Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou que 61,2% dos trabalhadores rondonienses estavam no comércio, na agropecuária e em atividades típicas da administração pública em 2023.
O relatório de Características do Mercado de Trabalho da PNAD Contínua mostra que, no último ano, das 824 mil pessoas ocupadas em Rondônia, a maioria estava em um dos três segmentos, que também foram os mais importantes no ano de 2013.
187 mil trabalhavam no comércio;
161 mil eram ocupadas com atividades da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais;
156 mil eram trabalhadores da agropecuária.
A pesquisa indicou ainda que a participação de mão de obra com ensino superior e com ensino médio tem aumentado ao longo dos anos, representando um aumento de 8% respectivamente entre 2013 e 2023.
Ao longo dos 10 anos, a participação das pessoas ocupadas sem instrução ou com nível fundamental incompleto diminuiu, assim como o número de trabalhadores com fundamental completo ou médio incompleto.
Excluindo os trabalhadores domésticos e do serviço público, 70,9% das pessoas ocupadas no estado trabalhavam em empreendimentos com até cinco pessoas.
Outra informação obtida pela pesquisa é sobre a informalidade entre os empregadores e trabalhadores por conta própria. Em Rondônia, em 2023, 80,7% das 311 mil pessoas ocupadas na informalidade não trabalhavam em estabelecimentos com registro no CNPJ. O índice foi um pouco inferior ao registrado em 2013.
O estado também aparece como o terceiro em número de profissionais que não estavam associados a sindicato, ficando atrás do Amapá (96,9%) e Amazonas (96%). Em 2013, no estado de Rondônia, 15,4% eram sindicalizados, passando para 4,1% em 2023.
O crescente desafio global de enfrentar a escassez de recursos energéticos e mitigar os impactos ambientais decorrentes do consumo desenfreado de energia impõe uma urgente necessidade de ações concretas e eficazes em todas as esferas da sociedade. Neste contexto, o Governo do Amazonas, em sintonia com seu compromisso de promover o desenvolvimento sustentável e a preservação ambiental, reconhece a importância estratégica da gestão e eficiência energética em suas atividades e instalações públicas. Simplificadamente, eficiência energética pode ser entendida como resultado da diminuição de gastos com o insumo para produzir a mesma quantidade de produtos.
Ao encontro desse desafio, o Governo amazonense determinou, por meio da Lei n° 5.350/2020, a adoção de técnicas de gestão de tecnologias de fontes renováveis de energia e eficiência energética em todos os órgãos da administração direta e indireta do Estado visando à diminuição, por parte do poder público, dos gastos com a utilização de energia convencional. Para alcançar o objetivo foi elaborado um Plano de Gestão de Eficiência Energética para os órgãos estaduais que tem por finalidade última coexistir com as medidas adotadas por meio do Decreto estadual n° 47.925/2023, que dispõe sobre a redução de despesas de custeio.
Ao estabelecer metas ambiciosas e estratégias práticas para a eficiência energética em instalações públicas, o governador Wilson Lima determinou à Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Ciama) a criação do Plano em referência, implementado, inicialmente, na própria companhia, dando início à adoção de práticas sustentáveis de consumo de energia, de modo a contribuir ativamente para a construção de um futuro mais verde e próspero. Dentre os pressupostos do Plano destacam-se a redução da demanda; a redução de custos; a economia financeira; a redução de volume de emissões de gases de efeito estufa (GEE); e a promoção e solidificação de consciência ambiental por parte do funcionalismo e da própria sociedade, enfim.
O passo seguinte, de acordo com a Ciama configurou-se por meio da elaboração do Plano de Gestão e Eficiência Energética para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), observando toda uma metodologia que envolveu uma série de ações como: reunião de kick-off; análise de contratos de demanda firmados com a concessionária de energia; visitas técnicas acompanhados por representantes do órgão aos compartimentos internos e áreas externas; levantamento de dados do consumo de energia; levantamento de cargas, com inventário de equipamentos eletroeletrônicos, parque de informática, iluminação e climatização; levantamento da situação dos quadros de distribuição de energia; análise de dados de consumo de energia do órgão; elaboração do relatório de análise de demanda; e elaboração de uma Cartilha de Eficiência Energética.
