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Produção sustentável do camarão-da-Amazônia é foco de Rede de Inovação no Pará

Foto: Reprodução/Fapespa

Ao longo dos anos, o Macrobrachium amazonicum, conhecido popularmente como camarão-da-Amazônia tem se consolidado como uma alternativa promissora para a aquicultura sustentável na região Norte do Brasil. Seu rápido crescimento, alta taxa de reprodução e rusticidade o tornam a espécie ideal para cultivo em sistemas de pequena e média escala, gerando emprego e renda para comunidades ribeirinhas e produtores familiares.

Nesse contexto e com a proposta de estimular a exploração racional e sustentável da espécie, foi criada a “Rede de Inovação e transferência de tecnologia para produção sustentável do Camarão-da-Amazônia por comunidades tradicionais”.

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Envolvendo instituições de pesquisa do Pará, Amapá, Rio de Janeiro e Paraná, o projeto busca contribuir com avanços no desenvolvimento sustentável para a Amazônia, buscando soluções para pontos críticos para cadeia de produção do camarão-da-Amazônia e transferindo a tecnologia para as comunidades. No Pará, o grupo de pesquisa é fomentado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), através da Iniciativa Amazônia +10.

Segundo a professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Cristiana Maciel, coordenadora do projeto no Estado, “especificamente o grupo de pesquisa do Pará, investiu em desvendar pontos críticos em relação aos estoques do camarão-da-Amazônia e as características de crescimento, distribuição, além de gerar dados de nutrigenômica (área da nutrição que estuda como os nutrientes dos alimentos e outros compostos bioativos afetam a expressão dos genes humanos), para auxiliar e nortear ensaios de nutrição. Tudo isso com uso de ferramentas de nova geração, para transferir tecnologia de forma acessível a qualquer pessoa que tenha acesso à internet e um celular”.

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camarão amazônico
Foto: Pedro Guerreiro/Agência Pará

Dessa forma, a série de vídeos mostrando todas as etapas do cultivo, está disponível neste site, desenvolvido pelo Laboratório de Bioinformática, Desenvolvimento, Aplicação e Transferência de Tecnologia para a Aquicultura (BioDATTA) e pelo Laboratório de Aquicultura (Laqua) da UFPA, do campus de Bragança. O site também apresenta outros projetos dos laboratórios relacionados ao desenvolvimento sustentável do camarão-da-Amazônia.

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Transferência de tecnologia 

De acordo com Cristiana, o projeto vem contribuindo com informações sobre os distintos estoques genéticos do camarão-da-Amazônia, com populações bem estruturadas, que impactam no potencial zootécnico e plano de manejo da espécie. Os dados já resultaram em um artigo publicado em uma das revistas mais famosas internacionalmente: Nature (Scientific Reports). Outro artigo, aceito recentemente, determinou o ponto na Amazônia em que muda o padrão de crescimento dos animais, acompanhado de dados moleculares.

Segundo a professora, também foi desenvolvido um protocolo de sedação moderada, por longo período, para juvenis de camarões, em estratégia segura, com uso de óleos essenciais. “Baseados em pistas obtidas do sequenciamento do genoma funcional da espécie, desenvolvemos ensaios e verificamos a possibilidade de a espécie aproveitar produtos fibrosos de origem animal e vegetal”, explica.

Outro achado obtido da análise do genoma funcional do aparelho digestivo dos animais foi o indicativo que a espécie apresenta plasticidade digestiva. Esse conjunto de dados pode contribuir com o desenvolvimento de uma dieta direcionada à espécie, embasada em ferramentas de alta tecnologia. A coordenadora também explica que contribuir com informações sobre o camarão-da-Amazônia pode resultar em inovações para a tecnologia de cultivo, relacionadas à nutrição e escolha do plantel de reprodutores.

“Além disso, estamos formando pessoas altamente qualificado para atuar na Amazônia. Com o apoio do projeto, nós concluímos a supervisão de um pós-doutoramento, um doutorado, dois mestrados e vários estudantes de iniciação científica. Encontram-se em andamento três supervisões de pós-doutorado, três de doutorado e um mestrado, além da iniciação científica. Esse time está preparado para contribuir com o desenvolvimento do Estado, pois tem adquirido a tecnologia gerada pelo projeto e irá, em breve, se inserir no mercado de trabalho”, destaca Cristiana.

