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Prêmio Meritocracia 2025 destaca dedicação de professores de Boa Vista

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Recorde de participação: quase 900 inscritos celebraram o talento e a dedicação dos educadores de Boa Vista. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

A 12ª edição do Prêmio Meritocracia reuniu, nesta segunda-feira, 8, professores da Rede Municipal de Ensino em uma noite de celebração, no Parque do Rio Branco. Com cerca de 900 inscrições, o maior número já registrado, o evento bateu recorde de participantes e reconheceu o talento e a dedicação dos educadores de Boa Vista.

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Ao todo, 274 profissionais foram selecionados nas 16 categorias, dentre elas: Creche, Pré-Escola, 1º ao 7º Ano, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Educação Física, Arte Educador e Atendimento Educacional Especializado (AEE), Professor Mediador, Professor Bilingue (Libras), Professor Bilingue (Língua Indígena) e Professor de Braile.

Os primeiros colocados ganharam uma viagem de intercâmbio nacional para trazer novas ideias e mais inovação à rede municipal de ensino. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Participação histórica de professores

As experiências inscritas foram analisadas pela comissão julgadora e os vencedores anunciados na cerimônia. Os professores receberam pins, placas, uma remuneração mensal (o 14º salário) e, para os primeiros colocados, uma viagem de intercâmbio nacional custeada pela Prefeitura de Boa Vista para buscar novas ideias e devolver inovação à rede.

“Tivemos um aumento de mais de 25% nas inscrições em relação ao ano passado. Isso mostra que passamos o ano inteiro trabalhando duro, mas também sabemos comemorar no final”, disse o secretário de Educação e Cultura, Lincoln Oliveira da Silva.

Welington Costa Mafra ficou em 1º lugar na categoria Professor Bilíngue. Foto: Andressa Mariot/PMBV

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Premiação

O professor Welington Costa Mafra, bicampeão na categoria Professor Bilíngue/Língua Indígena (Macuxi e Wapichana) carregou junto a sua placa, o orgulho de toda a Comunidade Indígena Vista Nova. “É uma honra conquistar esse título mais uma vez. Estou muito honrado em representar minha escola e minha comunidade. É um motivo de muita alegria”, declarou.

A professora Leila Maria Barreto Duarte, campeã da categoria Creche, não escondeu a emoção. “Primeiro lugar é gratidão. O dia a dia do professor não é fácil, mas esse reconhecimento renova nossas forças”, afirmou, com a alegria de quem sabe o peso e a beleza da missão que carrega.

O evento seguiu em clima de celebração, com música, apresentações culturais e um jantar especial. Um lembrete simbólico de que o mérito é construído com esforço, compromisso e, acima de tudo, com amor à missão de educar.

Leila Maria Barreto Duarte, campeã da categoria Creche. Foto: Fernando Teixeira/PMBV

Conheça os primeiros colocados das categorias do Prêmio Meritocracia de 2025:

  • Professor de Educação Física – Daniele Maquine Rodrigues
  • Professor Arte Educador – Sumaia Costa Lima
  • Professor do Atendimento Educacional Especializado – Glauciene Dutra Silva
  • Professor Mediador – Luana Cristina dos Santos Camargo
  • Professor Bilíngue – LIBRAS – Kenia Alves Monteiro
  • Professor de Braille – Aldetânia Oliveira Santana
  • Professor Bilíngue – Língua Indígena (Macuxi e Wapichana) – Welington Costa Mafra
  • Professor da EJA – 1º Segmento – Marcilene Rosa Mendes
  • Professor Educação Infantil – Creche – Leila Maria Barreto Duarte
  • Professor Educação Infantil – Pré-Escola – Gizelly Silva Acquati
  • Professor Ensino Fundamental – 1º Ano – Mara Lima Richil
  • Professor Ensino Fundamental – 2º Ano – Rosilene de Jesus Serra Sales
  • Professor Ensino Fundamental – 3º Ano – Tássia Lorenna Alvarenga Carneiro
  • Professor Ensino Fundamental – 4º Ano – Kamila Ingrid Gomes Magalhães
  • Professor Ensino Fundamental – 5º Ano – Maria Jeovane Morais De Sousa
  • Professor Ensino Fundamental – 6º e 7º Ano – Jessica

Nova espécie de inhambu descoberta no Acre acende alerta sobre risco de extinção

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Foto: Luis Morais/Divulgação

Pesquisadores brasileiros confirmaram a identificação de uma nova espécie de inhambu na Serra do Divisor, no Acre, em uma descoberta considerada histórica para a ornitologia. A ave, registrada apenas entre 300 e 500 metros de altitude, recebeu o nome popular sururina-da-serra e o nome científico Tinamus resonans, em referência ao canto forte e prolongado que ajudou na sua detecção.

