Reconhecimento: damurida e paçoca se tornam patrimônios culturais e imateriais de Boa Vista

Os dois pratos são tradicionais e de origem indígena. A sanção que oficializa os pratos como patrimônios ocorreu no dia 23 de novembro.

O prefeito de Boa Vista (RR), Arthur Henrique (MDB), sancionou a Lei n°2.349 que declara a paçoca e a damurida como patrimônios culturais e imateriais de Boa Vista. O ato foi publicado no Diário Oficial do Município no dia 23 de novembro.

O Projeto de Lei é de autoria do vereador Bruno Perez (MDB) e foi aprovado com 18 votos pela Câmara Municipal no dia 17. Na proposta, o vereador destacou que os dois pratos de origem indígena se encaixam no conceito de patrimônio definido pela Unesco.

Pratos são típicos da cultura indígena. Foto: Divulgação/PMBV

São definidos patrimônios imateriais, as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos os indivíduos, reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural, conforme a Unesco.

A damurida, composta pelo tucupi e pimenta, é um dos pratos típicos da culinária indígena roraimense, que pode ser feita com peixe ou carne de caça. É uma receita carregada de tradições e considerada sagrada pelos povos indígenas. Para celebrar o alimento, indígenas Wapichana promovem anualmente a Festa da Damurida. O evento ocorre na comunidade da Malacacheta, no Cantá, Norte de Roraima, a 37 Km de Boa Vista.

Já a paçoca, diferente da feita com amendoim, é preparada com carne seca e se tornou tradicional em Boa Vista após a distribuição da “maior paçoca do mundo”, que este ano, bateu o recorde com 1.131 kg.

Distribuição da ‘maior paçoca’ do mundo’. Foto: Yara Ramalho/Rede Amazônica

A história da paçoca começou em 2015, quando a prefeitura decidiu servir gratuitamente ao público do arraial porções do prato típico. Naquele ano, foram distribuídos 500 Kg a 20 mil pessoas.

O preparo da iguaria, feita à base de carne seca e farinha amarela, teve 700 kg de carne seca, 400 Kg de farinha amarela, cerca de 40 litros de óleo e 80kg de cebola em 2022.

À época, em 2015, a ideia era levar a iguaria ao Guinness Book, o livro dos recordes, o que ainda não ocorreu sete anos depois, por “questões burocráticas”.

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