Conhecidos popularmente como cigarrinhas, os insetos da espécie de Acrogonia foram diagnosticados como vetores de Xylella fastidiosa, uma bactéria que causa doenças em várias culturas agrícolas. Já os da espécie Diestostemma têm importância econômica ainda desconhecida.
Uma nota científica, publicada na Entomological Communications, apresentou um novo registro de dois insetos transmissores de fitopatógenos, isto é, micro-organismos que podem causar doenças às plantas, afetando o metabolismo celular e o crescimento de árvores da Floresta Amazônica.
As espécies coletadas, Acrogonia albertoi e Diestostemma cavichiolii, estão depositadas no Laboratório de Entomologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (LABEN/Ufopa), onde os autores – Daniel Guimarães, Adenomar Carvalho e José Teston – desenvolveram o trabalho, investigando a diversidade e composição de insetos no dossel arbóreo da Floresta Nacional (Flona) do Tapajós em Belterra (PA).
Conhecidos popularmente como cigarrinhas, que se alimentam da seiva (xilema, floema ou mesófilo) de plantas vasculares, os insetos da espécie de Acrogonia foram diagnosticados como vetores de Xylella fastidiosa, uma bactéria que vive no xilema da planta, causando doenças em várias culturas agrícolas.
Já os insetos da espécie Diestostemma têm importância econômica ainda desconhecida. Ambas as espécies são da ordem Hemiptera, pertencentes à família Cicadellidae, considerada a maior família de Hemiptera.
Durante o trabalho de conclusão de curso do discente Daniel Lucas Pranciano Guimarães (Engenharia Florestal), um total de dois espécimes de Acrogonia e 14 espécimes de Diestostemma foram coletados.
“As fitoviroses são consideradas um sério problema para a agricultura, podendo se tomar um fator limitante para o desenvolvimento de várias culturas. Medidas de controle, como manejo e eliminação dos vetores, têm sido preconizadas. Neste sentido, a descoberta do inseto vetor dos vírus de plantas constitui conhecimento indispensável para o manejo das viroses, e são importantes informações para elucidar a diversidade genética e a epidemiologia do patógeno viral”,
conclui Adenomar Carvalho, um dos coautores do estudo.