*Com informações da Fapespa

MPF recomenda que Ibama não conceda licença até que Petrobras refaça simulação de emergência

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Foto: Cezar Fernandes/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), nesta quarta-feira (8), que não conceda a licença de operação à Petrobras para o bloco FZA-M-59 até que a empresa demonstre, em um novo exercício simulado, a real capacidade de resposta em caso de um vazamento de óleo. Localizado na Bacia da Foz do Amazonas, o bloco destinado à exploração de petróleo está em uma região de grande biodiversidade, que pode ser afetada em larga escala no caso de um acidente.

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Em agosto deste ano, a Petrobras realizou a Avaliação Pré-Operacional (APO) que teve como objetivo avaliar o Plano de Emergência Individual (PEI) e o Plano de Proteção à Fauna Oleada (PPAF). A simulação envolveu mais de 400 profissionais, embarcações, aeronaves e uma sonda de perfuração. Após a APO, a equipe técnica do Ibama elaborou parecer que apontou diversos problemas na execução do exercício simulado. De acordo com o documento, o PPAF apresentado pela Petrobras prevê recursos e estratégias que não são executáveis na prática.

Porém, mesmo com as falhas apontadas em parecer técnico, despacho da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama aprovou a APO e recomendou a concessão da licença de operação. A concessão está condicionada à incorporação das observações feitas pelos técnicos da autarquia e à realização de um novo exercício simulado após a liberação da licença.

Para o MPF, essa medida é contraditória e viola as normas do licenciamento ambiental pois oferece riscos ao meio ambiente, divide de forma ilegal as etapas do licenciamento e contraria, inclusive, norma do próprio Ibama. Assim, o MPF também recomenda que o Ibama reconsidere e revogue a aprovação da APO do Bloco FZA-M-59, com base nas inconsistências detalhadas pela própria equipe técnica da autarquia.

“A empresa, ao não lograr êxito em ‘executar satisfatoriamente as estratégias indicadas no PEI’ e ter que revisar o plano imediatamente após o exercício, objetivamente não teve a APO aprovada segundo os critérios estabelecidos. Em outras palavras, a conclusão do Parecer Técnico pela aprovação da APO, sem prejuízo da continuidade do licenciamento, esvazia a necessidade do novo teste, posto que viola a fase necessária para sua verificação, o que resulta na validação de um plano que foi comprovadamente inadequado e executado sob condições de segurança precárias e com o uso de recursos não previstos”, diz trecho da recomendação do MPF.

MPF/petrobras
Foto: Divulgação/Petrobras

MPF aponta falhas 

No parecer técnico, a equipe do Ibama apontou que a Petrobras descumpriu diversos pontos do PPAF durante a simulação, com a intenção de cumprir o prazo de 24 horas previsto para o resgate de animais. A realização de operações noturnas e o uso de embarcações não previstas no PPAF estão entre os descumprimentos.

O MPF aponta que a operação durante a noite colocou em risco a segurança das atividades, inclusive com a ocorrência de dois incidentes e uma quase colisão durante o trajeto noturno de retorno. Um dos incidentes envolveu uma rede de pesca e o outro o encalhe de uma ambulancha em um banco de areia. Aliás, o trabalho durante a noite contrariou o que foi afirmado previamente pela própria empresa, que indicava a necessidade de navegação somente durante o período de luminosidade natural.

Além disso, mesmo com as operações noturnas que forçaram os limites de segurança, em condições favoráveis de navegação e com embarcações adicionais não previstas no plano, o prazo de 24 horas para o resgate dos animais foi atingido por margem mínima: 23 horas e 24 minutos. Na recomendação, o MPF ressalta que a liberação da licença de operação antes da comprovação da efetividade do Plano de Emergência Individual viola os princípios da precaução e prevenção, expondo uma área ecologicamente sensível como a Foz do Amazonas.

Nesse sentido, o órgão também recomenda a suspensão de qualquer prosseguimento ou liberação de fases do licenciamento ambiental da atividade de perfuração até que um novo exercício de APO de Fauna seja realizado com sucesso.

O prazo para o Ibama se manifestar sobre o acatamento da recomendação é de 72 horas após o recebimento. Caso a recomendação não seja acatada, o MPF poderá adotar as medidas judiciais cabíveis a fim de corrigir as ilegalidades constatadas no procedimento de licenciamento.