A confirmação da espécie de inhambu – nome popular dado a diversas espécies de aves da família dos tinamídeos – é resultado de indícios acumulados desde 2021, quando os ornitólogos Fernando Igor de Godoy e Ricardo Plácido registraram pela primeira vez um canto que não correspondia a nenhuma espécie conhecida. A partir desse registro, seguiram-se anos de busca, que culminaram na documentação completa entre 2024 e 2025.

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Canto único e características marcantes do Inhambu

As análises acústicas do inhambu revelaram um canto de mais de 45 segundos, dividido em dois módulos sonoros, considerado um dos mais longos e complexos já descritos entre os tinamídeos. A morfologia também impressionou os pesquisadores: a ave apresenta máscara cinza-azulada, peito ferrugíneo, dorso marrom-oliváceo com brilho bronzeado e flancos discretamente barrados. O corpo compacto e o comportamento manso reforçam a singularidade da nova espécie.

Segundo o pesquisador Luís Morais, a primeira observação direta em 2024 deste inhambu foi “chocante”, pela aparência distinta em relação a outros inhambus florestais conhecidos. A última descrição de um tinamu florestal pequeno havia ocorrido há cerca de 75 a 80 anos, o que reforça o caráter excepcional da descoberta.

“Nova espécie sem medo do ser humano”

Um dos aspectos mais surpreendentes observados nas expedições foi o comportamento dócil. Os pesquisadores relataram que a sururina-da-serra não demonstra medo de humanos, aproximando-se a poucos metros sem reagir.

Para Ricardo Plácido, esse comportamento aumenta o risco da espécie. Ele explica que, apesar de ser uma região protegida, a ausência de predadores naturais no topo da serra fez com que o inhambu não desenvolvesse mecanismos de defesa. A vulnerabilidade lembra a história do dodô, ave das ilhas Maurício extinta há cerca de 350 anos.

Dodó é uma ave extinta por consequências de ações humanas. Foto: Jacob Hoefnagel/Wikimedia Commons

Habitat extremamente restrito

A sururina ocorre exclusivamente nas áreas altimontanas da Serra do Divisor, em solos arenosos, ventos constantes e elevada umidade, onde predominam campinaranas de topo de serra. Essa faixa altitudinal é limitada e não possui áreas mais altas para expansão, o que torna a espécie altamente sensível a mudanças ambientais.

Leia também: Livro sobre aves da Amazônia ganha prêmio Jabuti Acadêmico 2025

O estudo indica que, entre os seis tinamús florestais pequenos registrados na região, apenas o Tinamus resonans se concentra acima dos 300 metros de altitude. A população estimada é de pouco mais de 2 mil indivíduos, distribuídos em fragmentos isolados no topo da serra.

Ameaças e risco de extinção

Embora viva dentro de um parque nacional, a espécie enfrenta riscos indiretos. O principal deles é a mudança climática, capaz de alterar temperatura, regime de chuvas e composição da vegetação. Caso o clima se torne mais quente, o “andar” de floresta adequado à sua sobrevivência tende a migrar para cima — mas o topo da serra já representa o limite.

Modelagens citadas pelos pesquisadores indicam que, a médio prazo, o aquecimento global pode reduzir ou eliminar o micro-habitat onde a espécie vive. Incêndios florestais, presença de animais domésticos, obras de infraestrutura e possíveis alterações nas regras de proteção ambiental também aparecem entre os fatores de risco.

Expedições e documentação científica

Para registrar a nova espécie, os pesquisadores percorreram áreas de difícil acesso, com trilhas íngremes, vegetação densa e longas caminhadas. Cada vocalização foi registrada com GPS e analisada posteriormente em laboratório, procedimento essencial para confirmar a distinção em relação a espécies próximas.

As descobertas foram publicadas na revista Zootaxa, reforçando a importância científica do achado. O grupo trabalha agora para que a ave seja incluída em listas oficiais de espécies ameaçadas, o que permitiria criar ações específicas de conservação.

A sururina-da-serra, que evoluiu isolada no alto da Serra do Divisor e demonstra comportamento similar ao do extinto dodô, já é considerada uma das aves amazônicas mais vulneráveis a distúrbios ambientais.