Segundo o presidente da Ciama, Aluizio Barbosa, os estudos realizados já permitiram uma redução inicial da ordem de 34% no consumo de energia da Sedecti que, em continuidade às recomendações do Plano de Gestão e Eficiência Energética, vem promovendo ações de sensibilização junto ao seu corpo técnico de sorte a alcançar novos patamares de redução de custos do insumo. A Ciama está replicando o “caso de sucesso” da Sedecti junto à Secretaria de Administração e Gestão (Sead), ora em fase de implementação; ao Sistema Encontro das Águas (Rádio e Televisão) e nas unidades de responsabilidade da Secretaria de Estado do Desporto e Lazer (Sedel), como Arena da Amazônia, Ginásio Amadeu Teixeira e Vila Olímpica de Manaus.
As conquistas alcançadas com o Plano nessa fase inicial está entusiasmando outros órgãos a se voltarem para a elaboração dos seus respectivos Planos de Gestão de Eficiência Energética, em observância às determinações emanadas das medidas preconizadas pelo Executivo amazonense para o setor.
Sobre o autor
Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).
Jantar oferecido pela Colônia Portuguesa e Governo do Estado do Amazonas no Atlético Rio Negro Club, em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Por Abrahim Baze – literatura@amazonsat.com.br
Data importante para quantos que viviam em Manaus, entregues aos labores de todos os dias foi a 22 de junho de 1957, quando o Excelentíssimo Senhor General Francisco Higino Craveiro Lopes, acompanhado de uma importante comitiva e de altas autoridades brasileiras, transpôs os umbrais da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa Beneficente do Amazonas em uma visita que se tornou histórica.
Ao alvorecer deste dia inesquecível para os portugueses aqui residentes, acordou o hospital com o vistoso tapete de flores, que tornava ainda mais suntuosa a frontaria do edifício, cujas janelas ostentavam gralhadamente as bandeiras das duas pátrias.
Formaram em derredor da custosa e florida passarela, em uniformes de gala, como guardas de honra, praças dos bombeiros voluntários de Manaus e da Polícia Militas do Estado. No portão principal além do Excelentíssimo Governador do Estado, Secretários, o Ministro das Relações Exteriores e o Embaixador de Portugal, aguardavam o ilustre visitante, encontravam-se os Corpos Dirigentes da Comunidade das Filhas de Sant’Anna, o corpo clínico do hospital e os escalões de enfermeiras e demais auxiliares.
O senhor Presidente da Assembleia Geral da Beneficente, Comendador Agesilau de Araújo entrega uma lembrança ao General Craveiro Lopes em nome da Diretoria, em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Após os cumprimentos de estilo, liderados pelo Comendador Agesilau de Araújo Presidente da Assembleia Geral e pelo Senhor Antônio Páscoa Presidente da Diretoria, foram as insignes autoridades conduzidas até o salão nobre onde teve início a sessão solene.
Ata da sessão solene
Estava a mesa a diretoria assim constituída: Presidente Comendador Agesilau de Araújo, 1.º Secretário Aristides Teixeira Pinto, 2.º Secretário Bernardo Adão Henrique. Em lugares especiais tomaram assento o Excelentíssimo Senhor Presidente de Portugal General Francisco Higino Craveiro Lopes e sua digníssima esposa Berta Caveiro Lopes, Professor Paulo Cunha Ministro dos Negócios Estrangeiro de Portugal e sua Excelentíssima Esposa, Dr. Antônio de Faria Embaixador de Portugal no Brasil, Dr. Plínio Ramos Coelho Governador do Estado do Amazonas, Dom Alberto Gaudêncio Ramos Arcebispo Metropolitano, Secretários de Estado e outras autoridades.
Aberta a sessão, o senhor Presidente da Assembleia Geral Extraordinária comunicou aos presentes sobre a proposta da diretoria de conceder títulos de Presidente Honorário da Beneficente Portuguesa ao Preclaro Presidente de Portugal General Francisco Higino Craveiro Lopes e de Sócio Honorário ao Presidente do Brasil Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, demoradas salvas de palmas reboaram no recinto.
Em seguida, usando da palavra o Comendador Agesilau de Araújo aludiu a presença do mais mandatário da nação portuguesa, numa evidente demonstração de estima a todos quantos aqui vivem, portugueses e brasileiros ligados pelos mesmos interesses e pelos mesmos ideais.
