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Trilha Amazônia Atlântica consolida o Pará no mapa do ecoturismo brasileiro

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Foto: Divulgação

A Trilha Amazônia Atlântica conquistou, nos últimos dias, o segundo lugar no Prêmio Nacional de Turismo 2025, na categoria “Trilhas de Longo Curso como Vetores de Desenvolvimento Turístico”.

O percurso ecológico é uma iniciativa da Rede Brasileira de Trilhas, apoiada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), e foi celebrado como um dos mais relevantes do país na promoção do ecoturismo, da conservação e da cidadania ambiental.

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O reconhecimento foi recebido com entusiasmo pelo presidente da Rede Brasileira de Trilhas e gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer. Ele destacou que o prêmio simboliza o esforço conjunto entre sociedade civil, governos e iniciativa privada na construção de uma rota sustentável e inclusiva.

“A premiação é um reconhecimento importantíssimo para uma iniciativa que nasce de uma rede de parcerias incrível e que competiu com trilhas de grande destaque em todo o território nacional”, afirmou.

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Presidente da Rede Brasileira de Trilhas e gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer. Foto: Divulgação

Meyer também ressaltou que 2025 marcou a primeira vez em que trilhas de longo curso foram incluídas na premiação nacional, o que reforça a maturidade do setor e o avanço das políticas públicas voltadas ao turismo sustentável. Para ele, o destaque conquistado amplia o protagonismo do Pará na agenda do ecoturismo.

“A Trilha Amazônia Atlântica fortalece o papel do Estado no cenário brasileiro, fazendo com que o Pará seja reconhecido com o posicionamento que merece”, completou.

Referência

A rota, que se tornou uma das principais referências ambientais apresentadas na COP30, em Belém, ganhou atenção mundial ao ser oficialmente lançada diante de pesquisadores, autoridades, ambientalistas e visitantes internacionais. Com quase 460 quilômetros de extensão, ela recebeu, no último dia 14 de novembro, o título de maior percurso sinalizado da América Latina, resultado de anos de trabalho colaborativo entre comunidades tradicionais, voluntários, órgãos públicos e instituições parceiras.

A construção da trilha contou com a participação decisiva do Ideflor-Bio, responsável pela maior parte da sinalização — etapa essencial para garantir segurança a caminhantes e ciclistas e assegurar respeito à fauna e à paisagem.

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O projeto integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas) e prevê atrair, já no primeiro ano, mais de dez mil visitantes. Ao longo do trajeto, sete unidades de conservação são atravessadas, entre elas o Parque Estadual do Utinga e o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, além de seis territórios quilombolas que oferecem cultura, hospitalidade e modos de vida preservados.

trilha amazônia
Foto: Divulgação

Atrativos no evento Trilha Amazônia

A Amazônia que se revela no caminho vai além das florestas. A trilha atravessa municípios que conectam Belém a Viseu — passando por Ananindeua, Castanhal, Santa Izabel do Pará, Capanema, Bragança e muitos outros. Cada trecho apresenta um mosaico de paisagens naturais e modos de vida, permitindo experiências autênticas com artesãs, agricultores familiares, cozinheiras tradicionais e jovens empreendedores que encontram no ecoturismo novas oportunidades de renda e valorização cultural.

Para o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a conquista representa um marco histórico que consolida o papel do Pará no desenvolvimento de rotas sustentáveis.

“Depois de cinco anos, inauguramos durante a COP30 a Trilha Amazônia Atlântica. Ela envolveu população, municípios, Governo Estadual e Governo Federal. Participamos da capacitação e da montagem da maior parte da sinalização, fundamental para os usuários. É uma trilha que preserva a ecologia, apoia a população local e também é peregrina: leva romeiros de Bragança a Belém no Círio de Nazaré e retorna para a festa de São Benedito. É completa e nos enche de felicidade”, celebrou.

Somando inovação ao esforço comunitário e ambiental, a plataforma digital eTrilhas, selecionada pelo EmbraturLAB, passou a integrar o projeto como ferramenta de apoio aos viajantes. Pelo aplicativo, será possível localizar hospedagens, restaurantes, serviços e empreendedores ao longo do percurso.

O acesso será facilitado por QR Codes instalados nos estabelecimentos parceiros, estimulando a circulação de renda, fortalecendo negócios locais e garantindo uma experiência ainda mais conectada e transparente para quem embarcar nessa jornada pela Amazônia paraense.

*Com informações da Agência Pará e Ideflor-Bio

Gente do Norte Empresas: saiba quem é Kilze Krauss

Kilze Krasuss. Foto: Reprodução/Amazon Sat

Filha de Antônio Gomes de Araújo e Érica Krauss de Araújo, Kilze Krauss é natural de Manaus (AM) e nasceu dia 25 de dezembro de 1970. A empresária é co-fundadora da Casa dos Espelhos, autorizada e franqueada pela marca Blindex.

De acordo com a empresária, a Casa dos Espelhos surgiu da reciclagem de pequenos pedaços de vidro que estavam destinados ao lixo. Kilze conta ainda que, dentro da Casa dos Espelhos, surgiram outras iniciativas, como a micro empresa denominada “Erika Glass”, que tratava das sobras de vidro que iam para a coleta.

Ela afirma que, atualmente, todos os vidros da CDE são 100% reciclados e, além disso, possui outros tipos de serviço com vidros, como os populares espelhos e acessórios para ornamentação, fabricados em Manaus.

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empresa cde
Casa dos Espelhos. Foto: Reprodução/Amazon Sat

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Origem da Empresa CDE

A CDE foi criada em 1978 pelos pais de Kilze e foi um empreendimento familiar até 2016. Na época se chamava LDE e devido à questões motivacionais dos familiares, resolveu-se separar os caminhos. Foi quando Kilze assumiu a liderança e fundou a CDE Blindex.