No acumulado até o terceiro trimestre, agro puxa crescimento da economia com alta de 11,6%

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No acumulado até o terceiro trimestre, agro puxa crescimento da economia com alta de 11,6%. Foto: Ministério da Agricultura e da Pecuária

A agropecuária brasileira segue se destacando na economia nacional. No acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2025, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. Nesse resultado, o maior destaque foi o desempenho da agropecuária, com crescimento expressivo de 11,6%. A Indústria avançou 1,7% e o setor de Serviços registrou alta de 1,8%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (4).

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No terceiro trimestre de 2025, o PIB variou 0,1% frente ao trimestre anterior, considerando a série com ajuste sazonal. A agropecuária apresentou crescimento de 0,4%, a Indústria avançou 0,8% e os Serviços tiveram leve variação positiva de 0,1%, mantendo estabilidade no período.

Agro cresce no Brasil
Agro cresce no Brasil. Foto: Embrapa/Ronaldo Rosa

Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,8% no terceiro trimestre de 2025. O aumento do Valor Adicionado a preços básicos foi de 1,9%, enquanto os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios tiveram alta de 1,4%.

A agropecuária registrou crescimento de 10,1% em relação ao terceiro trimestre do ano passado. Além da contribuição positiva da pecuária, dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado em novembro pelo IBGE, indicam aumento na produção e produtividade de culturas com forte peso na safra do período, como milho (23,5%), laranja (13,5%), algodão (10,6%) e trigo (4,5%). Em contrapartida, a cana-de-açúcar apresentou leve retração de 1,0%.

Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, os resultados refletem o fortalecimento da política agrícola e a ampliação das oportunidades para o setor. “O desempenho do agro mostra a força do produtor brasileiro, que segue inovando e ampliando a produção com sustentabilidade. Esse crescimento é resultado direto do acesso ao crédito e da abertura de mercados, que garantem mais competitividade ao nosso país”, destacou.

Os resultados do agro no PIB

O PIB acumulado nos quatro trimestres encerrados em setembro de 2025 cresceu 2,7% frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. O resultado foi impulsionado pelo avanço do Valor Adicionado a preços básicos, também de 2,7%, e pelos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios, que cresceram 2,9%. Nesse período, a agropecuária teve crescimento de 9,6%, a Indústria avançou 1,8% e os Serviços registraram alta de 2,2%.

Foto: Richard Messias/PMBV

De acordo com a analista das Contas Trimestrais do IBGE, Claudia Dionísio, o bom desempenho do setor produtivo também impactou positivamente outras atividades da economia. Segundo ela, “o grande escoamento de produção de commodities, decorrente do bom desempenho da Extrativa Mineral e da Agropecuária, contribuiu positivamente para a atividade de Transporte, armazenagem e correio”.

*Com informações do Ministério da Agricultura e da Pecuária

Governo do Amazonas registra em novembro o menor número de focos de calor desde 2021

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Foto: Nilmar Lage/ Greenpeace

O Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), registrou, em novembro de 2025, o menor número de focos de calor desde novembro de 2021, quando foram registrados 248 focos. Entre os dias 1º e 30 de novembro deste ano, foram identificados 271 focos, uma redução de 58,6% em relação ao mesmo período de 2024, com 656 ocorrências.

Os dados são do Programa de Queimadas (BD Queimadas), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), monitorados pelo Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) do Ipaam. A queda também se expressa na distribuição por municípios: Nhamundá registrou 27 focos, Maués teve 19 e Apuí contabilizou 18.

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No acumulado de janeiro a novembro, o Estado totalizou 4.427 focos de calor em 2025, número 82,5% menor que o registrado no mesmo intervalo de 2024, quando houve 25.327 ocorrências. Municípios historicamente críticos também apresentaram redução significativa. Em Apuí, por exemplo, os focos caíram de 4.660 para 538, uma diminuição de 88,4%. Em Lábrea, a redução foi de 90,4%, passando de 4.273 focos para 408. E Humaitá registrou 404 ocorrências este ano.

O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Gustavo Picanço, destacou que os resultados de focos de calor estão diretamente ligados ao reforço das ações integradas de prevenção, fiscalização e monitoramento realizadas ao longo do ano. Segundo ele, a queda expressiva reflete tanto o planejamento estratégico quanto a atuação contínua das equipes em campo.

Leia também: Amazonas registra menor número de focos de calor para setembro desde 2002

Foto: Reprodução/Arquivo/Ipaam

“Esses números mostram que o esforço coordenado do Governo do Amazonas está dando resultados concretos. Seguimos trabalhando com rigor técnico, ampliando o monitoramento e fortalecendo as respostas rápidas para reduzir os impactos ambientais e proteger nossas florestas”, afirmou Gustavo Picanço.

