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Projeto desenvolve a documentação museológica do acervo de Artes Visuais do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas

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Projeto desenvolve a documentação museológica do Espaço Cultural Casa das Onze Janelas. Foto: Arquivo do projeto

Criado com o objetivo de unir instituições de ensino superior com o museu, o Projeto de Pesquisa e Documentação Museológica do Acervo de Artes Visuais do Espaço Cultural Casa Das Onze Janelas busca realizar a atualização do inventário do Espaço Cultural das Onze Janelas, além de gerar políticas públicas para a preservação das obras, com a construção de novos conhecimentos.

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Projeto desenvolve a documentação museológica
Foto: Arquivo do projeto

O Espaço Cultural Casa das Onze Janelas é o museu de referência em Arte Contemporânea na Região Norte, cujo acervo conta com aproximadamente 20 coleções de obras de arte. Cada coleção é plural e reflete, além do imaginário dos artistas, parte da história da região amazônica, por preservar essas histórias.

Em suas primeiras atividades, o projeto buscou realizar a atualização do inventário do espaço em quatro frentes de pesquisa: Museologia, Artes Visuais, Conservação Preventiva e Produção Multimídia. Esse estudo, teórico-empírico, tem como foco a realização do inventário de dez das dezenove coleções existentes no acervo do museu, promovendo a preservação do acervo artístico de Arte Moderna e Contemporânea.

Foto: Arquivo do projeto

“A pesquisa voltada ao acervo/coleções de Arte Moderna e Contemporânea da COJAN [Casa das Onze Janelas] representa uma contribuição das Universidades (unidas em rede colaborativa) para beneficiar os grupos sociais usuários ou não das informações em Artes geradas pela pesquisa, porque a instituição museu de arte é uma instituição museológica, ou seja, social, tem como fim a função sociocultural, educativa e ao mesmo tempo de preservação da memória cultural local e nacional, representada pela obras das(os) artistas das coleções pesquisadas”, explica a professora Rosângela Britto, coordenadora do projeto.

Para ela, existem três pontos da importância do projeto que devem ser destacados: a relação de cooperação entre universidades e o Museu, que contribuem à elaboração de políticas públicas ao setor, com orientação para a preservação de acervos e de acesso dos usuários a informação em artes; a pesquisa da interface epistemológica da Museologia com as Artes/Artes Visuais; e a geração de Bolsas de Iniciação a Pesquisa para estudantes da graduação, que possibilitam o aprendizado e a experiência da pesquisa voltada ao acervo/patrimônio artístico Musealizado.

Saiba mais: Casa das Onze Janelas: conheça um dos marcos da história da capital do Pará

Prêmio nacional

O Projeto de Pesquisa, coordenado pela professora da Universidade Federal do Pará Rosângela Britto, foi agraciado com o Prêmio Emanoel Araújo, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), instituição ligada à Associação Internacional de Críticos de Arte (Aica).

Foto: Arquivo do projeto

“A premiação é de suma relevância nacional e internacional pelo que a instituição representa no campo do sistema das Artes, ao reconhecer ações, pessoas, instituições e projetos, com  destaque para a pesquisa em Artes Visuais, que envolve preservação de acervos artístico/patrimônio cultural,  e para a cena artística da Região Norte da Amazônia Paraense”, ressalta Rosângela Britto.

Ela acrescenta que o prêmio também possui grande significado para o Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGArtes) e o Instituto de Ciências da Arte (ICA), ambas entidades universitárias às quais está vinculada como docente e coordenadora do projeto. 

“Com a parceria em rede, entre as universidades, o museu e a sociedade civil, o que se espera é que a pesquisa sobre as coleções e sua difusão permita prover métodos e dados para a geração de políticas públicas na área da cultura, especialmente ao Museu de Arte. Os resultados obtidos ressaltam a importância da investigação crítica da Museologia e da História da Arte recente e de sua inserção no museu, com vista a minimizar a informação rarefeita sobre as obras e os artistas, associada a uma reflexão mais horizontal dos perfis identitários das coleções, projetando seus programas de preservação e comunicação e considerando a dimensão ampliada tanto da arte quanto do museu, numa perspectiva decolonial e interseccional”, conclui.

