Escola Bosque em Belém preserva espécies da flora amazônica ameaçadas de extinção

No fragmento de floresta da Funbosque existem duas das espécies arbóreas ameaçadas de extinção. Uma delas é registrada com apenas um único indivíduo na Instituição.

Alunos do 3º ano do Ensino Médio Técnico em Meio Ambiente da Fundação Escola Bosque (Funbosque), apresentaram espécies em extinção para visitantes da Fundação. Os estudam realizam estágio curricular no projetos Agente e Monitores Ambientais (AMA). 

No fragmento de floresta da Funbosque existem duas das espécies arbóreas, atualmente ameaçadas de extinção no Brasil, sendo que uma delas é registrada com apenas um único indivíduo na Instituição, o que torna sua conservação ainda mais fundamental.

Foto: Divulgação/Ascom Funbosque

Os alunos realizaram a sensibilização dos visitantes do Centro Educacional Santa Terezinha. Eles destacaram a importância de preservação dessas espécies e fixaram placas nos dois indivíduos das espécies ameaçadas, com o intuito de aguçar a curiosidade das pessoas que transitam por perto das árvores, bem como destacar a importância da conservação das espécies da flora.

“Na Funbosque, há uma única árvore de Maçaranduba, que está localizada perto do auditório da escola. O exemplar tem mais de 20 anos. Já a árvore de Ucuuba, cujo nome que vem do tupi e significa ‘árvore da manteiga’ ou ‘Virola’, pode ser encontrada em vários espaços da Fundação. Ela é muito explorada ilegalmente no Pará e atualmente já não restam tantas, por isso passou a ser protegida por lei”, 

explicou o aluno da Funbosque, Laércio Rodrigues.

Foto: Divulgação/Ascom Funbosque

De acordo com o estudante, a espécie tem árvores com flores masculinas e árvores com flores femininas. “Os insetos trazem da árvore masculina o grão de pólen para as femininas produzirem as sementes. Essas sementes possuem uma gordura muito boa, para produzir sabonetes e cremes, e é muito utilizada nas empresas de cosméticos”, esclarece Laércio.

A Escola também apresentou no roteiro da visita o Meliponário Pedagógico, no Casarão da Cultura Amarildo Mattos, onde está a exposição das abelhas nativas sem ferrão, com o apoio do Coletivo de Abelha Nativa.

“Eu amei conhecer a Escola Bosque. Aprendi que as abelhas são muito importantes para as árvores e para o nosso planeta”, contou Adriane Silva, de 8 anos, estudante do 3º ano do fundamental do Centro Educacional Santa Terezinha.

“Nosso objetivo é formar cidadãos que atuem ativamente na sociedade em que vivem e que sejam agentes e monitores ambientais. E nessa atividade os estagiários têm a possibilidade de praticar e repassar o que eles vêm aprendendo no dia a dia”, disse a professora de educação geral e pedagoga no projeto AMA, Mauren Araújo.

Para Mauren, o ato de mostrar uma pequena parcela da dinâmica florestal é essencial para a educação dos jovens atualmente. “Falar sobre a importância da floresta é inter-relacionar tudo: água, floresta e sobre a importância das abelhas no processo de polinização e da produção de alimento no mundo e vice-versa. Sem floresta também não tem abelhas”, finalizou.

Foto: Divulgação/Ascom Funbosque

Maçaranduba

A Maçaranduba (Manilkara huberi) ocorre na região amazônica, principalmente na mata pluvial de terra firme, mas também no sul da Venezuela e Guianas. Sua frequência é elevada, porém com padrão de dispersão descontínua e ir­regular ao longo de sua vasta área de distribuição. Chega até os 50 metros de altura e possui coloração amarelada-pálida da parte inferior de sua folhagem.

Floresce geralmente durante mais de uma época do ano, com um pico nos meses de abril-junho e outubro-novembro. Os frutos amadurecem em setembro-outubro e janeiro-fevereiro e muito procurados por aves. A madeira de maçaranduba pertence ao grupo de espécies do gênero Manilkara que produzem madeiras pesadas, duras, de coloração castanho-avermelhada.

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