Recomendação nº 48/2025

*Com informações do MPF

Primeira edição do ‘Aleam Educa’ inicia preparação gratuita para o Enem

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Foto: Artur Gomes

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) deu início, no último sábado, ao programa Aleam Educa, curso preparatório gratuito voltado a estudantes da rede pública estadual que irão prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A aula inaugural foi realizada no Auditório Belarmino Lins, sede da Aleam, das 8h às 12h, com foco em Língua Portuguesa e técnicas de redação.

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Idealizado pelo presidente da Aleam, deputado Roberto Cidade (União Brasil), o programa é fruto do Projeto de Resolução Legislativa (PRL) nº 66/2025 e tem como missão fortalecer a cidadania por meio da educação.

“A Assembleia está de portas abertas para receber os estudantes, contribuir com a formação desses jovens e fortalecer a educação em todo o Amazonas”, enfatizou o presidente da Aleam, que esteve presente na ação.

Além de preparar os alunos para as provas do Enem, que ocorrerão nos dias 9 e 16 de novembro, o Aleam Educa também promove valores como direitos humanos, ética, convivência democrática, diversidade étnico-racial e de gênero, responsabilidade social e segurança pública.

“Nesta primeira aula, participaram 215 estudantes, de quatro unidades públicas de ensino”, informou a coordenadora do programa, Adriana Pimentel, que destacou ainda o caráter inclusivo da iniciativa.

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A meta é atender 1,5 mil alunos até a data da primeira prova do Enem. “Sabemos que a prova é uma porta aberta para o ensino superior e para concursos públicos”, afirmou Pimentel, explicando que os encontros presenciais trabalharão conteúdos de redação e linguagem, com apresentação de dicas e reforço de aprendizado.

O próximo encontro ocorrerá no sábado, 11 de outubro, e reunirá estudantes do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, Escola Estadual Maria Amélia do Espírito Santo, Colégio Militar da Polícia Militar Pedro Câmara (CMPM VIII) e Escola Estadual Sant’Ana. As inscrições são realizadas pelas próprias escolas, com indicação da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc-AM).

Cronograma do Aleam Educa

📅 11 de outubro – 8h às 12h

📅 18 de outubro – 8h às 12h

📅 1º de novembro – 8h às 12h (manhã) / 13h às 17h (tarde)

Senado aprova Belém como capital do Brasil durante a COP 30

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Foto: Reprodução/Estação das Docas

No próximo mês, o Brasil deve ter uma nova capital. Pelo menos, simbolicamente. É que o Senado aprovou, nessa terça-feira (7), um projeto de lei que transfere simbolicamente a capital do Brasil para Belém, durante a realização da COP 30, entre os dias 11 e 21 de novembro.

Leia também: Senado avalia que Belém seja a capital do Brasil durante a COP 30

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas vai reunir líderes de vários países para discutir a crise climática global.

🌱💻 Saiba mais sobre a COP30 aqui

imagem colorida de vista aérea da orla de belém, no pará
Foto: Reprodução/Agência Pará

O projeto é da deputada federal Duda Salabert, do PDT de Minas Gerais, prevê que, durante a COP30, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário poderão se instalar em Belém.

Os atos e despachos do presidente Lula e dos ministros de Estado, assinados no período, também terão como registro a cidade de Belém.

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O senador Zequinha Marinho, do Podemos do Pará, defendeu a transferência simbólica da capital. Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) votou contra.

O projeto teve parecer favorável do senador Jader Barbalho (MDB-PA) e segue para sanção do presidente Lula.

*Com informações da Agência Brasil

Seis obras para conhecer o legado de Roberto Kahane

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O cineasta amazonense Roberto Kahane. Foto: Divulgação

O Amazonas perdeu, no início de outubro, uma de suas maiores referências no cinema brasileiro: Roberto Kahane. O documentarista, diretor e cineasta amazonense faleceu aos 77 anos em Manaus, deixando um legado inegável na cena cultural e cinematográfica do estado.

Leia também: Saiba quem foi Roberto Kahane, referência do cinema amazonense

Em meio às contribuições de Kahane, a principal foi a preservação da memória cultural e histórica da Amazônia. Conhecido por muitos como “o guardião da memória”, o cineasta é o dono de um acervo de filmes resgatados, negativos raros e imagens que retratam a história manauara entre os anos de 1940 e 1990, período que a cidade enfrentou diversas transformações políticas, sociais e econômicas.

