Açaí industrializado mantém propriedades do fruto fresco, aponta pesquisa da Ueap

Pesquisa mostra que açaí industrializado mantém benefícios do fruto fresco — Foto: Vinícios Braga

Um estudo liderado pela Universidade do Estado do Amapá (Ueap) comprovou que o açaí industrializado mantém as propriedades do fruto fresco e pode ser um grande aliado da saúde. A pesquisa mostrou que após processamento, os componentes benéficos continuam ativos.

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Participaram da pesquisa cientistas da Ueap, Universidade Federal do Amapá (Unifap), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade de San Sebastián, no Chile.

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Fruto do açaí — Foto: Instagram sorveteria Cairu

O produto com as mudanças industriais é o de consumo fora da Amazônia, comercializado como um sorvete.

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap) por meio do Programa Pesquisa Para o SUS (PPSUS), pelo projeto Economias Comunitárias Inclusivas, do Fundo JBS pela Amazônia e pela cooperativa Amazonbai.

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Resultados da pesquisa

Foram investigados os efeitos antioxidantes do açaí processado industrialmente e concluiu-se que o extrato manteve os compostos bioativos, mesmo após passar pelas mudanças.

O resultado mostrou os efeitos protetores contra o estresse oxidativo em células cardíacas, ou cardio protetor, e no fígado de ratos, o hepatoprotetor.

Açaí Foto: Divulgação

O pesquisador Jefferson Romáryo Duarte da Luz contou que a análise foi realizada durante o estágio pós-doutoral.

“Investigamos os efeitos do açaí industrializado em um modelo celular de estresse oxidativo, utilizando uma linhagem de células cardíacas. Induzimos o estresse nessas células e, em seguida, aplicamos o extrato de açaí processado. Os resultados foram muito positivos: observamos uma redução significativa do estresse oxidativo nas células tratadas em comparação com as não tratadas”, explicou.

O pesquisador explicou também que, além disso, foi feita uma análise do perfil químico do açaí industrializado. A etapa apontou bioativos importantes com potencial terapêutico em combate a doenças cardiovasculares.

“Outro ponto essencial foi que não identificamos efeitos adversos sobre o metabolismo hepático em ratos, o que reforça o potencial hepatoprotetor do açaí frente ao estresse oxidativo”, completou.

Fruto açaí. Foto: Luciana Pombo

Jefferson contou ainda que os achados são relevantes, mantendo propriedades importantes e sendo um aliado natural na prevenção de doenças crônicas.

“Isso valoriza um produto típico da nossa região, com forte impacto cultural, econômico e científico, e reforça a importância de investir em pesquisa na Amazônia e no Amapá”, completou.

Outro pesquisador presente no artigo é o professor Gabriel Araújo, da Ueap. Ele destacou a riqueza natural amazônica.

“A pesquisa agrega valor a um produto local e culturalmente vinculado ao dia a dia da Amazônia. Além de um alimento saboroso, uma reafirmação da cultura e do poder das florestas”, disse Gabriel.

*Por Isadora Pereira, g1 AP — Macapá


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