“Empreender na Amazônia é acreditar que temos novas possibilidades diante dos desafios”, declara Kilze.

CDE antigamente. Foto: Kilze Krauss/Acervo pessoal

A loja começou com apenas 12 funcionários e atualmente conta 80 colaboradores em nove anos. A estrutura da atual conta com três setores: área administrativa, área comercial e área de produção.

A CDE segue “à todo vapor” e fará o lançamento de produtos como o “vidro habitar”, que contém partículas que protegem contra raios solares UV, e o “box slim”, feito para ambientes pequenos.

Kilze Krauss é uma das convidadas do programa Gente do Norte – Empresas, do canal Amazon Sat:

Quem é María Corina Machado? Venezuelana é a escolhida do Prêmio Nobel da Paz em 2025

María Corina venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2025. Foto: Reprodução/Instagram – @marinacorinamachado

María Corina Machado Parisca nasceu em 7 de outubro de 1967, em Caracas, na Venezuela, país que faz parte da Bacia Amazônica e por consequência, torna María uma mulher amazônida. A engenheira industrial, professora e política, é reconhecida como uma das principais líderes da oposição ao governo ditatorial venezuelano e ganhou ainda mais notoriedade após ser escolhida para receber o prêmio Nobel da Paz de 2025

A ativista é formada pela Universidade Católica Andrés Bello e com mestrado em finanças pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA). E ela também já atuou como empresária e professora antes de se engajar na política. 

Seu comprometimento com a sociedade começou ainda jovem e se transformou em uma carreira política marcada por confrontos com o poder dominante na Venezuela

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María na política

María Corina Machado liderou a luta pela democracia diante do crescente autoritarismo na Venezuela. Ela iniciou sua jornada social com a criação da Fundação Atenea, para ajudar órfãos e crianças carentes da cidade de Caracas. Foi também presidente da Fundação Oportunidades. 

Ela fundou a Súmate, em 2002, um grupo voluntário que promove direitos políticos e fiscaliza os períodos eleitorais, em conjunto com Alejandro Plaz, que incentiva eleições livres e justas e realiza treinamentos e monitoramento eleitoral. 

Foi eleita para a Assembleia Nacional da Venezuela, com recorde de votos, no ano de 2010. O regime autoritário na Venezuela a destituiu do cargo em 2014.

Liderou o partido de oposição Vento Venezuela e, em 2017, ajudou a fundar a aliança Soy Venezuela, que une forças pró-democracia no país, transcendendo as divisões políticas.

Em 2023, ela anunciou sua candidatura à presidência nas eleições presidenciais de 2024. Quando foi impedida de concorrer, apoiou o candidato alternativo da oposição, Edmundo González Urrutia. A oposição mobilizou-se amplamente e coletou documentação sistemática que comprovava sua verdadeira vitória nas eleições. O regime declarou vitória e consolidou seu poder.

María Corina encontrando o ex-presidente dos Estados Unidos, George Bush, para discutir sobre o Súmate. Foto: Eric Draper / Wikipédia

Luta pelos direitos básicos para os venezuelanos

A engenheira estava na linha de frente das manifestações contra o regime autoritário na Venezuela em 2014. O congresso da Venezuela, em 18 de Março, solicitou uma investigação criminal de María por crimes, incluindo traição por seu envolvimento nos protestos anti-governo.

Ela respondeu às acusações legais feitas contra ela dizendo, para um jornal local: “Em uma ditadura, quanto mais fraco o regime é, maior a repressão”.

Desde seu mandato cassado, juntamente com seus eleitores, iniciaram uma marcha em 1° de abril em direção ao centro de Caracas em protesto contra a expulsão dela, quando ela tentou retornar a seu assento na Assembleia Nacional. Os manifestantes foram impedidos de sair pela Guarda Nacional, que os dispersou com gás lacrimogêneo.

María Corina em manifestação no ano de 2024. Foto: Daga95 / Wikipédia

Prêmio Nobel da Paz

María Corina recebe o Prêmio Nobel da Paz, antes de tudo, por seus esforços para promover a democracia no país venezuelano. Segundo o site oficial do Prêmio Nobel, “a democracia também está em retrocesso internacionalmente. A democracia – entendida como o direito de expressar livremente a própria opinião, de votar e de ser representado em governos eleitos – é o alicerce da paz tanto dentro dos países quanto entre eles”. 

Corina venceu o Prêmio Nobel da Paz  “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, de acordo com o comitê norueguês do Nobel.

A líder da oposição vive escondida na Venezuela desde seus problemas políticos com Nicolas Maduro. E, por isso, María Corina não esteve presente na cerimônia de entrega do prêmio, que foi recebido por sua filha Ana Corina Sosa Machado.

A escolhida chegou a Oslo, somente na noite do dia 10 de dezembro, após a cerimônia de entrega do Prêmio. Esta foi a primeira aparição pública da líder da oposição venezuelana em 11 meses.

“Como líder do movimento pela democracia na Venezuela, Maria Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, afirmou o presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, em Oslo.

O Prêmio Nobel da Paz entregue é avaliado em 11 milhões de coroas suecas – cerca de R$ 6,2 milhões.