Entre suas produções disponíveis na internet, muitas reforçam o papel fundamental de Roberto Kahane na conservação da identidade histórica e cultural do povo amazônico, bem como suas lutas e resistências. Como bem dizia Kahane:

“Uma sociedade que vira de costas para sua memória, ela não tem rosto”.

o cineasta amazonense roberto kahane

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Confira seis obras que fazem parte do legado de Kahane:

Igual a mim, igual a ti

Esta obra, de 1966, documenta a destruição da Cidade Flutuante, uma espécie de apêndice fluvial em Manaus, em 1965. Dirigido por Kahane e Felipe Lindoso, o filme aborda a remoção daquelas moradias, iniciativa encarada pelas elites locais como necessárias, do ponto de vista logístico, para uma cidade que abrigaria dois anos mais tarde a Zona Franca de Manaus. No entanto, a iniciativa foi considerada à época uma afronta ao modo de vida da população carente.

Um pintor amazonense

Também de 1966, este curta-metragem mostra um pouco da história de Hahnemann Bacelar (1948-1971), artista plástico, pintor e desenhista amazonense que marcou a arte e cultura local. Alguns de seus trabalhos artísticos, dos anos 1960, são mostrados na obra de Kahane.

1922 – A exposição da Independência

Com imagens de Silvino Santos, esta obra de 1970 mostra imagens da Exposição Internacional da Independência, evento que aconteceu entre os anos de 1922 e 1923 no Rio de Janeiro. Os registros foram recuperados e reconstituídos por Roberto Kahane.

O golpe tenentista de Ribeiro Júnior – O Filme

O documentário conta a história da Comuna de Manaus, movimento militar ocorrido em 1924 liderado pelo tenente Ribeiro Júnior, que depôs o governador do Amazonas, Rego Monteiro. Filmado por Silvino Santos, o pioneiro do cinema no Amazonas, as imagens foram resgatadas e recuperadas digitalmente por Kahane.

Teatro Amazonas

Com imagens raras, o documentário de 2005 aborda a história da construção do empreendimento e de seus personagens importantes que contribuíram para a obra fomentada pelo ciclo econômico da borracha.

Etelvina Garcia – A memória viva

Um dos seus últimos trabalhos, também de 2025, o documentário conta a trajetória de uma das maiores referências da história do Amazonas: a historiadora, jornalista e pesquisadora Etelvina Garcia, personagem icônica da identidade amazonense.

Parlamentar destaca a importância da ExpoPIM 4.0 para o futuro do PIM

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Foto: Daniel Santos

O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) participou, nesta segunda-feira (6/10), do lançamento da ExpoPIM 4.0 – Nova Indústria do Brasil, evento que busca conectar empresas, profissionais, estudantes e investidores em torno das novas tecnologias que vão marcar a transição do Polo Industrial de Manaus (PIM) rumo à Indústria 4.0. Wilker compôs a mesa de abertura representando a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e na condição de presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca.

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Durante o evento, o parlamentar destacou que a exposição é um marco importante para preparar o modelo econômico da Zona Franca de Manaus para o futuro, garantindo que o Amazonas siga sendo protagonista do desenvolvimento nacional.

“Esse evento prepara o nosso modelo para o próximo salto, é inegável que a locomotiva do Amazonas continuará sendo por décadas esse modelo econômico. Eu fico feliz que a Suframa, juntamente com todo seu corpo técnico, com os empresários, com a classe política, esteja fazendo sua parte. Essa exposição vai permitir que a classe empresarial tenha as ferramentas necessárias, porque existe uma grande desinformação sobre isso e aqueles que têm a informação e são de fora das nossas fronteiras, não têm a coragem de propagar porque as questões econômicas ainda prevalecem mais que os interesses da república. Esse modelo econômico não é um modelo que beneficia apenas os que moram aqui nessa região, é um modelo que ajuda o país sobre os aspectos econômicos e ambientais”, afirmou.

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Indústria avançada

O superintendente da Zona Franca de Manaus, Bosco Saraiva, também reforçou o papel estratégico da exposição.

