Após viajar 4 mil km, sonda inglesa é resgata na costa do Amapá

Objeto estuda temperatura e química do Oceano Atlântico em meio às mudanças climáticas.

Um resgate inusitado movimentou a rotina dos pesquisadores do Amapá. Uma sonda inglesa que analisa a temperatura e as características químicas do Oceano Atlântico em meio às mudanças climáticas saiu da rota prevista e foi resgatada por pesquisadores próximo da Estação Maracá-Jipióca, na costa do Estado, após viagem de mais de 4 mil quilômetros pelo mar.

A operação de resgate, ocorrida no dia 12 de abril, contou com apoio das equipes da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Brigada Onça-Pintada e do projeto português de estudos oceanográficos Atlantic Area iFADO.

Foto: Divulgação/Ueap

A sonda, em formato de barquinho, foi desenvolvida por estudantes da cidade britânica de Southampton, como parte de um projeto de educação ambiental e de avaliação do Oceano Atlântico promovido pelo Atlantic Area iFADO e Educational Passages, dos Estados Unidos.

Segundo o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Ueap, Gabriel Araújo, não era previsto que a sonda oceanográfica fosse encontrada no hemisfério sul, já que o objeto foi criado com intuito de avaliar as características do Atlântico Norte. A Ueap faz parte do grupo de estudos sobre o Oceano Atlântico do Ministério da Ciência e Tecnologia Português, do qual o iFADO também pertence.

Foto: Divulgação/Ueap

Com isso, ao perceber via GPS que a sonda se aproximava da costa do Amapá, o centro de estudos português entrou em contato com a universidade brasileira e planejou a operação de resgate.

“Montamos uma operação de ‘resgate’ com ajuda das informações de GPS da sonda e auxílio das equipes da Ueap, ICMBio e iFADO. Montamos mapas e mais mapas, pois o GPS não funcionava muito bem na região onde a sonda foi parar”, detalhou o pró-reitor.

Ainda de acordo com Araújo, inicialmente o monitoramento indicou que o “barquinho” iria para o distrito do Sucuriju, no município de Amapá, mas a dinâmica das marés, bancos de areia e sedimentos, fizeram com que a sonda navegasse até próximo da Reserva Maracá-Jipióca.

Foto: Divulgação/Ueap

Agora, a equipe de eletrotécnica e eletrônica da Ueap vai fazer avaliação da sonda para possíveis reparos na bateria e no sistema GPS. O objeto também receberá uma nova decoração feita pelos alunos das escolas famílias do Carvão e Macacoari.

“Essa nova decoração será parte do projeto educacional. Serão realizados encontros entre os alunos do Amapá e os britânicos para discussão de temas relacionados às mudanças nos oceanos, na floresta e no clima”, indicou Araújo.

A previsão é que a sonda seja devolvida ao mar em julho, para que retorne à Europa. O objeto deve ser lançado no oceano numa região entre os estados do Pará e Maranhão. 

*Por Victor Vidigal, do Grupo Rede Amazônica 

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