Sua Exa. o senhor Presidente da República Portuguesa recebe das mãos do Presidente da Diretoria da Beneficente, senhor Antônio Reis Páscoa, o diploma de Presidente Honorário. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Vive hoje a nossa Sociedade Portuguesa Beneficente do Amazonas ponderou o eminente orador – íntima consolação. Dissemos nossa porque é também de V. Excelência a Casa que jubilosamente o acolhe. É que, afora lhe pertencer por direito, já que nela algo se respira do perfume místico da ditosa pátria amada. Abrindo então um parêntese em sua ordem de considerações, declarou que ia decidir sobre as propostas já citadas, isto é, sobre os diplomas. Vibrantes e prolongadas salvas de palmas abafaram as suas últimas palavras. Cessadas as palmas o Presidente da Diretoria senhor Antônio Páscoa, fez a entrega do diploma que cabia ao Presidente de Portugal Francisco Higino Craveiro Lopes.
Ao encerrar sua oração, repassada de elogiosas referências a Portugal e ao Brasil, as duas pátrias que se completam, prestou impressionante homenagem aos fundadores do Hospital Portuguesa:
[…] Injusto quão ingrato seria não nos referirmos, posto que de relance, empreito de referente saudade, aos setenta obstinados apóstolos do altruísmo lusitano que em 1873, lançaram a dadivosa terra da Manaus, a semente abençoada que brotou, não sem múltiplos escolhos à contornar na penosa jornada até aqueles dias, a monumental obra de caridade cristã, orgulho de qualquer raça, em qualquer dos rincões do globo”.
Ato contínuo conforme havia sido anunciado pelo intérprete dos portugueses vinculados ao Amazonas, foi procedido ao descerramento da placa comemorativa de tão honrosa visita.
Sua Exa. o senhor Presidente da República Portuguesa, General Francisco Higino Craveiro Lopes, visita o hospital em 1957. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal
Levantando-se então, para agradecer as inconcusas provas de apreço, que lhe estavam sendo tributadas, o Excelentíssimo Senhor General Francisco Higino Craveiros Lopes afirmou:
[…] Tenho verificado com grande satisfação que os portugueses, em toda parte em que vivem, não deixam de vincular uma parte de seu caráter e o desejo de fazer o bem. Os portugueses são conscientes das suas responsabilidades”.
Ao concluir o seu breve improviso, desejou ainda as maiores prosperidades a Beneficente Portuguesa e aos portugueses residentes em Manaus, tão pródigos em gentileza, em suas manifestações. Por entre vivas aclamações ao ínclito visitante General Francisco Higino Craveiro Lopes e ao Presidente do Brasil Juscelino Kubitschek de Oliveira e demais autoridades presentes tendo assim, o senhor Presidente da Assembleia Geral deu por encerrada a sessão.
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
O Centro Cultural e de Documentação do TJ. Foto: Assessoria
Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com
De 1º a 5 de julho (segunda a sexta-feira), Porto Velho sediara a II Semana da Memória do Poder Judiciário, promovida pelo Centro Cultural e de Documentação Histórica (CCDH) do TJ/RO, vinculado à Escola da Magistratura do Estado (Emeron). O evento será aberto ao público, mediante inscrição, e acontecerá diariamente, das 15h às 18h, no auditório do CCDH, à rua Rogério Weber, 2396, bairro Caiari, ao lado da Praça das Caixas d’Água, centro histórico da capital.
Segundo o desembargador Alexandre Miguel, diretor da Emeron, o evento é uma celebração da memória do Judiciário conectada à história da formação do Estado de Rondônia.
Na agenda, constam uma série de palestras. À abertura, entre 15h20 e 15h150, quem fará a apresentação será o jornalista e escritor Júlio Olivar, pesquisador de história regional que abordará o tema “A história a partir dos processos judiciais”. No mesmo dia 1º segue, das 15h50 às 16h10, a palestra “Memória, história e cidadania” pelo olhar do escritor, médico e ativista Viriato Moura.
Na sequência, entre 16h10 e 16h30, um ‘quis’ via Kahoot sobre a palestra de Olivar, com premiações, coordenado por Almício Fernandes. Ainda no primeiro dia, haverá a apresentação do espetáculo ‘Carimbó Pau e Corda’ e será aberta a exposição ‘A história pela lente’, de Rosinaldo Machado, fotógrafo consagrado que atua há cerca de 45 anos em Rondônia.