Financiado

Foto: Arquivo do projeto

Financiado pelo Edital Pró-Humanidades/Chamada 40/2022 do CNPq, FNDCT e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o projeto consiste em uma rede de colaboradores que atuam nas áreas da Museologia, Conservação, Artes Visuais e Multimídia. Essa rede é composta por profissionais e pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Universidade da Amazônia (Unama) e do Governo do Estado do Pará, por meio da Secult.

Ao todo, o projeto documentou e preservou onze coleções do acervo de Artes Visuais do museu, totalizando 1.087 obras de 440 artistas, incluindo nomes como Diô Viana, Fayga Ostrower, Manoel Pastana, Miguel Chikaoka e Luiz Braga. 

Divulgação científica

Foto: Arquivo do projeto

As ações do projeto foram iniciadas em dezembro de 2022 e vão até fevereiro de 2026, mas, mesmo após esse período, todas as informações encontradas continuarão disponíveis ao público no site do projeto de pesquisa, que será transformado em um repositório permanente. 

Também com o objetivo de divulgação científica, o canal do YouTube “Acervo 11 Janelas” lançará uma websérie de seis episódios, no mês de agosto, e o perfil no Instagram do projeto continua em atividade. Segundo a professora Rosângela, a intenção é manter a parceria com o SIMM/Secult-PA e aprofundar as pesquisas voltadas aos acervos, envolvendo estudantes da Pós-Graduação em Artes, do mestrado e do doutorado.

Ruínas de Paricatuba serão cercadas e escoradas para segurança dos visitantes, anuncia Iphan

Ruínas de Paricatuba passam por ações emergenciais. Foto: Mariane Cruz

Com o objetivo de proteger o local após a recente queda de parte de sua estrutura, as históricas Ruínas de Paricatuba (AM) serão alvo de ações emergenciais de cercamento e escoramento provisório. A ação foi solicitada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, depois de realizar vistoria técnica no local, no dia 30 de julho.

Leia também: Relatório técnico aponta risco crítico no Sítio Arqueológico de Paricatuba

A necessidade da ação foi identificada pelo Iphan após a criação do Grupo de Trabalho com órgãos como Prefeitura do Iranduba, Associação Associação de Moradores da Vila de Paricatuba e participantes da ação Viva Paricatuba, Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE/SEDURB), Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil Estadual e Instituto De Proteção Ambiental Do Amazonas (Ipaam).

“Estamos agindo com urgência para proteger as Ruínas de Paricatuba, um lugar de memória sensível, mas de valor sentimental para os que ainda moram ali. O cercamento e escoramento provisório são passos cruciais para garantir a segurança e a preservação deste sítio histórico, enquanto avançamos para soluções permanentes”, disse a superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro.

ruínas de paricatuba interditadas
Foto: Mariane Cruz

As intervenções de caráter provisório serão feitas pela UGPE/SEDURB, mas está em andamento um Termo de Ajustamento de Conduta liderado pelo Iphan para que as medidas sejam de caráter permanente.

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Intervenções nas ruínas

O cercamento em madeira será realizado no perímetro externo e no pátio interno do prédio principal para restringir o acesso e garantir a segurança da área. Já o escoramento busca preservar trechos da estrutura com risco de desabamento. Esta medida é crucial para evitar maiores danos e preservar o que resta das ruínas.

A Associação de Moradores da Vila de Paricatuba e participantes da ação Viva Paricatuba serão responsáveis por orientar a visitação turística da ruína ao pátio central com o devido afastamento das estruturas conforme orientações da Defesa Civil do Estado do Amazonas e Defesa Civil do Município de Iranduba.

*Com informações do Iphan

Licença para destruir: o retrocesso do licenciamento ambiental no Brasil

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Foto: Divulgação/Acervo ADS

Por Olímpio Guarany

O que está em jogo não é apenas um conjunto de normas. É o próprio futuro do Brasil. Às vésperas da COP 30 — conferência que colocará o mundo inteiro de olhos voltados para a Amazônia —, soa como um contrassenso, ou pior, como um ato deliberado de irresponsabilidade, a tentativa de flexibilizar o licenciamento ambiental.