A coordenadora do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), Priscila Carvalho, explicou que a identificação de focos de calor não significa, necessariamente, a ocorrência de queimadas. Segundo ela, esses pontos podem ser provocados tanto por atividades humanas autorizadas, como o uso de fogo controlado, quanto por fatores naturais associados ao período seco.

“Nem todo foco de calor é resultado de uma queimada ilegal. Em muitos casos, a origem está em fenômenos naturais ou em práticas agrícolas devidamente regularizadas”, afirmou.

Monitoramento dos focos de calor

O Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP) é uma unidade técnica vinculada ao Ipaam, responsável por coletar, processar, analisar e divulgar informações geoespaciais sobre o meio ambiente.

O centro realiza o monitoramento do desmatamento, dos focos de calor, das áreas protegidas e de outros indicadores ambientais, atuando de forma integrada com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e demais órgãos estaduais e federais.

As informações produzidas pelo CMAAP servem de base para ações de fiscalização, prevenção e controle ambiental em todo o estado.

*Com informações da Agência Amazonas

Escudo das Guianas

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Kordas on es.wikipediaCreative Commons – Atribuição-CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

Localizado ao longo da costa norte da América do Sul, o Escudo é uma formação geológica de aproximadamente 1,7 bilhão de anos. Com 270 milhões de hectares, a região engloba a Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela e partes da Colômbia e do Brasil, incluindo os estados brasileiros de Roraima, Amapá, Pará e Amazonas. Em sua totalidade, o Escudo corresponde a 40% da área do bioma amazônico. 

O Escudo das Guianas é umas das regiões mais preservadas da Amazônia e de efetiva contribuição para o controle climático do planeta, mas sua sociobiodiversidade, ainda pouco estudada, vem sofrendo pressões de atividades econômicas degradantes.

*Com informações do ICMBio

MPF pede indenização por danos materiais e morais às vítimas do naufrágio da Anna Karoline III no Amapá

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Embarcação Anna Karoline III no saiu do Amapá em direção ao estado do Pará. Foto: Divulgação / Governo do estado do Amapá

O Ministério Público Federal do Amapá (MPF) pediu à Justiça que determine o pagamento de indenização por danos materiais e morais às vítimas, bem como aos seus familiares, do naufrágio da embarcação Anna Karoline III, ocorrido em 2020 no Amapá.

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A ação judicial foi movida contra a União, a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), a empresa proprietária do barco e o comandante da embarcação. Na mesma ação, o MPF também pede a condenação por danos morais coletivos, no valor mínimo de R$ 20 milhões.

Embarcação Anna Karoline III no saiu do Amapá em direção ao estado do Pará.
Embarcação Anna Karoline III no saiu do Amapá em direção ao estado do Pará. Foto: Divulgação / Agência Amapá

Em 29 de fevereiro de 2020, no rio Amazonas, a embarcação Anna Karoline III naufragou próximo ao município de Vitória do Jari, no Amapá. O barco tinha saído de Santana (AP) com destino a Santarém (PA), com ao menos 93 pessoas a bordo e cerca de 176 toneladas de carga. A tragédia resultou na morte confirmada de 40 pessoas e o desaparecimento de 2 crianças, que se presume que também faleceram no naufrágio. As investigações demonstraram uma série de irregularidades na embarcação e falhas graves na fiscalização pública.

Leia também: “Titanics da Amazônia”: relembre os 10 maiores naufrágios da região

O inquérito e os laudos periciais indicaram que a tragédia foi determinada por falhas de segurança e a omissão na fiscalização. Entre as irregularidades apontadas pelo MPF estão o excesso de carga e o armazenamento incorreto de mercadorias, o que comprometeu a estabilidade do navio. Além disso, a embarcação apresentava mau estado de conservação estrutural, incluindo corrosão na parte superior do casco e furos nas chapas de metal próximo à linha d’água, permitindo a entrada de água.

Ação judicial

Na ação judicial, o MPF aponta a responsabilidade da empresa proprietária do navio pelos danos causados às vítimas do naufrágio, tendo em vista a relação de consumo entre a empresa de transporte e os passageiros – que adquiriram bilhetes para o trajeto. O órgão também aponta a responsabilidade do comandante da embarcação, que assumiu o risco de zarpar com a embarcação com quase o dobro da carga autorizada.

Navio Anna Karoline 3 antes do acidente — Foto: Reprodução/Redes sociais

Além disso, o comandante parou o navio em local impróprio para transbordo de mercadorias e abastecimento irregular. O MPF argumenta que a conduta e as omissões dos responsáveis foram fatores determinantes para o acidente e para a elevada quantidade de vítimas.

