amor e pertencimento. Em 1984, foi um dos fundadores do Movimento Roraimeira, ao lado de Neuber Uchoa e Eliakin Rufino, com o objetivo de fortalecer a identidade cultural local, utilizando elementos indígenas e ritmos do norte do Brasil, como carimbó, siriá, merengue e salsa.

Zeca já se apresentou em vários estados do Brasil, além de países como Venezuela e Suíça, e em 2018, o Roraimeira foi reconhecido com a Ordem do Mérito Cultural, concedida pelo Ministério da Cultura.

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Veja mais da série:

#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 5 famosos de Rondônia que mudaram os nomes

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Em Rondônia, artistas de destaque na música e no entretenimento digital adotam nomes artísticos que diferem de seus nomes reais. Por trás desses nomes cuidadosamente escolhidos, existem histórias de pertencimento, de resistência, inovação e de transformação pessoal.

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Nesta série, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Conheça alguns dos mais populares em Rondônia:

Bado

Bado, nome artístico de Erivaldo de Melo Trindade, nasceu em 1964 em Porto Velho. Sua trajetória começou nos anos 1980, quando ele escrevia para espetáculos teatrais que integravam o movimento cultural da cidade.

Ele então passou a se apresentar com voz e violão em bares e eventos, sendo considerado um dos expoentes do movimento Grito de Cantadores, um movimento importante na consolidação da identidade musical de Porto Velho.

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Foto: Reprodução/Facebook Bado

Seu primeiro trabalho surgiu nos anos 1990, em coletâneas como Porto das Esperanças (1992) e Amazônia em Canto (1995). No entanto, seu disco solo de estreia, Aldeia de Sons, só foi lançado em 2007, reunindo faixas que fundem a MPB a elementos regionais da Amazônia.

Com mais de quatro décadas de carreira, Bado é referência da música amazônica e já foi reconhecido nacionalmente, como ao receber o Prêmio Grão de Música em 2021 pela canção Mundos.

Ella (ex Jotta A)

Ella Viana de Holanda, mais conhecida como Jotta A, nasceu como José Antônio Viana de Holanda, no dia 8 de outubro de 1997, em Guajrá-Mirim.

A artista iniciou sua carreira musical aos seis anos, cantando música gospel, e seu talento a levou à fama após participar do programa de calouros do apresentador Raul Gil, na infância.

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Foto: Reprodução/Instagram Ella Viana

Ella lançou diversos álbuns pela gravadora Central Gospel, como Essência e Geração de Jesus, este último indicado ao Grammy Latino.

Em 2020, Jotta A rompeu com a carreira gospel para se dedicar à música pop e, em 2022, anunciou publicamente que é uma mulher trans, iniciando o processo de transição de nome e gênero.

Desde então, tem usado seu nome feminino Ella Viana de Holanda, enquanto mantém o nome artístico Jotta A como símbolo de sua trajetória artística.

Gabriê

A artista Gabrielle Custódio Junqueira, natural de Rondônia, ganhou destaque nacional depois sua participação no programa The Voice Brasil. Atualmente, Gabrielle atende pelo nome artístico Gabriê, resultado de uma decisão estética e simbólica que marcou uma nova fase de sua carreira.

“Em meados de 2017 eu estava querendo lançar uma estética diferente da que eu vinha trazendo. Achava que meu nome completo já não cabia dentro do que eu queria propor”, explica a artista.

O nome Gabriê surgiu como uma sugestão de sua empresária, já que na época os nomes sem gênero e com terminações em ‘e’ estavam surgindo e ganhando mais evidência.

A mudança também refletiu em como ela passou a se perceber e se relacionar com o público:

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Foto: Reprodução/Instagram Gabriê

“Só minha família, meu namorado e os amigos mais próximos me chamam de Gabrielle. Já não me sinto à vontade quando alguém que não tem um vínculo mais forte comigo me chama assim. Gosto muito de Gabriê”.

Ela acredita que seu nome artístico faz total diferença na carreira e que não existia ninguém com esse nome antes dela.

“Depois da minha aparição no The Voice recebi várias mensagens de mães que colocaram os nomes de suas filhas de Gabriê. Ou seja, foi algo que marcou as pessoas. Tudo que é diferente, marca mais”, afirma.

Willou e Watson

Saindo da música, os irmãos gêmeos Willou e Watson, embora tenham nascido em São Félix do Araguaia (MT), construíram suas carreiras em Rondônia, onde passaram boa parte da infância e juventude.

Com uma trajetória marcada por dificuldades financeiras e tragédias familiares, os dois criaram um canal no YouTube ainda em 2009.

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Foto: Divulgação

O sucesso veio com o retorno do canal, em 2015, após terem perdido o conteúdo original depois de um ataque hacker, mas foi em 2016 que aconteceu a virada de chave, e os irmãos atingiram 100 mil inscritos. Atualmente, acumulam milhões de seguidores e fazem parte da nova geração de influenciadores digitais.

A história dos nomes dos irmãos é inusitada. Apesar de parecerem nomes artísticos criados, os nomes dos gêmeos são os verdadeiros. A mãe, dona Geni, acreditava estar grávida de apenas um bebê e só havia escolhido o nome de Willou, nome foi inspirado no filme ‘Willow – Na Terra da Magia’, de 1988.