“Essa será a melhor feira de negócios que vai acontecer e vocês haverão de perguntar: ‘por que só em março?’. Exatamente porque até março nós vamos propagar através do Instituto Somar no mundo, que quem quiser ver o Polo Industrial de Manaus tem que estar aqui. O que nós queremos é que o investidor venha à ExpoPIM 4.0 sabendo que vai encontrar uma indústria avançada, que só quem visita as fábricas consegue perceber a pujança das fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus”, disse.

A ExpoPIM 4.0 busca posicionar o PIM como um polo estratégico para o futuro da indústria brasileira, alinhado às tendências globais, e reforçar o modelo sustentável da Zona Franca como um ativo de competitividade, inovação e preservação ambiental.

Professor de Boa Vista vence prêmio nacional com projeto Mandala Educativa

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O projeto “Mandala Educativa: Educando com Arte” conquistou o prêmio por integrar acolhimento, expressão e criatividade. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

O poder transformador da arte ganhou destaque nacional com o reconhecimento do professor Claudinero Reis de Lima, da Escola Municipal Rujane Severiano dos Santos, vencedor da categoria Ensino Fundamental 1 do 26º Prêmio Arte na Escola Cidadã, o mais importante prêmio de arte-educação do país.

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O projeto “Mandala Educativa: Educando com Arte” conquistou o prêmio por integrar acolhimento, expressão e criatividade por meio da construção de mandalas com diferentes técnicas — pintura, colagem, recursos naturais, digitais e até mandalas humanas.

No dia 12 de novembro, o professor Claudinero estará em São Paulo para receber oficialmente o certificado e o prêmio de R$ 10 mil, além de participar da gravação de um documentário sobre o projeto. Mais do que uma atividade artística, a iniciativa nasceu como uma proposta de reconexão emocional dentro da sala de aula, promovendo calma, foco e cooperação entre os alunos.

Leia também: “Essa obra valorizou ainda mais nosso bairro”, afirma moradora do Laura Moreira

projeto mandala
As mandalas trabalham o senso estético dos alunos, além de contribuir em diversos fatores, como concentração, organização, dentre outros. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Um círculo que acolhe e ensina

A “Mandala Educativa” surgiu como resposta a uma necessidade concreta: melhorar o comportamento e o interesse dos alunos em uma turma desafiadora. Inspirado por estudos sobre o simbolismo das mandalas e seu efeito na concentração e na organização interior, o professor criou um ambiente em que cada traço e cor se tornou uma forma de escuta e expressão.

Durante cinco encontros, os alunos criaram mandalas com diferentes materiais — folhas, sementes, tintas, tablets e até os próprios corpos. A culminância do projeto aconteceu na quadra da escola, com uma grande mandala coletiva e uma roda de conversa em que as crianças compartilharam o que aprenderam e sentiram.

O resultado foi perceptível: alunos mais calmos, concentrados e conectados entre si. Segundo o professor, a arte ajudou a transformar o comportamento e o vínculo dentro da turma. “Os pais relatam que os filhos ficaram mais organizados e tranquilos em casa. Na escola, eles melhoraram a concentração e a coordenação motora. Além disso, ficamos mais próximos. Criamos um senso de coletividade muito bonito”, contou.

Claudinero também destacou o sentimento de orgulho ao ser premiado. “É gratificante ver o nosso trabalho reconhecido. Essa conquista mostra que estamos no caminho certo. O prêmio representa não só um incentivo financeiro, mas o reconhecimento de que a arte realmente transforma”, relatou.

“Os pais relatam que os filhos ficaram mais organizados e tranquilos em casa”, contou Claudinero, professor. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Aprendizado que faz diferença na rotina

Os alunos que participaram do projeto sentiram na prática o poder da arte como ferramenta de equilíbrio e expressão. Ayla Aragão, de 10 anos, conta que o projeto a ajudou a lidar melhor com as emoções.

“Achei muito legal e um jeito fácil de ‘desestressar’. A gente aprende a demonstrar sentimentos nas mandalas e a ficar mais tranquilo. Antes, a turma era bem bagunceira, mas com o projeto a gente ficou mais calmo e mais unido”, contou.

Para Adriel Aires, 11 anos, a mandala trouxe leveza e amizade. “A gente se diverte desenhando. Quando pinta, sente que tudo está bem. A parte que eu mais gostei foi a mandala humana, porque a gente brincou com os colegas e todo mundo ficou junto. Quem se sentia sozinho ganhou muitos amigos”, disse.

Já Yuliannys Veliz, 11 anos, descobriu um novo prazer em criar e pintar. “Eu amei fazer a mandala humana. Ficou linda, vista de cima. Desde que comecei a pintar mandalas, melhorei muito. Pinto melhor, com mais calma. Quando fico chateada, faço uma em casa e isso me deixa tranquila”, comentou.

Alunos vivenciaram na prática o poder transformador da arte como instrumento de equilíbrio, acolhimento e expressão no projeto. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

O reconhecimento nacional da arte-educação

O Prêmio Arte na Escola Cidadã ocorre há 26 edições, sendo o principal reconhecimento brasileiro voltado a projetos de arte desenvolvidos em escolas públicas e privadas. Criado em parceria com a UNESCO, o prêmio destaca educadores que utilizam a arte como instrumento de transformação social e pedagógica.

Além do certificado e da premiação de R$ 10 mil, os arte-educadores vencedores têm seus projetos registrados em um documentário produzido pelo Instituto Arte na Escola, com exibição nacional.

Pesquisa ajuda a identificar perfil de turistas e romeiros do Círio de Nazaré 2025

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Foto: Marco Santos/Agência Pará

Com o objetivo de conhecer melhor as características, necessidades e motivações dos visitantes que participam da maior manifestação religiosa do Pará, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) iniciou, por meio do Observatório do Turismo Paraense, uma série de pesquisas durante o Círio de Nazaré 2025. A ação é realizada em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).

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Entre os dias 8 e 12 de outubro, equipes estarão em pontos estratégicos de Belém, aplicando questionários com turistas e romeiros que participam da festividade. Ao todo, 44 pesquisadores irão aplicar 2.400 entrevistas, em locais de grande concentração de visitantes.

O secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, destaca que as informações levantadas são estratégicas para o fortalecimento do turismo religioso no Estado:

“O Círio de Nazaré é um patrimônio cultural e espiritual do povo paraense, que movimenta milhares de visitantes e impacta fortemente a economia do Estado. Conhecer o perfil desses turistas e romeiros nos permite planejar melhor ações de acolhimento, infraestrutura e promoção turística, além de valorizar a fé e a identidade do nosso povo”.

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Duas pesquisas

A pesquisa ‘Perfil dos Turistas do Círio’ busca levantar dados sobre o número de visitantes de fora do Pará, os estados de origem das pessoas, tempo médio de permanência, gastos durante a estadia em Belém e o impacto econômico gerado para a economia local.

O estudo também investigará os principais meios de hospedagem utilizados — como hotéis, pousadas ou casas de amigos e parentes — e os atrativos turísticos mais visitados na capital paraense.

Já a pesquisa ‘Perfil dos Romeiros do Círio de Nazaré’ tem foco nos devotos que chegam a Belém a pé, de outros municípios. O levantamento busca compreender aspectos como o ponto de partida das caminhadas, o grau de envolvimento religioso, o formato das peregrinações (individual, em grupo ou familiar), a motivação para participar e a percepção sobre o acolhimento recebido ao longo do trajeto.

PESQUISA BUSCA ENTENDEER FLUXO DE ROMEIROS E TURISTAS DURANTE O CÍRIO EM BELÉM
Foto: Rogério Uchoa/Agência Pará

De acordo com o coordenador do Observatório do Turismo do Pará e Região Norte, Admilson Alcântara, a iniciativa envolve ampla articulação técnica. “Na quarta-feira (8), à noite, a partir das 18h, faremos o lançamento da pesquisa com as equipes do Observatório e do Dieese. São 22 pesquisadores para cada pesquisa, nas ruas de Belém, e um total de 2.400 questionários aplicados, com o apoio de parceiros como a UFPA e a Setur”.

“Será um trabalho importante para entendermos com profundidade o perfil dos peregrinos e dos turistas que participam do Círio”, explicou Admilson Alcântara, ao contar que as pesquisas já são realizadas há 20 anos e a parceria com o Dieese também completa este ano duas décadas de trabalho conjunto.

