A farinha e o açaí fazem parte de disputas entre paraenses e amazonenses sobre quais são melhores. Agora pode-se acrescentar mais um item: o tucumã.
Não é de hoje que há “disputas” gastronômicas entre Pará e Amazonas: farinha, açaí e até mesmo a cultura de maneira em geral figuram em embates entre as populações dos dois Estados. Agora mais um item pode ser adicionado: o tucumã.
Existem duas espécies de tucumã típicas em cada local: Astrocaryum tucuma, também conhecida como tucumã-do-Amazonas, e Astrocaryum vulgare, popularmente chamada de tucumã-do-Pará.
O Portal Amazônia mostra as particularidades de cada espécie e suas diferenças:
Tucumã-do-Amazonas
Com ocorrência nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, e também em algumas partes do Pará, no Peru e na Colômbia, o tucumã-do-amazonas é uma palmeira grande, que pode atingir até 25 metros de altura.
Até recentemente, o nome científico dessa palmeira era Astrocaryum aculeatum, agora é Astrocaryum tucuma. O tucumã-do-Amazonas possui um único tronco grosso e é temido por seus espinhos compridos. Seus frutos grandes são bastante nutritivos, são maiores e têm menos fibra que os do tucumã-do-Pará.
Sua boa resistência ao fogo e abundante produção de sementes aumentam a frequência de plantas em áreas desmatadas como roçados, pastagens e capoeiras.
De acordo com estudo sobre frutíferas e plantas úteis na vida amazônica no Acre, os índios Apurinã fazem colares de tucumã. Para fabricar 48 colares, eles usam em média dois cachos de frutos, ou seja, uma lata de 18 litros de caroços que, depois de cortados, resultam em quatro litros de contas.
Cada colar é vendido por R$ 5 a R$ 7. Por safra, os índios Apurinã coletam recursos suficientes para produzir artesanato, garantir a renda familiar e conservar a floresta.
Tucumã-do-Pará
De aparência semelhante à pupunha, o tucumã-do-Pará (Astrocaryum vulgare) também é uma palmeira, que floresce entre março e julho e frutifica na época chuvosa, de janeiro a abril.
Pode ser encontrado em pastos e também em capoeiras e florestas. Assim como o do Amazonas, o famoso ‘tucumanzeiro’ é capaz de rebrotar após queimadas, sendo resistente ao fogo.
Seu tamanho varia e alcança em média de 10 a 15 metros de altura, possuindo espinhos ao longo do tronco e sua ocorrência se dá no principalmente no Pará, mas também na região leste da Amazônia brasileira além da Guiana Francesa e Suriname. É reconhecida pelos estipes (troncos) alaranjados.
Confira a seguir, as principais diferenças entre os frutos, de acordo com estudo publicado pelo Centro Internacional de Investigação Florestal: