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Verão na Amazônia: como conciliar o lazer com a preservação ambiental?

Ilha do Combu. Foto: Reprodução/Agência Sebrae de Notícias

Durante as férias, conhecer novos lugares é quase um item obrigatório no checklist de qualquer turista. No entanto, quando os visitantes vão embora, é a população local que precisa lidar com o volume de lixo nos pontos turísticos, aumentando pelo descarte irregular de embalagens e outros resíduos.

Com o crescente interesse pelo contato com a natureza e por atividades ao ar livre, destinos com áreas verdes e paisagens naturais têm ganhado destaque nas férias de brasileiros e estrangeiros. De acordo com dados do Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur e a Polícia Federal, o Pará recebeu 10.659 turistas internacionais entre janeiro e maio de 2025, um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2024, quando o estado registrou 8.388 visitantes.

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Embora o turismo impulsione a economia local, segundo a professora Maria Ludetana Araújo, do Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (Proficiamb), o aumento no fluxo de visitantes também traz desafios, como superlotação, maior produção de resíduos e impactos negativos ao meio ambiente.

“Parece que o lixo não incomoda ninguém. Nem esteticamente, nem pelo mau cheiro. Mas, quando as chuvas chegam, tudo se mistura. Continuamos de olhos vendados diante da necessidade de uma ação responsável no cuidado com o nosso lixo”, alerta a docente.

O controle e a gestão das atividades ecoturísticas envolvem todos os responsáveis: poder público, empresários, profissionais e o próprio turista. A mudança de comportamento da população é essencial.

“É preciso fiscalização e monitoramento, com a presença de basquetes ou contêineres apropriados nos espaços públicos. Campanhas permanentes com informações simples e claras são fundamentais. É possível formar grupos para implementar composteiras urbanas em locais e alturas que não atraiam animais. As pessoas precisam olhar com mais carinho para os espaços que ocupam e que esperam ser cuidados”, completa Ludetana Araújo.

Diante desse cenário, o ecoturismo se apresenta como uma alternativa sustentável, pois, além de valorizar o patrimônio natural, promove práticas de baixo impacto e respeito às comunidades locais, conciliando lazer com preservação ambiental.

Leia também: Ecoturismo na Amazônia: conheça lugares para se conectar à natureza

Para Silvia Cruz, professora da Faculdade de Turismo (Factur), do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa/UFPA), especialista em Turismo Sustentável, qualquer prática ecoturística precisa estar alinhada à educação e à sensibilização, tanto do visitante quanto da comunidade local.

“Os empreendimentos de ecoturismo estabelecem regras, como a não utilização de plásticos, o zoneamento ecológico e econômico da área visitada, o aproveitamento responsável dos recursos naturais e culturais; técnicas de regeneração; monitoramento e controle da capacidade de carga; além de outras atitudes comprometidas com a responsabilidade socioambiental”, explica.

Nesse contexto, o Turismo Comunitário Sustentável (TCS) surge como uma alternativa viável, ao colocar as comunidades locais no centro da atividade turística e buscar gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais.

A proposta alia a preservação ambiental ao fortalecimento de comunidades que dependem do turismo para sobreviver.

“O TCS tem como princípios a sustentabilidade, a participação e as práticas coletivas. É um modelo de gestão administrado por coletivos, como de mulheres, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Sua prática está imbuída dos princípios do desenvolvimento sustentável, da conservação e do uso responsável dos recursos socioambientais. Afinal, sem esses recursos, não há como desenvolver o Turismo Comunitário Sustentável”, conclui a professora.

Onde fazer Turismo Comunitário Sustentável em Belém 

Cotijuba, com o Movimento Mulheres das Ilhas de Belém;

Combu, no Eco Restaurante Saldosa Maloca; no Espaço Filhas do Combu e no Espaço Ygara Artesanato e Turismo.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal Beira do Rio, da UFPA, edição 175, escrito por Evelyn Ludovina e com edição de Rosyane Rodrigues

Fotos do cotidiano da etnia Paiter Suruí são apresentadas em mostra em São Paulo

Foto: Pamadeli Suruí/Acervo pessoal

Uma mostra em cartaz em São Paulo revela um acervo inédito de fotografias familiares do povo indígena da etnia Paiter Suruí, que vive entre os estados de Rondônia e Mato Grosso.

A exposição ‘Paiter Suruí, Gente de Verdade’ narra a história e o cotidiano desta etnia, ao exibir mais de 900 imagens feitas em sua maioria pelos próprios indígenas desde os anos 1970.

