Alertas de desmatamento na Amazônia têm segundo pior novembro da série histórica, aponta Inpe

Alertas detectados pelo Deter chegaram a 554 km², área um pouco maior que o tamanho de Maceió. Série de medições do instituto começou em 2015.

O acumulado de alertas de desmatamento em novembro de 2022 na Amazônia Legal foi de 554 km², a segundo pior marca para o mês na série histórica do Deter, que começou em 2015. Os números foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe),

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de oito Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão. 

Foto: Fábio Nascimento/Greenpeace

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Os números deste ano só ficaram atrás da marca de 2019, quando o índice chegou a 562 km².

“O que vemos na Amazônia é resultado de um plano de destruição implementado pelo atual governo. Bolsonaro deixará uma herança nefasta para o Brasil, e deve ser responsabilizado legalmente por toda a destruição que causou”,

disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

 Deter X Prodes

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.

E de acordo com o último relatório do Prodes, divulgado em novembro, a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).

O índice representa uma queda de 11% do total da área desmatada entre a última temporada (agosto de 2020 – julho de 2021). Na edição anterior, o número foi de 13.038 km².

Apesar dessa queda pontual, o Observatório do Clima destaca que o desmatamento na Amazônia cresceu 59,5% durante os quatro anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a maior alta percentual num mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988. 

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