*Com informações da Setur-PA

COP30: ferramenta digital busca garantir direito territorial dos povos tradicionais no Brasil, afirma MPF

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Ilustração: Reprodução/MPF

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), uma das principais contribuições do ministério para o debate sobre justiça social e ambiental é o Projeto Territórios Vivos, desenvolvido a partir da necessidade de reconhecer direitos territoriais dos povos e comunidades tradicionais brasileiros. A iniciativa tem como principal objeto a Plataforma de Territórios Tradicionais (PTT), uma ferramenta digital criada para dar visibilidade e garantir a proteção dos territórios autodeclarados por essas populações. 

Lançada em 2019, a plataforma é um sistema que reúne dados sobre a localização e características dos territórios tradicionais, incluindo informações geográficas, vínculos identitários, histórico de ocupação, demandas, ameaças sofridas e formas de uso da terra.

Os cadastros são feitos pelas próprias comunidades e validados por um comitê técnico interinstitucional e por um conselho gestor formado majoritariamente por representantes das comunidades. Uma inovação que garante segurança, legitimidade e protagonismo às populações envolvidas. 

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“A Plataforma de Territórios Tradicionais é resultado de um esforço coletivo e permanente do MPF para assegurar que os povos e comunidades tradicionais sejam reconhecidos não apenas como beneficiários, mas como sujeitos ativos na formulação das políticas públicas que impactam seus modos de vida”, coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF, Eliana Torelly.

seringueiros fazem parte de povos tradicionais
Ilustração: Reprodução/MPF

As informações servem de base para a atuação do MPF na defesa desses povos e para a execução de políticas públicas voltadas a essas populações, baseadas na escuta e no respeito aos saberes tradicionais. Parte dos dados também pode ser acessada pelo público em geral. Hoje, mais de 400 territórios já estão cadastrados na plataforma, representando a diversidade dos biomas e das culturas tradicionais do Brasil.

O projeto é coordenado pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais (6CCR) do MPF, em parceria com o Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e a Agência Alemã de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ). Também conta com o apoio técnico de diversas universidades, instituições de pesquisas e organizações da sociedade civil.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual a diferença entre povos originários e povos tradicionais da Amazônia?

O território existe quando é ocupado e reconhecido por seu povo

A ferramenta foi criada após o MPF constatar que milhares de comunidades tradicionais – como indígenas, quilombolas, ciganos, ribeirinhos, quebradeiras de babaçu, entre outras –  permanecem invisíveis no processo de construção e execução das políticas públicas pelo Estado, mesmo preservando seus territórios há séculos. A proposta da plataforma parte de um princípio fundamental: o território tradicional é aquele reconhecido por seus próprios habitantes, ainda que o Estado brasileiro não o tenha oficialmente demarcado.

A iniciativa também reconhece a importância dos povos tradicionais para a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado.

“Protegendo os territórios, protege-se a totalidade existencial dos povos e comunidades, incluídos os bens ambientais a partir dos quais essas comunidades se constituem como sujeitos coletivos particulares, portadores de modos de vida e de conhecimentos essenciais ao futuro sustentável de toda a humanidade”, explica o procurador da República e diretor-geral do projeto Territórios Vivos, Wilson Assis.

🌱💻 Saiba mais sobre a COP30 aqui

Confira a série de reportagens especiais sobre os 28 segmentos de povos e comunidades tradicionais formalmente reconhecidos pelo Decreto 8.750/2016.

*Com informações do MPF. Leia a matéria completa AQUI.

Portal Amazônia responde: como os peixes enxergam nas águas dos rios Negro e Solimões?

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Encontro das águas dos rios Negro e Solimões em Manaus. Foto: Janailton Falcão/Acervo Amazonastur

Quem já mergulhou nos rios amazônicos e tentou abrir os olhos debaixo d’água, com certeza se deparou com um cenário desfocado e de pouca visibilidade. Mas e os peixes? Como será que funciona a visão deles nas águas escuras e barrentas dos rios Negro e Solimões, respectivamente? Será que eles conseguem enxergar com mais facilidade?

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Para esclarecer essa dúvida, a equipe do Portal Amazônia conversou com o Dr. Luiz Peixoto, pesquisador adjunto no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e especialista em ictiologia (ramo da biologia que se dedica ao estudo dos peixes). Mas, antes da explicação técnica, é necessário entender o que é a visão.

Como funciona a visão humana?