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Foi nessa época que as câmeras chegaram ao território da Terra Indígena Sete de Setembro e passaram a ser utilizadas pela população local.

O acervo de fotografias analógicas das famílias indígenas exibido na exposição documenta o dia a dia no território, aniversários, casamentos, batizados e competições esportivas, além dos desafios decorrentes dos contatos com os não indígenas.

Leia também: Cliques históricos: 8 fotos para viajar no tempo e na história da Amazônia

A curadora da exposição Lahayda Poma destaca o ineditismo e a beleza do material da mostra, como um grande álbum de família, composto de registros informais e pessoais do povo Paiter Suruí.

As imagens do acervo histórico estavam armazenadas nas casas das famílias, guardadas em álbuns, caixas e estantes das diferentes aldeias do território indígena.

Leia também: Paiter Suruí, “o povo de verdade”: conheça os fundadores da primeira agência de turismo indígena do Brasil

Agora, a história, as tradições, os afetos, o cotidiano e a resistência do povo Paiter Suruí são narrados a partir de seus próprios vídeos e fotografias, reunidos pelo Coletivo Lakapoy, um grupo pioneiro de audiovisual indígena.

A curadora Lahayada conta que a mostra reúne ainda entrevistas, objetos artesanais e fotos contemporâneas. A exposição fica em cartaz no Instituto Moreira Salles, na Avenida Paulista, até 2 de novembro. A entrada é gratuita.

*Com informações da Rádio Agência Nacional

Sugestão do presidente Roberto Cidade, primeiro CAIC TEA do Amazonas é inaugurado em Manaus

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Foto: Herick Pereira

Pai atípico e legislador comprometido com a causa da pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o deputado estadual Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), comemorou a entrega do primeiro Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (CAIC) TEA do Estado.

O CAIC Doutor José Contente, entregue no dia 28 de julho, funciona no bairro Jorge Teixeira, zona Leste, e irá atender de forma 100% gratuita crianças de até 11 anos e 6 meses de idade, de demais zonas da cidade.

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Fruto de indicação do parlamentar (Requerimento nº 511/2025), o espaço de inclusão é destinado ao tratamento e acompanhamento de crianças e adolescentes com o transtorno. Este é a primeira, de três unidades previstas, que atenderá o público infantojuvenil com TEA. Cidade também destinou parte de suas emendas para a adequação dessas estruturas.

“Sem dúvida, é crucial estabelecer um objetivo social ao nosso trabalho. E implementar projetos como este é um desses meios. É imprescindível considerarmos as necessidades específicas de pessoas atípicas e criar oportunidades para que se desenvolvam. Elas só querem e precisam de suporte para que isso ocorra. Na Aleam, estamos sempre atentos a essa pauta, por isso estamos aqui comemorando essa primeira entrega e já na espera das próximas. Além disso, na Assembleia Legislativa teremos um espaço dedicado às crianças e adolescentes com TEA, onde poderemos oferecer nossa contribuição”, afirmou o presidente.

Janice Nery de Lira, mãe do Michael Cauã Nery de Lima, de 12 anos, reconheceu e agradeceu ao deputado Cidade pelo trabalho destinado às pessoas com TEA.

“Em nome das famílias e mães da zona Leste, expresso minha gratidão ao deputado Roberto Cidade por sua dedicação. Ele também é pai atípico e compreende as necessidades das nossas crianças. Agora, elas passam a receber o suporte necessário pertinho de casa. Agradeço ao deputado Roberto e ao governador
Wilson Lima, pois essa iniciativa representa uma importante proteção para as crianças e também para as famílias”, disse.

Leia também: Assembleia Legislativa do Amazonas tem 30 novas leis sancionadas que promovem cidadania, inclusão e sustentabilidade

Centro de Inclusão Sensorial na Aleam

O deputado-presidente confirmou, ainda, a inauguração do Centro de Inclusão Sensorial para o segundo semestre deste ano. O espaço, que funcionará dentro das dependências do Legislativo Estadual, irá ofertar terapias e atendimentos direcionados para crianças e adolescentes com TEA e Síndrome de Down.

“Estamos concluindo as instalações do Centro Sensorial da Aleam e, ainda no segundo semestre deste ano, ele estará em funcionamento. Inicialmente, serão 200 vagas para servidores do Legislativo e seus dependentes, mas nossa expectativa é de que esse número seja ampliado, gradativamente, para o público em geral posteriormente. Esse será um trabalho social enorme. Não somos a primeira Assembleia do país com essa oferta, mas seremos a primeira da região Norte. Sabemos das dificuldades de mães e pais atípicos para oferecer os atendimentos necessários e para nós da Aleam, é motivo de muita alegria poder ter um espaço como o que teremos aqui”, declarou o deputado.