Com Watson, a história foi diferente, como sua mãe não sabia de sua existência até a hora do parto, ele não tinha um nome para chamar de seu, e por conta de seus familiares o chamarem de amassadinho, já que ele nasceu com o rosto amassado, sua mãe resolveu então dar um nome ao bebê.

Foi quando, como uma forma de homenagear o pai das crianças, dona Geni escolheu Watson, já que juntando a primeira sílaba do nome de Willou e a última sílaba do nome de Watson, forma-se o nome do pai, Wilson.

Clementte

Juan Clementte, natural de Alvorada D’Oeste, é um dos novos nomes da cena pop e funk do estado. Com mais de 130 mil seguidores nas redes sociais, o cantor e compositor tem se destacado por unir batidas dançantes a mensagens de conscientização.

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Foto: Reprodução/ Instagram Clementte

O cantor decidiu usar o sobrenome na carreira e acredita que um fator decisivo foi se mudar para a cidade de Ji-Paraná, onde começou a gravar vídeos e a ganhar maior visibilidade nas plataformas digitais.

Seu estilo, descreve, é uma mescla entre o emocional de artistas como Jão e a energia de nomes como Pedro Sampaio. A música ‘Mente Pra Mim’, que fala sobre o fim de um relacionamento foi sua primeira autoral a viralizar. 

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Veja mais da série:

#Série – Nomes reais de artistas amazônidas: conheça 5 famosos do Amazonas que mudaram os nomes

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Diversos artistas adotam nomes diferentes dos reais que marcam suas carreiras. Os nomes artísticos podem surgir das mais diversas formas: por acaso, uma brincadeira, uma lembrança, um apelido, entre tantas outras. Em geral, as escolhas acabam se tornando estratégias para facilitar a identificação com o público.

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Com essa curiosidade, o Portal Amazônia procurou artistas dos estados na Amazônia Legal que adotaram esses nomes diferentes dos próprios para seguir carreira. Nesta série você vai conhecer alguns dos mais populares, começando pelo Amazonas:

Berg Guerra

Morador do bairro de São Jorge, em Manaus, Uosley dos Santos Guerra é o nome por trás do cantor Berg Guerra. Durante a infância e adolescência, tinha o sonho de ser cantor e jogador de futebol, por influência de seu irmão mais velho, Ninimberg Guerra, atacante do Botafogo em 1983.

Chegou a atuar no futebol pelo ASA, no Amazonas, e pelas categorias de base do Fluminense, no Rio de Janeiro, antes de retornar ao Amazonas e investir na carreira musical. Seu nome artístico ‘Berg Guerra’ surgiu como uma homenagem ao irmão, falecido em 1996.

Leia também: Voz da experiência: sete veteranos da música amazônica que seguem firmes nos palcos

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Foto: Reprodução/Facebook-Berg Guerra

Em sua carreira, Berg Guerra formou várias duplas como ‘Berg e Breno’, ‘Berg e Adriano’ e ‘Berg e Bryan’, até ser convidado por Jonas Alves para participar de uma banda de forró no clube da companhia.

No entanto, Berg percebeu que não servia para cantar forró e, com a saída da banda, migrou para o bolero pop, com o qual ganhou notoriedade.

O cantor traz em seu repertório os estilos de bolero e brega, com diversas canções de sucesso que marcaram época desde os anos 80, como ‘Mi vida’ e ‘Tu Sabes’.

Zezinho Corrêa

Batizado como José Maria Nunes Corrêa, Zezinho Corrêa nasceu na comunidade Imperatriz, no município de Carauari, no interior do Amazonas. Eternizado como a voz do grupo de boi bumbá Carrapicho, Zezinho fez enorme sucesso com a música ‘Tic Tic Tac’ nos anos 90. 

Foto: Márcio Benchimol

Antes de estrear como cantor, Zezinho vivia do teatro. Estudou interpretação e dança no Rio de Janeiro e atuou no Grupo de Teatro Experimental do Sesc, estrelando espetáculos que valorizavam a cultura amazônica, como ‘Folias do Látex’ e ‘Tem Piranha no Pirarucu’, o que o ajudou com a presença de palco como vocalista do Carrapicho. 

Zezinho Corrêa faleceu no dia 6 de fevereiro de 2021, aos 69 anos, vítima da Covid-19. No entanto, seu legado permanece vivo nas vozes que continuam entoando os batuques do boi bumbá.

Paulo Onça

Paulo Juvêncio de Melo Israel, nascido e criado no bairro do Boulevard, em Manaus, ganhou o apelido que levaria como identidade artística ainda na adolescência.

Conhecido inicialmente como ‘Paulo Galinha’, devido à sua fama de namorador na adolescência, o artista teve seu nome artístico rebatizado por influência de um amigo de longa data. 

Foto: Reprodução/Amazon Sat

De acordo com Simone Andrade, viúva de Paulo, quem apelidou Paulo de ‘onça’ foi Nicolau Montemurro, já que quando Paulo ia compor, se afastava do convívio social para escrever e refletir, passando longos períodos em silêncio nas redondezas da Igreja Nossa Senhora de Nazaré.

“Ele era muito calado, Paulo era muito na dele, gostava de compor ali por trás da igreja e ficava ali. Os meninos, na época, todo mundo jogando dominó, jogando bola, que, de primeiro, nos anos 70, 80, a moçada se reunia muito em praça. Aí o Montemurro fala assim: ‘Tu parece uma onça, tu só vives isolado, só vives muito distante da gente’. Foi o Montemurro que botou esse apelido no Paulo Onça”, declarou Simone ao Portal Amazônia. 

