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Rondônia cria Fundo Estadual de Turismo para fortalecer setor e impulsionar a economia

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Um dos objetivos do Fundetur é investir na infraestrutura turística para gerar emprego, renda e impulsionar o desenvolvimento de Rondônia. Foto: Alex Nunes/Setur RO

Ao sancionar a Lei n° 6.145, que regulamenta o Fundo para o Desenvolvimento do Turismo do Estado de Rondônia (Fundetur), o governo de Rondônia fortalece o turismo na região, transformando o potencial turístico rondoniense em geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico. A principal finalidade do Fundo é financiar programas, projetos e ações voltados à promoção, qualificação e infraestrutura turística.

Entre as áreas que poderão receber recursos estão:

  • Capacitação e qualificação de mão de obra;
  • Incentivo ao empreendedorismo e apoio à empreendimentos turísticos;
  • Infraestrutura e sinalização;
  • Promoção de destinos, eventos e circuitos turísticos;
  • Fortalecimento de produtos regionais; e
  • Apoio à elaboração de projetos estratégicos de turismo sustentável.

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Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a criação do Fundo simboliza um avanço estratégico para o estado.

“O Fundetur nasce para garantir recursos permanentes que serão aplicados de forma planejada em infraestrutura, capacitação e promoção dos  destinos estaduais. A iniciativa fortalece toda a cadeia produtiva do turismo, gerando desenvolvimento econômico, renda e novas oportunidades para a população rondoniense”, enfatizou.

Leia também: 6 atrações imperdíveis para curtir em municípios de Rondônia

Fundo vai ser direcionado para o turismo em rondônia
Fotos: Daiane Mendonça/Secom RO

Fontes de recursos do Fundo

O Fundo será abastecido por diversas fontes, entre elas:

  • Orçamento estadual;
  • Transferências estaduais e federais;
  • Convênios com a União;
  • Emendas parlamentares;
  • Taxas provenientes de bilhetes de passagens (terrestres, aéreas e fluviais) e da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes;
  • Parcerias com a iniciativa privada;
  • Contribuições e outras receitas legalmente incorporáveis.

De acordo com a lei, o Fundetur terá conta própria com movimentação descentralizada e será administrado pela Superintendência Estadual de Turismo (Setur), com deliberações do Conselho Estadual de Turismo (Consetur). O controle terá acompanhamento de uma Comissão de Contas, formada por membros do Conselho, garantindo transparência e responsabilidade no uso dos recursos.

Com a criação do Fundetur, Rondônia passa a contar com uma ferramenta estruturante, capaz de:

  • Garantir recursos contínuos para o setor;
  • Promover maior competitividade do turismo regional e nacional;
  • Fomentar novos negócios ligados à cadeia turística;
  • Ampliar a geração de empregos diretos e indiretos;
  • Transformar o turismo em política permanente de desenvolvimento.

O superintendente estadual de Turismo, Gilvan Pereira, destacou o impacto da medida. “O turismo de Rondônia tem um potencial único, e por meio do Fundetur, terá uma fonte estável de recursos que permite planejar a longo prazo e transformar nossos atrativos em oportunidades reais de crescimento.”

*Com informações do Governo de Rondônia

Conter vazamento de petróleo na Margem Equatorial seria mais difícil que em desastre no Golfo do México, aponta estudo

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Foto: Coordenação-Geral de Observação da Terra/INPE

Um grupo internacional de pesquisadores alerta que a exploração de petróleo planejada para a costa do Amapá, na chamada Margem Equatorial, pode gerar impactos ambientais e sociais de grandes proporções. Além da vida marinha, um vazamento ameaçaria onças-pintadas e outras espécies emblemáticas em áreas protegidas insulares e costeiras, manguezais e ecossistemas de zonas úmidas costeiras, além da pesca e dos produtos florestais não madeireiros, como o açaí, que sustentam povos tradicionais e indígenas.

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É o que mostra estudo publicado na revista Nature Sustainability na quarta (1º) e conduzido por cientistas das universidades Federal e Estadual do Amapá (UNIFAP e UEAP), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e parceiros. A equipe se baseou em modelos que simulam a dispersão de óleo em ambientes aquáticos, considerando variáveis como a vazão do rio Amazonas, marés, correntes, ventos e características do ambiente costeiro.

A partir disso, a pesquisa indica que a mancha de um derramamento poderia se espalhar por até 132 quilômetros em apenas três dias, afetando biodiversidade, áreas protegidas e o abastecimento de água em cidades costeiras.

Leia também: A dualidade da exploração de petróleo na Margem Equatorial: o que é e como afeta a Amazônia?

“Enquanto o licenciamento ambiental se concentra na capacidade da empresa petrolífera estatal de resgatar a vida selvagem marinha em caso de derramamento, a questão muito mais fundamental é a capacidade de tapar um vazamento, caso ocorra”, explica o pesquisador Philip Fearnside, do INPA, um dos autores do estudo.

A profundidade do poço proposto, de 2,88 quilômetros, e a presença de correntes oceânicas mais fortes e complexas dificultariam muito a contenção em comparação ao desastre de 2010 no Golfo do México, mostram os pesquisadores. Na ocasião, o vazamento ocorreu de um poço em água de 1,5 quilômetros de profundidade e levou mais de cinco meses para ser contido.