7O Centro de Inclusão Sensorial irá oferecer atendimento médico ambulatorial, acompanhamento com nutricionistas, terapias ocupacionais, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, odontólogos e demais especialistas necessários à fisiologia da recuperação motora.

Entenda o que é a Cota de Proteção Ambiental regulamentada no Pará

Foto: Bruno Cecim/Agência Pará

O Governo do Pará deu um importante passo na preservação de seus patrimônios naturais ao regulamentar, por meio do Decreto nº 4.613, publicado no Diário Oficial do Estado, a implantação da Cota de Proteção Ambiental (CPA). A medida busca garantir recursos permanentes para a conservação das 29 Unidades de Conservação (UCs) estaduais, sob responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio).

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A Cota de Proteção Ambiental é um instrumento jurídico que permite a captação de recursos junto a pessoas físicas e jurídicas interessadas em contribuir com a proteção da biodiversidade. Cada cota representa um hectare de floresta preservada e tem validade de 15 anos.

De acordo com o decreto, a CPA pode ser adquirida em duas modalidades:

  • Compensatória: permite a regularização de passivos de reserva legal, conforme previsto no Código Florestal Brasileiro. O valor é de R$ 100 por hectare ao ano, com opção de pagamento único de R$ 900, representando um desconto de 40%.
  • Não compensatória: voltada a contribuições voluntárias sem fins de regularização ambiental, com custo de R$ 60 por hectare.
Foto: Reprodução/Emergência Indigena

Controle

De acordo com o estabelecido, além de garantir a regularidade ambiental do adquirente enquanto vigente o contrato, a CPA será acompanhada por um sistema informatizado que permitirá o controle e a rastreabilidade das cotas, assegurando total transparência ao processo. O sistema será integrado às plataformas estaduais de gestão ambiental.

A adesão é totalmente digital e pode ser feita por meio do site do Ideflor-Bio. Após preencher um formulário com os dados do comprador, escolher a modalidade e a quantidade de hectares desejada, e anexar, quando necessário, o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o sistema emite um boleto e, após o pagamento, gera um certificado digital de comprovação da aquisição da CPA.

Os recursos serão direcionados ao Fundo Estadual de Desenvolvimento Florestal (Fundeflor) e utilizados em ações de criação, manutenção e restauração das Unidades de Conservação, fortalecendo a política ambiental paraense diante dos crescentes desafios da conservação ecológica na Amazônia.

A medida se insere no esforço do Pará em se posicionar como referência nacional em soluções inovadoras de financiamento para a proteção ambiental, envolvendo a sociedade civil e o setor privado na defesa ativa das florestas.

Confira o documento que regulariza a CPA:

Pesquisa de Roraima ganha destaque internacional com foco na Saúde Indígena na Amazônia

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Foto: Universidade Federal de Roraima

A pesquisa desenvolvidas na Universidade Federal de Roraima colocou a produção científica da Amazônia em evidência no cenário internacional. O estudo sobre a saúde ocular do povo Yanomami foi publicado na prestigiada revista The Lancet Regional Health – Americas

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A pesquisa foi realizada entre junho e agosto de 2024 e avaliou 158 indivíduos Yanomami com exames completos de visão, incluindo medida de acuidade visual, tonometria e avaliação fundoscópica, na CASAI-Y, em Boa Vista. Ao todo, foram realizadas quatro visitas para concluir o estudo, que envolveu a Maria Christina Ferreira como médica oftalmologista, duas auxiliares de oftalmologia que realizaram os exames objetivos, quatro alunos da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e também o auxílio de intérpretes da CASAI.

Foto: Universidade Federal de Roraima

A autora do artigo, Maria Christina Ferreira, explica que esta é a primeira avaliação sistemática da saúde ocular entre os Yanomami. “O estudo evidencia uma alta prevalência de deficiência visual evitável, fortemente relacionada à falta de acesso a serviços oftalmológicos e a recursos básicos de correção visual, como óculos. Os resultados apontam para a necessidade urgente de ações estruturadas e culturalmente adequadas para o enfrentamento da deficiência visual em populações indígenas”, comenta.

Na época, Maria era mestranda do PROCISA e destaca que a ideia do estudo surgiu após perceber que faltavam dados sistematizados sobre saúde ocular dos povos originários e, principalmente, dos Yanomami.

“Eles [os yanomami] são uma população única, pois têm recente contato, alta mobilidade, difícil acesso, especificidades culturais ímpares. Como oftalmologista e pesquisadora da UFRR, percebi a urgência de conhecer as características e riscos à saúde ocular dos Yanomami e não apenas por razões acadêmicas, mas principalmente para subsidiar políticas públicas e garantir o direito à saúde integral para essas comunidades”, explica a pesquisadora.

Pesquisa de Roraima ganha destaque internacional
Foto: Universidade Federal de Roraima

Como desdobramento técnico da pesquisa, foi desenvolvido um conjunto de tabelas adaptadas para o diagnóstico de baixa visão em populações indígenas, permitindo a ampliação do rastreio e da classificação de casos mesmo em contextos de infraestrutura limitada. Essas ferramentas tem o objetivo de apoiar profissionais da saúde na identificação precoce de comprometimentos visuais nessas populações e contribuir para políticas públicas mais eficazes. 

“Trabalhar com populações indígenas exige uma abordagem ética, com sensibilidade cultural e criatividade logística. Utilizamos uma metodologia que envolveu a validação de uma amostra de conveniência, utilizando a Casai como base, devido às dificuldades logísticas de acessar a Terra Yanomami. Ocorreram muitos desafios, desde a aprovação ética e as autorizações institucionais, até a realização dos exames em um ambiente com barreiras linguísticas e costumes específicos, mas esses desafios foram enfrentados com muito diálogo, respeito e apoio das instituições envolvidas. Fiz muitos amigos pelo caminho e fiquei muito feliz com o nosso resultado”, revela ainda Maria Christina sobre como foi o processo de realização da pesquisa.

Devido ao ineditismo e importância do estudo, o artigo foi publicado na prestigiada revista internacional The Lancet Regional Health – Americas. A pesquisadora comenta sobre a alegria de ter um estudo da UFRR tendo esse reconhecimento internacional. 

Foto: Universidade Federal de Roraima

“É uma emoção imensa. Esse foi um trabalho que nasceu em sala de aula, das discussões durante as aulas do PROCISA, a partir de um compromisso com a ciência e de um cuidado com as populações indígenas. O fato dele ser reconhecido internacionalmente é algo que vai muito além do mérito acadêmico.

Vejo isso como uma conquista coletiva da UFRR, dos professores, dos pesquisadores envolvidos, dos profissionais da saúde indígena e, sobretudo, da generosidade dos Yanomami, que confiaram em nós. Mostra que é possível produzir ciência na Amazônia, dentro das melhores práticas reconhecidas pela comunidade internacional, com impacto ampliado e resultados que podem melhorar a vida dessas populações”, afirma ainda.

Os interessados podem acessar o artigo por meio da página da Science Direct e também no site da PubMed. A dissertação completa com os produtos técnicos derivados do estudo está no site institucional da PROCISA/UFRR

A pesquisa

O estudo “Prevalence of Blindness and Visual Impairment Among Yanomami Indigenous People in the Brazilian Amazon Region: A Cross-Sectional Observational Study at CASAI-Y” é fruto da dissertação de mestrado da Dra. Maria Christina Chagas Ferreira com a coautoria dos pesquisadores e professores da UFRR, Marcos Antonio Pellegrini e Bianca Jorge Sequeira, e desenvolvido dentro do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PROCISA/UFRR). 

*Com informações da Universidade Federal de Roraima

Turismo no Pará: como conciliar o lazer com a preservação ambiental

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Turismo em território quilombola Cachoeira Porteira em Oriximiná. Foto: Antonio Silva/Agencia Pará

Durante as férias, conhecer novos lugares é quase um item obrigatório no checklist de qualquer turista. No entanto, quando os visitantes vão embora, é a população local que precisa lidar com o volume de lixo nos pontos turísticos, aumentando pelo descarte irregular de embalagens e outros resíduos.

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Turismo no Pará: como conciliar o lazer com a preservação ambiental
Turismo no Pará. Foto: Divulgação

Com o crescente interesse pelo contato com a natureza e por atividades ao ar livre, destinos com áreas verdes e paisagens naturais têm ganhado destaque nas férias de brasileiros e estrangeiros. De acordo com dados do Ministério do Turismo, em parceria com a Embratur e a Polícia Federal, o Pará recebeu 10.659 turistas internacionais entre janeiro e maio de 2025, um aumento de 27% em relação ao mesmo período de 2024, quando o estado registrou 8.388 visitantes.

Embora o turismo impulsione a economia local, segundo a professora Maria Ludetana Araújo, do Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (Proficiamb), o aumento no fluxo de visitantes também traz desafios, como superlotação, maior produção de resíduos e impactos negativos ao meio ambiente. “Parece que o lixo não incomoda ninguém. Nem esteticamente, nem pelo mau cheiro. Mas, quando as chuvas chegam, tudo se mistura. Continuamos de olhos vendados diante da necessidade de uma ação responsável no cuidado com o nosso lixo”, alerta a docente.

Praias de rio. Foto: divulgação

O controle e a gestão das atividades ecoturísticas envolvem todos os responsáveis: poder público, empresários, profissionais e o próprio turista. A mudança de comportamento da população é essencial. “É preciso fiscalização e monitoramento, com a presença de basquetes ou contêineres apropriados nos espaços públicos. Campanhas permanentes com informações simples e claras são fundamentais. É possível formar grupos para implementar composteiras urbanas em locais e alturas que não atraiam animais. As pessoas precisam olhar com mais carinho para os espaços que ocupam e que esperam ser cuidados”, completa Ludetana Araújo.

Leia também: Férias na natureza: saiba o que levar na mala para uma viagem de ecoturismo

Diante desse cenário, o ecoturismo se apresenta como uma alternativa sustentável, pois, além de valorizar o patrimônio natural, promove práticas de baixo impacto e respeito às comunidades locais, conciliando lazer com preservação ambiental. Para Silvia Cruz, professora da Faculdade de Turismo (Factur), do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (Icsa/UFPA), especialista em Turismo Sustentável, qualquer prática ecoturística precisa estar alinhada à educação e à sensibilização, tanto do visitante quanto da comunidade local.

“Os empreendimentos de ecoturismo estabelecem regras, como a não utilização de plásticos, o zoneamento ecológico e econômico da área visitada, o aproveitamento responsável dos recursos naturais e culturais; técnicas de regeneração; monitoramento e controle da capacidade de carga; além de outras atitudes comprometidas com a responsabilidade socioambiental”, explica.

Belém, Pará, Brasil. Foto: Ricardo Amanajás/Agência Pará.

Nesse contexto, o Turismo Comunitário Sustentável (TCS) surge como uma alternativa viável, ao colocar as comunidades locais no centro da atividade turística e buscar gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais. A proposta alia a preservação ambiental ao fortalecimento de comunidades que dependem do turismo para sobreviver.

“O TCS tem como princípios a sustentabilidade, a participação e as práticas coletivas. É um modelo de gestão administrado por coletivos, como de mulheres, quilombolas, indígenas e ribeirinhos. Sua prática está imbuída dos princípios do desenvolvimento sustentável, da conservação e do uso responsável dos recursos socioambientais. Afinal, sem esses recursos, não há como desenvolver o Turismo Comunitário Sustentável”, conclui a professora.

*Por Evelyn Ludovina –  Beira do Rio edição 175 – Junho, Julho e Agosto  

Jacamaraçu: o brilho dourado da floresta amazônica

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Jacamaraçu. Foto: Christoph Moning/iNaturalist

Comum nas matas tropicais da América Latina, a enigmática Jacamerops aureus, popularmente conhecida como jacamaraçu ou bico-d’agulha-grande, é uma joia rara do reino das aves que encanta pesquisadores e observadores pela sua beleza e comportamento discreto.

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O jacamaraçu é a única espécie do gênero Jacamerops, pertencente à ordem Galbuliformes, que inclui também os arirambas e os araçaris. Sua distribuição geográfica é ampla: pode ser encontrado em florestas da Bolívia, Colômbia, Brasil, Suriname, Guianas, Panamá, Peru, Costa Rica e Venezuela.

No Brasil, ocorre principalmente na região amazônica, em áreas de terra firme e de mata densa, preferencialmente próximas a igarapés.

Leia também: Água gelada, beleza natural e refúgio: entenda como se formam os igarapés

Com comprimento que varia entre 25 e 30 centímetros e peso entre 57 e 76 gramas, essa ave se destaca por seu corpo robusto e aparência imponente, sendo considerada a mais corpulenta entre as arirambas da mata, embora não seja a mais longa.

Brilho

A beleza do jacamaraçu é uma de suas marcas mais fascinantes. O macho exibe um verde metálico brilhante no dorso e cabeça, com tons azulados e reflexos dourados, cobres e até roxos em certas áreas. A cauda longa, arredondada e ornamentada com tons metálicos, completa o visual imponente da espécie.

Na garganta, se destaca uma mancha branca característica do macho adulto. Já a fêmea, embora semelhante, não possui essa mancha e apresenta a garganta com coloração ferrugínea. Os indivíduos jovens se assemelham às fêmeas, mas têm plumagem mais opaca e tons menos vibrantes.

