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Pesquisas regionais investem em bebida que faz sucesso ao misturar café e açaí

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O café é considerado uma das bebidas mais consumidas no Brasil e o mercado oferece várias opções. No Amazonas, a bebida ganhou mais uma possibilidade: ser produzida a partir do grão de açaí

O empreendedor amazonense Charley Oliveira conta que em 2004 o município de Codajás passou a ter uma "mega" produção de açaí. "Nós observamos que as sobras do açaí, que são 85%, ficavam sem uso. Então pensamos: o que fazer para gerar renda para o meu município?", comenta.

Assim surgiu a ideia de aproveitar os caroços do fruto amazônico para criar uma nova bebida. Segundo Charley, os primeiros grãos foram moídos de forma artesanal e além de cursos, ele também realizou muitos testes. E depois que recebeu investimentos, o café de açaí, batizado como 'Cafessaí', já foi disponibilizado em mercados e vendas on-line.

"Estamos tendo muito retorno positivo, então estamos com boa expectativa do produto prosperar e não sair mais do mercado", afirma a administradora Ângela Rocha.

Foto: Reprodução/Facebook-Cafessaí da Amazônia

Como é produzido

Sem conservantes e feito da torra da semente de açaí, o 'cafessaí' já é vendido para consumidores em outros Estados. E o modo de preparo é similar ao convencional, mas segundo o fabricante, a diferença está no tempo de infusão. "Quanto mais tempo ele passa pela infusão, mais concentrado é o sabor", assegura Charley. O produto é 100% regional e promete ser com baixa caloria, sem a necessidade de açúcar e sem amargor.

Versão paraense

Além do Amazonas, outros Estados da Região Norte também consomem muito o açaí, como o Pará. No Estado vizinho também tem sido realizada uma pesquisa de produção de café de açaí, no município de Cametá.

A ideia é também aproveitar os caroços do fruto que seriam rejeitados e jogados. A versão paraense, o 'Café de açaí', é desenvolvida por alunos de Tecnologia de Alimentos do Campus XVIII da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Os alunos participam do projeto 'Utilização do Caroço de Açaí na Elaboração de Bebida Composta à Base de Café', que está incluído no grupo de pesquisa Tecnologia e Inovação Para a Indústria de Alimentos (Tecinova).

O professor Diego Aires, líder do grupo de pesquisa e coordenador do curso de Tecnologia de Alimentos, encontrou uma oportunidade para elaborar um projeto que entendesse a fundo a produção da bebida, devido a variação ter se tornando popular com sua comercialização. 

Foto: Gil Prestes/Uepa

A pesquisa envolve a identificação dos compostos produzidos no caroço a partir do processo de torrefação, ou seja, avalia a identidade e qualidade do produto. "Além disso, vamos analisar qual o nível de aceitação desse produto pelo potenciais consumidores e entender os benefícios que ele pode trazer ao consumidor, ou mesmo se há, em algum nível, presença de componentes antinutricionais da bebida e avaliar quais seriam suas implicações", explicou o professor.

Parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti), que tem como objetivo orientar os acadêmicos para consolidar práticas que incentivem o potencial científico das pesquisas da universidade, a pesquisa começou recentemente, em setembro de 2021. E também envolve alunos do Ensino Médio, devido ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica para o Ensino Médio (Subprograma Pibic).

A fabricação é realizada a partir dos caroços da fruta, onde está concentrada a maior parte de seus nutrientes e possui muitos benefícios, como a regulação do intestino, o controle da hipertensão e diabetes, além de obter ação antioxidante e não possui a cafeína, tendo como público-alvo as pessoas que não podem ingerir ou queiram diminuir a quantidade de consumo a substância.

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