É uma proposta que afronta a Constituição Federal, rasga o artigo 225, que garante o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e ameaça diretamente o bem mais precioso que possuímos: a vida. Trata-se, na prática, de uma licença para destruir.

Flexibilizar o licenciamento é abrir caminho para a devastação dos biomas, a contaminação dos rios, a violação dos territórios indígenas e tradicionais, a repetição de tragédias anunciadas. É permitir que interesses econômicos imediatistas se sobreponham ao bem coletivo e à responsabilidade com as futuras gerações. E isso, em plena emergência climática global, é mais do que um erro — é um ato de negação da realidade, um suicídio político e ambiental.

O agronegócio tem papel essencial na economia brasileira, mas sua própria sobrevivência depende da estabilidade climática, da água limpa, do solo fértil e da floresta em pé. O produtor que respeita a terra sabe que não há prosperidade sem equilíbrio. E muitos já trilham esse caminho — integrando inovação, ciência e respeito ao meio ambiente.

O Brasil não precisa escolher entre produzir e preservar. Pode — e deve — liderar uma nova economia verde, comprometida com a vida e com o planeta. Mas isso exige regras claras, fiscalização rigorosa e políticas públicas que fortaleçam a sustentabilidade, não o desmonte da legislação ambiental.

Às vésperas de sediar a COP 30 em Belém do Pará, o Brasil precisa dar o exemplo — não o escândalo. Flexibilizar o licenciamento ambiental nesse momento seria uma traição à agenda climática, um sinal de desprezo à comunidade internacional e às próprias populações brasileiras que convivem, diariamente, com os efeitos da destruição.

Essa proposta não pode prosperar. Porque não há desenvolvimento verdadeiro sem justiça ambiental. Não há soberania onde impera a devastação. Não há paz sem floresta. Se quisermos um futuro possível, é preciso frear esse retrocesso. Precisamos preservar a própria vida.

Sobre o autor

Olimpio Guarany é jornalista, documentarista e professor universitário. Realizou expedição histórica, navegando o rio Amazonas, desde a foz até o rio Napo (Peru), por onde atingiu o sopé da cordilheira dos Andes (Equador) no período 2020-2022 refazendo a saga de Pedro Teixeira, o conquistador da Amazônia (1637-1639). Atualmente é apresentador do programa Amazônia em Pauta no canal Amazon Sat.

*O conteúdo é responsabilidade do colunista

Você não cuidou do meu filho

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Havia menos de um ano que Carlinhos se juntara ao grupo de juvenis do clube. Eram os anos 70 e os jovens tinham em torno de 17 ou 18 anos. Eles aspiravam se tornar jogadores profissionais. Quem se destacava recebia oportunidades no time principal. Era comum que, nas preliminares dos clássicos no Maracanã e em outros grandes estádios, fossem programados jogos entre os juvenis, e isso fazia com que, aos poucos, os mais promissores se tornassem conhecidos da torcida. Alguns ficavam famosos antes mesmo de serem testados entre os profissionais. Algumas dessas promessas vingavam e se tornavam grandes ídolos. Outras ficavam pelo caminho. Pode-se dizer que todos os craques da época passaram por esse processo, e alguns foram campeões do mundo e se tornaram os chamados “monstros sagrados”, lendas vivas do futebol nacional.

Carlinhos ainda estava começando, e havia sobre ele uma grande expectativa. O treinador foi buscá-lo no interior do Mato Grosso, atraído pela fama do camisa 10 do time local, que, diziam, tinha tudo para ser um novo Pelé. Até a sua aparência física lembrava o Rei. Não foi fácil convencer o pai a liberá-lo dos afazeres da roça e, principalmente, do convívio com a família. Carlinhos era o primogênito, ajudava com o trabalho no campo, com o pouco dinheiro que ganhava no futebol, e era o líder dos seis irmãos, que tinham nele um exemplo a ser seguido. Seu Carlão ainda via em Carlinhos alguém em quem a família poderia contar na sua ausência. Sua esposa, Maria, mãe de Carlinhos, era uma mulher de fibra, mas analfabeta e não sabia fazer contas.