Leia também: Portal Amazônia responde: ariramba-de-bico-amarelo é parente do beija-flor?

Origem do nome

O nome científico Jacamerops aureus traduz bem as principais características da espécie: “jacamar”, do tupi, se refere ao seu bico longo e afilado; “merops”, do grego, significa “comedora de abelhas”; e “aureus”, do latim, remete ao dourado.

O resultado é uma descrição poética e precisa: “ave dourada com bico de agulha comedora de abelhas”.

Foto: Christoph Moning/iNaturalist

Reprodução e comportamento

Na Amazônia brasileira, o período reprodutivo do jacamaraçu coincide com a estação chuvosa. O ninho é construído em locais curiosos: cupinzeiros arbóreos ou troncos ocos em decomposição, posicionados entre 3 e 15 metros acima do solo. Essa escolha estratégica oferece proteção contra predadores e umidade.

Apesar de sua coloração marcante, o jacamaraçu é uma ave de hábitos reservados. Costuma viver sozinho ou aos pares, raramente formando grupos maiores. Prefere o estrato médio das florestas, evitando a copa e o chão, e dificilmente se junta a bandos mistos, comportamento comum em muitas aves amazônicas.

Sua dieta inclui principalmente insetos, como abelhas e outros voadores, que são capturados em voo com o auxílio de seu bico longo e afiado.

Adaptação

São conhecidas quatro subespécies da ave, distribuídas por diferentes regiões da América Latina. No Brasil, se destaca a Jacamerops aureus ridgwayi, presente na Amazônia entre o rio Negro e o rio Tapajós, abrangendo estados como Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Mato Grosso. Essa diversidade indica capacidade de adaptação a diferentes nichos ecológicos dentro da floresta tropical.

Importância e conservação

Embora não seja considerada uma espécie ameaçada, o jacamaraçu é incomum e pouco avistado, o que dificulta estudos aprofundados. Sua presença é um indicador da saúde das florestas de terra firme, ecossistemas ricos, mas vulneráveis ao desmatamento e à exploração madeireira.

A proteção dessas áreas é essencial para garantir a sobrevivência não só do jacamaraçu, mas de inúmeras outras espécies igualmente fascinantes e pouco conhecidas.

Touro Branco e Touro Preto: os bumbás que movimentam o Festival Folclórico de Barreirinha

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O Festival Folclórico de Barreirinha, realizado no interior do Amazonas, tem como centro a disputa entre os bois Touro Branco e Touro Preto, cada um com sua cor, ritmo e torcida apaixonada. Representando a alma do povo barreirinhense, o festival é uma celebração da cultura cabocla.

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A festa em que os touros disputam o título do ano acontece nos dias 28, 29 e 30 de agosto, no Touródromo de Barreirinha.

Leia também: Bois de Maués: conheça os bumbás do Festival da Ilha de Vera Cruz

Festival Folclórico de Barreirinha 

As origens do festival Folclórico de Barreirinha remontam à década de 1930, quando o festival consolidou-se como um dos principais eventos culturais do estado. O boi-bumbá chegou ao município inspirado nas brincadeiras de Parintins, e desde então ganhou força e identidade própria, tornando-se parte essencial da memória afetiva e cultural da região do Baixo Amazonas.

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Touro Branco e Touro Preto. Foto: Reprodução/Prefeitura de Barreirinha

Em 1980, ele ganhou caráter oficial, e em 2005 a festa passou a contar com disputas julgadas tecnicamente, marcando um novo capítulo na rivalidade entre oTouro Branco e o Touro Preto.

O Touro Branco, herdeiro do Boi Garantido do Paraíso, criado por Benedito Carneiro (o Mestre Binica), representa a paixão que surgiu das comunidades ribeirinhas.

Já o Touro Preto, criado por Paulo dos Santos Beltrão, nasceu do encantamento pelo Caprichoso e se tornou símbolo da resistência e da criatividade popular.

Leia também: Você sabe qual a origem do Festival Folclórico de Parintins?

Associação Cultural Boi-Bumbá Touro Branco

A história do Boi-Bumbá Touro Branco tem início na década de 1930, em meio à devoção popular e à influência direta do folclore de Parintins. Os moradores de Barreirinha que viajavam até Parintins em busca de atendimento médico ou por assuntos pessoais se encantaram com a brincadeira do boi que já movimentava as ruas da cidade vizinha. 

Contudo foi apenas nos anos 70, em Paraíso do Ramos, uma comunidade rural de Barreirinha, que essa tradição tomou forma definitiva. Um morador, ao pagar uma promessa, decidiu realizar a brincadeira do boi, mesmo sem saber exatamente como era feita. 

