Casal percorre fronteiras do Brasil em motocicleta. Foto: Isadora Pereira/Rede Amazônica AP
Para celebrar o Dia dos Namorados, Nesta quinta-feira (12), o Grupo Rede Amazônica conta a história do casal paraense Antonino Alves Brito, de 50 anos, e Maria José Brito, de 47 anos. Eles decidiram dar uma pausa na rotina e partir para uma aventura: viajar o Brasil inteiro em uma motocicleta. A parada da vez é o Amapá.
Eles já visitaram nove cidades do Brasil e pretendem percorrer mais de 15 mil quilômetros de fronteira terrestre e 7 mil quilômetros de fronteira marítima.
Maria é nutricionista e Antonino era secretário adjunto de educação na cidade em que morava. Mas, a rotina mudou quando o motociclista decidiu que era hora de juntar a paixão antiga pela estrada, com um projeto diferente e que contribuísse com melhorias para a sociedade.
“Como nós somos do Pará, de Parauapebas, aquilo ficou na minha cabeça. E viajar de moto é interessante porque tá só você, o capacete e a estrada. Então você tem muito tempo para pensar”, disse Antonino.
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A jornada do casal iniciou há 12 anos, apenas por diversão. Mas há 6 meses, os dois deram início à expedição ‘Água de fronteiras’, um levantamento sobre a qualidade das águas na fronteira do país. Ao final, um relatório será apresentado na COP30, que acontecerá em Belém este ano.

Quando Maria conheceu Antonino, ele já era um aventureiro das estradas. A mulher embarcou na aventura e seguiu com a criação do projeto em conjunto com o amado, movida pela pesquisa e pelo amor.
“Foi paixão também, por ser companheira dele […] São duas coisas bem importantes, o amor e confiança na pessoa. Isso me fez caminhar junto com ele e fazer esse trabalho, juntos”, disse.
Ele e a companheira se tornaram inseparáveis, enfrentando desafios e desfrutando de momentos incríveis em suas jornadas. Antonino falou que a companhia da esposa é indispensável nos momentos de pesquisa e aventura, o que torna todo o movimento ainda mais especial.
Os dois levam dos lugares onde passam, apenas as memórias um com o outro e as fotografias. As caixas na lateral da moto são o guarda-roupa do casal.
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Antonino contou ainda que muitos momentos foram vividos nas estradas. Apesar dos cenários lindos e marcantes como a passagem entre Paraguai e Uruguai, o casal já passou por momentos de sufoco na estrada.
“Passamos por um quase acidente no Nordeste em 2016. Por volta daquelas 18h, difícil de enxergar e chovendo […] muitos animais na pista. E naquele momento nós nos deparamos com três jumentos no meio da pista. Maria teve que gritar pra que eu pudesse despertar. Que eu tava vendo na realidade dois e eram três”, disse.
No Amapá, os aventureiros já visitaram Macapá, a cidade de Amapá, a Vila de Sucuriju, Calçoene, Oiapoque e Serra do Navio. O próximo destino é Santarém, no Pará.

“A gente está gostando muito do estado. É muita riqueza natural, muita água, muita gente interessante para a gente conversar. Nós gostamos muito daqui, muito bacana. É muita área ambiental preservada também. Um dos estados da Amazônia Legal que menos foi explorado. Então isso é bem interessante”, disse.
No início da vinda ao estado do Amapá, o motociclista contou que algumas pessoas o desencorajaram. Ele disse que o coração chegou a apertar ao ouvir sobre as dificuldades na estrada.
A gente tem se surpreendido com algumas falas como: “É muito difícil, não vai lá, é muito complicado”. E a gente vai lá e é um negócio diferente, é bacana. A estrada estava tranquila”, explicou.
Em um vídeo, o casal registrou o momento de ida à praia do Goiabal, no município de Calçoene. Nas imagens é possível ver que uma cachoeira se abriu no meio da estrada. O casal fica com receio de atravessar devido à força da água.
Mesmo não sendo da área, casal buscou se especializar em recursos hídricos. Os dois apresentaram o projeto em fevereiro à Universidade do Estado do Pará (Uepa).

A Uepa fornece o apoio técnico-científico e orienta as análises hídricas com a utilização dos equipamentos corretos, para que o trabalho seja validado.
“O princípio foi apreensivo, por ser um projeto muito grande, abrangente, mas graças a Deus hoje eu fico muito feliz. Também estou estudando sobre recursos hídricos, fazendo uma especialização e isso está abrindo os olhos cada vez mais sobre a importância que tem a água para todos nós, sobre o nosso meio ambiente, que a gente deve tanto cuidar”, disse Maria.
*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP