Retorno de El Niño é anunciado no Brasil e pode durar até dois anos

No Brasil, esse fenômeno climático é responsável por alterar a distribuição de umidade e as temperaturas em diversas áreas do mundo e, dessa maneira, ocasiona secas prolongadas nas Regiões Norte e Nordeste.

Foi anunciada no início de junho pela Administração Nacional de Atmosferas e Oceanos (NOOA – sigla em inglês), a formação do El Niño no Brasil. Este é um fenômeno climático que se caracteriza pelo aquecimento anormal da superfície da água do Oceano Pacífico, ou seja, acima da média, e por um longo período de tempo. O fenômeno não tem um período de duração definido, mas pode persistir até dois anos ou mais. Ele é classificado por faixas e no Brasil a faixa que influencia o país é a 3.4.

El Niño é anunciado no Brasil. Foto: Reprodução/Agência Brasil

Segundo o NOOA, o último El Niño ocorreu de 2018 a 2019 e, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o Brasil estava num período neutro, que nem El Niño e nem El Niña se formam, mas que foi confirmada a atuação do fenômeno El Niño no país e que ele deve durar até o próximo verão. A especialista do Inmet, Andrea Ramos, explica por que esse fenômeno acontece: 

“Durante a formação do El Niño, o comportamento dos ventos alísios tem um papel fundamental. Esses ventos são constantes que vêm tanto do Hemisfério Sul quanto do Hemisfério Norte. Normalmente, os ventos interferem no Oceano Pacífico e ele empurra as águas da superfície oeste. No entanto, quando esses ventos alísios estão enfraquecidos ou interferem a direção, essa troca de água não ocorre, e as mais quentes permanecem por mais tempo paradas na superfície, podendo chegar até em torno de 3ºC acima da média, formando assim o El Niño”. 

explica a especialista.

No Brasil, esse fenômeno climático é responsável por alterar a distribuição de umidade e as temperaturas em diversas áreas do mundo e, dessa maneira, ocasiona secas prolongadas na região Norte e Nordeste e chuvas intensas na região Sul, acrescenta a meteorologista do Inmet.

“Isso ocorre porque a água da superfície do pacífico está muito mais quente do que o normal [e] evaporar com mais facilidade. Ou seja, ar quente sobe para atmosfera mais alta, levando umidade e formando uma grande quantidade de nuvens de chuva”,

conclui.

O fenômeno ainda não está definido com um Super El Niño, classificação mais intensa, mas o Instituto de Meteorologia do Brasil já está em monitoramento para acompanhar possíveis alterações. Os últimos três Super El Niños que ocorreram na história ocorreram em 1982/1983, o segundo em 1997/1998 e o terceiro em 2015/2016. O Inmet prevê que em 2023, o volume de chuvas deve voltar a ser intenso, principalmente na região Sul do país, como foi em 2015, em Porto Alegre e Guaíba (RS).

Fonte: Brasil 61

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