Touro Branco. Foto: Reprodução/ Prefeitura de Barreirinha

Ele convidou então Benedito Carneiro, conhecido como Seu Binica, que já frequentava as festas de boi em Parintins e sabia como organizar a brincadeira, e com a promessa cumprida, seu Binica decidiu seguir com o boi sozinho. Foi então que ele recebeu de presente de Lindolfo Monteverde, o fundador do Boi Garantido de Parintins, um boi de pano que deu origem ao Boi Garantido do Paraíso, como foi inicialmente batizado.

A partir daí, o boi ganhou vida, e em 1978, o grupo foi convidado a se apresentar em Barreirinha durante uma atividade do Mobral, e a bordo do barco ‘Espírito Santo’, 28 brincantes desembarcaram na cidade no dia 1º de maio, trazendo o boi que emocionou o público local.

Em 1980, durante as comemorações do centenário do município, o boi foi destaque na primeira edição do Festival Folclórico de Barreirinha, evento que se tornou tradição anual.

Em 2001, para permitir o acesso a incentivos públicos e diferenciar-se do Boi Garantido de Parintins, o grupo mudou oficialmente de nome e passou a se chamar Boi-Bumbá Touro Branco, mantendo viva a memória do presente de Lindolfo Monteverde, mas com nova identidade visual e jurídica.

Leia também: Zeca Xibelão e Lindolfo Monteverde: os nomes por trás dos currais dos bois Caprichoso e Garantido

Associação Cultural Boi-Bumbá Touro Preto

O Touro Preto nasceu em 1938, inspirado no Boi Caprichoso de Parintins. Ele surgiu quando Paulo dos Santos Beltrão assistiu ao ensaio do Boi-Bumbá Caprichoso no terreiro da casa da Dona Antônia do Roque, que ficou tão entusiasmado com a brincadeira de boi, que ao chegar em Barreirinha convidou 16 amigos para fundarem e participarem da brincadeira de boi com o Touro Preto. 

Touro Preto. Foto: Reprodução/ Facebook-Bumbá Touro Preto

Após a formação da primeira diretoria do bumbá, os amigos se reuniram para a escolha do nome do boi. Ele foi chamando de Caprichoso por possuir o corpo preto de barra branca, recebendo assim o mesmo nome do boi de Parintins. 

Em 2001, por conta da necessidade de alocar recursos do Governo do Estado e do Governo Federal para serem investidos no bumbá, sendo assim, o então prefeito da época, Gilvan Geraldo de Aquino Seixas, sugeriu que fosse trocado o nome da Agremiação Folclórica.

Então na presença de 292 associados, o nome Razão Social Boi-Bumbá Caprichoso foi trocado para Associação Folclórica Boi-Bumbá Touro Preto, possuindo apenas o mesmo número do CNPJ e endereço. 

*Com informações do histórico das Associações Culturais

Antes da fama: empresário acreano conta como foi a contratação de Zezé Di Camargo nos anos 1980

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Zezé di Camargo e Luciano se apresentaram no Acre antes da fama. Foto: Reprodução/Instagram-ronaldoqueirozacre

Antes do sucesso nacional da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, o cantor Zezé passou por palcos simples e públicos pequenos no final dos anos 1980, incluindo uma apresentação no Acre que ficou marcada na memória do fã Ronaldo Queiroz. Ele compartilhou o relato nas redes sociais após o show dos artistas na Expoacre 2025, no dia 28 de julho.

Ronaldo divulgou ainda fotos do encontro com o artista logo no início da trajetória artística, na época em carreira solo. Na publicação, ele conta que foi responsável por trazer Zezé a Rio Branco, quando o cantor ainda não era conhecido.

”Poucos imaginavam que ele teria o sucesso que teve. Mas eu vi ali a humildade, carisma e paixão pela música. Sabia que ele ia longe”, escreveu Ronaldo.

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As imagens mostram Zezé ainda com cabelo comprido, vestindo camisa estampada, calça jeans e com o microfone na mão. Em uma das fotos, ele aparece ao lado de Ronaldo. Em outra, faz uma apresentação para um público pequeno.

Para Ronaldo as imagens vão além de um simples registro pessoal. Elas representam a importância de reconhecer e apostar em talentos, mesmo que ainda estejam longe da fama. Um gesto, que segundo o fã, pode fazer toda a diferença na trajetória de um artista.

“Fiz questão de guardar esse momento na memória e agora também em fotos — como forma de valorizar as histórias que antecedem a fama e mostrar que grandes artistas também começaram com passos simples, em lugares que acreditaram neles”, complementou.