Acidente na Margem Equatorial também apresenta riscos socioeconômicos

O estudo também ressalta riscos socioeconômicos. O Amapá tem mais de 700 mil habitantes, com grande concentração em comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas que dependem da pesca artesanal e da coleta de produtos florestais, como açaí, castanha-do-brasil e cacau.

margem equatorial no amapá
Margem Equatorial. Imagem: Reprodução

Só a cadeia do açaí na área da Foz do Amazonas, a chamada Margem Equatorial, movimentou mais de R$ 6 bilhões (cerca de US$ 1 bilhão) em 2023, valor que estaria ameaçado por eventual contaminação. O derramamento de óleo na costa do Nordeste brasileiro, em 2019, que afetou milhares de pescadores, é lembrado pelos pesquisadores como referência para possíveis impactos.

Para além de acidentes, os autores alertam que experiências anteriores com royalties do petróleo no Brasil mostraram aumento da desigualdade e piora de indicadores sociais, em vez de melhorias sustentáveis. Eles questionam a narrativa de que a arrecadação com petróleo na Margem Equatorial financiaria a transição energética, já que a dependência do combustível fóssil tende a se tornar inviável diante das metas climáticas globais.

“A necessidade global de interromper o uso de combustíveis fósseis nos próximos anos significa que os supostos benefícios econômicos e de emprego do projeto seriam muito temporários”, avalia Fearnside.

Como alternativas, o artigo defende o aproveitamento do potencial solar do Amapá: apenas 1% da área do estado poderia gerar cinquenta vezes mais energia do que a população consome hoje. Outras vias propostas incluem a valorização da bioeconomia local, com agregação de valor a produtos como açaí e andiroba, e o fortalecimento do turismo comunitário.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori

Laboratório no Pará vai desenvolver tecnologia para usina hidrelétrica

Laboratório vai focar em soluções com ajuda de tecnologia. Foto: Marco Santos/Agência Pará

O Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), residente do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá e vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA) vai desenvolver um Sistema Inteligente de Gestão Energética no Complexo Hidrelétrico da Usina Belo Monte. O foco do projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) será a regulação de frequência, utilizando fontes renováveis e armazenamento em supercapacitores.

Leia também: Você sabia que existem mais de 20 hidrelétricas localizadas na Amazônia Legal?

Ubiratan Bezerra, pesquisador do Ceamazon, explica que o Brasil está usando cada vez mais fontes de energia limpa, como a solar e a eólica que não funcionam o tempo todo, ou seja, só geram energia quando há sol ou vento, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) dá prioridade para usar essa energia limpa.

Porém, essas fontes não ajudam a controlar a frequência da energia elétrica, que precisa ser mantida estável para evitar falhas no sistema. Com isso, as hidrelétricas ajudam cada vez mais nesse controle, o que provoca maior desgaste nas máquinas e risco de problemas.

Por esse motivo o sistema que será desenvolvido vai usar e armazenar a energia solar em supercapacitores, um tipo de bateria muito rápida, que vai ajudar a controlar a frequência da energia de forma mais eficiente do que o sistema atual.

“O Ceamazon vem acumulando muita experiência no desenvolvimento de pesquisas que envolvem o uso de Supercapacitores, para o suporte ao fornecimento de energia para a solução de problemas de oscilações nos sistemas elétricos, como também para o fornecimento de energia para comunidades isoladas na Amazônia, sendo que essa linha está sendo desenvolvida em projeto financiado pela Norte Energia”.

A iniciativa será dividida em diferentes frentes de trabalho, como a implantação de uma usina solar nas dependências de Belo Monte, o desenvolvimento de um sistema de monitoramento online com relatórios e estatísticas, a instalação de um banco de supercapacitores e a criação de uma plataforma computacional voltada para operadores. Tudo isso será integrado à operação da usina, para aprimorar a regulação da frequência do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Recurso será usado na área de belo monte
UHE Belo Monte. Foto: Divulgação/Norte Energia

O contrato do projeto, com duração de três anos, foi firmado entre a empresa Norte Energia e a Fundação Guamá, Instituição Científica e Tecnológica (ICT) que faz a gestão do PCT.

“Este é o primeiro projeto que a empresa firma com a Fundação, para que pesquisadores de laboratórios da UFPA, que estão no Parque, executem o projeto de pesquisa da própria empresa. A empresa está nos enxergando como parceira importante na execução de sua carteira de PDI, e ela enxerga que grupos da UFPA, entre eles o Ceamazon, são parceiros estratégicos”, declara Renato Francês, diretor técnico da Fundação Guamá.

Laboratório foca em nova tecnologia no setor energético

A iniciativa deve gerar dados técnicos e científicos que poderão colaborar com pesquisas e políticas públicas. Entre os benefícios esperados com o sistema estão ganhos operacionais e econômicos para a empresa, o pioneirismo com o desenvolvimento de uma nova tecnologia no setor energético e a contribuição para a transição energética, por meio da ampliação do uso de fontes renováveis.

“O projeto é muito inovador e vai ser um marco na regulação de frequência da geração hidráulica de grande porte com as fontes intermitentes, fotovoltaica e eólica, entrando em massa no sistema elétrico nacional”, afirma Emília Tostes, coordenadora do Ceamazon.

O programa de PDI da empresa, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), integra uma rede de parceiros que conta com universidades, institutos de pesquisa e setor industrial, num intercâmbio em prol da inovação e do atendimento de demandas estratégicas.

“Temos em andamento diversas atividades que envolvem instituições e pesquisadores amazônidas e que geram conhecimento científico e soluções inovadoras e sustentáveis para a região. Temos certeza de que a Fundação Guamá chega para somar à nossa rede de parceiros e que vai colaborar ativamente para o desenvolvimento de projetos relevantes”, afirma Andreia Antloga do Nascimento, gerente de PDI da empresa.