A partir daí, Paulo decidiu levar esse nome para a vida toda, adotando como nome artístico. Segundo Simone, o nome deu muito certo e foi o que fez a diferença na carreira do compositor. 

Leia também: Cinco composições marcantes de Paulo Onça interpretadas por artistas consagrados

Nunes Filho

Nascido no dia 14 de dezembro de 1948, em Manaus, José Bernardo Nunes Filho, ou simplesmente Nunes Filho, é um dos nomes mais lembrados da música amazonense.

Ele ficou conhecido como o ‘Príncipe do Brega’, título conquistado graças ao seu talento e proximidade com o público.

Foto: Suelen Golçalves

Ao longo de sua carreira, ele interpretou gêneros diversos, mas foi no brega que alcançou maior destaque, com sucessos como ‘Lábios de Mel’ e ‘Por Te Amar Assim’.

Com mais de 70 anos, ele segue em atividade, se apresentando em eventos culturais e programas de rádio e televisão.

Lorena Simpson 

Lorena Caroline da Silva Simpson, conhecida artisticamente como Lorena Simpson, é natural de Manaus e cantora da música pop eletrônica do Brasil.

Foto: Reprodução/Instagram.

Reconhecida nacional e internacionalmente por hits como ‘Brand New Day’, lançado em 2009, Lorena foi uma das primeiras cantoras de música pop eletrônica do Brasil a ganhar destaque fora do país.

Somando centenas de shows, mais de 10 singles lançados, um EP e diversos videoclipes, a artista já se apresentou em países como México, Argentina, Chile, Portugal e Estados Unidos. 

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar

Portal Amazônia responde: o que é a Amazônia Setentrional?

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A expressãoAmazônia Setentrional‘, apesar de não ser uma divisão oficial adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é amplamente utilizada por pesquisadores, pelo setor de defesa e por especialistas em debates acadêmicos, ambientais e geopolíticos para se referir à porção mais ao norte da Amazônia Legal, uma região estratégica e diversa. 

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O termo deriva da ideia de posição geográfica associada aos pontos cardeais, já que assim como ‘meridional’ remete ao Sul, setentrional refere-se ao Norte, ou seja, algo setentrional está acima, geograficamente, de outra parte no topo do mapa.

“O termo setentrional está sendo associado aos pontos cardeais. Então, o norte, o sul, o leste, o oeste. O norte também é chamado de setentrional ou também chamado de boreal, onde acontecem as auroras boreais no extremo do hemisfério norte”, explicou o doutor em geografia, Deivison Molinari, ao Portal Amazônia

O que compõe a Amazônia Setentrional?

A Amazônia Setentrional corresponde ao limite extremo norte da região, abrangendo áreas que vão desde a costa atlântica amazônica até fronteiras internacionais como a Guiana Francesa, o Suriname, a Guiana, a Venezuela e a Colômbia.

No Brasil, essa porção envolve os estados:

  • do Amapá, localizado no extremo norte e com áreas de floresta bem preservada;
  • de Roraima, totalmente setentrional e fazendo fronteira com a Guiana e com a Venezuela;
  • o Norte do estado do Pará, especialmente a região entre o baixo Amazonas e a fronteira com a Guiana;
  • e o Norte do Amazonas, nos municípios próximos à fronteira com a Colômbia e a Venezuela.  

Leia também: Entenda a diferença entre Amazônia Legal, Internacional e Região Norte

De acordo com Molinari, a porção setentrional também engloba a parte da Amazônia litorânea, conhecida como Amazônia Azul. “Onde é a flor do Amazonas e a região de Roraima, na área onde existe o contato com o oceano e a faixa da Amazônia das águas”, afirmou. 

A área da Amazônia Setentrional se caracteriza por grandes extensões de florestas conservadas, numerosas terras indígenas e unidades de conservação, cidades pequenas com forte dependência dos rios e a presença de fronteira internacional em grande parte do território.

Região estratégica para o Brasil

Amazônia Setentrional- área do projeto Calha Norte
Amazônia Setentrional e área do projeto Calha Norte. Foto: Reprodução/Tiago Luedy

De acordo com o estudo ‘Interações Fronteiriças no Platô das Guianas: Novas construções, novas territorialidades, de Durbens Nascimento e Jadson Porto (2010), a Amazônia Setentrional ocupa um papel central no planejamento de Defesa Nacional, já que desde 1980, o Brasil passou a dar mais atenção as áreas de fronteiras do Norte por sua importância geopolítica.

O Projeto Calha Norte (PCN), criado em 1985, tem a missão de proteger a fronteira brasileira, fortalecer infraestrutura de estradas, energia e comunicações, apoiar comunidades indígenas, instalar órgãos federais em regiões remotas e garantir a presença militar em pontos sensíveis.

Atualmente, ele cobre 32% do território nacional, alcançando 194 municípios e boa parte da população indígena brasileira.

Leia também: Portal Amazônia responde: como funciona o Calha Norte?

A fronteira e a segurança

Além do carácter ambiental, a Amazônia Setentrional aparece como destaque em estudos de segurança devido ao fenômeno do ‘transbordamento de vulnerabilidades’ vindos de países vizinhos.