A vasta programação prossegue por mais quatro dias. Constando de mais palestras, mesas redondas, ‘quiz’. No encerramento, dia 5, serão a mesa-redonda ‘Memorias Institucionais do Judiciário”, o lançamento do livro ‘Mitos e Identidade de Nazaré -RO’ da jornalista Simone Norberto e o show com o grupo ‘Minhas Raízes’.
Para mais detalhes de toda a programação, acesse o site emeron.tjro.jus.br.
Como se inscrever
A Semana da Memória dispõe de 70 vagas por dia. Os interessados em participar deverão realizar sua pré-inscrição nos formulários de cada data disponibilizados no site da Emeron (menu inscrições). A confirmação da inscrição será feita por ordem de chegada no evento.
Sobre o autor
Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.
A malária avança na região amazônica principalmente devido ao garimpo ilegal associado ao desmatamento. Um estudo da Universidade de Brasília (UnB) reúne constatações científicas anteriores e aponta que a área de garimpo em terras indígenas aumentou 102% entre 2018 e 2021. Esse fato impactou, possivelmente, no aumento de casos de malária nas terras indígenas Yanomami, em Roraima, e Munduruku, e no Pará, de acordo com a análise publicada na segunda (24) na “Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical”.
O trabalho traça o cenário epidemiológico da malária em áreas de garimpo no Norte do país em um período maior de tempo, de 2011 a 2023, e propõe estratégias para o controle da incidência da doença na região, a partir da revisão da literatura dos principais estudos sobre o tema. Foram usados dados de casos da doença registrados nestes 13 anos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.
Segundo o pesquisador Pablo Sebastian Tavares Amaral, de 2018 a 2021, foi registrado um aumento de 108% nos casos de malária em pacientes das áreas de garimpo da região Amazônica. “Esses números podem ser subestimados, uma vez que, devido à atividade do garimpo ser ilegal, muitos omitem a informação de que são garimpeiros”, salienta Amaral, que é coautor do estudo e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da UnB.
Em 13 anos, mais de 253 mil casos de malária foram registrados em áreas de garimpo. Os registros começam a subir, principalmente, a partir de 2020. Dentre as regiões mais afetadas, estão os estados do Mato Grosso e de Roraima, com aumento de casos entre 2017 e 2022, principalmente em áreas de garimpo ilegal. Em 2020, 59% dos garimpos brasileiros eram ilegais, segundo dados da pesquisa.
Ao mapear as áreas de garimpo impactadas pela malária, a pesquisa traz resultados que podem orientar ações de vigilância e de controle da doença na Amazônia. “Conhecer as áreas prioritárias e a dinâmica da doença é essencial para direcionar melhor as ações”, explica Amaral. Ele ressalta que, por serem ilegais, as áreas de garimpo têm pouca estrutura de saúde, o que dificulta o tratamento para a doença.
O grande número de garimpos ilegais impõe desafios para o seu monitoramento, segundo o trabalho. Essas áreas acabam virando criadouros de mosquitos que transmitem a malária. Por isso, como estratégia, o estudo identifica a necessidade de revisar a legislação para aumentar o controle sobre o desmatamento e as atividades de garimpo, principalmente em terras indígenas.
Além dela, outras estratégias citadas são expandir a vigilância da malária, por meio da ação de agentes comunitários, e de ações multissetoriais para fornecer assistência imediata às populações indígenas. Outra proposição do estudo é de conectar dados de desmatamento e malária, inserindo alertas sobre desmatamento no Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária. Essas ações podem ter impacto na melhoria do diagnóstico e do tratamento da malária nas terras indígenas e outras regiões mais afetadas pela doença.
O grupo de pesquisa continua a fazer estudos sobre malária na Amazônia, procurando entender o impacto das grandes obras hidrelétricas na dispersão da doença. “Esses empreendimentos passam por um processo de licenciamento ambiental que insere a malária em um plano específico, diferente dos garimpos ilegais”, explica Amaral. O pesquisador procura entender se essas ações direcionadas podem ter efeito no controle da doença na região.
*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori
O modo de vida baseado na agricultura familiar e no extrativismo sustentável, pode se constituir em uma sólida fonte de renda para as populações indígenas e ribeirinhas que vivem em territórios abrangidos por áreas protegidas no município de Tapauá (a 448 quilômetros de Manaus), no Amazonas.
Um diagnóstico participativo realizado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) por meio do projeto Governança Socioambiental Tapauá, aponta que a pesca, a produção agrícola familiar e o extrativismo são importantes fontes de sustento e economia local para estas comunidades.