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laboratório
Foto: Reprodução/Acervo Ceamazon

Parcerias e serviços especializados

Os laboratórios de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) do PCT Guamá aliam conhecimento científico à competitividade de mercado. Projetos públicos e privados podem acessar os recursos do PCT Guamá com a apresentação da sua demanda pelo e-mail servicos@fundacaoguama.org.br ou pelos telefones (91) 3321-8908 e 3321-8909.

Referência em inovação na Amazônia

O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), com as parcerias da UFPA e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e gestão da Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico da região Norte do Brasil, e visa estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável, a fim de melhorar a qualidade de vida da população.

Localizado às margens do Rio Guamá, que dá nome ao complexo, o PCT está situado entre os campi das duas universidades, e conta com um ecossistema rico em biodiversidade, estendendo-se por 72 hectares, destinados a edificações e à Área de Proteção Ambiental (APA) da Região Metropolitana de Belém.

O complexo conta com mais de 90 empresas entre residentes e associadas, 17 laboratórios com mais de 400 pesquisadores, 44 patentes e uma escola técnica.

O PCT Guamá integra a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e International Association of Science Parks and Areas of Innovation (Iasp), e faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

*Com informações do PCT Guamá

Maria Fumaça volta à ativa em comemoração os 111 anos de Porto Velho

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Foto: Leandro Morais

A Prefeitura de Porto Velho divulgou que um dos mais importantes elos materiais da sociedade porto-velhense com a sua própria história, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) está inserida nas festividades em alusão aos 111 anos da capital.

Uma reforma promovida Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) colocará a lendária Maria Fumaça nº 18 em atividade após mais de 20 anos parada.

Leia também: 113 anos da EFMM: imagens raras mostram a ‘Ferrovia do Diabo’ em funcionamento

Além de um percurso dentro do Complexo Madeira-Mamoré, a locomotiva soará o tradicional apito, marcando o início de uma nova fase de valorização da cultura e da história da capital rondoniense.

Maria Fumaça retorna após quase 20 anos

De acordo com o prefeito Léo Moraes, essa é a oportunidade da população sentir de perto a emoção de ver o que, até pouco tempo atrás, era apenas um sonho se tornando realidade.

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“Foram quase 20 anos de abandono. Desde 1999, a Maria Fumaça nº 18 estava parada, como um pedaço da nossa história esquecido nos trilhos. Em menos de um ano de gestão, já colocamos a litorina para rodar e agora chegou a vez dela: neste dia 2, aniversário de Porto Velho, a Maria Fumaça volta a apitar e se locomover”, disse Léo Moraes.

Maria Fumaça volta à ativa na EFMM em comemoração os 111 anos de Porto Velho em 2025
Foto: Leandro Morais

Leia também: Litorina retoma passeios em Porto Velho em 2025; relembre a história

A apresentação do retorno do funcionamento da locomotiva 18 acontece na quinta-feira (2), a partir das 17h, no Complexo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

*Com informações da Prefeitura de Porto Velho

Irene Holanda Silva, a primeira mulher a comandar a “capital de todos os acreanos”

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Irene Holanda Silva foi a primeira mulher a assumir o executivo municipal do Acre. Foto: José Wilson Aguiar/Acervo pessoal

“Um povo sem memória é um povo sem história”. A frase, atribuída à historiadora, pesquisadora e professora universitária brasileira Emília Viotti da Costa, reflete bem a importância de um povo conhecer a sua própria história. Neste contexto, um destaque histórico no Acre é Irene Holanda Silva.

Acreana, negra, nascida em Rio Branco e filha de soldados da borracha. Servidora pública municipal, Irene se tornou a primeira mulher a exercer um cargo no Executivo municipal do Acre, mesmo que de forma interina.

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Irene Holanda Silva

O historiador José Wilson Aguiar foi o narrador dessa parte da história de Rio Branco, que poucos conhecem ou não se lembram. O historiador lembra que, em 1930, quando Getúlio Vargas assumiu a presidência do Brasil, ele extinguiu as prefeituras e as Câmaras Municipais em todo o país.

Ainda de acordo com o historiador, Vargas passou a escolher os gestores das capitais. Irene Holanda da Silva era servidora municipal, exercendo o cargo de secretária de Administração, e frequentemente assumia a função de prefeita interina devido à ausência do prefeito Jorge Félix Lavocart.

“No dia 7 de novembro de 1930, Getúlio Vargas, que havia acabado de assumir, tomou o poder em São Paulo. Naquela época, ele extinguiu todas as prefeituras e Câmaras Municipais no Brasil inteiro. Na Constituição seguinte, de 1937, estava prevista a eleição para prefeito e para vereador em todo o país. Porém, como Vargas deu o golpe de 1937, a situação se prolongou, e só tivemos eleição para prefeito após o fim do período Vargas. Irene Holanda da Silva foi a primeira prefeita interina da cidade de Rio Branco. Ela ocupava o cargo de secretária de Administração e, quando o prefeito estava ausente, assumia a função”, conta o historiador.

Aguiar lembra ainda que na época não havia vice-prefeito nem vereadores. “Quando o prefeito viajava, ela assumia o comando. Existem vários documentos e decretos assinados por ela que comprovam o exercício do cargo de prefeita interina. Como acontece hoje com o secretário Valtim José, que, em algumas ocasiões, assumiu como prefeito”, explicou José Wilson.