*Contém informações do site oficial do Prêmio Nobel e Agência Brasil

Pará reduz em 19% os casos de Doença de Chagas Aguda em 2025

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Foto: Daiane Mendonça/Secom RO

O governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), encerrou no dia 10 de dezembro, o V Encontro Estadual dos Representantes de Doença de Chagas do estado, realizado no auditório da própria Secretaria. O evento, promovido anualmente desde 2021, reuniu representantes das 13 Regionais de Saúde, gestores municipais, instituições parceiras e especialistas para discutir estratégias de prevenção, vigilância, diagnóstico e resposta ao agravo, especialmente na forma aguda transmitida por via oral, que segue como o maior desafio no Estado.

Leia também: Doença de chagas: especialista responde principais dúvidas

Ao longo de dois dias de programação, os participantes apresentaram resultados locais, debateram fluxos de investigação, ações de segurança alimentar e rastreabilidade do açaí, além de pactuarem metas e responsabilidades para 2026. A programação também contou com trilhas temáticas de Nutrição, Gestão e Ensino-Pesquisa-Assistência, além de mesas-redondas envolvendo o Ministério Público, a Vigilância Sanitária, a Adepará, pesquisadores e representantes da cadeia produtiva do açaí.

De acordo com o coordenador estadual de Doença de Chagas, Éder Amaral, o estado apresentou avanços importantes ao longo do ano.

“Em 2025, registramos uma redução de 19% nos casos de Doença de Chagas Aguda por transmissão oral, com diminuição também em números absolutos. Esse resultado está diretamente ligado ao aumento da suspeição clínica pelos profissionais de saúde, aos fluxos aprimorados de diagnóstico e à garantia de tratamento para 100% dos pacientes com resultado positivo”, destacou.

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Pará reduz em 19% os casos de Doença de Chagas Aguda em 2025
Foto: Divulgação/Sespa

Ele lembrou ainda que houve ampliação do número de batedeiras licenciadas e treinadas para realizar corretamente o branqueamento do fruto, etapa essencial de prevenção contra a contaminação.

Pará segue em alerta

Mesmo com os avanços, Éder reforçou que o Estado continua em alerta permanente.

“O Pará segue como o Estado da Amazônia com maior número de episódios de Doença de Chagas Aguda, predominantemente relacionados à ingestão de alimentos contaminados, como o açaí. Nosso papel é fortalecer continuamente a vigilância e assegurar que municípios, produtores, órgãos de fiscalização e serviços de saúde atuem de forma integrada”, afirmou.

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Entre os destaques de 2025, a Sespa consolidou ações técnicas e operacionais, como a realização de seminários e capacitações regionais, atualização de materiais orientadores e missões em diversos municípios, fortalecendo o trabalho territorial de prevenção, vigilância e resposta ao agravo.

Com foco no planejamento para 2026, o encontro encerrou com pactuações voltadas ao fortalecimento das ações de base territorial. “Nossa prioridade é reduzir os surtos domiciliares, especialmente nas comunidades ribeirinhas, por meio da educação em saúde, treinamento dos batedores de açaí domésticos, melhoria da notificação ativa e do fluxo de envio das amostras para investigação. Saímos deste encontro com compromissos escritos e operacionais, cronogramas definidos e uma agenda de capacitações que vai permitir avançar ainda mais no próximo ano”, afirmou Éder Amaral.

As prioridades pactuadas incluem: intensificar a fiscalização sanitária e o cumprimento das boas práticas de processamento do açaí; fortalecer ações intersetoriais envolvendo vigilância, Adepará e setores agrário e ambiental; aprimorar a resposta rápida a surtos; e ampliar estratégias de comunicação comunitária para prevenção da transmissão oral.

O V Encontro Estadual dos Representantes de Doença de Chagas concluiu mais um ciclo de integração entre Estado e municípios, reafirmando o compromisso da Sespa em aprimorar continuamente as estratégias de prevenção, vigilância e controle do agravo em todo o território do estado.

*Com informações da Agência Pará

Livro ‘O Tabelião e o Ministro’ resgata a história da família Coelho na Amazônia

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Livro narra a saga da Família Coelho, presente na região do Vale do Rio Madeira — no sul do Estado do Amazonas, atual divisa com Rondônia — desde o século 19. Foto: Divulgação

Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Nesta sexta-feira (12/12), a cidade de Porto Velho (RO) foi palco de um evento cultural de grande relevância, com o lançamento do livro “O tabelião e o ministro”, de autoria do escritor Júlio Olivar. O evento foi organizado pela Emeron (Escola da Magistratura de Rondônia), que idealizou e editou o livro, distribuído gratuitamente — impresso e em formato digital.

O evento, realizado no Museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, um local icônico da história da capital rondoniense, reuniu autoridades, personalidades, estudantes, imprensa e amantes da historiografia regional. O presidente da Emeron, desembargador Alexandre Miguel, que fez a apresentação do livro sobre a família Coelho, foi o primeiro a se pronunciar, enaltecendo o papel da entidade que mantém projetos editoriais e o Centro Cultural e de Memória.

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O livro, que narra a saga da Família Coelho, presente na região do Vale do Rio Madeira — no sul do Estado do Amazonas, atual divisa com Rondônia — desde o século 19, é um tributo à memória do tabelião Francisco Plínio Coelho, avô do ministro do STJ, Raul Araújo, e pioneiro em Humaitá que presenciou o surgimento da cidade de Porto Velho. Entre os membros da família Coelho, destacou-se o ex-governador do Amazonas Plínio Coelho, que foi uma das maiores lideranças do Norte do país entre as décadas de 1950 e 1980.

Durante o cerimonial, o autor entregou simbolicamente um exemplar da primeira edição do livro sobre a família Coelho ao ministro Raul Araújo, que se mostrou emocionado com a homenagem e falou em nome de sua família. As presenças do ministro e outras autoridades, incluindo o prefeito de Porto Velho, Léo Moraes, o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, Raduan Miguel, e o presidente da Academia Rondoniense de Letras, Diego Vasconcelos, deram um tom de importância ao evento.

