Profissões com falta de profissionais na região amazônica em 2022

Nesse artigo vou falar sobre as principais áreas com mais escassez de profissionais em toda a região, o motivo dessas demandas estarem crescendo e como estarão daqui a alguns anos.

Apesar de nossa região ser rica, próspera e desenvolvida em muitos sentidos, ainda há alguns fatores deficitários e que mostram que precisamos criar alternativas para a formação de profissionais específicos que possam atender as novas demandas de mercado que vêm surgindo no decorrer do tempo.

Você já deve ter ouvido que o mercado quer pessoas com multiconhecimentos, não é verdade? De certa forma, essa afirmação é correta. Entretanto, na prática, não funciona 100% como se diz. Isso porque as especialidades específicas sempre vão existir, gerando demandas de contratações diretas e indiretas. Pela falta delas, muitas vagas deixam de ser preenchidas e as lacunas continuam em aberto.
Nesse artigo vou falar sobre as principais áreas com mais escassez de profissionais em toda a região, o motivo dessas demandas estarem crescendo e como estarão daqui a alguns anos.
Foto: Mohamed Hassan/Pixabay

Executivos(as) comerciais de grandes contas 

A área comercial é uma das que mais tem demanda em qualquer lugar ou região. Vendedores Internos e Externos, principalmente, são disputados pelas empresas. Paralelo a esse contexto, há outras vertentes da área de vendas como, por exemplo, a gestão de grandes contas/contratos, uma área com muita falta de profissionais na região.

Grandes Contas/contratos se tratam do controle de relacionamento e negociações junto a clientes de grande porte, sejam dos setores da indústria, comércio, serviços, terceiro setor ou poder público. Para a atuar nesse nicho de mercado requer muito trato, pois clientes grandes normalmente são exigentes, cobradores e, em alguns casos, até inconvenientes.

O ponto mais crítico da área comercial é que a região, atualmente, oferece muitos profissionais voltados para as vendas de varejo ou atacado, mas dificilmente especialistas que tenham a capacidade técnica de gerir grandes contratos, vendas complementares e negociações de alta performance, sendo, em alguns casos, com tratativas internacionais.

A tendência futura para essa função é de alta, considerando o aumento de exportações e vinda de empresas de grande porte para o país. 

Especialista em projetos comerciais de marketing digital 

É estranho falar que o Marketing Digital está com falta de profissionais no mercado, não é verdade? Com tantos cursos sendo oferecidos por empresas e na internet, isso parece ser um pouco estranho. Mas não é. A escassez é uma realidade, entretanto, se considerarmos o nicho de projetos comerciais, que é complexo por ter que ser executado com o foco em pessoas “invisíveis” (que ficam atrás do computador), dificultando o entendimento de reações, feedbacks de aceitação ou rejeição.

O mercado atual oferece muitos profissionais com foco em mídias digitais, entretanto, com especialidade em métricas e análises estatísticas, deixando uma grande lacuna em aberto em especialidades de expansão comercial, atração de público e conversões reais de vendas de produtos e serviços. Trabalhar com esse tipo de projeto não é fácil e requer bons conhecimentos técnicos em comportamento humano, estímulo ao consumo e necessidades básicas emocionais de serem humanos.

Para os próximos 10 anos, essa é uma área em plena expansão e não se projeta com a redução de oportunidades. Mesmo que após alguns anos muitos profissionais comecem a migrar para esse nicho, a tendência é que o aquecimento se mantenha, pois a previsão é que o Marketing Digital seja o assunto econômico desse século.

Engenharia mesclada com comercial

A mistura de áreas entre Exatas e Humanas é, historicamente, baixa. Normalmente quem tem tendência de perfil comportamental para uma área, não tem para a outra. Por isso, muitos profissionais acabam indo para a direção de uma ou outra. Sendo assim, fica uma grande lacuna em aberto para profissionais que possuem conhecimentos técnicos junto ao perfil comercial, seja para trabalhar em projetos industriais, vendas técnicas ou consultorias de projetos técnicos.

Em nossa região, em um levantamento feito pela nossa empresa, constatam que a cada 10 projetos industriais, 07 não seguem a adiante pela falta desse tipo de perfil profissional. Com a falta regional, cria-se a necessidade de buscas por profissionais de outros estados, o que encarece o projeto de forma drástica.

Essa é uma área que há mais de 20 anos tem escassez de profissionais na região. A tendência para o futuro é que isso continue, caso não hajam profissionais que queiram ocupar essas posições. Isso significa que, diretamente, essa demanda vai continuar existindo de forma significativa. 

Pesquisa e desenvolvimento – P&D 

Com toda a riqueza de biodiversidade que temos na região, ainda somos um dos piores do país em índice de mercado de trabalho quanto a pesquisadores(as) e especialistas em projetos de P&D. Faltam profissionais, sobram vagas e gordos salários. Em alguns casos, quando as empresas ou instituições conseguem preencher a função, é com profissionais estrangeiros pagos a preço de ouro. Os salários são tão altos a ponto de, se fizermos um cálculo de equilíbrio, conseguiríamos empregar três pessoas locais.

Por mais que achemos que essa é uma ainda desconhecida e por isso pode ter problemas para o preenchimento de funções, não é a realidade. A área de P&D existe há séculos e é a responsável por aprimorar tudo que está ao nosso redor, do material para a produção do nosso televisor até o que comemos no dia-a-dia.

Como uma área constante e, inclusive, sendo incentivada por muitas instituições internacionais, não previsão de queda. 

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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