Rio Branco (AC). Foto: Pedro Devani

Irene mostrou determinação

O historiador revelou ainda que foi em 1953, durante o governo de João Gabriel Ramos, que Irene Holanda foi nomeada secretária de Administração, cargo que ocupou na ausência do governador João Kubitschek de Figueiredo, nomeado pelo presidente Juscelino Kubitschek.

“Ao chegar as eleições presidenciais, ficamos sem prefeito. Em 1953, Irene assumiu a Secretaria de Administração, nomeada pelo governador em exercício João Gabriel Ramos, que substituía o governador João Kubitschek de Figueiredo. Irene Holanda exerceu várias vezes, como secretária, a função de prefeita. João Kubitschek de Figueiredo era o nosso governador na época, e o presidente era Juscelino Kubitschek”, completou.

A história revela que, há décadas, as mulheres já ocupavam posições de destaque na política acreana. A ex-governadora Iolanda Fleming foi a primeira mulher a ocupar um cargo político de chefia no estado. Regina Lino foi vereadora e vice-prefeita do recém-eleito prefeito de Rio Branco, Jorge Viana, em 1992. Ela também foi deputada federal e secretária municipal.

Irene Holanda Silva, após se aposentar do serviço público municipal, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu até o seu falecimento.

*Com informações da Prefeitura de Rio Branco

Você sabia que existem mais de 20 hidrelétricas localizadas na Amazônia Legal?

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Hidrelétrica de Tucuruí. Foto: Reprodução/Museu da Hdrelétrica de Tucuruí

A Amazônia Legal, marcada por sua vasta rede hidrográfica e abundância de recursos naturais, concentra algumas das maiores usinas hidrelétricas do país.

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Localizadas principalmente nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Tocantins, essas usinas desempenham papel fundamental na matriz energética nacional, mas também carregam polêmicas relacionadas a impactos ambientais e sociais.

Leia também: Usinas hidrelétricas da Amazônia: fontes de energia e de impactos ambientais

Confira onde estão localizadas as hidrelétricas na Amazônia Legal:

Amapá

Nome: Cachoeira Caldeirão
Onde: Rio Araguari (entre os municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes)
Inauguração: 2016

Nome: Santo Antonio do Jari
Onde: Rio Jari (entre os municípios de Almeirim/PA e Laranjal do Jari/AP)
Inauguração: 2014

Nome: Coaracy Nunes
Onde: Rio Araguari (no município de Ferreira Gomes)
Inauguração: 1975

Nome: Ferreira Gomes
Onde: Rio Araguari (no município de Ferreira Gomes)
Inauguração: 2014

Hidrelétrica no Amapá
Foto: Reprodução/Cesbe Engenharia

Amazonas

Nome: Balbina
Onde: Rio Uatumã (no município de Presidente Figueiredo)
Inauguração: 1989

Mato Grosso

Nome: Manso
Onde: Rio Manso (entre os município de Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia)
Inauguração: 2000

None: Teles Pires
Onde: Rio Teles Pires (na fronteira dos estados do Pará e Mato Grosso)
Inauguração: 2015

Nome: São Manoel
Onde: Rio Teles Pires (na fronteira dos estados do Pará e Mato Grosso)
Inauguração: 2018

Nome: Ponte de Pedra
Onde: Rio Correntes (no município de Itiquira)
Inauguração: 2005

Nome: Guaporé
Onde: Rio Guaporé (entre os municípios de Pontes e Lacerda e Vale de São Domingos)
Inauguração: 2003

Nome: Jauru
Onde: Rio Jauru Paraguai (na região da Chapada dos Parecis)
Inauguração: 2003

Nome: Itiquira I e II
Onde: Rio Itiquira (no município de Itiquira)
Inauguração: 2002

Nome: Dardanelos
Onde: Rio Aripuanã (no município de Aripuanã)
Inauguração: 2011

Hidrolétrica de Manso. Foto: Furnas/Divulgação

Pará

Nome: Tucuruí
Onde: Rio Tocantins (no município de Tucuruí)
Inauguração: 1984

Nome: Belo Monte
Onde: Rio Xingú (próximo ao município de Altamira)
Inauguração: 2016

Nome: Curuá-Una
Onde: Rio Curuá-Una (no município de Santarém)
Inauguração: 1977

Hidrelétrica de Tucuruí. Foto: Reprodução/Museu da Hdrelétrica de Tucuruí

Rondônia

Nome: Samuel
Onde: Rio Jamari (no município de Candeias do Jamari)
Inauguração: 1996

Nome: Santo Antônio
Onde: Rio Madeira (entre os municípios de Laranjal do Jari/AP e Almeirim/PA)
Inauguração: 2012

Nome: Jirau
Onde: Rio Madeira (próximo de Porto Vleho)
Inauguração: 2013

Nome: Rondon II
Onde: Rio Comemoração (no município de Pimenta Bueno)
Inauguração: 2011

Hidrelétrica de Samuel. Foto: Reprodução/Eletrobras Eletronorte

Tocantins

Nome: Lajeado
Onde: Rio Tocantins (entre os municípios de Miracema do Tocantins e Lajeado)
Inauguração: 2001

Nome: Peixe Angical
Onde: Rio Tocantins (no município de Peixe)
Inauguração: 2006

Nome: São Salvador
Onde: Rio Tocantins (no município de Paranã )
Inauguração: 2009

Hidrelétrica Samuel. Foto: Reprodução/Governo do Tocantins

O que são hidrelétricas?

Hidrelétricas são complexos industriais que convertem a energia da água em eletricidade, usando a força de um rio ou reservatório para acionar turbinas conectadas a geradores. O processo envolve a construção de barragens para reter a água, que ao cair impulsiona as turbinas, transformando sua energia cinética em energia mecânica, e posteriormente em energia elétrica. Essa energia é então transmitida por redes elétricas para a população.