Livro O Tabelião e o Ministro sendo entregue a membro da família Coelho. Foto: Divulgação

A manhã de autógrafos foi um sucesso, com a presença de pessoas de várias faixas etárias e personalidades que apreciam a historiografia regional. Além disso, os convidados tiveram a oportunidade de fazer um passeio na maria-fumaça, um charme que remete ao passado ferroviário da cidade.

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Foto: Divulgação

O lançamento de “O tabelião e o ministro” é um exemplo de como a cultura e a história podem ser celebradas de forma criativa e envolvente. O livro sobre a família Coelhoestá disponível gratuitamente para download no link: https://emeron.tjro.jus.br/images/Ebooks/O_Tabeliao_e_o_Magistrado_09_10.pdf; é uma leitura obrigatória para todos aqueles que se interessam pela história de Rondônia, da Amazônia e do Brasil.

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Novo acordo visa agilizar esforços de proteção da floresta amazônica

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Anta é um dos animais encontrados na Amazônia. Foto: Zoológico FollyFarm

A Declaração de Mamirauá é um “compromisso unificado para proteger a inigualável biodiversidade e patrimônio cultural da Amazônia”. Trinta organizações de todo o mundo assinaram o acordo em um evento que ocorreu durante a cúpula. O Instituto Mamirauá, a Universidade Politécnica da Catalunha e a Fundação XPRIZE lideraram os esforços para coordenar e promover a declaração que ajuda a floresta amazônica.

“A declaração é um chamado para reunir governos, ONGs, povos indígenas, comunidades locais e o setor privado para medir o pulso da floresta”, disse Emiliano Ramalho, diretor técnico-científico do Instituto Mamirauá, à Mongabay. “Olhando de cima, é possível dizer que a floresta está ali, mas para ver se ela está pulsando ou não, é preciso ir até lá e monitorar, e essa é a ideia-chave da declaração”.

Sob uma estrutura unificada, a declaração tem como objetivo reunir iniciativas de longo prazo, porém dispersas, que vêm monitorando a floresta amazônica há anos. Um de seus maiores destaques é a participação ativa de povos indígenas e de comunidades locais nos esforços de monitoramento. A declaração também pede mais capacitação nos países que compõem a Bacia Amazônica.

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Novo acordo visa agilizar esforços de proteção da floresta amazônica
A declaração foi assinada por trinta organizações de todo o mundo para agilizar o monitoramento da biodiversidade na Floresta Amazônica. Foto: Fundação XPRIZE

“Normalmente, são instituições do Norte Global obtendo dados do Sul Global e analisando esses dados”, disse Ramalho. “Precisamos promover a análise de dados realizada localmente e a construção de infraestrutura local em parceria com organizações de base comunitária e instituições nacionais de pesquisa”.

Embora o mecanismo da estrutura tenha sido desenvolvido nos últimos meses, sua base está em um projeto transfronteiriço e interdisciplinar que instalou sensores no Brasil, no Peru e na Bolívia para monitorar a biodiversidade por meio da coleta de imagens, áudio e outros dados ambientais. O The Providence Project foi um dos seis finalistas da XPRIZE Rainforest Competition, um concurso de US$ 10 milhões para identificar tecnologias que poderiam automatizar o monitoramento de florestas tropicais. A competição, que durou cinco anos, foi concluída no ano passado.

Mudanças no clima da floresta tropical: qual o impacto na Amazônia Legal?
Floresta Amazônica. Foto: Bruno Cecim/Agência Pará

“Isso nos permitiu integrar técnicas complementares à nossa própria abordagem”, disse Michel André, diretor do Laboratório de Bioacústica Aplicada da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC-BarcelonaTech), à Mongabay.

“Nosso trabalho de monitoramento da biodiversidade em longo prazo em Mamirauá [Reserva de Desenvolvimento Sustentável localizada no Amazonas] reforçou a convicção de que poderíamos ampliar esse modelo e promovê-lo como uma estrutura unificada para enfrentar os desafios que a floresta amazônica enfrenta”.

A declaração, que está aberta à adesão de outras organizações de todo o mundo, será implementada em três fases. A primeira é compreender a governança dos esforços existentes. “Agora precisamos construir a estrutura operacional, um passo que levará de um a dois anos para ser concluído”, disse André.

Em seguida, haverá sua implementação em níveis nacionais, depois da qual será implementada de forma simplificada em toda a Amazônia.

Desafios a serem enfrentados para proteger a floresta amazônica

Pôr do sol na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Amazonas. Foto: Odjair Nascimento Baena via Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0).

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Por um lado, captar recursos suficientes para fazer isso em larga escala não é uma tarefa fácil. Também será necessário o esforço para fazer com que os países trabalhem de forma coordenada. “Estamos falando de muita diplomacia e multilateralismo”, disse Ramalho. “Portanto, um dos desafios é fazer com que todos estejam na mesma página”.

Tanto Ramalho quanto André, porém, expressaram esperança de que tudo se concretize nos próximos anos.

Daqui a cinco anos, “espero mostrar a você uma plataforma onde você poderá ver qualquer informação que quiser sobre a biodiversidade na Amazônia”, disse Ramalho. “E saber o que está acontecendo sob o dossel em tempo real”.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Mongabay, escrito por Abhishyant Kidangoor e editado por Xavier Bartaburu

Dossiê evidencia protagonismo de povos tradicionais na luta contra direitos ‘sequestrados’

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A capa do boletim tem design de Júlia Goulart e a foto é de Luiza Mastop (2024). Imagem: Montagem criada pelo MPEG

Descobrir e cultivar a memória de povos tradicionais, dos conhecimentos ancestrais, é algo basilar para a identidade de qualquer país. Isso porque a cultura e a história de cidadãos indígenas, quilombolas e ribeirinhos na Amazônia ou em qualquer outro bioma do mundo podem e devem funcionar como referência sólida para a busca da justiça social e o desenvolvimento sustentável, como fontes de conhecimento. E, por incrível que pareça, essas sociedades não têm podido divulgar e compartilhar de forma abrangente e perene seus saberes para as novas gerações no Brasil.