Antes da fama

Mirosmar José Francisco, o Zezé Di Camargo, nasceu em 17 de agosto de 1962, em Pirenópolis, cidade do interior de Goiás. Antes de alcançar os grandes palcos, Zezé percorreu um caminho cheio de desafios, trocas e persistência.

Ele começou cedo na música e enfrentou muitas mudanças até encontrar seu próprio estilo. Teve dupla com o irmão Emival, depois com outros parceiros, e até chegou a cantar em trio. Cada formação foi uma tentativa de se firmar em um meio disputado, onde talento nem sempre bastava.

Mesmo sem o nome estampado nas paradas de sucesso, Zezé já era reconhecido nos bastidores como um bom compositor. Canções de sua autoria começaram a ser gravadas por artistas que já estavam no topo, e isso abriu caminho para sua própria trajetória.

Zezé Di Camargo só viria a se tornar um fenômeno nacional anos depois, ao formar dupla com o irmão Luciano.

*Por Jhenyfer de Souza, da Rede Amazônica AC

Cidade fantasma de Rondônia vira filme

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A equipe de produção do filme na antiga sede de Santo Antônio. Foto: Divulgação

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Em 2015, publiquei o livro A Cidade Que Não Existe Mais. Nele, resgatei a história fascinante de Santo Antônio do Rio Madeira — antigo município amazônico que pertencia ao estado de Mato Grosso e chegou a ter a maior extensão territorial do mundo, superando até países como a Itália.

Santo Antônio protagonizou um episódio raro na geografia política brasileira: foi oficialmente extinto em 1945, dois anos depois que surgiu o Território Federal do Guaporé — hoje Rondônia. Desde então, tornou-se parte de Porto Velho e abriga, a sete quilômetros do centro da capital, o Memorial Rondon.

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O ator Geovani Berno interpreta o padre João Sampaio, personagem essencial na formação de Santo Antônio, marco da origem de Rondônia. Foto: Divulgação

Durante a pesquisa para o livro, encontrei muitas preciosidades em arquivos de Mato Grosso, Rondônia e Rio de Janeiro. Descobri documentos que ajudam a entender como Rondônia tomou forma, a partir de Santo Antônio. A história começa no século XVIII, com a fundação da vila pelo padre jesuíta João Sampaio, enviado pelo Reino de Portugal.

Tive também o privilégio de conhecer personagens que viveram na cidade antes de seu desaparecimento. Um deles foi o ferroviário José Bispo de Moraes, funcionário da lendária Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Nascido em Santo Antônio e batizado na antiga capela de Santo Antônio de Pádua, “seu” Bispo faleceu em 2021, aos 86 anos. Deixou memórias vivas e relatos detalhados do dia a dia daquela terra.

Cena retrata a vida boêmia da antiga cidade no Vale do Rio Madeira, ponto de encontro de gente de todo o mundo no auge do Ciclo da Borracha, no início do século XX. Foto: Divulgação

Outro personagem marcante foi o jornalista Euro Tourinho, que viveu ali durante parte da juventude. Juntos, caminhamos pelas redondezas da Igrejinha — hoje ponto turístico e iconografia arquitetônica regional. Ele me mostrou o traçado das antigas ruas e relembrou histórias da chegada dos primeiros rádios, do comércio pulsante, da boemia tropical e da lenta decadência dos casarões engolidos pelas raízes da floresta, pelos cupins e pelo tempo.

Uma década depois, uma nova página dessa história se abre. Em 2025, A Cidade Que Não Existe Mais ganha vida nas telas. Sob direção de Marcos Nobre, o documentário mistura rigor histórico e dramatizações poéticas, com atores de Porto Velho interpretando cenas que pareciam esquecidas.

A historiadora e indígena Márcia Mura participa com depoimento sobre o território ancestral do povo Mura. Foto: Divulgação

O projeto, que contou com minha colaboração no roteiro, é fruto de uma equipe talentosa e traz depoimentos de historiadores, escritores e vozes indígenas. A narrativa percorre momentos-chave: a chegada dos jesuítas, os conflitos com os Mura, a tentativa de presença estatal na Amazônia, os planos da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré desde o século XIX, o impacto da Comissão Rondon, a Belle Époque Tropical, e até os degredados do Rio de Janeiro que ali foram abandonados à própria sorte.

A história é cíclica e nunca para. Em 2015, o livro devolveu Santo Antônio à memória regional, foi uma redescoberta. Em 2025, o cinema a pinta em cores, transformando a cidade fantasma em um emocionante longa-metragem, que estreia em dezembro.

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

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