O etnoturismo é o turismo em terras indígenas e tem ganhado destaque na Amazônia. O formato tem ajudado a fortalecer e incentivar o conhecimento sobre costumes indígenas.
O etnoturismo, turismo em terras indígenas, tem ganhado destaque na Amazônia. E o formato tem ajudado a fortalecer e incentivar o conhecimento sobre costumes indígenas no Acre, de acordo com informações da Secretaria de Estado de Empreendedorismo e Turismo (SEET).
Para ampliar os investimentos nas aldeias, o ‘Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo Indígena’ tem sido elaborado junto às comunidades indígenas acreanas. O estudo, fruto do convênio firmado entre a SEET e a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, visa ser o balizador do etnoturismo acreano.
“O plano facilita a captação de recursos e a organização deles. O etnoturismo já acontece no Estado, mas queremos estruturá-lo cada vez mais, de modo a atrair mais turistas e captar recursos, via governo federal, para investimento nas aldeias”, reforça o secretário da SEET, Jhon Douglas da Costa.
No Acre, existem 34 terras indígenas reconhecidas pelo governo federal e distribuídas em 11 dos 22 municípios acreanos. Muitas delas já recebem turistas. Conheça 9 aldeias que já fazem parte da iniciativa:
Aldeia São Francisco – Feijó
Destaque para: Festival Mani Mutsa – Huni Kui
A terra indígena do Baixo Rio Envira (Aldeia São Francisco), localizada a 1h de barco do município de Feijó, trajeto exuberante com bela paisagem navegando o Rio Envira, é composta por 19 famílias dos Povos Huni Kui.
É um povo acolhedor, que tem muito prazer em mostrar a sua cultura, os seus rituais e a sua história para os visitantes.
Aldeia Morada Nova – Feijó
Destaque para: Festival Nuke Manuti Peyrani
Aldeia Morada Nova dos povos Shanenawa, no município de Feijó, estado do Acre, distante 360km da capital Rio Branco, na margem esquerda do Rio Envira. Shanenawa significa “povo do pássaro azul”.
O Festival Nuke Manuti Peyrani Shanenawa proporciona aos visitantes várias atividades tradicionais com uso das medicinas sagradas como: pacari (oração em forma de cânticos, uni (ayahuasca), nawe putu (rapé), fetxeshti (colírio), Kampo (medicina do sapo), pintura corporal com desenhos ancestrais e uma linda exposição de artesanatos tradicionais.
Aldeia Pinuya dos Huni Kui – Tarauacá
Destaque para: Festival Nuku Manã Ibudu Huni – Kui
A terra indígena Colônia 27 (Aldeia Pinuya), localizada a 5 km do município de Tarauacá, com acesso terrestre, a 410 km da capital Rio Branco, é referência no Acre quando o assunto é reflorestamento e sustentabilidade.
Conheça as belezas naturais, os encantos e as sagradas medicinas Betxe Shekea (colírio), Nixi Pae, Reshke (rapé), Raukui (banho de ervas sagradas) e Kampum (Kambô), que trazem curas para o corpo, espírito e pensamento.
Aldeia Recanto Verde – Mâncio Lima
Destaque para: Retiro Espiritual Nukini
A Aldeia Recanto Verde está localizada a oito horas de barco do município de Mâncio Lima, subindo o Rio Moa. O aeroporto mais próximo fica na cidade de Cruzeiro do Sul, a 30km de Mâncio Lima, no Acre, trajeto de muita beleza natural e uma vida selvagem ativa. Os visitantes que chegam na aldeia têm o privilégio de participar das cerimônias tradicionais com Medicina da Floresta Amazônica.
A Aldeia é o portal de entrada para o santuário ecológico e místico Parque Nacional da Serra do Divisor, localizado no extremo oeste da região norte do Brasil, que faz divisa com o país vizinho Peru.
Aldeia Shane Kaya – Feijó
Destaque para: Retiro Espiritual Shanenawa
Aldeia Shane Kaya, da etnia shanenawa, liderada pelo cacique Naynawa, é um local de pura beleza natural, muita energia ancestral e com acesso terrestre.Faz parte da Terra Indígena Katukina/Kaxinawá, localizada no município de Feijó (AC), distante 360 km de Rio Branco, a capital do Acre.
Com 26,8 mil hectares de floresta exuberante, a Shane Kaya é um ambiente exemplar de inovação, educação ambiental e desenvolvimento sustentável. É uma oportunidade de vivenciar uma experiência única e inesquecível, especialmente quem busca paz e amor, pois contará com o suporte dos rituais ancestrais do povo Shanenawa.
Comunidade Indígena Paredão – Feijó
Destaque para: Vivência cultural do povo indígena e Festival “Rau Xarahu”
Localizada no Rio Envira, distante meia hora de barco da cidade de Feijó, a Comunidade Indígena Paredão possui 150 indígenas que são bastante hospitaleiros e gostam de mostrar a sua cultura com seus cânticos, danças, pinturas corporais, rituais e pajelanças.
Aldeia do Barão – Mâncio Lima
Destaque para: Festival Atsá
Aldeia de povo acolhedor e hospitaleiro, localizada em Mâncio Lima, com acesso terrestre (8km de ramal). O festival promove um momento de conexão entre o homem e a floresta.
Os visitantes terão momentos e vivências únicas, como o banho de igarapé com medicinas para limpeza do corpo, pintura corporal, cerimônia espiritual, caminhada na floresta, contação de histórias tradicionais, danças e apresentações.
Aldeia Mutum – Tarauacá
Destaque para: Festival do Mariri
O povo indígena Yawanawá celebra a sua cultura por meio do Festival Mariri, na Terra Indígena do Rio Gregório, próxima à cidade de Tarauacá, no estado do Acre. O acesso à aldeia se dá por via terrestre e fluvial, já que ela fica localizada às margens do Rio Gregório.
Para os Yawanawá, o Mariri constitui um conjunto de manifestações culturais e espirituais em referência, respeito e memória dos rituais milenarmente realizados por seus ancestrais.
Aldeia Nova Esperança – Tarauacá
Destaque para: Festival Yawanawá
Nas cabeceiras do Rio Gregório acontece o Festival Yawanawá, que, por meio de ritos, cânticos e danças, busca promover, entre os presentes, curas, paz espiritual e autoconhecimento. O acesso se dá pelo Rio Gregório, são entre seis a oito horas de barco.
I Encontro Internacional de Etnoturismo da Amazônia
A SEET, em parceria com as Rotas Amazônicas Integradas (RAI), realiza o I Encontro Internacional de Etnoturismo da Amazônia nos dias 20 e 21 de maio. Fazem parte da RAI: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Em conjunto, os sete Estados visam divulgar e fortalecer o turismo da região.
Este ano, o eixo trabalhado será o etnoturismo e o Acre foi escolhido para sediar o evento. A ideia é envolver os países vizinhos e apresentar culinária, artesanato e toda a grandiosidade da cultura indígena do Acre.
*Com informações da Agência Acre