Onças recebem coleiras com GPS para monitoramento via satélite em ilha do Amapá

Animais receberam coleiras GPS na Estação Ecológica de Maracá-Jipioca. Área concentra a maior quantidade de onças por metro quadrado no mundo, segundo o ICMBio.

Distante cerca de 6 quilômetros do continente, a Estação Ecológica de Maracá-Jipioca, também chamada de Ilha das Onças, concentra a maior quantidade de onças-pintadas por metro quadrado no mundo, segundo o ICMBio. 

São 6,7 onças a cada 100 quilômetros quadrados, de acordo com um levantamento divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Onça-Pintada.

Foto: Divulgação/Instituto Onça-Pintada

A ilha possui cerca de 60 mil hectares e intriga os pesquisadores, que buscam entender como as onças foram parar no local. O monitoramento das onças na estação ecológica é realizado há 3 anos, segundo o Instituto Onça-Pintada, que tem sede em Goiás.

“A gente imagina que vai gastar uns 10 anos para poder entender como que as onças vivem nesta ilha costeira, que está cercada pelo mar e tem uma das mais altas densidades dessa espécie no mundo. Esses animais vivem numa geografia única, que pra ciência é uma novidade”,

explicou Leandro Silveira, biólogo e presidente do instituto.

Foto: Divulgação/Instituto Onça-Pintada

Um dos objetivos do estudo é entender como a espécie vai se comportar com o crescimento populacional. “A gente sabe que no mínimo tem ali entre 25 e 30 fêmeas, que têm capacidade de reproduzir pelo menos um filhote a cada ano. Chega uma hora que essa ilha vai tá saturada, mas pelo que a gente tá vendo isso não acontece. Então alguma coisa ocorre, uma dinâmica nessa ecologia que a gente quer entender”, descreveu o biólogo.

Monitoramento por satélite 

A ilha está localizada no delta do Rio Amazonas e sofre influência direta da vazão do rio. Durante o monitoramento, sete onças foram capturadas e receberam coleiras GPS para o estudo, que vai mostrar o deslocamento dos animais pela ilha.

Foto: Divulgação/Instituto Onça-Pintada

Ainda segundo o biólogo, qualquer interferência externa pelo mar poderia causar danos diretos aos animais, que possuem como principal base alimentar os peixes.

“Se as espécies de peixes que ela consome sofrerem uma redução drástica, ela será diretamente afetada. Ela funciona muito bem como bioindicador de qualidade ambiental”, acrescentou Silveira.

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá

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