Parte da produção é consumida pelos próprios integrantes que produzem os peixes, e parte é distribuída nas comunidades que estão envolvidas diretamente no projeto
Para as populações que vivem na região amazônica, o peixe é a principal fonte de proteína de origem animal disponível. Entretanto, o intenso crescimento da população tem aumentado a demanda por pescado, gerando maior pressão sobre os estoques naturais, diminuindo a quantidade de peixes capturados e elevando o preço das espécies preferidas para consumo.
Para contornar esse problema, o projeto ‘Produção de tambaqui (Colossoma macropomum) em tanque-rede: capacitação, transferência de tecnologia e geração de renda para as comunidades ribeirinhas de Santarém – Pará’, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), tem promovido a produção dessa espécie em tanques-redes nas comunidades de Tauari e Aldeia Bragança, situadas na Floresta Nacional do Tapajós.
Desenvolvida pelos professores Luciano Jensen e Michelle Fugimura, do Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), e Gustavo Claudiano, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef), a iniciativa conta com financiamento do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), obtido por meio de TED pelo senador Zequinha Marinho; e apoio de outras instituições parceiras, como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Cooperativa Mista da Flona Tapajós (Coomflona) e a Funai.
O projeto teve início em fevereiro de 2023 com a realização de cursos de capacitação para a produção de peixes em tanques-redes junto aos moradores das comunidades da Flona Tapajós e demais interessados na região.
“O primeiro ciclo de produção nas comunidades de Tauari e Aldeia Bragança, na Flona Tapajós, foi fortemente influenciado pela seca extrema do ano passado; porém, ainda assim foi possível a produção de cerca de 2.300 kg de peixes em ambas as comunidades”,
afirma a pesquisadora Michelle Fugimura.
Segundo a docente, parte da produção é consumida pelos próprios integrantes que produzem os peixes, e parte é distribuída nas comunidades que estão envolvidas diretamente no projeto, contribuindo com a segurança alimentar nessas localidades.
O projeto também gera renda através da comercialização de pescado diretamente para a Coomflona, onde são utilizados na alimentação de seus funcionários. “O projeto está iniciando em março um novo ciclo de produção com a estocagem de mais 2.100 juvenis, incluindo a produção de matrinxã, além do tambaqui”, comemora Fugimura.