PF aponta garimpo e desmatamento como causas para mudança de cor da água de rio em Alter do Chão

A Polícia Federal ainda não analisou a qualidade da água, mas os investigadores alertam para o risco da presença de produtos químicos como mercúrio e cianeto, usados geralmente por garimpeiros na extração dos minérios.

A Polícia Federal (PF) analisou a situação da mudança de cor da água do Rio Tapajós em Alter do Chão, no Pará, que vinha chamando atenção nas redes sociais, e concluiu que a situação foi provocada pelo garimpo ilegal e pelo desmatamento na região. O laudo da PF faz parte de um inquérito que tem apurado a situação entre os municípios paraenses de Santarém e Itaituba.

Leia também: Entenda o que está acontecendo nas águas que banham Alter do Chão, o “Caribe amazônico”

De acordo com a polícia, os investigadores compraram imagens de satélite registradas entre julho de 2021 e janeiro de 2022, e o material, segundo os peritos, mostra um “aumento drástico” na quantidade de sedimento nas águas do chamado “Caribe amazônico”, que seriam provenientes do desmatamento nas margens dos rios Jurema e São Manuel, ambos afluentes do Rio Tapajós. Além disso, a estimativa da PF é que os garimpeiros tenham despejado cerca de sete milhões de toneladas de rejeitos no rio.

A Polícia Federal ainda não analisou a qualidade da água, mas os investigadores alertam para o risco da presença de produtos químicos como mercúrio e cianeto, usados geralmente por garimpeiros na extração dos minérios.

Imagens de satélite na região de Alter do Chão ajudaram peritos da PF. Foto: Divulgação/Polícia Federal

Ainda de acordo com a polícia, nas imagens analisadas pelos peritos, a presença significativas de sedimentos começou a ser perceptível em outubro de 2021, quando manchas de sedimentos são vistas perto de Santarém, por satélite. Assim, com a intensificação dos sedimentos, as águas em Santarém foram tomadas no fim de dezembro.

O peritos informaram que era possível ver, no fim de novembro, uma coloração avermelhada nas águas que já era um sinal de águas saturadas com o material de garimpo.

Os sedimentos teriam começado a ser formados no Mato Grosso e desceram pelos rios Jurena e São Manuel até desaguarem no Tapajós, intensificando-se na parte média do Tapajós. “No final de novembro e início de dezembro (entre os dias 30/11/2021 e 02/12/2021) a pluma de sedimentos atingiu as águas que banham a vila de Alter do Chão e, na sequência, atingiu a cidade de Santarém”, concluiu a PF.

No início da última semana, a Polícia Federal deflagrou a operação ‘Caribe Amazônico’ com ações de combate à atividades garimpeiras no Pará

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