Os dados presentes na pesquisa ‘A ameaça do terrorismo internacional sobre a Amazônia Setentrional Brasileira’, de Tiago Luedy, mostram que a região sofre com a influência de grupos criminosos nas fronteiras internacionais, abriga áreas de baixa presença do estado, convive com tensões geopolíticas na chamada Amazônia Caribenha (Guiana, Suriname, Trinidad e Tobago) e é corredor para o tráfico. 

Uma Amazônia menos conhecida 

Embora seja uma parte crucial do território nacional, a Amazônia Setentrional é pouco conhecida devido a fatores como o difícil acesso terrestre, a longa faixa de fronteira internacional, a urbanização concentrada em poucas cidades e a presença de comunidades tradicionais e populações indígenas.

Essa porção abriga também uma das áreas de floresta mais bem preservadas do país, além de rios, manguezais e ecossistemas costeiros.

Além disso, a região está no centro de discussões que envolvem as pressões ambientais, a mineração legal e ilegal, o avanço de frentes de destruição, a segurança de fronteira, a soberania nacional, as políticas de integração com países vizinhos e a valorização de populações tradicionais.

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Portal Amazônia responde: o que é o Manejo Florestal Sustentável?

Foto: Reprodução/Serviço Florestal Brasileiro

A Amazônia, maior floresta tropical do planeta, é fonte de recursos fundamentais para a economia de madeiras, óleos, sementes e frutos que alimentam a vida de milhares de espécies e centenas de povos indígenas e comunidades tradicionais. Diante do avanço do desmatamento e da exploração sem escala, entender como utilizar a floresta sem destruí-la se torna uma questão essencial.

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O Manejo Florestal Sustentável é uma prática que alia o uso racional dos recursos naturais à preservação, pode ser a resposta, já que essa forma de manejo busca garantir que as gerações futuras continuem usufruindo dos mesmos benefícios que existem atualmente, mantendo o equilíbrio. 

O que é o manejo florestal sustentável?

O manejo florestal sustentável trata-se da utilização da floresta sem destruí-la por completo, deixando-a irrecuperável.

De acordo com a geógrafa Ivani Faria (UFAM/UNIFAL), o manejo florestal sustentável consiste no conjunto de práticas que permite o uso dos elementos florestais, sejam eles madeireiros ou não-madeireiros, de modo que a floresta possa se regenerar de forma natural.

“Tem que haver essa ideia da regeneração ou a recuperação dessas florestas para o futuro, visando benefícios tanto ambientais quanto econômicos, sociais e culturais que permitam a recuperação, a regeneração delas para o futuro”, afirmou Ivani ao Portal Amazônia.

manejo florestal sustentável
Curso mostra princípios do manejo florestal em várzeas da Amazônia. Foto: Luciano Abreu

Leia também: Desmatamento e manejo florestal: entenda a diferença entre as duas formas de extração de madeira

A prática é amparada pelo Decreto nº 1.282, de 19 de outubro de 1995, que regulamenta a exploração das florestas da bacia Amazônica, e define o manejo florestal sustentável como a administração de uma floresta para obtenção de benefícios econômicos e sociais que respeita os mecanismos de sustentação do ecossistema. 

Tipos de manejo

De acordo com Ivani, de um jeito mais didático para explicar, existem três formas de manejo florestal sustentável: o manejo de florestas plantadas, o de florestas nativas e os sistemas agroflorestais

Manejo de florestas plantadas

O manejo de florestas plantadas, também conhecido como silvicultura, consiste no plantio de espécies homogêneas voltadas para a produção. Nessas florestas se cultivam espécies como eucalipto e pinus, voltadas para a fabricação de papel, celulose, carvão e madeira serrada.

Segundo a geógrafa, a silvicultura é um manejo totalmente econômico, voltado ao capital e à indústria, em que essas plantações são otimizadas por tecnologia e costumam ser implementadas na maioria das vezes, em áreas já desmatadas. No entanto, ela alerta para o problema recorrente que é a monocultura que pode causar desequilíbrios nos ecossitemas.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é manejo sustentável?

Manejo florestal sustentável
Floresta plantada para o manejo florestal sustentável em Rondônia. Foto: Rinkon Martins

“Todo tipo de monocultura acaba com o solo e desequilibra o ecossistema, mas esse tipo de reflorestamento é totalmente voltado à indústria mesmo, ao capital”, explicou a professora. 

Embora o reflorestamento possa ser lucrativo, ele é raramente considerado totalmente sustentável, já que provoca impactos ambientais significativos e reduz a biodiversidade.

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Manejo de florestas nativas

O manejo de florestas nativas busca conciliar a exploração econômica com a preservação ambiental e cultural. Neste manejo, a retirada de madeira acontece de forma seletiva e controlada, respeitando os ciclos naturais de regeneração.

Dentre os modelos de manejo nativo existem dois grupos:

  • Manejo madeireiro: Tipo de manejo em que se retira madeira de espécies específicas de forma planejada, evitando danos às árvores vizinhas e mantendo a floresta em pé.
  • Manejo não-madeireiro: Tipo de manejo que abrange a coleta de frutos, castanhas, óleos, sementes e cipós sem comprometer a biodiversidade.

Esses tipos de manejo são normalmente realizados por povos indígenas e comunidades tradicionais, que compreendem a floresta como parte da vida e não como mercadoria. 