A visão consiste num processo de captação de estímulos luminosos e formação de imagens através do cérebro, sendo os olhos os principais órgãos desse processo.

Quando a luz entra nos olhos, passa pela córnea, pupila e cristalino, que a foca na retina. Nela, células fotorreceptoras, chamadas cones e bastonetes, transformam essa luz em sinais elétricos, que são enviados ao cérebro pelo nervo óptico. O cérebro interpreta esses sinais e forma a imagem que você vê.

E como funciona a visão dos peixes?

Voltando à questão principal, Peixoto explica que a visão dos peixes funciona da mesma maneira que a dos seres humanos, mas adaptada ao meio aquático, e o que diferencia é a capacidade visual a partir das características dos diferentes ambientes aquáticos.

No caso das águas escuras do rio Negro e barrentas do Solimões, a visibilidade depende da quantidade de luz que penetra debaixo d’água e demais fatores como ação do vento, algas e partículas orgânicas suspensas.

“Os peixes conseguem enxergar em ambos os ambientes, tudo depende da disponibilidade de luz e quantidade de sedimento nas águas. Nos olhos dos peixes, os bastonetes são mais intensamente estimulados em ambientes de baixa luminosidade, dada a quantidade absurda de sedimentos como no Rio Solimões. Já os cones requerem luz mais brilhante, proporcionando assim a visão de cores. Portanto, a visão dos peixes é extremamente variável”, explicou o doutor.

Leia também: Conheça curiosidades sobre nove peixes da Amazônia

O especialista exemplifica que a capacidade visual de peixes populares da região amazônica – como tambaqui, pacu, bodó, entre outras espécies – se adapta em qualquer ambiente e se diferencia apenas por características físicas das mesmas.

“O olho do tambaqui em geral é o padrão comum de peixes, contudo, apresenta um estoque substancial de gordura coroidal, que é uma camada vascular e esponjosa do olho localizada entre a esclera – parte branca do olho – e a retina. As piabas normalmente ocupam igarapés, portanto, são mais dependentes de luz para enxergar melhor. Já o bodó tem uma íris que pode ser alterada de forma e tamanho e, hipoteticamente, essas alterações são funcionais para a camuflagem do olho no fundo dos rios e igarapés. Ou seja, além da função sensorial, o olho ajuda também na camuflagem”, reforça Luiz.

peixe tambaqui
Peixe tambaqui. Foto: Siglia Souza/Embrapa

Visão dos peixes x visão humana

O pesquisador destaca que, apesar de serem estruturalmente semelhantes aos vertebrados, os olhos dos peixes tem diferenças peculiares, como lentes esféricas e rígidas e a percepção de cores ultravioleta (UV). Os humanos, por exemplo, possuem apenas três tipos de cones para a visão das cores vermelho, verde e azul.

“De um modo geral, os olhos dos peixes são estruturalmente semelhantes aos de outros vertebrados. Em síntese, a luz perpassa a córnea e penetra no olho pela pupila. Existem espécies com visão focal a curta distância, outras a médias distâncias ou mistas. O que muda é a processo de focalização da imagem. Por exemplo, alguns peixes regulam a posição do olho para mais externamente ou internamente, diferente dos humanos, onde o foco é delimitado pela alteração do formato dos componentes do olho”, pontuou Peixoto.

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Super-sentido?

Apesar de a visão ser um dos sentidos essenciais da vida humana, ela não é o principal meio de percepção do mundo utilizado pelos peixes. A linha lateral, como o nome diz, é um sistema sensorial localizado nos dois lados do animal, detecta movimentos e vibrações na água, como uma espécie de radar. Isso permite que os peixes detectem presas ou possíveis ameaças dentro da água.

“Alguns peixes utilizam a visão apenas como um sistema de percepção do meio de modo secundário devido a estruturas como a linha lateral ou a capacidade de perceber e produzir campos elétricos, no caso das tuviras”, revelou o ictiólogo.

Por tudo isso: sim, eles conseguem enxergar dentro dos rios amazônicos e dependem apenas de fatores externos e físicos relativos à luz para poder ver com clareza em seu próprio habitat. Já os humanos, é melhor pegar um óculos de mergulho e pular dentro do rio para imaginar a sensação da enxergar igual aos peixes.

*Por Dayson Valente, repórter do Portal Amazônia