Foto: Divulgação/PANC Tucuju
Plantas alimentícias não convencionais (PANC) da Amazônia estão se tornando ingredientes presentes nas refeições dos amapaenses. Flores de Bougainville, Urtiga e Ora-pro-nóbis estão entre os itens usados na produção de produtos pela startup PANC Tucuju, uma das finalistas da Expo Favela Innovation 2025.
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O objetivo é reaproveitar plantas encontradas em áreas urbanas e oferecer alimentos naturais para veganos e pessoas que buscam opções livres de ultraprocessados, corantes e agrotóxicos.
A ideia do negócio surgiu entre amigos veganos e apaixonados por produtos naturais. A geleia de Bougainville foi o primeiro produto criado e, segundo Sara Trindade, uma das responsáveis pela produção, ela ajuda no tratamento de gripes infantis por conter cumaru e vitamina C.
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A Urtiga, conhecida por causar irritação na pele, também é usada para temperar farofa, como uma espécie de cheiro-verde. A planta passa por um processo de fervura e fritura antes de ser misturada à farinha.
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O preparo é semelhante ao da folha de jambu, tradicional na culinária nortista. As folhas são fervidas, fritas e depois incorporadas à receita da farofa.
“Por serem não convencionais, nós a utilizamos para mostrar que se pode comer. Elas são plantas negligenciadas, plantas que você não vê nas feiras. Mas a partir do momento que a gente começar a utilizar a Urtiga, começar a utilizar a Taioba, nós já podemos dar essa chance para o agricultor de vender também esses produtos” destacou Sara, sobre o potencial econômico das PANC.
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PANC Tucuju na Expofavela Innovation 2025
A PANC Tucuju é uma das cinco finalistas da Expo Favela Innovation 2025. Durante o evento, a startup apresentou sua proposta de unir tradição e tecnologia para criar alimentos naturais a partir da biodiversidade amazônica.
A Expo Favela Innovation é organizada pela Central Única das Favelas (Cufa) e reúne projetos inovadores criados em comunidades de todo o país. Os finalistas do Amapá vão participar da etapa nacional em dezembro, em São Paulo.
Sara acredita que a participação na feira é uma chance de mostrar ao Brasil alimentos com identidade amazônica.
“As PANC estão na natureza sem precisar plantar ou adubar. Elas resistem ao clima e às tempestades. É isso que queremos mostrar em São Paulo: alimentos com a cara da Amazônia, o sabor da floresta e o aroma do rio Amazonas”, disse Sara.
*Por Mariana Ferreira, da Rede Amazônica AP