“As comunidades e os povos indígenas não pensam ou tratam os elementos naturais como mercadoria, como capital. Eles entendem os elementos naturais como parte da vida, para garantir  a vida e para o bem viver. Um sistema de vida que não dissocia elementos naturais da sociedade mas se integram com um só. Então esse manejo de florestas nativas tem valor ambiental, social, cultural, que vai além, porque é para garantir o bem viver dessas comunidades e a tradição dos povos, que retira esses elementos não-madeireiros para a vida”, explicou Ivani.

manejo florestal sustentável
Floresta nativa onde se é viável o manejo florestal sustentável. Foto: Reprodução/Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

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De acordo com a geógrafa, tudo isso está envolvido no “conhecimento sobre o saber, o fazer e como eles manejam o que é para a sobrevivência e o que é para o bem viver”.

Manejo de sistemas agroflorestais

O sistema agroflorestal (SAF), que combina agricultura, pecuária e floresta, é uma alternativa que tem ganhado destaque. Nele, as plantas nativas convivem com espécies agrícolas e pastagens, criando um ecossistema equilibrado e produtivo.

“Então, ele vem também com essa proposta de uso das espécies nativas, que articula a agricultura e a pecuária com a floresta, usando tantas plantas nativas, frutas e sistemas da agricultura para manter o equilíbrio do ecossistema”, explicou Ivani.

manejo florestal sustentável
Sistema agroflorestal para o manejo florestal sustentável no Tocantins. Foto: Reprodução/Governo do Tocantins

Esse tipo de manejo vem sendo adotado por assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e por pequenos agricultores da Amazônia, que encontram nesse tipo de prática uma forma de recuperar as áreas degradadas e garantir renda sem agredir o meio ambiente. 

De acordo com a geógrafa, o problema que pode ocorrer nesse tipo de manejo é a introdução de espécies exóticas que não são próprias daquele ecossistema, e que podem provocar vários danos como o desequilíbrio ambiental.

Quem pode realizar o manejo?

manejo florestal sustentável
Equipe realizando estudos para o manejo florestal sustentável. Foto: Reprodução/Imazon

Segundo Ivani, toda a sociedade, de certa forma, deveria realizar o manejo florestal sustentável. Por um lado, o manejo de florestas plantadas seja, em geral, realizado por grandes grupos econômicos, por outro,  o manejo de florestas nativas e os sistemas agroflorestais têm se expandido entre pequenos produtores, assentamentos rurais, comunidades tradicionais e povos indígenas.

Projetos como o do fotógrafo Sebastião Salgado, em Minas Gerais, que reflorestou milhares de hectares de área degradada, e as experiências do MST com reflorestamento agroflorestal (Assentamento Quilombo Campo Grande e a projeto “Plantio de Água” a ser desenvolvido no Assentamento Popular de Campo Belo: Joaquim Rosa Cambraia, no sul de Minas Gerais), são exemplos de iniciativas que aliam a recuperação ambiental com a justiça social. Isso mostra que tanto proprietários de terra, posseiros, assentados e até mesmo as empresas podem fazer esse tipo de reflorestamento.

Na Amazônia, os povos indígenas e as comunidades tradicionais, como os castanheiros, seringueiros, açaizeiros, piaçabeiros, quebradeiras de coco, entre tantos outros, são os verdadeiros protagonistas desse processo de manejo.

De acordo com Ivani, essas comunidades realizam o manejo de verdade e “usam apenas o que é necessário para viverem, sem destruir o que garante a própria vida: a floresta”.

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Como realizar um bom manejo florestal sustentável?

Para se realizar um bom manejo florestal sustentável, é preciso um planejamento técnico e um acompanhamento contínuo. De acordo com as orientações de manejo reunidas em publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), seis passos são fundamentais para o sucesso da prática:

  1. Definir os objetivos do manejo: Seja para abastecer uma indústria, preservar espécies nativas ou integrar agricultura e floresta, o manejo deve ter um propósito claro e um objetivo para que a floresta continue cumprindo seu papel. 
  2. Calcular a área necessária: A área a ser manejada deve ser proporcional ao consumo de matéria-prima, já que em florestas naturais o ciclo de corte pode ser de 30 anos, tempo necessário para a regeneração das árvores. As técnicas adequadas podem reduzir esse período, aumentando a produtividade sem ampliar a área explorada.
  3. Executar um inventário florestal completo: O inventário é essencial para o manejo, pois permite identificar as espécies, volumes e condições da floresta, fornecendo dados para o planejamento da extração e recuperação. Nesta etapa, apenas engenheiros agrônomos habilitados devem conduzir o inventário, garantindo a precisão e a confiabilidade.
  4. Planejar e realizar uma exploração de baixo impacto: A exploração de madeiras é uma das fases mais críticas do manejo, e quando mal executada pode danificar até 60% da cobertura florestal. As técnicas de exploração de impacto reduzido, como o corte seletivo, o mapeamento prévio das árvores e o uso de guinchos para arraste, diminuem os danos e aumentam a eficiência. 
  5. Monitorar o desenvolvimento da floresta: Os inventários contínuos, realizados entre dois a cinco anos, devem acompanhar o crescimento das árvores e a regeneração natural. Isso permite avaliar o impacto da exploração e ajustar as práticas de manejo.
  6. Aplicar tratamentos silviculturais e proteger a área: A manutenção de estradas e o combate a incêndios são essenciais para proteger o investimento e garantir a sustentabilidade da floresta. Os cortes de cipós, os desbastes seletivos e o controle de espécies competidoras ajudam no crescimento das árvores reservadas.