Leia também: Barragem x hidrelétrica: entenda as diferenças e os impactos desses empreendimentos na Amazônia

O funcionamento de uma usina hidrelétrica começa com a construção de uma barragem, que cria um reservatório ao acumular a água do rio e gerar um desnível. Essa água é conduzida por túneis e canais até as turbinas, cujo movimento, impulsionado pela energia cinética da água, se transforma em energia mecânica. As turbinas estão ligadas a geradores, responsáveis por converter essa energia mecânica em energia elétrica. Em seguida, a eletricidade passa por transformadores, que elevam sua tensão antes de ser distribuída pelas linhas de transmissão. Por fim, a água utilizada retorna ao leito natural do rio por meio do canal de fuga.

As usinas hidrelétricas apresentam vantagens e desvantagens. Entre os pontos positivos, se destacam o fato de serem uma fonte de energia renovável e limpa, que não emite gases de efeito estufa durante a operação, além de possuírem alta eficiência na conversão de energia e utilizarem a água como recurso gratuito. Por outro lado, também trazem impactos ambientais significativos, como o alagamento de grandes áreas, a destruição de ecossistemas e os efeitos sobre comunidades locais. Além disso, sua produção está diretamente ligada à disponibilidade de água, que pode variar ao longo do tempo e comprometer a geração de energia.

Cientistas transformam resíduos da mineração em tecnologia capaz de remover poluentes dos rios

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Foto: Alexandre de Moraes 

A Amazônia é o bioma brasileiro mais atingido pela mineração, conforme mapeamento realizado pelo MapBiomas, ainda em 2020, que apontou como 149.393 dos 206.100 hectares de terras mineradas no Brasil estavam em território amazônico. Tamanho impacto não ocorre sem consequências, e a contaminação dos ecossistemas aquáticos locais por rejeitos e metais pesados, como o mercúrio e o cromo, é apenas um dos danos ambientais causados pela extração mineral.

A procura por soluções para este cenário levou uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) a realizar um estudo que aponta que é possível transformar rejeitos da mineração em materiais capazes de remover poluentes da água. 

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Segundo o professor do Instituto de Geociências (IG), Dorsan Moraes, químico e coordenador da pesquisa, o objetivo inicial do estudo era investigar o uso de resíduos minerais para o desenvolvimento de tecnologias que minimizassem impactos oriundos de desastres naturais ou poluição de recursos hídricos.

Em outras palavras, pretendia-se transformar um problema ambiental significativo no norte do Brasil – o acúmulo de resíduos minerais – em parte da solução para a despoluição dos rios amazônicos. 

“Com o aumento da mineração no estado do Pará, há, consequentemente, o aumento da disposição de resíduos dos diversos processos de beneficiamento dos minerais alvos, o que, por atuação de um sinistro, podem vir a poluir o ar, o solo e, principalmente, a água, diminuindo sua qualidade, ocasionando a redução da população marinha e, consequentemente, da pesca. Criando novos processos de redução da poluição, surgem novas alternativas e de mais baixo custo que as atuais disponibilizadas, de forma a manter os rios saudáveis e, com isso, a população que depende dele, para sustento, agradece”, afirma Dorsan Moraes, que coordenou a pesquisa.

Leia também: Amazonas possui 15 barragens de mineração; saiba onde ficam

Desta forma, a investigação, que também contou com a participação de professores pertencentes a diversas áreas de pesquisas interligadas ao projeto e estudantes de pós-graduação, graduação e iniciação científica, apontou potenciais “despoluidores” nos resíduos de vermiculita e nos rejeitos da mineração de manganês. Com base neles, dois tipos de materiais foram sintetizados em laboratório: a vermiculita ativada com sódio e a fase tipo Shigaite LDH

Perigos associados aos poluentes da mineração

O azul de metileno, um composto sintético amplamente utilizado como corante têxtil que muda a cor dos rios, prejudica a entrada de luz e reduz o oxigênio disponível para peixes e plantas. O cromo, um metal pesado com potencial carcinogênico, também causa sintomas graves, como sangramentos em pessoas intoxicadas. Já o manganês, em concentrações elevadas, está associado a doenças como Alzheimer e a outros distúrbios neurodegenerativos.

Neste contexto, tanto a vermiculita ativada com sódio quanto a fase tipo Shigaite LDH passaram por experimentos que simulam situações reais de contaminação dos rios amazônicos e obtiveram melhores resultados quando a vermiculita ativada com sódio interagiu com o azul de metileno e a fase tipo Shigaite LDH interagiu com um íon de manganês e com o cromo.

Na ocasião, atuando como adsorvedores dos agentes poluidores, a vermiculita ativada removeu 99% do azul de metileno; enquanto a fase tipo Shigaite LDH HDL removeu 97% do cromo e 100% do manganês.

pesquisadores que trabalharam em estudo de mineração
Cientistas de diversas áreas analisaram as possibilidades de mudar o quadro da mineração. Foto: Reprodução/UFPA

Essa descoberta dos pesquisadores não só é capaz de reduzir consideravelmente o teor dos poluentes na água e no meio ambiente, como também conta com outro ponto relevante a seu favor: o menor custo de produção em relação aos métodos de despoluição tradicionais, como peneiras moleculares e os próprios adsorvedores comerciais.

“Além da despoluição, temos também a redução de resíduos que podem ser carregados para os rios, lembrando que o processo de despoluição é mais viável na saída das águas de despejo das mineradoras, evitando o problema na fonte”, acrescenta Dorsan Moraes. 