Daí ser oportuno o acesso do público ao conteúdo da nova edição do Boletim Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi (Vol. 20, nº 3 – setembro/dezembro 2025), com o dossiê “Direitos ‘sequestrados’ aos povos tradicionais: possibilidades de compreensão”. Essa publicação reúne artigos de intelectuais indígenas e quilombolas de vários estados do Brasil com novos olhares sobre temáticas estruturais para a construção do futuro da sociedade brasileira.

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A organização do dossiê, que reúne 15 contribuições, é dos pesquisadores José Heder Benatti, Rosani Kamury Kaingang (Rosani de Fatima Fernandes), Uwira Xakriabá (William César Lopes Domingues), Almires Martins Machado, Flávia Silva dos Santos e Jane Felipe Beltrão.

A foto da capa do boletim mostra uma criança indígena sorrindo para a câmera, ao lado de uma mulher adulta, ao se banhar em um rio. A imagem foi captada por uma das autoras do dossiê, a antropóloga Luiza Mastop, e tem significados múltiplos. Um deles, como se vê na publicação, é o de que os povos tradicionais  seguem produzindo novos conhecimentos, a serem desfrutados em territórios do futuro, contra o ‘sequestro’ de seus direitos.

Sustentabilidade, educação e linguística

De início, pode-se ler sobre como os conhecimentos tradicionais proporcionam uma agricultura indígena sustentável, sem obedecer a concepções eurocentradas. Trata-se do artigo “Territórios indígenas, conhecimentos tradicionais e sustentabilidade nas Amazônias”, escrito pelos pesquisadores Jane Felipe Beltrão, Gutemberg Armando Diniz Guerra e Tallyta Suenny Araújo da Silva.

A educação escolar diferenciada como fator decisivo para a valorização e a perpetuação desse conhecimento tradicional é abordada em artigo da pesquisadora Rosain Kamury: “Educação Escolar Indígena e Educação Escolar Quilombola: movimentos de luta pelo direito à escola”. Nesse mesmo contexto, os meandros da educação e da identidade do povo Aikewara são expostos no artigo “Construindo memórias com Arihera: educação e identidade Aikewara em foco”, assinado por Luiza de Nazaré Mastop-Lima e Arihera Suruí.

Em outra face da temática do dossiê da revista científica do MPEG, a língua de um povo mostra-se um elemento estratégico para a resistência dos integrantes de um povo diante de ameaças sucessivas. Isso pode ser conferido no artigo dos pesquisadores Lucivaldo Costa e Bekroti Xikrín: “Escrita em língua materna e fortalecimento etnolinguístico”.

Saúde mental e letramento racial

A saúde mental e o bem-viver encontram nas concepções indígenas significados capazes de gerar novas perspectivas sobre esses temas tão presentes no debate das sociedades contemporâneas. Essa temática é acessada pelo leitor no estudo feito pelos intelectuais indígenas Idjarrury Sompré e Eliane Rodrigues Putira Sacuena, intitulado “Bem-viver psicoanimista como alternativa ao conceito de saúde mental: uma proposta a partir de cosmologias indígenas brasileiras”, produzido 0a partir da atuação profissional em coletivos indígenas.

O artigo “A cartilha de letramento racial como forma de enfrentamento ao racismo”, de autoria dos pesquisadores Andrew Rêgo Benjó e Celyne da Fonseca Soares, traz uma proposta de posicionamento concreto frente ao racismo praticado cotidianamente contra os povos originários brasileiros, em particular, o povo negro. Nesse documento, é abordada a aplicação prática do conhecimento acadêmico no enfrentamento de situações de segregação e desrespeito aos povos tradicionais no dia a dia.

Leia também: Povos indígenas ganham manual de orientação para situações de conflitos fundiários

Mulheres e descolonização

Já na seção Debate, Almires Martins Machado, em coautoria com Divina Lopes Guarani e Yvy Mirim (nome civil: Priscila Guarani), traz o artigo “Kunangue Tenondetá: indígenas mulheres Guarani em movimento” com foco nas ações dessas duas lideranças indígenas mulheres para sustentar as possibilidades do bem-viver guarani, ou seja, cuidar dos saberes do povo, inclusive, por meio da língua materna, na coexistência com pessoas não guarani, sem perder a identidade indígena.

E o boletim ainda traz um ensaio fotográfico de José Ubiratan Sompré, intitulado “Kátia Tônkyre, a guerreira que se forjou na luta”. Esse trabalho versa sobre Kátia Silene Valdenilson (nome civil), a primeira cacica de seu povo, os Akrãtikatêjê, que mantém a luta na defesa dos direitos indígenas, como herdeira de seu pai, o líder Hõpryre Ronoré Jopikti Payaré. Ele jamais desistiu de lutar contra o deslocamento forçado quando da construção da Hidrelétrica de Tucuruí.

O boletim também traz três resenhas. Uma delas é “Descolonizar metodologias é necessário, alerta Linda Smith, pesquisadora maori”, de Rita Carneiro. A autora  explana sobre os princípios da obra “Descolonizando metodologias: pesquisa e povos indígenas”, lançada por Linda Smith em 1999, como referência para compreensão do universo dos povos tradicionais no Brasil.