O manejo como ferramenta de conservação e mercado

manejo florestal sustentável
Foto: Rafael Aleixo/GEA

Com o crescimento das exigências ambientais, o manejo florestal sustentável adquiriu um papel estratégico no mercado internacional, já que os países importadores de madeira tropical passaram a demandar certificações que comprovem a origem sustentável dos produtos.

A certificação florestal não só garante acesso a novos mercados, como fortalece a imagem da empresa e agrega um valor ao produto final. Além disso, o Brasil é signatário do Acordo Internacional de Madeiras Tropicais e compromete-se a garantir que toda madeira exportada tenha origem em áreas sob manejo sustentável.

Na visão da geógrafa, o manejo florestal sustentável (espécies nativas e sistema agroflorestal) é uma ponte entre o conhecimento ancestral e o saber científico.

“Cada povo tem seu modo de manejar, baseado em seu conhecimento da natureza. Essa diversidade é o que chamamos de sociobiodiversidade, um patrimônio que deve ser valorizado e protegido”, concluiu.

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar 



Portal Amazônia responde: o que é a Cúpula dos Povos?

Representantes da Cúpula dos Povos participando da Pré-COP Sindical em Brasília. Foto: Naira Leal

A Cúpula dos Povos é uma mobilização internacional organizada por movimentos sociais, organizações comunitárias e redes internacionais. De forma paralela à COP30, a cúpula debate a vida, os direitos e os territórios de comunidades indígenas, tradicionais e periféricas vítimas da desigualdade e que sofrem com as crises climáticas.

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Composta por debates, plenárias e manifestações culturais, a cúpula vai acontecer de 12 a 16 de novembro e vai explorar temas como a soberania alimentar, a transição energética justa, reparação, cidades sustentáveis e o protagonismo das mulheres

“Não é possível pensar numa COP 30 em que a discussão da pauta climática não seja pautada na justiça climática. Não haverá transição justa enquanto não houver direitos garantidos aos povos tradicionais”, afirmou Sara Pereira, da FASE Programa Amazônia. 

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Programação da Cúpula dos Povos

A programação conta com atividades abertas ao público e grandes mobilizações como a barqueata no Rio Guamá, a Grande Marcha Popular e o banquetaço na Praça da República. Além disso, o evento pretende reunir cerca de 30 mil pessoas de 62 países em defesa da justiça climática, em diferentes espaços da cidade ao longo dos cinco dias.  

Veja a programação:

12 de novembro (quarta-feira) 

O evento começa com a chegada das delegações e um ato de abertura. Pela manhã, acontece a barqueata no Rio Guamá, com cerca de 150 embarcações vindas de comunidades ribeirinhas, e à tarde, uma recepção seguida da abertura oficial no palco principal, e apresentações culturais que encerram o primeiro dia.

Leia também: COP30: Fundo Florestas Tropicais para Sempre, repetição do Acordo de Paris 2015, futuro incerto

Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata no dia 12 de novembro
Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata no dia 12 de novembro
Visão panorâmica do Rio Guamá, que recebe a barqueata. Foto: Zé Netto/Cúpula dos Povos

13 de novembro (quinta-feira)

Neste dia, iniciam-se as oficinas e rodas de conversas organizadas em torno dos eixos de convergência da Cúpula, como a soberania, reparação e transição justa. Além disso, também acontece as plenárias mundiais, a Cúpula das Infâncias e a Feira Popular que ocuparão diversos espaços da cidade. 

14 de novembro (sexta-feira)

Este dia será dedicado à síntese política e à formulação das propostas que integrarão a declaração final da Cúpula. Pela manhã, continuam as plenárias dos eixos ‘Internacionalismo’, ‘Cidades Sustentáveis’ e ‘Mulheres’ e pela tarde, acontece a Assembleia dos Movimentos Sociais e o Seminário Saúde e Clima, seguidos da Plenária Final, em que serão apresentadas as propostas da Declaração da Cúpula dos Povos.

Foto: Reprodução/Cúpula dos Povos

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15 de novembro (sábado)

Durante o feriado da Proclamação da República está prevista a Grande Marcha Popular, considerada o ato mais emblemático da mobilização. No decorrer da marcha devem participar mais de 20 mil pessoas, entre povos originários, quilombolas, trabalhadores urbanos e rurais, juventudes e movimentos ambientais.  

16 de novembro (domingo)

O encerramento será marcado pela leitura da Declaração Final da Cúpula dos Povos, durante uma audiência pública com representantes da presidência da COP30. À tarde, o tradicional Banquetaço na Praça da República encerra o evento com uma grande celebração coletiva que celebra a partilha e o encontro entre os povos.

Foto: Reprodução/Cúpula dos Povos

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Justiça climática e protagonismo popular

Para Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, a força da Cúpula dos Povos está justamente na sua capacidade de pressionar e propor.

“A participação dos movimentos sociais é crucial para disputar a agenda climática e garantir que os recursos sejam investidos corretamente, ajudando a diminuir as desigualdades sociais e não a aumentar”, afirmou.  

A Cúpula dos Povos afirma que as respostas para as soluções urgentes para conter o colapso climático também vem das florestas, das periferias e das comunidades, propondo alternativas desde a soberania alimentar e energética até as novas formas de governança ambiental. 

Portal Amazônia responde: o que é a Cúpula do Clima? 

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A Cúpula do Clima é um evento preparatório para a 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontece de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará.

