O fungo causa lesões no interior do fruto e progride para a parte externa, o que ocasiona manchas, necrose e a formação de um pó branco, mas não atinge os seres humanos.
O cupuaçu e cacau são frutos populares na Amazônia. No Acre, por exemplo, eles se tornaram parte da economia local. Porém, desde 2011, os frutos tem sofrido com a monilíase, doença causada pelo fungo Moniliaphthora roreri.
O fungo causa lesões no interior do fruto e progride para a parte externa, o que ocasiona manchas, necrose e a formação de um pó branco. Disseminada, a praga pode causar até 100% de perda na produção dessas frutas e, embora apresente grande capacidade reprodutiva no ambiente, não atinge os seres humanos.
De acordo com a engenheira agronômica e coordenadora de Educação Sanitária Vegetal do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Sandra Teixeira, é importante combater o trânsito das frutas contaminadas.
“O Ministério da Agropecuária e Meio Ambiente (MAPA) declarou no último ano situação de emergência e colocou o Acre em área sob quarentena para a monilíase. A doença pode se espalhar caso haja trânsito de frutos contaminados, pois os esporos do fungo são resistentes no ambiente por meses”,
explica Sandra.
As áreas urbanas de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, por enquanto, são as únicas do Estado em que se registra a ocorrência da doença nos frutos. Além desses municípios, contribuem também para a produção: Acrelândia, Rio Branco, Bujari e Senador Guiomard.
Entre as medidas adotadas de controle da doença estão a podagem, a coleta de frutos e a aplicação de dessecantes em plantas contaminadas. Essas ações já estão em desenvolvimento e o Acre permanece como um Estado “em quarentena” até que sejam concluídas as medidas de prevenção e erradicação da praga, previstas no Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Moniliophthora roreri do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A chefe do Departamento Tático de Defesa e Inspeção Vegetal do Idaf, Ligiane Amorim, destaca a importância de combater a doença: “Estamos vivenciando a safra do cupuaçu, um momento ideal para a definição das ações de combate à doença. Vamos realizar a supressão da produção, ou seja, diminuir drasticamente a quantidade de hospedeiros próximos às áreas dos focos, para que o fungo não tenha como se alimentar, se reproduzir e se disseminar pelo restante do Estado”.
Ligiane ressalta ainda que é importante manter a população ciente do problema, para evitar maior contaminação. É possível identificar a monilíase por meio da presença intensa de esporos de coloração branco-cremosa sobre a superfície de frutos maduros, ou mumificados, e também pela ocorrência de frutos com mancha cor de café, com deformações ou manchas verdes. O fungo causa lesões no interior do fruto e progride para a parte externa, o que ocasiona manchas, necrose e a formação de um pó branco.
O Idaf tem intensificado as ações de educação sanitária como forma de esclarecer à população o problema e impedir o avanço do fungo no Estado. Essas atividades são desenvolvidas com a elaboração de materiais informativos, como folhetos, cartazes, cartilhas, vídeos e spots, além de treinamentos e palestras. “Com a ajuda e a contribuição da população, fazendo a notificação da doença nas áreas de foco, podemos vencer e erradicar essa doença”, garante Ligiane Amorim.