Segundo o professor, com a publicação dos resultados dessa etapa da pesquisa, o objetivo agora é investigar novos materiais residuais dispostos na biota amazônica e buscar parcerias com empresas do setor que ajudem a transformar o protótipo de laboratório em uma tecnologia adaptada para contextos mais amplos.

“A principal importância trata do uso de rejeitos diversos, principalmente da mineração, para desenvolvimento de novos materiais para atuarem como adsorvedores de poluentes, o que vem a reduzir custos de produção desses compostos já que são de origem natural, bem como ajudar na própria diminuição desses resíduos, transformando o que era lixo em nicho de mercado para as próprias empresas”, destaca. 

Os resultados do Projeto de Pesquisa “Uso de resíduos minerais e/ou minerais filossilicatos para produção de novos materiais ou desenvolvimento de tecnologia para minimização de impactos oriundos de desastres naturais ou poluição de recursos hídricos” foram publicados na Revista REM – International Engineering Journal em agosto. Confira o artigo na íntegra aqui

*Com informações da UFPA

Jardim neurossensorial em Boa Vista promove inclusão e desenvolvimento escolar

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A Escola Municipal Palmira de Castro Machado inaugurou um espaço especial para estimular os cinco sentidos das crianças. Foto: Giovani Oliveira/PMBV

A Escola Municipal Palmira de Castro Machado conta agora com um novo espaço pedagógico: Jardim Neurossensorial, pensado para estimular os cinco sentidos das crianças, promover a inclusão social e apoiar o desenvolvimento integral dos estudantes.

Composto por diferentes texturas, cores, aromas e elementos interativos, o ambiente foi projetado para ser uma extensão da sala de aula, proporcionando novas formas de aprender e de se conectar com a natureza.

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O espaço contribui para o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional, além de favorecer a regulação em momentos de crise, especialmente para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outras necessidades específicas.

O novo espaço estimula o desenvolvimento cognitivo, motor e emocional das crianças. Foto: Giovani Oliveira/PMBV

Contribuições significativas aos alunos atípicos

A professora da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) da unidade, Mayane Oliveira, destacou as contribuições do Jardim Neurossensorial para os alunos. “É um ambiente acolhedor, extensão da SRM, que promove o desenvolvimento sensorial, atenção, concentração, memória e linguagem. É um espaço valioso que beneficia todos os alunos e serve como suporte pedagógico para professores e cuidadores”, explicou.

O gestor da escola destacou que a implantação do Jardim Neurossensorial foi possível graças ao recurso conquistado pelo Prêmio Gestão Escolar 2024, quando a unidade alcançou o 2° lugar na categoria Grande Porte.

É mais uma conquista para nossa comunidade. Esse espaço vai contribuir de forma significativa, porque é um ambiente pedagógico diferenciado, onde professores e cuidadores poderão propor atividades educativas, de forma acolhedora e didática”, disse.

Leia também: Mormaço Cultural 2025: Mais de 200 mil pessoas prestigiaram programação no Parque do Rio Branco

O ambiente amplia a sala de aula, oferecendo novas formas de aprendizado e contato com a natureza. Foto: Giovani Oliveira/PMBV

Pais e alunos celebram novo espaço

Para as famílias, o espaço representa mais do que um recurso pedagógico: é uma forma de garantir acolhimento e cuidado no processo de aprendizagem. Eline Gomes, mãe do estudante David, de 9 anos, que tem autismo e TDAH, destacou a relevância da iniciativa para o desenvolvimento do filho.

“Achei maravilhoso, porque ajuda muito na regulação dele, com as texturas, cores e estímulos. É um espaço bem colorido e criativo, que vai agregar ainda mais ao ensino e ao autocontrole de todas crianças que precisam de apoio, não só as atípicas. Desde que chegou à escola, meu filho teve avanços importantes. Logo aprendeu a ler e vem desenvolvendo cada vez mais tanto na sala regular quanto na sala de recursos”, relatou.

Eline Gomes, mãe do estudante David, elogiou a iniciativa e destacou a importância do novo espaço colorido e criativo. Foto: Giovani Oliveira/PMBV

O próprio David também aprovou o novo espaço. “O lugar que eu mais gostei foi o dos canos das bolinhas” contou o estudante.

Davi Matheus, de 10 anos, estudante do 5° ano, tem autismo e também gostou muito do espaço. Ele destacou a importância do local para o seu desenvolvimento. “Achei muito legal. Gostei de sentir a textura das coisas e de brincar aqui. Vai ser mais uma opção para a sala de Recursos Multifuncionais”, falou.

Pesquisa inédita inicia mapeamento na Região Norte sobre desafios de saúde mental em universidades

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Foto: Reprodução/Instagram-rederenasam

O Brasil iniciou em 2025, de forma inédita, o seu primeiro Estudo Nacional de Saúde Mental nas Universidades (Enasam-U). Neste mês, a pesquisa acontece na região Norte do país, na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). O estudo abrange estudantes e servidores de 50 universidades públicas de todo o Brasil, com idades entre 18 e 75 anos, e tem como lema “Por uma comunidade acadêmica saudável”.

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A pesquisa busca compreender os efeitos e os desafios de saúde mental enfrentados nas universidades para direcionar esforços na construção de uma universidade mais acolhedora, inclusiva e produtiva. Para isso, os pesquisadores irão coletar informações detalhadas em dois momentos:

  • primeiro com o envio de um questionário on-line para estudantes e servidores selecionados por sorteio aleatório;
  • segundo momento de entrevistas diagnósticas por telessaúde para avaliação da saúde mental.