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A Cúpula é um encontro que reúne chefes de Estado e de Governo, ministros e dirigentes de organizações internacionais para debater temas como clima e natureza, transição energética e os diferentes impactos das tragédias climáticas na humanidade.

De acordo com o doutor em geografia, Deivison Molinari, o fato da COP30 acontecer na Amazônia reforça a necessidade dos países em reconhecerem o papel estratégico das florestas tropicais.

“A COP é um evento que tem rodado o mundo. Estamos na 30ª edição e, pela primeira vez, ela será realizada no Brasil e, mais que isso, na Amazônia, em Belém. Isso tem uma importância enorme, porque coloca a floresta e as populações que vivem dela no centro das discussões climáticas”, afirmou. 

A ideia da Cúpula do Clima é que os países se comprometam com a redução da emissão de petróleo, gás natural e carvão e invistam em alternativas mais limpas. 

Financiamento e justiça climática

No Brasil, pela primeira vez, a Cúpula do Clima foi antecipada, sendo realizada nos dias 6 e 7 de novembro, antes do evento principal. Contou com a participação de 18 presidentes, 11 primeiros-ministros, do secretário de Estado do Vaticano e de um rei – Príncipe William, representando o Reino Unido.

Entre os temas de debate da Cúpula do Clima está a criação de novos mecanismos de financiamento para que países e comunidades preservem o meio ambiente. Um dos destaques é o Fundo de Florestas Tropicais para sempre (TFFF), proposto pelo Brasil, que prevê a remuneração de nações que preservam florestas tropicais e destinam 20% dos recursos para os povos indígenas e comunidades tradicionais. 

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Cúpula do Clima
Cúpula do Clima. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

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Segundo Molinari, esse tipo de fundo é essencial para equilibrar as responsabilidades na formação de fundos para a prevenção de desastres em apoio a países com maior vulnerabilidade ambiental. 

“No caso do Brasil, temos o Fundo Amazônia e, agora, essa proposta do Fundo Florestas Tropicais. A ideia é convergir recursos para regiões onde a natureza precisa de proteção”, ressaltou o professor. 

De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ideia do fundo é corrigir uma promessa que não foi cumprida desde a COP15, realizada em 2009, em que países ricos declararam o investimento de US$100 bilhões de dólares para apoiar nações com florestas em pé. Segundo ele, o dinheiro não foi realmente investido e a dívida já ultrapassa US$1,3 trilhão de dólares.

Para Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, a medida é importante porque o mundo precisa buscar novas fontes de financiamento para quem mais preserva o meio ambiente e reduzir desigualdades sociais também é uma forma de enfrentar a crise climática.

O que é a COP? 

A Conferência das Partes é um fórum internacional que trata de mudanças climáticas e surgiu da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) sendo realizada anualmente desde 1995. 

Entre os marcos históricos do evento esta a assinatura do Protocolo de Quioto, em 1997, que criou metas de redução de emissão para países industrializados, e o Acordo de Paris, assinado em 2015, que estabeleceu o compromisso global de limitar o aumento da temperatura média do planeta a 1,5°C.

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Cúpula do Clima
Foto: Hermes Caruzo/COP 30

“Essas discussões vêm desde os anos 70. Tivemos a Conferência de Estocolmo em 1972, a Rio 1992, o Protocolo de Quioto em 1997, o Acordo de Paris em 2015 e agora a COP30. É algo que está sendo amadurecido e buscado ao longo de vários eventos”, concluiu o professor. 

De acordo com Molinari, a COP é basicamente um recurso entre os países para criar acordos e compromissos que ajudem na redução de combustíveis fósseis e também para convergir dinheiro para fundos ligados a preservação do meio ambiente.

7 animais encontrados na Amazônia que auxiliam no controle biológico

Foto: Laís Maia/Instituto Mamirauá

O controle biológico por meio de animais é uma estratégia ambiental sustentável usada para reduzir populações de organismos considerados como pragas na agricultura ou na saúde pública, já que em vez de recorrer apenas a inseticidas ou venenos, utiliza-se a ação de organismos vivos, como predadores, parasitas, bactérias, aves e mamíferos. 

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Segundo o pesquisador doutor em Geografia Deivison Molinari, o controle biológico geralmente acontece em um ambiente agrícola e segue etapas como a identificação da praga ou organismo a ser controlado, delimitação da área de aplicação e isolamento da espécie inimiga natural, e a inserção ou manejo dos inimigos naturais no ambiente desejado, para reduzir a população da praga sem eliminar completamente o equilíbrio ecológico.

Conheça alguns animais encontrados na Amazônia que ajudam nesse processo e como cada um contribui para o equilíbrio ambiental:

Sapos, rãs e pererecas

Os anfíbios são um dos agentes naturais mais importantes no controle de insetos transmissores de doenças.

“Sapos, rãs e pererecas cumprem uma função gigantesca no controle biológico de insetos que transmitem doenças para humanos, como dengue, chikungunya e malária”, explicou o biólogo Rogério Fonseca, ao Portal Amazônia. 

Esses animais consomem milhares de mosquitos ao longo da vida. A diminuição de suas populações devido à poluição, destruição de áreas úmidas ou atropelamentos prejudica diretamente o controle de vetores de doenças.