O MPF também pede que a União e a Antaq sejam responsabilizadas por omissão específica no dever de fiscalização. O MPF destaca que a inspeção realizada pela Marinha (órgão da União) momentos antes da viagem foi “superficial e inadequada”, com duração de apenas cinco minutos, o que impediu a detecção das falhas estruturais e do excesso de carga. Já a Antaq é citada pela ausência de fiscalização efetiva na região, inclusive pela falta de um posto próprio no Amapá, criando um “vácuo” que permite a proliferação de operações irregulares.

Após a reflutuação do Anna Karoline 3, navio foi tracado em balsa particular em Santarém — Foto: Maurício Rebouças/TV Tapajós

Além da condenação ao pagamento de indenização individual pelos danos materiais e morais sofridos pelas vítimas e seus familiares , o MPF requer a reparação por danos morais coletivos. Segundo a instituição, a grave omissão e a falha na fiscalização abalaram a tranquilidade social e a confiança da população no transporte fluvial, que é um meio de locomoção essencial na região.

“O naufrágio da embarcação ANNA KAROLINE III representa uma tragédia de proporções inestimáveis, com 42 vítimas fatais e incontáveis danos a sobreviventes e familiares. A magnitude do evento, a complexidade da apuração das responsabilidades (envolvendo a União, autarquia federal e particulares) e a necessidade de garantir uma reparação justa e uniforme para todas as vítimas demonstram a imperiosa necessidade da atuação do Ministério Público do Amapá”, cita o procurador da República Aloizio Biguelini, que assina a ação.

Navio Anna Karoline 3 foi içado do fundo do rio um mês após o naufrágio, no Pará — Foto: GTA/Divulgação

O ajuizamento da ação civil pública em defesa dos direitos individuais homogêneos das vítimas se apresenta como o instrumento processual mais adequado e eficiente para o caso. O objetivo é garantir uma reparação justa e uniforme para todos os lesados, evitando o custo excessivo de ações individuais e o risco de decisões judiciais divergentes.

Prescrição

Embora a lei brasileira estabeleça prazo de 5 anos para mover ações de reparação de danos contra o Estado e fornecedores após um acidente, o MPF ainda pode entrar com o processo pelo naufrágio por uma regra específica da Lei do Tribunal Marítimo. A legislação determina que o prazo de 5 anos de prescrição é interrompido enquanto o Tribunal Marítimo estiver investigando o caso.

Como a decisão final do Tribunal no caso da embarcação Anna Karoline III só ocorreu em 16 de outubro de 2024, o prazo para o MPF buscar a reparação só recomeçou a contar a partir desta data. Dessa forma, a ação judicial, proposta pouco mais de um ano depois do fim da investigação, está dentro do prazo legal e não pode ser barrada pela prescrição. Na decisão, o Tribunal Marítimo condenou o comandante da embarcação por ter assumido o risco de navegar em condições inseguras e outros dois tripulantes por negligência.

Ação Penal

Em junho de 2021, o MPF denunciou seis pessoas, no caso Anna Karoline III, por homicídio culposo – crime de matar alguém sem a intenção por negligência, imprudência ou imperícia – e por atentado contra a segurança do transporte fluvial. Entre os réus estão o dono da embarcação, o comandante e dois militares da Marinha que vistoriaram o navio antes do início da viagem.

Na ação criminal, o MPF Amapá também pediu o pagamento de indenização mínima às vítimas do naufrágio da embarcação. Na ação civil protocolada agora, o MPF destaca que a fixação da indenização mínima na esfera criminal é um mecanismo que acelera a reparação à vítima, mas não exclui o direito de buscar a reparação integral dos danos em uma ação própria.

*Contém informações do Ministério Público Federal do Amapá

Projeto de lei pode tornar Porto Velho a ‘Capital Nacional da Pesca Esportiva’

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Projeto de lei busca tornar Porto Velho referência nacional na pesca esportiva de forma sustentável. Foto: Pedro Agostinho da Trindade/Concurso de Fotografias do Governo de Rondônia

A prefeitura de Porto Velho anunciou que foi dado um “passo importante” para consolidar a vocação turística e ambiental da capital rondoniense. Por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer (Semtel), foi encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores, o projeto de lei (PL) que busca reconhecer oficialmente o município como ‘Capital Nacional da Pesca Esportiva‘. As votações no plenário estavam previstas para os dias 8 e 9.