Professor Ricardo, como era conhecido o treinador, precisou fazer uso de toda a sua persuasão para convencer Carlão a liberar o filho para deixar o interior, ir para o Rio de Janeiro e morar no alojamento com outros 20 ou 30 garotos, todos com o mesmo ideal: tornarem-se craques reconhecidos pelo público e chegarem à seleção brasileira. Na época, os jovens não sonhavam em jogar na Europa, mas na seleção do Brasil. Nem todos chegariam lá, mas o Professor Ricardo, com toda a sua experiência, garantia: Carlinhos será o novo camisa 10 da seleção em alguns anos.

Não foi o que aconteceu. Após alguns meses de clube, começou a crescer em uma das pernas de Carlinhos um tumor de origem desconhecida, que acabou por fazer com que sua perna precisasse ser amputada, em caráter de emergência, para salvar-lhe a vida.

Professor Ricardo, o treinador, não permitiu que ninguém mais fosse o portador da notícia à família. Naquela época, não era fácil a comunicação com o interior, mesmo por telefone. A viagem demoraria alguns dias, mas o Professor Ricardo não teve dúvidas. Ele mesmo iria acompanhar Carlinhos até sua casa e comunicar o fato à família. Era uma semana de decisão de um jogo importante. Seria criticado por não estar com o time, mas tinha algo maior em questão.

— Confiei em você e você não cuidou do meu filho. — Foi a única reação de Carlão, pai de Carlinhos.

O Professor Ricardo poderia dizer muita coisa a seu favor, já que não teria como evitar o surgimento do tumor na perna do menino e que a medicina fez tudo o que estava ao seu alcance. Poderia usar muitos argumentos. Mas não foi o que ele fez. Professor Ricardo apenas abaixou a cabeça e disse:

— Perdão.

Não sei quanto a você, mas a história me leva a duas posições, às quais todos nós estamos sujeitos e que, talvez, as vivenciemos, algumas vezes, sem consciência.

Há momentos em que confiamos a alguém o que podemos considerar como um filho. Pode ser quando deixamos uma criança numa creche, numa escola, ou quando delegamos a outrem um projeto extremamente importante para nós. No meu caso, ocorre hoje quando confio a alguém um dos projetos ou áreas do MCI, um filho para mim. Entregamos porque confiamos.

Em outros momentos, é quando acontece o contrário. Somos nós que recebemos o “filho” de alguém, que confiou em nós. Se algo não der certo, não cabem justificativas, explicações ou defesas. Uma única palavra disse o Professor Ricardo a Carlão: Perdão. Uma única palavra pode dizer mais sobre o quanto puxamos para nós a responsabilidade.

E para você, como é confiar a alguém um “filho”? Como é receber de alguém a confiança de um “filho”?

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Santarém tem o pior saneamento entre as 100 maiores cidades do país

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O município paraense caiu duas posições em relação ao Ranking anterior e alcançou a última colocação. Foto: Agência Santarém

Com menos da metade (48,49%) da população com acesso à água potável e somente 3,77% com coleta de esgoto, Santarém (PA) foi o último colocado do Ranking do Saneamento 2025, estudo do Instituto Trata Brasil que avalia os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades a partir de dados do SINISA (ano-base 2023).

O município que abriga mais de 300 mil habitantes caiu duas posições em relação ao Ranking de 2024 e figurou como a pior (entre as 100 maiores cidades do país) em infraestrutura básica de saneamento em 2025.

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Além de indicadores precários de acesso à água e coleta de esgoto, o município paraense trata apenas 8,61% do esgoto gerado e perde mais de 48,72% da água potável nos sistemas de distribuição, ou seja, toda essa água é desperdiçada antes de chegar às residências da população.

A precariedade do saneamento em Santarém é reflexo do baixo investimento realizado na infraestrutura. O investimento per capita é de apenas R$ 37,35, distante do necessário para universalização do saneamento de acordo com o que estipula o PLANSAB, que é de R$ 223,82 por habitante. Isso significa que Santarém investe apenas 16,7% do valor necessário para alcançar a universalização do saneamento.