A investigação tem na coordenação nacional o pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Flávio Kapczinski, que enfatiza a importância de compreender a realidade da saúde mental nas universidades.

“Conhecer esse cenário nos permitirá ter um panorama representativo da realidade brasileira, o que certamente apoiará no redirecionamento de políticas públicas no campo da Saúde Mental, em âmbito regional e nacional”, explica ele.

A pesquisa conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é coordenada por pesquisadores da UFRGS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na região norte, foram sorteadas sete universidades públicas, que representarão toda a comunidade universitária. São elas:

  • Universidade Federal do Pará (UFPA),
  • Universidade Federal do Amazonas (Ufam),
  • Universidade do Estado do Amazonas (UEA),
  • Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir),
  • Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra),
  • Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
  • e Universidade Federal do Acre (Ufac).

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pesquisa saúde mental
Imagem: Mohamed_hassan via Pixabay

Abrangência nacional

Ao todo, serão coletados dados em 50 universidades públicas em todo território nacional, sendo esperado a participação de 15 mil voluntários. O estudo segue todos os critérios éticos e assegura privacidade e confidencialidade dos participantes, e se iniciará, em cada localidade, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.

Para viabilizar o rastreamento em todo território brasileiro, foi consolidada a Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam), que tem um importante papel de articular grupos de pesquisa para o desenvolvimento e inovação em Saúde Mental. Além disso, a Rede visa conduzir estudos inovadores e disseminar informações atualizadas para aumentar a conscientização sobre o tema e romper o estigma associado a tais problemas.      

Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam)

A Renasam é uma rede de pesquisa, que tem como objetivo desenvolver, articular, multiplicar e disseminar conhecimento científico e tecnológico em Saúde Mental. Lançada em maio de 2024, a Rede conta com 50 pesquisadores de todas as macrorregiões brasileiras. Nos próximos dois anos serão realizados dois grandes projetos: o Enasam-U e o Enasam. 

O segundo estudo será o primeiro a avaliar a frequência de diagnósticos de saúde mental em todo o território nacional. Serão realizadas oito mil entrevistas de triagem presencial conduzidas em domicílios selecionados aleatoriamente. Em seguida, será realizada uma entrevista on-line síncrona conduzida em uma sub-amostra aleatória de indivíduos que responderam à triagem.

Saiba mais em www.renasam.com e Instagram: @rederenasam.

*Com informações da Ufopa

Protocolo para coleta e inventário de insetos aquáticos é criado por pesquisadores da Amazônia

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Foto: Divulgação

Um grupo de 28 pesquisadores de todos os estados da região da Amazônia Legal elaborou um protocolo inédito para o inventário de insetos aquáticos no sistema Rapeld (Inventários Rápidos em Projetos Ecológicos de Longa Duração), a fim de solucionar a falta de padronização nos métodos de coleta – um dos principais desafios para o monitoramento da biodiversidade.

O foco da proposta são os grupos Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera, Odonata e Heteroptera (EPTOH), reconhecidos como bioindicadores da qualidade ambiental de ecossistemas de água doce.

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A proposta reúne procedimentos replicáveis que permitem gerar séries temporais e espaciais robustas, fundamentais para a compreensão dos efeitos das mudanças climáticas e das atividades humanas sobre os ecossistemas aquáticos e que são essenciais para orientar estratégias de conservação eficazes, como a descrição detalhada de equipamentos, métodos de coleta, delineamento amostral e métricas ambientais.

O protocolo também apresenta recomendações práticas para pesquisadores em início de carreira, gestores ambientais e tomadores de decisão.

“A padronização é um passo essencial para avançarmos na compreensão da biodiversidade aquática e subsidiarmos políticas públicas de conservação”, explica o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Síntese da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm), professor do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq Leandro Juen.

Ele que liderou o estudo ao lado da professora da Faculdade de Ciências Biológicas da UFPA e bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ) do CNPq Karina Dias Silva.

(A) Coleta de Heteroptera; (B) coleta de Odonata; (C) coleta de imaturos de EPT; (D) acondicionamento das amostras de EPT juntamente com o substrato em saco plástico, para triagem posterior. Fotos: Leandro Juen/LABECOUFPA

Segundo os pesquisadores, esforços amostrais diferentes dificultam a integração de dados e a realização de análises em grande escala. Eles explicam que a adoção de metodologias unificadas tornará possível a geração de séries históricas confiáveis e que sua implementação em toda a região amazônica possibilitará a realização de estudos em grande escala, promovendo uma visão integrada da estrutura e do funcionamento das comunidades de insetos aquáticos em diferentes ecossistemas.

A padronização do protocolo também permitirá comparações entre diferentes áreas da Amazônia, com estudos que podem auxiliar a formulação de políticas públicas e estratégias para a mitigação de impactos ambientais.

Apesar de haver sido elaborado para a região da Amazônia, o protocolo pode ser aplicado a outras áreas geográficas do Brasil e até mesmo a diferentes países. Para os autores do protocolo, seu uso também fortalece programas de monitoramento nacionais que possibilitam estudos de larga escala e contribuem para a formação de novos profissionais em biodiversidade, como o INCT SinBiAm, o Programa Monitora Aquático do ICMBio, além de redes de pesquisa consolidadas que contam com financiamento do CNPq, como o Peld (Programa Ecológico de Longa Duração), o PPBio (Programa de Pesquisa em Biodiversidade).

