Primeira Indicação de Procedência de Rondônia é reconhecida pelo INPI

Os produtores de tambaqui do Vale do Jamari foram responsáveis, em 2019, pelo equivalente a 50% das cerca de 40 toneladas de tambaqui produzidas no estado de Rondônia.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou o reconhecimento da primeira Indicação Geográfica (IG), na espécie ‘Indicação de Procedência’ (IP), para uma região de Rondônia: o Vale do Jamari, produtor do peixe tambaqui amazônico (Colossoma macropomum), in natura e processado.

A região é composta por 11 municípios, totalizando uma área de 38.049 km²: Alto Paraíso, Ariquemes, Buritis, Cacaulândia, Campo Novo de Rondônia, Cujubim, Itapuã do Oeste, Machadinho D’Oeste, Monte Negro, Rio Crespo e Theobroma. Além dessa IP, o Estado possui uma Denominação de Origem (DO) para o café das Matas de Rondônia.

Com essa concessão, o INPI chega a 115 Indicações Geográficas, sendo 82 Indicações de Procedência (todas nacionais) e 33 Denominações de Origem (24 nacionais e 9 estrangeiras).

Foto: Reprodução/Emater-RO

Condições naturais 

De acordo com os documentos anexados ao processo pela Associação dos Criadores de Peixes do Estado de Rondônia, o estado é um dos maiores produtores de peixes nativos do Brasil, em constante expansão na última década. Localizado no estado, o Vale do Jamari se consolidou, com o tempo, como grande produtor de tambaqui em cativeiro. O peixe é nativo do bioma Amazônico, sendo redondo e de dorso esverdeado, com barriga e cauda pretas.

Com a topografia favorável e a abundância de recursos hídricos da região, o tambaqui do Vale do Jamari é criado em tanques escavados ou construídos em córregos e igarapés, sempre em raio superior a 50 metros das nascentes ou olhos de água permanentes.

Os viveiros precisam ter equilíbrio do pH das águas, que devem ser neutras ou ligeiramente alcalinas, e contar com renovação constante. As condições aquícolas, associadas ao clima típico da Amazônia, proporcionam o ambiente ideal para criação do tambaqui. A aplicação de tecnologias e o manejo da produção, com responsabilidade social e ambiental de seus produtores, garantem ao tambaqui do Vale do Jamari a rastreabilidade do produto desde o início da criação.

O tambaqui criado em cativeiro no Vale do Jamari possui atributos similares aos existentes em ambiente natural, sendo um produto de carne branca, com textura tenra, firme, macia e suculenta, de sabor marcante e peculiar. 

Produção em alta

Os produtores de tambaqui do Vale do Jamari foram responsáveis, em 2019, pelo equivalente a 50% das cerca de 40 toneladas de tambaqui produzidas no estado de Rondônia. Em 2020, esse percentual chegou a 60%.

O tambaqui produzido no Vale abastece todo o mercado nacional, em sua maioria nos estados do Amazonas, São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Goiás, tendo ainda uma parcela de sua produção destinada à exportação.

Devido à sua importância, a região costuma ter eventos voltados à piscicultura e festivais do tambaqui, como a Feira de Agronegócio e Piscicultura do Vale do Jamari (EXPOVALE). Tais eventos ganharam repercussão nacional e internacional nos últimos anos e atraem milhares de pessoas, confirmando o Vale do Jamari como região que possui reputação e relevância em seu segmento de mercado. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

1° do Norte: autor amapaense Gian Danton recebe principal título dos quadrinhos no país

Com mais de 30 anos de carreira, Gian Danton consolida posição de Mestre do Quadrinho Nacional entre os principais nomes do país. Título é considerado o mais importante do Prêmio Angelo Agostini.

Leia também

Publicidade