Leia também: Entenda como funciona a pesca esportiva e como deixar o peixe menos ‘estressado’ durante a pescaria

Para o titular da Semtel, Paulo Moraes Júnior, esse é mais um grande passo que o município dará em prol da prática tão atuante na região:

“Estamos falando de um projeto de peso para a nossa capital, que certamente irá repercutir em cenário nacional, atraindo pescadores esportivos de diversos estados, movimentando nossa economia e prevalecendo a pesca de forma sustentável. O bom diálogo com a Casa de Leis do Município é fundamental nesse processo e cremos que alcançaremos o nosso propósito”.

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De acordo com o secretário executivo da Semtel, Aleks Palitot, a proposta prevê a criação de políticas públicas voltadas para o incentivo à pesca esportiva, modalidade que movimenta o turismo e promove práticas sustentáveis.

“É um projeto de suma importância, uma vez que o município de Porto Velho é a principal área de pesca do estado e uma das mais importantes da região amazônica, sendo considerada a única capital brasileira com potencial para pesca esportiva, atraindo pescadores em busca das mais de 800 espécies de peixes catalogadas no rio Madeira. Com a aprovação do projeto de lei, Porto Velho entra de forma histórica como a capital da esportiva e isso irá promover ainda mais, a prática de forma sustentável e o turismo na região, fomentando também a economia local. Ou seja, mais desenvolvimento de forma abrangente para nossa cidade”, pontuou.

Projeto da Capital da Pesca Esportiva

O projeto objetiva nomear o município de Porto Velho como capital nacional da pesca esportiva, visando fomentar o turismo responsável e sustentável à promoção da pesca esportiva de captura e soltura de peixes, contribuindo para a preservação de ecossistemas aquáticos, a iniciativa tende a impulsionar a economia local, gerando demandas aos hotéis, restaurantes e serviços turísticos, fortalecendo assim o comércio e promovendo os vínculos empregatícios.

Reconhecimento pode atrair pescadores esportivos de todo o país

Na mesma oportunidade, será apresentado o projeto de lei voltado à Política Municipal de Fomento, Proteção e Valorização da Pesca Artesanal, reconhecendo a atividade como patrimônio cultural, social e econômico das comunidades ribeirinhas, tradicionais e pesqueiras do Município.

A pesca artesanal é declarada atividade de interesse público municipal, por sua relevância histórica, ambiental e essencial contribuição à soberania alimentar e ao desenvolvimento sustentável.

Pesca esportiva ganha força com projeto que une preservação e desenvolvimento econômico. Foto: Reprodução/Sopescar

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“Essa lei traz dignidade para as comunidades tradicionais, que são os pescadores artesanais no município de Porto Velho. A colônia de pescadores está muito satisfeita de hoje contar com essa lei que ampara a pesca artesanal, fortalecendo a classe”, declarou o diretor da Federação de Pescado do Estado de Rondônia (Fepearo), Ricardo Botelho.

Próximos passos

O projeto de lei será analisado pelas comissões temáticas da Câmara de Vereadores de Porto Velho, antes de ir à votação em plenário.

Caso aprovado, a gestão municipal poderá dar início às campanhas oficiais voltadas ao tema, e buscar parcerias com entidades estaduais e nacionais ligadas ao turismo e ao meio ambiente.

*Com informações da Prefeitura de Porto Velho

Defesa Civil faz recomendações para evitar prejuízos no período de chuva

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Nuvem de Chuva cobre o céu de Porto Velho, Rondônia. Foto: Leandro Morais

O período de chuvas intensas durante o chamado “inverno amazônico” exige atenção redobrada da população de Rondônia para evitar acidentes, prejuízos e transtornos, especialmente aos pedestres e condutores de veículos.

Saiba mais: Inverno amazônico na verdade é verão; entenda por quê

Orientações

Preocupada com a segurança dos munícipes, a Superintendência Municipal de Proteção e Defesa Civil (SMDC), órgão da Prefeitura de Porto Velho, reforça os alertas e presta orientações com o objetivo de minimizar os impactos que podem ser causados pelas águas pluviais.

Impactos das chuvas e da cheia em Rondônia
Impactos das chuvas e da cheia em Rondônia. Foto: Portal InMet

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Dentre as orientações, a Defesa Civil recomenda que as pessoas evitem passar por áreas alagadas, não se abriguem debaixo de árvores, mantenham distância de postes e fiações elétricas, não usem o celular em via pública durante o temporal e procurem um lugar seguro para se abrigar até a chuva passar.

Aos condutores de veículos, as principais orientações para dirigir na chuva são: verificar freios e pneus regularmente, reduzir a velocidade, manter distância segura de outros veículos, ligar os faróis baixos e não forçar a passagem em áreas alagadas.