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Roraima
Sapo-do-monte-roraima. Foto: Morten Ross

Andorinhas e outras aves insetívoras

As aves comedoras de insetos possuem um papel fundamental no controle aéreo de pragas. De acordo com Rogério Fonseca, a andorinha é uma excelente controladora de insetos que acompanha os ciclos reprodutivos de insetos em quase todo o continente americano, diminuindo essas populações.

Espécies como andorinhas, andorinhões e tesourinhas consomem mosquitos, moscas e mariposas. Em áreas rurais, ajudam na redução de insetos que atacam plantações, e no ambiente urbano, combatem os mosquitos que afetam a saúde da população.

De acordo com Fonseca, é de suma importância manter os abrigos naturais das andorinhas, dos sapos, das rãs e das pererecas, já que durante os ciclos climáticos anuais a disponibilidade de insetos é muito maior. Esses animais controlam as toneladas de insetos que se tornariam epidemias violentas.  

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Andorinha-azul. Foto: Dado Galdieri/Hilaea MediaI

Corujas, águias, gaviões e falcões 

As corujas são eficientes predadoras noturnas de roedores, como ratos e camundongos. Em ambientes urbanos e rurais as corujas controlam a população de roedores que podem transmitir doenças como a leptospirose, além de destruir plantações e armazenamentos de alimentos. 

“As corujas ficam bem próximas dos lugares onde tem populações grandes de ratos e controlam no período noturno”, afirmou Fonseca. 

Por serem discretas, as corujas muitas vezes passam despercebidas, mas fazem parte de um sistema natural de vigilância ecológica. Além disso, a instalação de caixas-ninho é uma estratégia comum em algumas regiões agrícolas para atrair corujas e reduzir o uso de venenos. 

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animais
Foto: Keliton Silva

As aves de rapina como o gavião-carijó, o falcão-de-coleira, o urubu-rei e a águia-chilena também realizam a caça de roedores e animais que podem causar prejuízos econômicos e sanitários. 

Nos ambientes agrícolas, principalmente durante os períodos de pré e pós-colheita, é comum observar o aumento de populações de ratos. As aves de rapina se tornam importantes reguladores do equilíbrio ecológico, já que evitam a proliferação de roedores e ajudam a reduzir o uso de venenos. 

Onças, jaguatiricas e outros felinos silvestres

Os animais carnívoros como a onça-pintada, a onça-parda, a jaguatirica e o gato-maracajá, possuem um papel crucial no controle de mamíferos como capivaras, tatus e roedores de grande porte.

“É bem importante que a gente não mate onças, onças-pardas, jaguatiricas ou gato-maracajá, porque esses animais silvestres estão prestando um serviço silencioso de controle biológico das pragas”, explicou Fonseca. 

O medo e a caça ilegal desses animais comprometem o equilíbrio natural, já que quando os felinos desaparecem, ocorre crescimento descontrolado de suas presas, trazendo prejuízos econômicos e ecológicos para produtores rurais e comunidades.

Foto: Emiliano Ramalho/Instituto Mamirauá

Cobras (sucuris e jiboias)

As cobras, como as jiboias, as sucuris e as caninanas, são predadoras naturais de roedores e pequenos mamíferos, e contribuem para a redução de ratos em áreas urbanas e rurais. A presença de cobras em quintais é frequentemente vista como ameaça, mas muitas vezes indica que há excesso de roedores no local.

“Quando você vê uma cobra no quintal, significa que há roedores ali. Ela também está fazendo um serviço ecossistêmico silencioso, comendo os ratos que transmitem doenças à população”, explicou o biólogo. 

Apesar do medo que provocam, as cobras evitam explosões populacionais de roedores, protegendo a saúde pública.

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Foto: Alexandre Almeida

Jacarés

Nas áreas de várzeas e nos igarapés urbanos da Amazônia, os jacarés se alimentam de roedores, peixes contaminados e outros animais que podem se proliferar de maneira excessiva. Além disso, esses animais ajudam a reduzir populações de pragas de matéria orgânica acumulada em lixo descartado irregularmente. 

Além do controle dos roedores, os jacarés também contribuem para manter o equilíbrio de peixes e pequenos animais em ecossistemas aquáticos. 

De acordo com Fonseca, os jacarés que habitam os igarapés urbanos possuem uma alimentação quase que exclusivamente composta por roedores. No entanto, esse papel é muitas vezes ignorado pela população, que vê o animal apenas com um risco. 

Jacaré-açu é o maior das Américas (Foto: Laís Maia/Instituto Mamirauá)
Foto: Laís Maia/Instituto Mamirauá

Morcegos insetívoros

Os morcegos, que se alimentam de insetos, são responsáveis por consumir grandes quantidades de mosquitos e mariposas causadoras de danos agrícolas e sanitários. Esses animais são fundamentais para o equilíbrio ecológico, já que um único indivíduo pode consumir mais de mil insetos por noite, incluindo mosquitos e mariposas que atacam lavouras. 

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Foto: Reprodução/Amazon Sat

As espécies como o morcego-de-cauda-livre ajudam a proteger as plantações de milho, soja e algodão contra lagartas que destroem folhas e espigas. Além disso, a destruição de cavernas e telhados onde se abrigam compromete essa atividade natural. 

A manutenção dos habitats naturais aliada a preservação de matas ciliares, igarapés, cavernas e áreas de florestas, são fundamentais para garantir que anfíbios, aves, mamíferos, répteis e insetos continuem exercendo seu papel ecológico. 

*Por Rebeca Almeida, estagiária sob supervisão de Clarissa Bacellar