Leia também: Cidades da Amazônia estão há oito anos entre as 20 piores no ranking de saneamento básico do Brasil

Diante desse cenário, de acordo com o Trata Brasil, “o saneamento em Santarém não será uma realidade sem maiores investimentos e planos estruturados para ampliação dos serviços. O saneamento é uma política pública estratégica com o potencial de melhorar a saúde pública, a educação e a produtividade econômica no Brasil”.

Metas

O desafio se estende para além de Santarém. O Pará, estado que sediará a COP-30 em 2025, apresenta indicadores igualmente precários, atendendo 51,6% da população com água potável e somente 17,3% com coleta de esgoto, enquanto apenas 19,3% do esgoto é tratado.

Para cumprir as metas do Novo Marco Legal do Saneamento até 2033, ou seja, atender 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto, o Pará precisará acelerar os investimentos e implementar estratégias eficazes de expansão do básico.

*Com informações do Trata Brasil

Estudo conclui que zonas úmidas tropicais degradadas emitem gases com efeito estufa potentes

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Estudo internacional registra dados usando sensores instalados em torres de monitoramento e câmeras estáticas localizadas na América do Sul, África e Sudeste Asiático. Foto: Reprodução/IIAP

As zonas úmidas tropicais, quando alteradas pela drenagem ou por alterações no lençol freático, emitem quantidades significativas de óxido nitroso (N₂O), um gás de efeito estufa com um potencial de aquecimento global até 300 vezes maior que o dióxido de carbono (CO₂), de acordo com um recente estudo científico internacional.

O estudo registra dados usando sensores instalados em torres de monitoramento e câmeras estáticas localizadas na América do Sul, África e Sudeste Asiático.

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Na Amazônia peruana, especificamente no departamento de Loreto, os dados foram obtidos perto de Iquitos. A infraestrutura possibilitou o registro das trocas gasosas entre o solo, a vegetação e a atmosfera. Essa área, operada pelo Instituto de Pesquisas da Amazônia Peruana (IIAP), está localizada nas florestas de várzea de Quistococha.

Os resultados mostram que as mudanças nessas áreas, seja por drenagem ou alterações no lençol freático, aumenta não apenas as emissões de CO2, mas também as emissões de N2O.

Leia também: Zonas Úmidas: guardiãs do equilíbrio ecológico no Peru

Ao contrário do metano, cujas emissões diminuem em solos secos, as emissões de N2O aumentam em níveis intermediários de umidade, quando começa a decomposição da matéria orgânica rica em nitrogênio.

O estudo mostra que essas áreas degradadas contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Portanto, é crucial preservar essas áreas úmidas em seu estado natural e garantir sua umidade permanente. Dessa forma, as emissões podem ser reduzidas e sua capacidade vital de atuar como sumidouros de carbono, mantida. Leia o estudo completo AQUI (em inglês).

*Com informações da Agência Andina

Dicas para enfrentar as altas temperaturas do verão na Amazônia com saúde e disposição

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Hidratação é importante durante o verão amazônico. Foto: Jader Paes/Agência Pará

A chegada do verão na região amazônica, o calor e a umidade intensos pedem atenção redobrada com a nossa alimentação. Manter uma dieta equilibrada é fundamental, não apenas para garantir a energia necessária para as atividades do dia a dia, mas também para proteger o corpo contra a desidratação e outros problemas comuns nesta época. Priorizar alimentos leves, ricos em água e nutrientes é a chave para enfrentar as altas temperaturas, com saúde e disposição.

Frutas como melancia, abacaxi e manga são ótimas opções, pois contêm bastante água e são refrescantes, auxiliando na hidratação.

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Alimentos ricos em vitamina C e betacaroteno, como cenoura, mamão, laranja e acerola, também são recomendados, pois servem de matéria-prima para a produção de melanina e atuam como antioxidantes, protegendo a pele. Em contrapartida, é bom ter cuidado com alimentos gordurosos, frituras, doces em excesso, que podem sobrecarregar a digestão.

A hidratação é crucial nessa época do ano.  Nutricionista e professora da Faculdade de Nutrição (Fanut) da UFPA, Vanessa Lourenço explica que, no verão, a necessidade de ingestão de líquidos pode chegar a 40ml por kg de peso corporal.