Em caso de aquaplanagem, a principal recomendação para os condutores é que não acionem os freios bruscamente, pois isso pode causar a perda total do controle da direção e ocasionar acidentes.

Monitoramento e contato

Nuvem de Chuva cobre o céu de Porto Velho, Rondônia. Foto: Leandro Morais

O superintendente da SMDC, Marcos Berti, informa que as equipes realizam monitoramentos constantes com o objetivo de orientar e auxiliar a população.

Em caso de emergência, ligar imediatamente para a Defesa Civil Municipal por meio do número de emergência 199 ou pelo (69) 98473-2112.

*Com informações da Secretaria Municipal de Comunicação

VÍDEO: Pescador de Rondônia flagra peixe pulando para se alimentar no Rio Paxiúba

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Pescador de Rondônia flagra peixe pulando para se alimentar no Rio Paxiúba — Foto: Reprodução/acervo pessoal

O pescador de Rondônia, Anderson Guedes, registrou uma cena inusitada no Rio Paxiúba, no sul do Amazonas: um peixe saltando para beliscar folhas que pendem da mata. O vídeo, publicado em suas redes sociais, já passa de 60 mil visualizações.

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Segundo Anderson, o trecho do rio é cercado por uma vegetação tão densa que as árvores formam um corredor natural sobre a água, criando o cenário perfeito para esse tipo de comportamento. Além do peixe flagrado no vídeo, outros animais também apareceram se alimentando das folhas que caem da copa das árvores.

Pescador de Rondônia flagra peixe pulando para se alimentar no Rio Paxiúba
Pescador de Rondônia flagra peixe pulando para se alimentar no Rio Paxiúba — Foto: Reprodução/acervo pessoal

“Chegando nesse local comecei a notar os peixes pegando e comendo essas folhas e eram muitos peixes fazendo isso. O rio é estreito e a floresta é gigantesca e ela encosta na margem do rio, tanto que as árvores as folhas estão praticamente dentro d’água de tanta de tanta floresta que tem nesse lugar”, disse.

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Para o pescador, a cena ajuda a mostrar o quanto a floresta e o rio funcionam como um único organismo. O peixe que se alimenta das folhas é parte essencial dessa engrenagem natural.

“É importante a mata ciliar, para a preservação da Amazônia, porque ali a gente está falando de um peixe que se alimenta mas aquele peixe é um peixe forrageiro ou seja um peixe que também serve de alimento para os outros peixes e também serve de alimento para os animais”, disse.

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Comportamento alimentar

De acordo com o biólogo Flávio Terassini, muitas espécies de peixes na Amazônia se alimentam de folhas, frutos que caem das árvores e também de insetos. Ele explica que, além da possibilidade de o peixe estar comendo as folhas, o comportamento registrado no vídeo também pode indicar que o animal tentava capturar algum inseto presente na vegetação.

“Eu acredito que esse da imagem, registrado pelo pescador, ele estava tentando capturar algum inseto que estava naquela planta. Mas como a gente não vê um inseto, acredita-se que ele estava tentando comer as folhas”, disse.

O biólogo destaca que é comum que os peixes busquem proteína na vegetação que fica sobre a água. Muitas espécies, segundo ele, adotam diferentes estratégias para aproveitar o que o ambiente oferece. Alguns consomem frutos e sementes; outros caçam pequenos animais; e há aqueles que fazem as duas coisas.

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“Ali, naquela situação, é claro que ele estava tentando pescar. O peixe estava pescando. Na verdade, estava tentando capturar, pode ser uma aranha, pode ser uma formiga, um besouro, algum inseto que estava naquele local”, explicou.

Vídeo

Terassini também reforça que frutos e sementes desempenham um papel importante na alimentação dos peixes amazônicos, conectando de forma direta a floresta ao rio. Para ele, o vídeo feito pelo pescador evidencia um pouco desse complexo equilíbrio ecológico.

“Imagina uma árvore de açaí que está próxima ao rio ou igarapé, vai caindo ali, e esses sementes vão se alimentando. Então, isso faz parte da dieta dos peixes”, disse.

*Por g1 RO

Chegada do verão amazônico marca temporada do caju e fruta toma ruas e lavrado de Roraima

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O verão amazônico se firmou e trouxe com ele a temporada do caju em Roraima. — Foto: João Gabriel Leitão/g1 RR

Um cheiro adocicado e inconfundível toma conta das ruas de Boa Vista e do interior. É o sinal de que o verão amazônico se firmou e trouxe com ele a temporada do caju em Roraima. Do lavrado às calçadas, o cenário é de árvores carregadas e do chão colorido de amarelo e vermelho, um convite para quem não dispensa colher a fruta direto do pé.