O diagnóstico mostrou, entre outras coisas, que as comunidades produzem, por meio da agricultura familiar: banana, macaxeira, farinha e pupunha. Já o extrativismo se dá na produção de açaí, castanha-da-amazônia e copaíba. As informações foram apresentadas durante o 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá, realizado pelo Idesam entre 27 e 29 de maio, na unidade da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) do município.
O evento mostrou, ainda, que as comunidades têm potencial de exploração sustentável da cadeia de valor do breu, do cumaru e até meliponicultura (criação de espécies de nativas abelhas sem ferrão).
O diagnóstico também apresentou às lideranças indígenas e comunitárias, que o fortalecimento e promoção das cadeias de valor já existentes reduzem a vulnerabilidade financeira, e promovem a conservação ambiental nas áreas protegidas de Tapauá.
Conservação da floresta
Indígena do povo Paumari, residente da Aldeia Sabazinho, Maria Helena Silva Soares afirma que a conservação da floresta é prioridade para seu povo. “Nós somos indígenas, nós preservamos a nossa terra. Quando as pessoas vêm de fora, que são os grileiros, que são os fazendeiros, eles desmatam a nossa terra, a nossa floresta. E nós, que ficamos protegendo, ficamos com pena daquela floresta, porque é de lá que recebemos o ar. É de lá que comemos as nossas frutas que são diferenciadas”, afirmou.
Maria Helena cita como “frutas do mato” o açaí, o cacau e o uchi. “Vocês nunca viram cacau da beira do igarapé”, disse.
“O uchi, tem uns compridos, tem uns redondos, que a gente toma com café pela manhã. Então, quando vem esse desmatamento, já é uma tristeza para nós indígenas”, declarou.
Participante do 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá, a líder indígena se diz agradecida pelas informações divulgadas durante o evento. “É muito bom para conseguir um benefício para nós, porque a mãe natureza deixou muito açaí para fazermos, mas precisamos de informação”, afirmou.
Venda da produção
O vice-presidente da Associação Agroextrativista dos Moradores da Floresta Estadual de Tapauá (Aamfet), Raimundo Firmeano, ficou otimista com as possibilidades de comercialização da produção das comunidades.
“Tudo que a gente quer é que tenha um comprador, porque nós temos uma floresta rica de produtos, mas o mercado para nós não tem. Isso aí eu gostei muito e sempre me interessa algo nessa área aí para que venha um mercado para cá, para que compre os produtos que temos na floresta”, disse.
Altanário Ferreira Pires, mais conhecido como Tana, mora na comunidade Itaparanã e é membro associado da Aamfet. Tana gostou da possibilidade anunciada durante o Seminário pelo representante do Idam sobre a realização de um curso de boas práticas na produção de castanha. “O curso de capacitação da castanha é um negócio que a gente já tem prática e aprendemos muito mais. Isso aí vai ajudar muito, porque muitas coisas que não sabíamos, a gente vai levar para a comunidade”, avaliou.
Já o secretário-geral da Associação da União das Comunidades Indígenas do Trevo de Tapauá (Aucitt), Dieno Fonseca Braga, participou do seminário e se identificou com o conteúdo sobre as associações. “O que mais gostei foi a parte que falaram sobre a associação. Da importância de a gente ter uma associação. É muito bom a gente ter esse conhecimento, ter esse aprendizado. Eu fico muito alegre e feliz por isso”, disse.
Morador da Aldeia Trevo e do povo Apurinã, Dieno quer levar conhecimento para sua comunidade. “Nesse seminário, aprendemos de que maneira vamos melhorar nossa vida e a vida do pessoal que está lá na comunidade. A maneira que eu vou melhorar, através desse seminário, desse conhecimento que estou tendo hoje, eu vou repassar para a comunidade, paraa aldeia que moro”, afirmou.
O evento
A realização do 1º Seminário de Sociobioeconomia de Tapauá é uma construção coletiva articulada pelo Idesam, por meio do projeto Governança Socioambiental Tapauá, em parceria com a Prefeitura Municipal de Tapauá; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Sedecti-AM); Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-AM); Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam); e Universidade do Estado do Amazonas (UEA); além disso, conta com o apoio da AAMFET, Associação das Mulheres Indígenas Artesãs de Tapauá (Amiata), Associação da União das Comunidades Indígenas do Trevo de Tapauá (Aucitt) e Federação das Organizações e Comunidades Indígenas do Médio Purus (Focimp).
