O pesquisador Márcio Luiz de Oliveira, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, conta que as quase 70 espécies ainda irão passar pelo processo de descrição científica.
Um pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) encontrou novas espécies das chamadas ‘cabas’ e formigas na Amazônia. O pós-doutor em Entomologia, Márcio Luiz de Oliveira, afirmou que encontrou 69 novas espécies, sendo 66 vespas parasitoides (popularmente conhecidas como ‘cabas’) e organismos que, para completar seu ciclo de vida, precisam colocar seus ovos no interior ou na superfície do corpo de outros insetos ou aranhas.
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De acordo com o pesquisador, as 69 espécies irão passar pelo processo de descrição científica e publicação. Todas as espécies detectadas são de diferentes gêneros das famílias Chalcididae, Eucharitidae, Eurytomidae e Eupelmidae.
As formigas estudadas pertencem à subfamília Ectatomminae, que são em sua maioria predadoras generalistas, pois consomem diversas outras espécies.
Isso significa que a preservação de seus formigueiros em seus territórios de ocorrência pode contribuir para o controle biológico de insetos-pragas em áreas de plantações, por exemplo. O mesmo ocorre em relação às vespas parasitoides, que podem auxiliar no combate de eventuais pragas agrícolas.
“Foram examinados 1.780 exemplares de formigas distribuídas em nove gêneros. Pelo menos três exemplares são pertencentes a espécies ainda não conhecidas pela ciência ou em processos de descrição. E, ao menos, dois exemplares pertencem a um novo gênero de formigas também em processo de descrição, mostrando, assim, o potencial do acervo do Inpa em revelar novidades taxonômicas”,
explicou.
O trabalho é desenvolvido por meio do projeto ‘Insetos da ordem Hymenoptera na Amazônia: a diversidade escondida em uma coleção’, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A pesquisa teve início em março de 2020 e tem a previsão de ser concluída em junho de 2022.
O estudo conta com a participação de especialistas em insetos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), do Instituto Biológico de Campinas, além de outros sete especialistas que ainda virão ao Inpa, por conta do mesmo projeto.
A descoberta também deu ao Inpa o título de primeira instituição do país a ter 100% de seu acervo de formigas da subfamília Ectatommíneas identificado em nível de espécies e organizado com base em classificação mais atualizada da literatura científica.
Para o pesquisador, a descoberta de novas espécies de vespas e formigas gera uma grande contribuição para a comunidade científica. Inclusive, novos estudos serão necessários para descobrir quais são as funções que essas espécies desempenham na natureza.