Três produtos de Rondônia conquistam indicação geográfica; saiba o que muda

O café Robusta Amazônico da região ‘Matas de Rondônia’, o tambaqui do ‘Vale do Jamari’ e o cacau são os três produtos produzidos no Estado que detém o selo.

Foto: Divulgação

Rondônia tem três produtos com selo de indicação geográfica reconhecidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O registro de Indicação Geográfica (IG) é concedido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem.

O café Robusta Amazônico da região ‘Matas de Rondônia’, o tambaqui do ‘Vale do Jamari’ e o cacau são os três produtos produzidos no estado que detém o selo. 

Saiba mais:

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“Matas de Rondônia” recebe selo de indicação geográfica que garante qualidade do café
Cacau de Rondônia recebe selo de Indicação Geográfica

Mas, você sabe o que é esse selo e o que muda a partir da sua conquista? De acordo com o Inpi, a IG é dada a produtos ou serviços que tenham uma origem geográfica específica. Ou seja, o café, o tambaqui e o cacau de Rondônia são produtos que possuem uma qualidade que possuem características exclusivas da região em que são feitos.

No caso do café Robusta Amazônico, 15 municípios produzem o grão com essa qualidade exclusiva. Já o tambaqui é produzido com características únicas em 11 municípios e no caso do cacau, a exclusividade abrange os 52 municípios do estado.

Para distinguir melhor a IG, o Inpi a divide em duas categorias: Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO). O tambaqui e o cacau conquistaram a IG com Indicação de Procedência e o café conquistou a IG com Denominação de Origem.

O que é cada um deles? 

No caso da IP, o Instituto explica que o selo é concedido a produtos ou serviços em que a região onde são produzidos se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração.

Por exemplo: o tambaqui produzido na região do Vale do Jamari colocou Rondônia como líder da produção de peixes nativos no Brasil, revelou o anuário ‘Peixe BR da Piscicultura 2023’.

Já para os produtos ou serviços que recebem a DO, é devido a qualidade ou caracteristicas que se devam exclusivamente ou essencialmente ao meio geográfico.

Por exemplo: o café da região ‘Matas de Rondônia’ é produzido a partir de condições ambientais e climáticas exclusivas da região rondoniense, que somadas ao trabalho especializado no manejo do solo, proporcionam a alta qualidade do grão.

O que muda depois da conquista? 

Uma das principais conquista a partir do selo, é a agregação de valor aos produtos. Dessa forma, a venda dos produtos em larga escala será valorizado e consequentemente, o consumidor poderá consumir um produto de melhor qualidade.

Um exemplo disso é o cacau. Para que um bom chocolate seja feito e apreciado pelo consumidor, uma boa amêndoa deve ser cultivada. Marcileide Zirondi, analista do Sebrae, explicou que a conquista da IG é uma métrica para que o cacau seja produzido com excelência.

“Ele [consumidor] vai poder ‘tá’ adquirindo um produto de qualidade da amêndoa do cacau. Então, quem for entregar produto de IG, que tem uma régua de corte que envolve a questão da fermentação, da secagem, já que tem todo um protocolo para que o produtor receba a IG. [O produtor] passa a vender ao mercado comprador, principalmente as empresas de comércio de chocolate, por um preço melhor”,

explicou.

Características exclusivas 

O café foi o primeiro produto a receber o selo no estado. O pedido de reconhecimento foi protocolado pela Associação dos Cafeicultores da Região das Matas de Rondônia (Caferon).

Os robustas amazônicos são resultado do cruzamento dos cafés Conilon e Robusta especialmente selecionados. O relatório do Exame de Mérito do Inpi descreve o perfil sensorial do café como: doce, chocolate, amadeirado, frutado, especiaria, raiz e herbal.

O tambaqui foi o segundo produto a receber o selo no estado. O pedido de reconhecimento foi protocolado pela Associação dos Criadores de Peixes do Estado de Rondônia (Acripar).

De acordo com o Inpi, o tambaqui criado em Rondônia “possui atributos similares aos existentes em ambiente natural, sendo um produto de carne branca, com textura tenra, firme, macia e suculenta, de sabor marcante e peculiar”.

O cacau foi o terceiro produto a receber o selo. O pedido foi protocolado pela Associação dos Cacauicultores e Chocolateiros de Rondônia (Cacauron).

De acordo com o Inpi, o cacau produzido em Rondônia “possui sabor inconfundível e uma gordura de qualidade diferenciada para a produção de alimentos achocolatados de consistências e sabores diversos”

*Por Thaís Nauara, do Grupo Rede Amazônica

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