“Fatumbi: o oráculo do olhar”, de Daniely Rosário, mostra a essência antropológica das religiões afro-descendentes no Brasil, a partir de trabalhos históricos de Alex Baradel e de Pierre Edouard Léopold Verger (1902-1996). E ainda “Povos indígenas e audiovisual: memórias e resistências no Xingu”, de Camille Castelo Branco, fala sobre o trabalho organizado por Takumã Kuikuro e Guilherme Freitas. Referenciada por autoridades indígenas e não indígenas, como Ailton Krenak, Carlos Fausto, Naine Terena e Watatakalu Yawalapiti, a obra versa sobre a importância dos registros audiovisuais para a concretização de uma vida digna aos povos indígenas.

povos do Xingu
Povo do Xingu. Foto: Kamikia Khisêtjê/ISA 

Artigos científicos 

Além do Dossiê “Direitos ‘sequestrados’ aos povos tradicionais: possibilidades de compreensão”, esta edição do Boletim Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi traz ainda aos leitores sete artigos científicos e uma seção Memória. 

  • Os três primeiros artigos têm como títulos:
  • “A terra do ‘grande senhor Aparia’ e seus descendentes: sobre os Omágua/Kambeba à margem da História”, de Ferran Cabrero;
  • “A (morfo)fonologia das consoantes oclusivas orais em Proto-Tupi-Guarani: problemas em aberto, problemas resolvidos e novos problemas”, de Fernando O. de Carvalho;
  • e “Evidências arqueopalinológicas de atividades e relações de populações pré-coloniais com o ambiente semiárido, Bahia, Brasil”, de José Orlando Bispo dos Santos, Cristiana de Cerqueira Silva-Santana e Francisco Hilder Magalhães-e-Silva.

Os outros títulos dos artigos são:

  • “Términos comparativos y de parentesco en la zoonimia y fitonimia de los toba del oeste de Formosa (Argentina)”, escrito por Pastor Arenas e Nicolás M. Kamienkowski;
  • “Modelagem fotogramétrica de sítios arqueológicos e geração de produtos cartográficos: suporte à pesquisa e divulgação do patrimônio cultural de Serranópolis, Goiás, Brasil”, de Paulo Rodrigo Simões, Edilson Teixeira de Souza, Luis Augusto Koenig Veiga e Marcio Schmidt;
  • “Tecnologías y resiliencia en el Valle de Lambayeque: perspectiva desde el complejo arqueológico Ventarrón y Collud”, de Marcia Arcuri Suñer, Fabiola Andréa Silva, Marcelo Fagundes e Néstor Ignacio Alva Meneses;
  • e “Habitar os sertões: arqueologias e materialidades sertanejas na comunidade de Floresta, São João da Serra, Piauí”, de Vinícius Melquíades.

Memória

Na seção Memória, o leitor confere artigos, como “Paiakan, líder Kayapó: assassinado pelo Estado brasileiro”, de Uwira Xakriabá, acerca dessa liderança kayapó no Pará, Bepkororoti, conhecido mundialmente como Paulinho Paiakan, com atuação marcante pelos direitos dos povos indígenas a partir do município de Altamira, no Pará, em dois momentos de luta contra o Estado.

Já no texto “Memória cotidiana do quilombo Rio Genipaúba”, o pesquisador Amilton Bitencourt Azevedo apresenta as dificuldades de se construir um relato histórico sobre uma comunidade negra. Isso por conta do racismo que atinge esse núcleo populacional na área de várzea do município de Abaetetuba, no Pará.

A experiência milenar de ser cidadãos ribeirinhos diante da falta de apoio governamental para manifestações culturais que fortalecem a identidade de uma comunidade na cidade de Ponta de Pedras, no Arquipélago do Marajó, também é tema de leitura no dossiê do MPEG. Trata-se do artigo “Espaço cultural Casa do Poeta: saraus, performances e a palavra como transformação”, de autoria do pesquisador Marcos Samuel da Costa Conceição. Desse relato memorial surge a pergunta: “Como ribeirinhas/os, não temos direitos culturais?”.

Ainda na seção Memória, com o título “Prazer, meu nome é Galdino Ramos’: uma biografia científica de um pioneiro da identificação forense no Brasil”, Gabriel Angelo da Silva Gomes, Maria Cláudia Santiago e Raul Yukihiro Matsushita relatam a trajetória do médico brasileiro Galdino Ramos e defendem sua significativa contribuição para as ciências forenses no Brasil, especialmente no âmbito da medicina legal e da identificação forense.

Acesse AQUI o boletim mais recentes e outras edições. 

*Com informações do Museu Goeldi

Você conhece as mascotes dos times de futebol da Região Norte?

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Você que vai a um estádio de futebol acompanhar o seu time favorito ou assiste os jogos pela televisão, com certeza já se deparou com uma figura bem animada, geralmente um animal ou objeto fictício, sempre na beira do gramado interagindo com jogadores e a torcida. São as chamadas mascotes, personagens que representam a história e identidade de um clube.

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As mascotes de time são uma tradição no mundo, não só no futebol, mas em todo ambiente esportivo, pois elas são fundamentais para a representação do processo cultural de uma agremiação. A ideia nasceu há muito tempo, com registros de tribos e clãs que usavam símbolos para representar suas crenças e identidades, mas se popularizou no futebol somente no século XX.

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Na Região Norte, os clubes de futebol profissional também têm mascotes, que vão desde animais da fauna amazônica até símbolos que descrevem qualidades ou fatos históricos dos times.

Confira uma lista das mascotes de alguns times de cada estado da Região Norte e seus significados:

Você conhece as mascotes dos times de futebol da Região Norte?

Jogo sobre investigação ambiental criado no Acre será apresentado na Alemanha em 2026

Jogo acreano Carbon-0, do gênero puzzle, será apresentado na Alemanha em 2026. Foto: Cedida

Onze estudantes do curso de Sistemas de Informação da Universidade Federal do Acre (Ufac) desenvolveram um jogo de puzzle (variação de quebra-cabeça) que acompanha os irmãos Ícaro e Maria em uma investigação ambiental e que será apresentado na Alemanha em 26 de agosto de 2026.

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O projeto, chamado ‘Carbon – 0’, garantiu a vaga após na categoria escolha do público da Mostra Competitiva de Jogos da Amazônia Legal, durante a Headscon 2025, em Rio Branco. A premiação também contou com R$ 21,5 mil para os desenvolvedores.

No game, os personagens buscam pistas para provar a inocência do pai e precisam invadir e expor empresas envolvidas em crimes ambientais. A proposta foi criada ao longo do ano pelos estudantes, que dividiram o desenvolvimento com as rotinas de aulas e trabalhos acadêmicos.

Como o prêmio oferece apenas uma vaga para representar a criação no exterior, o grupo escolheu o estudante André Siqueira, de 25 anos, para viajar.

“Quando anunciaram que nosso jogo tinha ganhado, a gente gritava, pulava. Foi um sentimento que eu não sei se vou sentir de novo”, disse.

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Ele afirma ainda que a conquista reforça o caminho que o grupo tem seguido. “Significa que o nosso trabalho está no caminho certo e que devemos continuar, agora em um ritmo mais rápido para entregar o que esperam da gente”, explicou.

Com quase um ano até agosto de 2026, os estudantes já planejam refazer grande parte do game, com novas mecânicas, melhorias na arte e ajustes de narrativa.

Criação do jogo

O desenvolvimento do game também trouxe desafios típicos da rotina acadêmica. Como todos os desenvolvedores ainda estão na graduação e tinham pouca experiência prática, a equipe enfrentou dificuldades na programação e precisou conciliar o projeto com aulas, provas e trabalhos.

Thiago Costa, que também integra o grupo, explicou que o interesse em criar jogos começou no ano passado, quando participou de um evento com outras pessoas e tentaram criar um jogo digital do zero.

“Apareceram na Ufac falando do evento e eu me inscrevi com alguns amigos. Ficamos em terceiro lugar. A partir daí, nosso grupo só aumentou e nossa fome por fazer jogos também”, relembrou.

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estudantes que vão representar o jogo
Jogo acreano sobre investigação ambiental garante vaga em evento na Alemanha. Foto: Reprodução

Ele acredita que o destaque do game Carbon – 0 veio da combinação entre narrativa e apresentação do grupo durante a Headscon 2025.

“A simplicidade da gameplay junto da narrativa acabou chamando muita gente, principalmente crianças e quem não tem tanto contato com jogos. Mas, pra mim, o ponto chave foi o carisma da equipe”, completou.

Além disso, a ida à Alemanha também abriu novas expectativas para o grupo. Os estudantes veem o evento como uma oportunidade de apresentar o game para um público mais amplo, conhecer tendências do mercado e construir conexões com estúdios e desenvolvedores internacionais.

*Por Jhenyfer de Souza, da Rede Amazônica AC

SAFs de açaí são alternativa alimentar para enfrentamento da crise climática

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Foto: Vanessa Monteiro/Ufra

O açaí, fruto essencial para a cultura e alimento base da população amazônica, tem enfrentado um dilema crescente: sua ascensão como alimento global tem gerado pressão pela produção e ameaçando a biodiversidade da região. O Pará é responsável por cerca de 90% da produção nacional do fruto.

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Segundo o professor Marcos Antônio Souza dos Santos, que atua na área de Economia Agrária e dos Recursos Naturais na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), nos últimos cinco anos, os preços da rasa de açaí (um cesto de 28 quilos) no Pará têm crescido aproximadamente 6% ao ano já descontado o efeito da inflação, revelando uma forte tendência de valorização.

“Esse comportamento dos preços chama a atenção, pois tem ocorrido mesmo diante do aumento médio de cerca de 5% ao ano na produção de açaí cultivado em áreas de terra firme, o que, somado à produção extrativista, deveria exercer pressão de baixa nos preços”, diz.

O pesquisador destaca que isso está ocorrendo em função de o açaí ter se consolidado nas últimas décadas como o principal produto da bioeconomia amazônica, com forte inserção nos mercados nacional e internacional.

“O fruto, que antes atendia o consumo local e regional, passou a integrar cadeias produtivas globais na indústria alimentícia, cosmética e de suplementos nutricionais. Essa expansão de mercado tem feito a demanda crescer em ritmo superior ao da oferta, sustentando os preços em níveis elevados, mesmo com a expansão da produção”, alerta.

Ele diz que essa dinâmica exige a ampliação da adoção de boas práticas de manejo nos sistemas de cultivo em terra-firme e nas áreas de extrativismo.

“Nos cultivos em terra-firme, a adoção de técnicas de irrigação eficiente, manejo nutricional, produção em sistemas agroflorestais diversificados são fundamentais para incrementar a produtividade e sustentabilidade dos sistemas de produção. Já nas áreas de várzea e de extrativismo, é fundamental promover o manejo adequado dos açaizais nativos, garantindo manutenção da biodiversidade e a regeneração natural das espécies”, afirma. 