“Esperamos que este protocolo seja adotado por pesquisadores, por órgãos ambientais como SEMAs, Ibama e ICMBio. A padronização permitirá comparações mais confiáveis entre regiões e ao longo do tempo, ampliando nossa capacidade de conservar e restaurar ambientes aquáticos”, observa a professora Karina.

Os pesquisadores acreditam que, além dos benefícios científicos, a adoção de protocolos padronizados contribuirá, do mesmo modo, para o fortalecimento da capacitação profissional e para a criação de redes colaborativas entre pesquisadores, gestores ambientais e comunidades locais, facilitando a implementação de programas de monitoramento de longo prazo. Ao refletir sobre o processo, o professor Leandro Juen observa que a ciência é construída em parcerias e colaborações.

“Este estudo mostra a importância de unir esforços, pois a Amazônia, com sua complexidade e diversidade, exige pesquisas colaborativas. As grandes variações ambientais tornam essencial ouvir as diferentes vozes e experiências de cada região. Só assim o protocolo garante comparações em larga escala e ao mesmo tempo contempla as especificidades locais de forma adequada”, afirma.

Escrito em português e com linguagem acessível, para permitir ampla acessibilidade, o protocolo foi publicado no número especial, de julho a dezembro de 2025, da Revista EDUCAmazônia.

Leia também: Estudos sobre insetos aquáticos do Amazonas e Pará compõem livro sobre impactos que sofrem com diversos usos do solo

Pontos apresentados no protocolo

De acordo com a introdução do protocolo publicado no periódico EDUCAmazônia, o delineamento amostral adequado para o uso dos insetos aquáticos como indicadores deve considerar o número de amostras, os habitats a serem investigados e a sazonalidade climática. Insetos aquáticos são influenciados por variáveis ambientais, que incluem características estruturais como o tipo de substrato e a quantidade de amostras necessárias para uma representação precisa da fauna local.

Ao todo, o protocolo trata de dez pontos referentes a materiais e métodos usados em pesquisa envolvendo insetos aquáticos, partindo de equipamentos utilizados em sua coleta, delineamento amostral e coleta de dados. A seguir, o documento aborda coletas específicas, como as de ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera, conhecidos como EPT, e de coletas de Odonata larva e de Heteroptera (Nepomorpha), Heteroptera (Gerromorpha) e coleta de adultos de Odonata.

O protocolo apresenta também procedimentos de laboratório, indicando que a identificação taxonômica dos insetos aquáticos coletados deve ser realizada em laboratório, com a utilização de chaves dicotômicas especializadas para cada ordem ou família, literatura específica e, se necessário, por meio de consulta a especialistas.

Métricas ambientais, que permitem avaliar mudanças nas características dos ecossistemas aquáticos e compreender como elas afetam as comunidades biológicas, também são assunto do documento. Nessa fase, ocorre o levantamento de dados físicos, físico-químicos e de integridade ambiental. O Índice de Integridade do Habitat (IIH) é uma métrica fundamental para a avaliação da integridade física do habitat. Baseado em uma avaliação visual de 12 parâmetros estruturais, a avaliação por esse índice inclui o padrão de uso do solo adjacente à vegetação ripária, a largura e o estado de conservação da vegetação ribeirinha, o estado da floresta ripária em uma margem de 10 metros e a estrutura e degradação das margens, entre outros.

Além de métricas de resposta biológica, o protocolo especifica no subtítulo materiais e métodos como o Índice de Proporção Zygoptera/Anisoptera, direcionado para a avaliação da integridade ambiental de igarapés amazônicos. Esse índice, que tem sido adotado pelo ICMBio para o monitoramento de Unidades de Conservação Amazônica, também tem se mostrado eficiente para a avaliação de riachos e de outros biomas, como o Cerrado e a Mata Atlântica.

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Foto: Reprodução/’Insetos Aquáticos na Amazônia brasileira: taxonomia, biologia e ecologia’ (Inpa, 2019)

Importância dos insetos aquáticos

Os insetos aquáticos são organismos-chave para a análise e o monitoramento dos ecossistemas aquáticos de água doce naturais que se encontram sob diferentes intensidades de influências antrópicas, ou seja, atividades humanas que impactam o meio ambiente.

Além de realizar funções ecológicas, como a decomposição de matéria orgânica e o controle populacional de outros organismos, e de ser o elo de interações do meio aquático com o terrestre – o ciclo de vida desses insetos apresenta ao menos uma fase aquática, enquanto, quando adultos, eles são predominantemente terrestres e alados – eles atuam como bioindicadores da qualidade da água e do habitat, devido à sua sensibilidade ou tolerância às alterações ambientais. Sua diversidade pode diminuir, aumentar ou se modificar em relação à condição ambiental do ambiente.

Leia também: Insetos aquáticos são importantes bioindicadores e anunciam mudanças ambientais

O estudo dos insetos aquáticos é relevante para o diagnóstico da condição de um ecossistema em razão de esses organismos apresentarem particularidades como suficiência taxonômica e comunidades substitutivas, o que se refere à possibilidade de utilização de subconjuntos para representar a resposta de toda a comunidade. Algumas modificações antrópicas podem ser mascaradas pela sazonalidade climática, que altera as variáveis abióticas relacionadas à fauna, como o oxigênio dissolvido na água.

Desse modo, há necessidade de amostragens ao longo do tempo. Sistemas mais dinâmicos exigem maior esforço amostral para garantir a representatividade dos organismos, e a escolha da técnica a ser empregada para a coleta dos insetos aquáticos depende do tipo de ambiente – aquático ou terrestre – , das características dos insetos alvo e dos objetivos do estudo.

*Com informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico