Santuário para quelônios: conheça o Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal

Considerada o santuário dos quelônios, o Refúgio de Vida Silvestre também abrigada outras espécies, como o boto-vermelho, o peixe-boi amazônico e jacarés.

Foto: Vinícius Leal/Ascom Ideflor-Bio

Criado por meio do Decreto Nº 1.566, de 17 de junho de 2016, o Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) Tabuleiro do Embaubal abrange uma área de aproximadamente 4.033,94 hectares no município de Senador José Porfírio, no estado do Pará.

Inserido na Bacia do Xingu, o santuário é reconhecido como uma das maiores áreas de reprodução de quelônios do mundo, abrigando de 500 mil a 700 mil filhotes anualmente. Esse fenômeno torna a Unidade de Conservação (UC), administrada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), essencial para a preservação dessas espécies ameaçadas.

Leia também: Saiba o que são as Unidades de Conservação (UCs) e a importância delas para a Amazônia

Como uma UC de Proteção Integral, o uso de recursos naturais no santuário é restrito, garantindo a segurança das áreas de desova e dos animais que dependem do local para sua reprodução. A região abriga a maior área de desova da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), além de ser um refúgio para tracajás (Podocnemis unifilis) e pitiús (Podocnemis sextuberculata).

As tartarugas percorrem grandes distâncias para chegar ao santuário, reforçando seu papel na proteção de animais migratórios.

“Esse local é vital para a continuidade das espécies, pois elas buscam o ambiente seguro do Tabuleiro para garantir a perpetuação das novas gerações”, destaca Átilla Melo, técnico em Gestão Ambiental do Ideflor-Bio.

Foto: Vinícius Leal/Ascom Ideflor-Bio

Objetivos da Unidade de Conservação

A criação da UC tem como propósitos principais:

  • Preservar a vida silvestre e os ambientes naturais, garantindo a reprodução de espécies residentes e migratórias;
  • Proteger o rico patrimônio biológico do Rio Xingu, incluindo quelônios, aves migratórias e outras espécies vulneráveis da fauna amazônica;
  • Assegurar a proteção do Tabuleiro do Embaubal devido à sua alta vulnerabilidade e importância ecológica;
  • Favorecer pesquisas científicas e fomentar iniciativas que reduzam o risco de extinção de espécies ameaçadas.
  • A UC também permite atividades de visitação e pesquisas científicas, desde que previamente autorizadas e estabelecidas no Plano de Manejo da unidade.

Biodiversidade e Importância Ecológica

Além dos quelônios, o santuário é lar de diversas espécies amazônicas de grande valor ecológico, como o boto-vermelho (Inia geoffrensis), o peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) e diferentes espécies de jacarés. A área também atrai aves migratórias, como a águia-pescadora (Pandion haliaetus) e o maçarico, que utilizam o refúgio como ponto de descanso durante suas rotas migratórias. Esse intercâmbio de espécies auxilia na preservação da cadeia ecológica e no equilíbrio dos ecossistemas amazônicos.

Diante de sua relevância para a biodiversidade, o Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal segue desempenhando um papel crucial na conservação ambiental, garantindo a sobrevivência de espécies ameaçadas e contribuindo para a manutenção dos ecossistemas amazônicos.

*Com informações da Instituto Socioambiental e da Agência Pará

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda abriga vestígios que contribuem para entender a história indígena

O Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda está inserido em uma região rica em patrimônio arqueológico, com outros três sítios registrados nas proximidades.

Leia também

Publicidade