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Sistemas agroflorestais (SAFs)

Uma das alternativas diante desse cenário são os Sistemas Agroflorestais (SAFs), solução encontrada para garantir tanto a produção local quanto a preservação, como defende o professor José Sebastião Romano, do campus Ufra Capitão Poço. 

O professor José Romano diz que implementação de SAFs oferece uma alternativa para que as comunidades garantam o seu próprio açaí e consumo local, combatendo a ameaça de ficar sem o produto devido à exportação e à monocultura.

safs de açaí
Foto: Marcos Antônio Souza dos Santos/Acervo pessoal

“Nesses sistemas, o agricultor consegue congregar em uma mesma área, não somente o açaí, mas outras espécies que os nossos antepassados já produziam nos tradicionais sítios. Essa agrobiodiversidade se traduz em inúmeras vantagens. Mesmo que o açaí seja o produto principal, ou o carro-chefe, o sistema mantém a diversificação”, diz o professor. 

Ele destaca que o maior benefício que os SAFs proporcionam é comida de verdade. “Isso garante a soberania alimentar, que é o conceito de saber de onde vem o alimento e consumir produtos naturais gerados na própria comunidade, como o açaí, o cupuaçu, cacau, pupunha, entre outros. A implementação de SAFs oferece uma alternativa para que as comunidades garantam o seu próprio açaí e consumo local, combatendo a ameaça de ficar sem o produto devido à exportação e à monocultura”, afirma.

O professor coordena o Núcleo de Agricultura Familiar e Agroecologia (NEA/UFRA), onde pesquisadores e alunos atuam junto aos agricultores, aprendendo e ensinando sobre novas tecnologias de adubação, manejo das árvores, empreendedorismo e cooperativismo. “Quando você escuta o agricultor, ele vai falar muito mais do que você pergunta. E aí que está a diferença do nosso trabalho”, afirma.

Além de agricultores do município de Capitão Poço, os trabalhos também envolvem agricultores de Irituia, São Domingos do Capim, São Miguel do Guamá, Mãe do Rio, Ourém, São Domingos do Capim, bem como outras localidades do entorno. Só no município de Irituia, o professor diz que já foram catalogados cerca de 500 pessoas com SAFs ( quintais produtivos).

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Segundo o professor, os SAFs são um sistema dinâmico, que torna possível garantir o consumo e ainda geram produtos para comercialização. Foto: Marcos Antônio Souza dos Santos/Acervo pessoal

O professor coordena o Núcleo de Agricultura Familiar e Agroecologia (NEA/UFRA), onde pesquisadores e alunos atuam junto aos agricultores, aprendendo e ensinando sobre novas tecnologias de adubação, manejo das árvores, empreendedorismo e cooperativismo. “Quando você escuta o agricultor, ele vai falar muito mais do que você pergunta. E aí que está a diferença do nosso trabalho”, afirma.

Além de agricultores do município de Capitão Poço, os trabalhos também envolvem agricultores de Irituia, São Domingos do Capim, São Miguel do Guamá, Mãe do Rio, Ourém, São Domingos do Capim, bem como outras localidades do entorno. Só no município de Irituia, o professor diz que já foram catalogados cerca de 500 pessoas com SAFs ( quintais produtivos).

Diversidade

Segundo o professor, os SAFs são um sistema dinâmico, que torna possível garantir o  consumo e ainda geram produtos para comercialização. Ele explica que em um quintal agroflorestal amazônico, há uma enorme biodiversidade de espécies frutíferas, como açaí, biribá, limão, goiaba, cacau, cupuaçu, além de espécies oleaginosas, arbóreas e maderáveis. Um tipo de diversidade que garante o que chama de sazonalidade produtiva, ou seja, em cada época do ano, o agricultor tem uma fruta diferente para colher.

“Além disso, os SAFs proporcionam o controle biológico natural de insetos, utilizando a diversidade de seres presentes, como passarinhos que comem lagartas e minhocas que melhoram o solo”, diz.

Turma de Agronomia (Forma Pará/Irituia). Foto: Marcos Antônio Souza dos Santos/Acervo pessoal

E cita um exemplo de um agricultor do município de Limoeiro do Ajuru, onde foi ministrar aula. O agricultor produzia e vendia açaí, a partir de um SAFs. “Ele tinha um plantio imenso de açaí, mas também tinha andirobeira, taperebazeiro, caju, tinha outras espécies de palmeiras, em uma área altamente diversificada, mas o açaí era o principal”, diz.

O professor diz que cada agricultor tem dinâmicas diferentes. “O que para uns é difícil, o outro já faz assim maravilhosamente bem. Em São Domingos do Capim, por exemplo, diziam que na beira do rio não se produzia “nada”.  Mas eles não só produzem, como fazem o manejo do açaí e vendem na entresafra. Ou seja, a entressafra é época que eles ganham mais dinheiro”, lembra.

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Crise climática

O Professor defende que os Sistemas Agroflorestais são a uma alternativa não só para a Amazônia, mas para o mundo, especialmente para enfrentar a questão climática. Ele explica que os SAFs conseguem gerar uma série de serviços ambientais, como o Sequestro de Carbono, pois quando há diversidade de espécies na mesma área, o sequestro de carbono é maior; microclimas, pois o sistema torna a área mais adequada para a agricultura e controle da erosão e proteção do solo, já que as árvores ajudam a controlar a erosão.

“Além disso, a decomposição das folhas e galhos proporciona a proteção e melhoria natural do solo, mostrando que as árvores são auto-sustentáveis”, diz. E por fim o professor cita a proteção das fontes hídricas, pois a diversidade de espécies em torno das nascentes dos igarapés garante que a água não seque. “Eu defendo a produção com conservação”, afirma.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela UFRA, escrito por Vanessa Monteiro