Sobre o projeto
O projeto Governança Socioambiental Tapauá teve início em abril de 2022 por meio da iniciativa estratégica Governança Territorial do Idesam, com recursos da Rainforest Association e Embaixada da Nova Zelândia. O projeto tem como prioridade a realização de atividades para o fortalecimento de comunidades em Áreas Protegidas de Tapauá, como a Floresta Estadual (FES) Tapauá, uma Unidade de Conservação estadual; e as Terras Indígenas Apurinã do Igarapé São João e Apurinã do Igarapé Tawamirim. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amazonas (Sema-AM) para avaliação e aprovação da execução por meio do Acordo de Cooperação Técnica N.º 003/2023.
No período de janeiro a abril deste ano, o Polo Industrial de Manaus (PIM) faturou o montante de R$ 63,86 bilhões, o que representa crescimento de 10,46% em relação ao mesmo intervalo do ano passado (R$ 57,81 bilhões). Em dólar, o resultado de faturamento no primeiro quadrimestre atingiu US$ 12.7 bilhões, indicando aumento de 12,01% em relação ao mesmo intervalo de 2023 (US$ 11.34 bilhões).
“Os números refletem aquilo que já prevíamos no início do ano, quando falávamos na tendência de redução da taxa básica de juros por parte do Copom (Comitê de Política Monetária), além da estabilização dos níveis dos rios no período. São fatores que contribuíram positivamente com a normalização da produção no PIM e, consequentemente, com o crescimento no faturamento de 10,46% em relação ao mesmo intervalo de 2023”, avaliou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva.
As exportações do PIM totalizaram US$ 227.46 milhões até abril, o que indica crescimento de 16,47% na comparação com o mesmo período de 2023 (US$ 195.29 milhões).
No tocante à mão de obra, o Polo Industrial de Manaus empregou, no mês de abril, o quantitativo de 116.450 trabalhadores, entre temporários, terceirizados e efetivos. Com os resultados apurados até abril, a média mensal de mão de obra do PIM, em 2024, está estabelecida em 116.966 trabalhadores – crescimento de 4,6% em relação à média mensal de igual período de 2023 (111.818 trabalhadores).
Bens de Informática (23,37%), Eletroeletrônico (17,37%), Duas Rodas (19,25%), Químico (10%) e Termoplástico (8,53%) foram, até abril, os segmentos com maior participação no faturamento global do PIM. Destes, Duas Rodas, com faturamento de R$ 12,29 bilhões e crescimento de 22,65%, e Termoplástico, com faturamento de R$ 5,44 bilhões e crescimento de 10,55%, representaram os subsetores mais aquecidos no período.
Receptores de sinal de televisão, com 2.284.338 unidades fabricadas e crescimento de 106,58%, e condicionadores de ar do tipo janela ou de parede, com 152.957 unidades e aumento de 197,86%, estão entre os principais produtos fabricados pelo PIM com maior aumento de produção no período de janeiro a abril deste ano.
Outros produtos de destaque incluem:
condicionadores de ar do tipo split system, com 1.875.633 unidades e aumento de 84,41%;
rádios aparelhos reprodutores e gravadores de áudio (não portáteis), inclusive, toca discos digitais a laser, com 298.803 unidades e aumento de 43,52%;
monitores com tela de LCD (para uso em informática), com 954.869 unidades e aumento de 20,62%;
fornos microondas, com 1.802.247 unidades e aumento de 59,09%;
motocicletas, motonetas e ciclomotos, com 625.294 unidades e aumento de 17,84%;
televisores com tela de LCD e OLED, com 4.462.591 unidades e aumento de 4,31%;
e microcomputadores portáteis, com 197.189 unidades e aumento de 34,78%.
Quadro com números desde 2019 também mostra evolução nas Exportações do PIM, que totalizaram US$ 227.46 milhões entre janeiro e abril de 2024, um incremento de 16,47% em relação ao mesmo período de 2023. Arte: Fábio Alencar/Suframa
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O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, sancionou a lei complementar 990/2024, aprovada pela Câmara Municipal, que dispõe sobre a Política Municipal para o Desenvolvimento e Expansão da Apicultura e da Meliponicultura. A lei estabelece a regulamentação da criação de abelhas sem ferrão na área urbana da capital, além de manter a proibição da criação da espécie Apis mellifera (com ferrão), em perímetro urbano.
