ONU celebra o Dia Mundial da Água

Segundo a ONU, como muitos dos 17 ODS ainda se encontram descumpridos, o progresso na implementação do ODS 6 (água e saneamento) é crucial para o alcance dos demais Objetivos.

A Assembleia Geral das Nações Unidas, com apoio dos governos da Holanda e do Tadjiquistão, realizou, entre os dias 22 e 24, em Nova York, a Conferência da ONU sobre a Água. O evento – formalmente conhecido como Conferência da Revisão Geral Intermediária da Implementação da Década da ONU para Ação na Água e Saneamento (2018-2028) – é o mais importante sobre o tema nesta geração. Tem como objetivo fundamental conscientizar a humanidade sobre a crise global de água e definir ações conjuntas para alcançar os objetivos e metas internacionais acordados sobre o assunto, incluindo aqueles contidos na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). 

Segundo a ONU, como muitos dos 17 ODS ainda se encontram descumpridos, o progresso na implementação do ODS 6 (água e saneamento) é crucial para o alcance dos demais Objetivos, particularmente os relacionados à saúde, alimentação, igualdade de gênero, educação, subsistência, indústria, clima e meio ambiente. O principal resultado da Conferência será o lançamento da Agenda de Ação da Água, que representa comprometimentos voluntários de todos os níveis, incluindo governos, instituições e comunidades locais.

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU no dia 22 de março de 1992, durante a impactante Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – a Rio-92, como o evento passou a ser conhecido. Desde então, essa mesma data a cada ano é destinada à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante bem natural. A data comemorativa é uma oportunidade para se conhecer mais sobre a problemática da água, promover debates na sociedade e tomar atitudes que façam a diferença no uso racional de água. A cada ano, a ONU escolhe um tema diferente para ser discutido que corresponde a um desafio atual ou futuro.

Foto: Édila Döler/Pixabay

A Agenda visa ajudar a mobilizar ações por parte de governos, setores e demais partes interessadas em alcançar os objetivos e metas globais relacionados à água. A ONU reconhece que bilhões de pessoas em todo o mundo ainda vivem sem água potável e saneamento gerenciados de maneira segura. Desta forma, definiu como tema dos debates em 2023 “Acelerando Mudanças – Seja a mudança que você deseja ver no Mundo”, e, como apelo
motivacional, a fábula do beija-flor que decidiu apagar um incêndio carregando gotas de água em seu bico.

Como os outros animais riram dele, questionando, sarcasticamente, que, assim, jamais conseguiria apagar o sinistro, o beija-flor, com toda humildade, replicou: – Tudo bem, estou fazendo aquilo que posso. O governador do Amazonas, Wilson Lima, tomou parte do evento em Nova York na qualidade, segundo informes da Secom, de único chefe de Executivo estadual integrante da delegação do Brasil na Conferência da ONU. Foi acompanhado do titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Eduardo Taveira; do presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle; e do secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony Filho. Durante o evento, delineou os “avanços do Governo do Amazonas para levar água potável a comunidades e cidades mais isoladas do Estado”.

Em paralelo à abertura da Conferência, o governador Lima participou do Diálogo Interativo, encontro técnico encarregado de discutir temas sobre a Água para a Saúde, os Direitos Humanos de beber água potável segura e investimentos em saneamento. “A nossa vinda aqui é importante para estreitar relação com organismos que tratam da questão da água prestando suporte tecnológico e financeiro”. O Amazonas, destacou, “tem algumas parcerias importantes com a Unicef, com a Agência Nacional de Água e outras instituições, razão pela qual consideramos um momento importante para a realização dessas reuniões paralelas e desses entendimentos para que o mundo possa construir caminhos seguros para o futuro”.

Que o mundo, o Brasil, o Amazonas e a Amazônia, em especial, como o beija-flor, façam cada um a sua parte. Já seria um bom começo. 

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas (ALCEAR), do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA/INPA) e do Conselho Regional de Economia do Amazonas (CORECON-AM).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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