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O professor de espanhol Gilmar Silva é uma dessas pessoas. Ele aproveitou a fartura de um dos cajueiros que fica às margens da avenida Ene Garcez, no Centro de Boa Vista , para coletar alguns frutos. A produção é tanta que as árvores disputam o espaço urbano com os veículos: “Vi um ônibus passar e bater nos galhos e caiu muito caju”, contou o professor.

Caju nativo de Roraima
Caju nativo de Roraima tem como característica a variabilidade genética de tamanhos, cores e sabores — Foto: Nalu Cardoso/g1 RR

Os cajus recolhidos por Gilmar tinham destino certo: a cozinha de casa. “Outro dia eu estava passando, catei alguns e minha esposa fez doce. Ela pediu para que eu viesse hoje de novo. Ela gostou do doce e quis fazer para os filhos também”, completa.

A colheita urbana de Gilmar não é por acaso. É o reflexo do auge da safra do caju em Roraima, que ocorre entre os meses agosto a meados de dezembro. O período coincide com o verão amazônico, época em que as chuvas diminuem e dão lugar ao tempo seco e o calor intenso.

‘Chuva do caju’

Essa coincidência popularizou o fenômeno conhecido como “chuva do caju” entre roraimenses. Porém, ao contrário do que a tradição popular indica, pesquisadores alertam que o excesso de água pode ser um vilão.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Roraima, Cássia Pedrozo, o que garante a boa safra não é a chuva em si, mas o fim dela. Para florescer, os cajueiros exigem alta luminosidade e os longos períodos de estiagem característicos do estado.

Professor Gilmar Silva aproveitou a fartura de cajus em árvores na Avenida Ene Garcez para coletar alguns frutos — Foto: João Gabriel Leitão/g1 RR

“Às vezes, a ocorrência de chuvas durante essa fase de florescimento é problemática. Se forem chuvas fortes e constantes, nós praticamente não colhemos o caju nativo. Ele apodrece”, explicou a pesquisadora ao g1.

Cássia explica que o caju de Roraima é nativo e se espalha sem depender do plantio humano. As castanhas que caem germinam perto de árvores e animais ou pessoas dispersam sementes para outros locais. Por isso, nesta época do ano a fruta aparece tanto nos campos do interior quanto nas calçadas da capital.

Para 2025, portanto, o cenário foi ideal. “O florescimento tem sido intenso este ano […]Isso ocorre porque estamos tendo chuvas pequenas, bem espaçadas, passageiras e muito localizadas. Isso favorece a frutificação”, detalhou a especialista.

DNA único

Outra característica que não passa despercebida por quem observa os cajueiros é a diversidade. Nas ruas e no lavrado, é difícil encontrar cajueiros iguais. “Alguns são mais altos, outros mais baixos; uns têm copa densa, outros não”, descreve Cássia.

Um cajueiro com copa densa é aquele que tem bastante folhagem, galhos cheios e uma sombra mais fechada.

Cajueiro nativo de Roraima localizado à beira do Lago dos Americanos, no Parque Anauá, em Boa Vista — Foto: João Gabriel Leitão/g1 RR

A variabilidade também aparece nos frutos. “Alguns têm colorações e tamanhos diferentes, tanto dos pedúnculos quanto das castanhas. Essa diversidade é uma característica do nosso estado, mas também ocorre em outras regiões”. O sabor também varia entre os mais “docinhos” e os mais “azedinhos”.

Essa riqueza genética do caju nativo de Roraima virou objeto de desejo do desenvolvimento científico. A Embrapa realiza coletas constantes de materiais no estado para enviar ao Banco de Germoplasma no Ceará, referência nacional na cultura.

O objetivo é usar a resistência do caju roraimense, adaptado ao solo arenoso e de baixa fertilidade do lavrado, para desenvolver clones mais produtivos e expandir o cultivo para todo o Brasil.

Economia da castanha

Para além da pesquisa e do preparo do suco e doces caseiros, o caju nativo também é fonte de renda vital para comunidades indígenas do estado. A colheita extrativista, principalmente da castanha, movimenta a economia de diversos grupos, especialmente na região de Normandia.

Diferente do plantio comercial, nessas áreas não há cultivo: os indígenas manejam as populações nativas de cajueiros, coletam os frutos e realizam o processamento artesanal de assar a castanha para venda em feiras e mercados.

Seja in natura, em forma de doce ou castanha torrada, ano após ano, o caju reafirma o papel na identidade local enquanto o verão durar.

Por João Gabriel LeitãoNalu Cardoso, g1 RR — Boa Vista