“Essa regulamentação era esperada por meliponicultores e agora estão definidas as regras para essa importante atividade econômica, com ganhos sociais e ambientais enormes. Nosso mel é especial, tem muita qualidade e estamos vendo um crescimento no interesse dos criadores nessa produção, com a lei sendo importante nesse momento de expansão da atividade”, disse o prefeito.
A lei foi criada com o objetivo de instituir, normatizar e disciplinar procedimentos, nos limites do município de Porto Velho/RO, visando o resgate, captura, criação, reprodução, conservação, exposição, transporte, remoção, manejo e conservação de abelhas nativas sem ferrão – ANSF (meliponíneos) e Apis mellifera, com objetivos educacionais, socioculturais, de conservação ambiental, de pesquisa científica e econômicos, utilizando-se das colônias ou partes delas e de seus produtos e subprodutos e serviços de polinização, aos quais obedecerão aos princípios dispostos nesta Lei.
Expansão
A produção de mel em Porto Velho vive uma crescente e a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Semagric) tem apoiado a atividade, promovendo encontros e ações como compartilhar informações entre os apicultores e estimular o desenvolvimento da apicultura, uma alternativa sustentável de renda.
Nos últimos anos, a produção de mel em Porto Velho tem apresentado um crescimento expressivo, passando de cerca de oito a 12 toneladas por ano em 2019 para mais de 30 toneladas em 2023.
A implantação, pela Prefeitura, do programa Mel do Porto em 2019, com iniciativas como distribuição de caixas para criação, capacitação técnica e apoio à comercialização, tem sido um catalisador para o crescimento e a profissionalização dos produtores locais.
A Embratur assinou um protocolo de intenções com o Ministério do Turismo (MTur) e a Caixa Econômica Federal para elaborar projetos e ações em conjunto e trazer protagonismo para o turismo de base comunitária de ribeirinhos de Belém (PA). A parceria entre as instituições faz parte de um conjunto de iniciativas voltadas para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que vai acontecer na capital paraense em novembro do ano que vem.
Entre as iniciativas está o projeto Belém Ribeirinha, que será submetido ao Fundo Socioambiental da Caixa e prevê o investimento de R$ 6 milhões para fortalecer o turismo de base comunitária da região e preparar essas populações para receberem turistas internacionais e oferecerem experiências autênticas a esses visitantes.
O protocolo de intenções foi assinado em 17 de junho com a presença do ministro do Turismo, Celso Sabino, da gerente de Orçamento, Finanças e Contabilidade da Embratur, Caroline Teixeira Jorge, do representante da Caixa, Tarso Duarte de Tassis, e do secretário de Turismo do Pará, José Eduardo da Costa.
“São três instituições robustas para a agenda socioeconômica brasileira. Essa parceria é fundamental e muito frutífera. Estamos otimistas com os projetos que devem vir a partir desse protocolo. O turismo de base comunitária é uma atividade muito importante na região ribeirinha de Belém, com pequenos empreendedores, e é gerador de emprego e renda da região”, destacou Caroline Jorge.
Três eixos
A gerente explicou que o projeto Belém Ribeirinha terá três eixos: um voltado para a capacitação, que inclui empreendedorismo, inclusão digital e ensino de inglês e espanhol; outro de criação de indicadores de sustentabilidade, para automonitoramento da região, que vai envolver a área de dados da Embratur; e o terceiro é a realização de viagens de familiarização com operadores de turismo internacionais (famtours).
“A importância é a geração de emprego e renda para a região e todo o desenvolvimento é preocupado com a sustentabilidade. Todas as capacitações incluem esse eixo. Entendemos que o turismo sustentável, que preserva o meio ambiente, é o que mais pode ter um multiplicador econômico. Por isso [o projeto] está sendo submetido ao fundo socioambiental da Caixa. Tem um aspecto social e um aspecto ambiental de uma região que é muito rica, que fica ao lado da Floresta Amazônica, então a sustentabilidade é um tema transversal”, acrescentou Caroline.
Na data da assinatura, o ministro elogiou a iniciativa. “Pela primeira vez na história, nós vamos investir um valor tão significativo para desenvolver uma modelagem de turismo que aproxima as pessoas que mais precisam de uma fonte de renda sustentável e ainda proporciona experiências turísticas memoráveis”, declarou Sabino.