Leia também: Durante onda de calor na Amazônia, nutricionista dá dicas de como evitar desidratação

Além da água pura, a água de coco é excelente para repor os sais minerais perdidos com o suor. Sucos naturais, chás gelados sem açúcar e saladas com frutas também são ótimas alternativas para potencializar a hidratação. É importante evitar bebidas alcoólicas, pois são diuréticas e estimulam a perda excessiva de água do organismo.

Ao observar sinais de desidratação como boca seca, tontura, dor de cabeça e urina escura, é fundamental agir rapidamente.  “Nesse caso, você deve ingerir bastante água e evitar bebidas açucaradas ou cafeinadas. Se os sintomas persistirem ou piorarem, procure atendimento médico”, alerta a nutricionista.

“É importante ter em mente que a obtenção da saúde só é possível por meio de uma alimentação saudável. Para isso acontecer, a mudança de hábitos alimentares torna-se indispensável. No verão, esses hábitos são modificados devido à mudança de ambiente, rotina, além do aumento da temperatura”, explica Vanessa.

Leia também: Verão amazônico: 11 dicas para fugir do calor da Amazônia

Para um verão saudável, a organização das refeições deve priorizar leveza e praticidade. Deixar frutas lavadas e cortadas na geladeira facilita o consumo de lanches frescos e saudáveis. Montar marmitas com saladas, proteínas leves (frango desfiado ou peixe grelhado) e carboidratos integrais (arroz ou macarrão integral) também ajuda na correria do dia a dia.

Em viagens, é fundamental fracionar a alimentação, fazendo as refeições principais e dois lanches leves, optando por alimentos fáceis de transportar, que não estraguem facilmente, como biscoitos e barras de cereais. A atenção à qualidade dos alimentos consumidos em restaurantes e quiosques também é essencial, pois o calor acelera a deterioração e a contaminação. Lembre-se de que a saúde é resultado de hábitos alimentares saudáveis.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, da UFPA, edição 175, escrito por Luiza Amâncio e com edição de Rosyane Rodrigues  

Mato Grosso lidera saldo da balança comercial brasileira no primeiro semestre de 2025

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Ponte em Mato Grosso. Foto: Divulgação

Mato Grosso alcançou o primeiro lugar no saldo da balança comercial brasileira no primeiro semestre de 2025, com 45,08% de participação no superávit nacional, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Os dados foram compilados pelo Observatório do Desenvolvimento, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

A performance reforça a vocação econômica do Estado, impulsionada principalmente pelo agronegócio. No total, Mato Grosso exportou US$ 14,6 bilhões e importou US$ 1,12 bilhão no período, o que resultou em um saldo positivo de US$ 13,57 bilhões.

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Em relação ao primeiro semestre de 2024, quando Mato Grosso representava 35,86% do saldo nacional, o aumento da participação do Estado na balança comercial foi de aproximadamente 25,7%. 

O resultado se deve, sobretudo, à robustez das vendas externas de produtos agropecuários. No primeiro semestre de 2025, o setor foi responsável por US$ 10,85 bilhões das exportações de Mato Grosso, consolidando o Estado como o maior exportador do setor no Brasil. Isso equivale a 27,71% de toda a exportação agropecuária nacional. 

Entre os produtos com maior peso, destacam-se a soja, o milho e o algodão. Mato Grosso respondeu por 68% das exportações brasileiras de algodão, movimentando US$ 1,69 bilhão no semestre. Também liderou a exportação de milho, com 34,41% da participação nacional e US$ 511,92 milhões embarcados. Já a soja, principal produto da pauta, rendeu US$ 8,46 bilhões ao Estado, o equivalente a 33,27% das exportações brasileiras do grão.

Leia também: Mato Grosso consolida protagonismo na produção mundial de grãos e fibras

Em contrapartida, as importações representam uma pequena fatia da movimentação comercial de Mato Grosso, que respondeu por apenas 0,83% das compras brasileiras no exterior no período. Os principais produtos importados foram insumos essenciais à produção agrícola, como adubos, inseticidas, maquinários e peças de reposição para colheita.

Segundo o secretário adjunto de Indústria, Comércio e Incentivos Programáticos, Anderson Lombardi, o avanço de Mato Grosso no comércio exterior reflete não apenas a força do setor produtivo, mas também o esforço do Estado em criar um ambiente favorável aos negócios.

“O bom desempenho de Mato Grosso na balança comercial é resultado de um setor produtivo eficiente e de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da economia, com destaque para os incentivos fiscais, programas de apoio à industrialização e à exportação. A Sedec tem atuado de forma integrada com o setor privado para ampliar a competitividade do Estado e atrair novos investimentos”, afirmou.

*Com informações da Sedec MT

Nova espécie de sapo semiarbóreo é descoberta na Amazônia peruana

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A descoberta da nova espécie de sapo foi feita em cinco locais no departamento de San Martín. Foto: Giuseppe Gagliardi Urrutia

Uma nova espécie de sapo semiarbóreo, Scinax garciadavilae, foi descoberta na Amazônia peruana por pesquisadores do Instituto Peruano de Pesquisas da Amazônia (IIAP), do Museu Argentino de Ciências Naturais, da Universidade Estadual Paulista (Brasil) e da Universidade de Sevilha (Espanha).

Esta é a primeira espécie do grupo Scinax eurydice registrada no país. A descoberta foi feita em cinco locais da bacia de Huallaga, no departamento de San Martín. O sapo foi observado tanto em florestas perenes quanto em áreas perto de lagoas e estradas, indicando certa tolerância a ambientes movimentados e fornecendo dados relevantes para a conservação de anfíbios na região.

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Nome do sapo é em homenagem à cientista peruana Carmen García Dávila. Foto: Giuseppe Gagliardi Urrutia

Segundo os pesquisadores, a espécie, que mede entre 3,8 e 4,5 centímetros, distingue-se pelo corpo marrom com manchas escuras, flancos amarelos com pontos pretos, olhos prateados e pele com pequenos tubérculos. 

A análise genética revelou uma divergência de mais de 12% em relação às demais espécies do grupo, confirmando sua classificação como uma nova espécie. A descoberta amplia a distribuição geográfica do grupo Eurídice, que até agora estava restrita à Bolívia e ao Brasil.

Leia também: Pesquisadores descobrem sapo com cor de chocolate e ‘nariz de anta’ na Amazônia

O nome Scinax garciadavilae foi escolhido em homenagem à cientista peruana Carmen García Dávila, que há décadas dedica sua vida, com entusiasmo e paixão, à pesquisa e conservação da biodiversidade amazônica.

Ela também tem sido uma promotora do empoderamento feminino na ciência no Peru, especialmente promovendo o desenvolvimento de pesquisadoras na região amazônica.

Esta constatação reforça a necessidade de continuar o inventário das espécies na Amazônia, especialmente em áreas pouco exploradas, dadas as ameaças que esses ecossistemas enfrentam. Documentar a biodiversidade é essencial para o desenvolvimento de estratégias de conservação mais eficazes.

*Com informações da Agência Andina

Nheengatu

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Constituição Federal lançada na língua Indígena Nheengatu. Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O Nheengatu é uma língua indígena atualmente falada por cerca de 8.000 pessoas no Alto Rio Negro e uma uma das línguas co-oficiais do município de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas. Antes de ser proibida durante o processo de colonização, era a língua mais falada no país inteiro.

Originária do Tupi-Guarani, a língua foi criada em função de reunir os dialetos e variantes dos 50 idiomas falados pelos indígenas da região na época colonial. Todos esses idiomas faziam parte da família do Tupi-Guarani e por isso possuíam elementos em comum.

De acordo com o Mestre em história, Hosenildo Alves, a Amazônia no período colonial era “uma verdadeira torre de Babel”, e para facilitar a catequese e a evangelização os missionários, principalmente os jesuítas, criam a língua ‘Nheengatu’, no tupi ‘língua boa’, que descartava os dialetos e utilizava a gramática da língua portuguesa como referência, e que durante o período colonial foi mais falada na Amazônia do que o próprio português.

Até o século XVIII, o Nheengatu foi incentivado pela própria coroa portuguesa como a língua de conversação da região. No entanto, em 1727 ela começou a ser proibida, e com a chegada dos nordestinos à Amazônia o Nheengatu deixou de ser a principal língua, consolidando o português. 

*Com informações da Babbel